Curiosidade tosca que descobri assistindo ao curso de Termodinâmica e Cinética Química do MIT:
Sabem por que a escala Fahrenheit se baseia nesses valores toscos de 32 °F para o congelamento da água a 1 atm e 212 °F para a sua fervura?
Daniel Gabriel Fahrenheit baseou sua escala na escala Ole Rømer, um astrônomo dinamarquês. Rømer definiu um sistema de medida de temperatura no qual a água congelaria a 7,5 graus e ferveria a 60 graus. A escolha de 7,5 para marcar o ponto de congelamento da água foi porque ele queria evitar que os valores de temperaturas observados normalmente na Dinamarca alcançassem valores negativos no inverno e esse valor lhe pareceu grande o suficiente. O valor de 60 para a fervura parece ser um capricho.
Fahrenheit pegou a escala de Rømer e multiplicou seus valores todos por 4 para se livrar dos números quebrados, o que dava extremos de 30 graus e de 240 graus para congelamento e fervura da água respectivamente. Mas, não satisfeito, Fahrenheit decidiu recalibrar seu sistema de medidas: ele definiu que o ponto de congelamento da água, em vez de 30, seria 32 °F, sabem por que? Porque ele definiu a temperatura corporal de uma pessoa saudável como 96 °F, assim, entre 32 °F e 96 °F haveriam exatamente 64 graus de diferença; a vantagem disso é que assim ele poderia desenhar termômetros que medissem a temperatura de pessoas mais facilmente, simplesmente dividindo os espaçamentos entre as duas marcas igualmente sucessivas vezes. Com essas duas referências definidas, ele extrapolou o ponto de ebulição da água a 760 mmHg e encontrou 212 °F, que ele fixou como ponto de referência para a escala.
A ironia é que essa ginástica toda foi em vão. Erros experimentais fizeram ele medir errado a temperatura do corpo humano, considerando-se que a água congela a 32 °F e ferve a 212 °F, a temperatura real de uma pessoa saudável não é de 96, mas de 98,6 °F.