Porque as estruturas antigas, do tipo estudado pelos arqueólogos, tendem a afundar no solo?* (Ou é o solo que sobe?)
Nos locais onde a isostasia é importante, pode ocorrer uma subsidência significativa em curtos intervalos de tempo, como é o caso do delta do rio Nilo que afunda cerca de 0,5 cm por ano em função da carga de sedimentos. Deste modo, na costa mediterrânea da África é muito comum encontrar construções romanas em subsuperfície a até 20 metros de profundidade.
Em regiões desérticas e em seu entorno, as construções da Antiguidade estão em subsuperfície não por rebaixamento da superfície topográfica e sim por um processo de soterramento, devido ao transporte eólico de sedimentos, principalmente arenosos, como foi descrito pelo Unknown nesta postagem
Em regiões desérticas o vento chega a carregar a areia por muitos quilômetros. Cidades, estátuas e etc são um obstáculo que tendem a acumular a areia. Se não há ninguém por lá para removê-la diariamente, a quantidade fica considerável. Basta lembrar que a esfinge foi enterrada várias vezes.
Este processo é tão eficiente que é capaz de soterrar cidades inteiras e causar o assoreamento e o desaparecimento de lagos confinados, cuja surgência e alimentação sejam funções do lençol freático.
Por fim, em locais onde há rochas calcáreas podem ocorrer rebaixamentos por conta de recalques hidráulicos. Mas nestes casos, são muito raras as construções que ficam preservadas, pois no geral o solapamento é rápido e catastrófico.
Ouvi dizer que os objetos tentem a afundar por causa da ação de minhocas e outros bichos no solo. Mas isso parece acontecer com objetos bastante grandes e em solos arenosos...
A ação contínua de minhocas, formigas, escaravelhos, toupeiras e outros animais subterrâneos escavadores pode realmente solapar construções humanas, especialmente se elas não tiverem fundações ou se estas forem muito rasas e não assentadas em rochas.
No entanto, os ambientes mais propícios para este processo são os de elevada umidade e cujos solos sejam constituídos preferencialmente por sedimentos de granulação fina decorrente da alteração de argilo-minerais. Em outras palavras, isto ocorre com mais frequencia em florestas de zonas tropicais a subtemperadas e cujo substrato contenha rochas ígneas.