Esse negócio do universo não ter centro é muito complicado. Se ele surgiu de um ponto que se expandiu, ele tem que ter centro. Se há galáxias mais jovens e outras mais antigas, ele tem que ter centro. O fato de não acharmos o centro é outra questão. Essas conclusões das mecânicas relativísticas e quânticas são absolutamente contra a intuição.
Você está visualizando o universo, ou melhor, o ponto do BigBang como se esse ponto estivesse dentro de um espaço, como uma bola flutuando dentro de um quarto. Não é assim. Aquele ponto do BigBang era tudo que existia; não tinha espaço em volta dele. Não dá para ver aquele ponto "de fora" dele. Nós estaríamos "dentro" dele. E ele foi se expandindo.
Dito isto, vamos tentar visualizar melhor essa expansão. Voltemos à bexiga que enche. Considere que a analogia é somente no plano 2D. Não veja a bexiga como uma esfera, que possui centro. Veja somente a superfície. Pinte pontos nessa superfície e comece a encher a bexiga. Todos os pontos pintados irão se afastar um do outro. Nenhum vai se aproximar. Esqueça o centro da bexiga em 3D. Estamos comparando apenas com a superfície 2D. Nessa superfície, não tem como se falar de centro. Um ponto qualquer pode ser muito bem um centro, sem na verdade sê-lo.
Ora, mas por que somente em 2D, você há de perguntar. Porque não temos como ficar fora do universo para determinar seu centro. Tudo que existe está nele (nem posso dizer aqui "dentro" dele, porque aludiria a um lado de "fora" dele).
Os pontos se afastam, todos. As galáxias se afastam, todas. Há expansão. Não tem um universo lá fora abrigando esse nosso universo, de forma a se encontrar um centro nesse aqui.
Espero ter clareado mais. E espero também não estar falando bobagem, em meio a tantos físicos aqui no fórum.
