Cargas em queda livre irradiam? Pelo eletromagnetismo, sim, mas e o princípio da equivalência? Ele tem que ser modificado para incorporar o eletromagnetismo?
O problema é que o princípio da equivalência (estás falando da RG, suponho) é um princípio heurístico, mas não é formalmente correto. Não é verdade que movimentos acelerados produzem uma força, para todos os efeitos, indistinguível da gravidade, como o próprio Einstein chegou a afirmar:
“se a aceleração pode cancelar a gravidade e produzir a ausência de peso, então a aceleração em si, na ausência de gravidade, pode simular a gravidade [...] indistinguível da gravidade [do planeta]” (Einstein, citado em Ohanian, 2009, p. 234).
É só lembrar que a gravidade varia com o quadrado da distância, e que um movimento acelerado não produz nenhum efeito com esta mesma dependência. O interessante é que mesmo grandes defensores de Einstein sabiam que o princípio da equivalência não estava correto. Arthur Eddington, por exemplo, disse que o “Princípio da Equivalência desempenhou um papel muito importante como um guia no desenvolvimento original da teoria da relatividade generalizada; mas, agora que chegamos à nova visão da natureza do mundo, ele se tornou menos necessário” (Citado em Ohanian, 2009, p. 288).
Ou seja, gravidade e aceleração, embora possam ser bastante e mesmo quantitativamente semelhantes, são fenômenos distintos, e não supostamente equivalentes como coisas realmente equivalentes

. Talvez, só talvez, isto esteja associado com usualmente não nos preocuparmos com uma carga em repouso em um campo gravitacional, além da baixíssima interação gravitacional com esta mesma, se estivermos falando de cargas fundamentais ou íons. Mas eu também queria saber mais a respeito.
OHANIAN, HANS C. Os erros de Einstein. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009.