Cheguei agora e não tive a paciência de ler todas as postagens. Por isto quero encurtar o caminho e pedir desculpas por eventuais erros de desconexão textual.
Se entendi direito, Adriano, voce afirma que, baseado nos trabalhos de Popper, o ser humano é superior às demais espécies porque tem melhores predicados cerebrais e linguísticos? Mas isto não seria uma mistura de pensamento circular com o 'princípio antrópico'?
Ou seja, "Nós temos consciência da nossa existência, sabemos construir artefatos, somos capazes de erigir civilizações, etc, e por isto não há nada melhor do que nós".
E aí está um problema: Será que este é o melhor critério para definir uma possível "superioridade biológica"? Não é arbitrário, ou pelo menos, arbitrário demais?
Porque é que o tempo de existência como espécie não pode ser um critério mais adequado?
Este raciocínio parece análogo aos filósofos teístas que argumentam que estas características são uma evidência para se afirmar que os humanos tem uma diferença ontológica superior. (Em linguagem metafísica, nós além de 'existirmos', também 'somos'!).
Ao meu ver, a sua aplicação do conceito de
ceteris paribus tem validade apenas se considerarmos um intervalo temporal curto sob o ponto de vista geológico. Do contrário,
nyet!
A ciência é a busca humana do saber e tem seus propósitos.
A ciência não é a única fonte de busca do saber, a não ser que você tenha estabelecido o pressuposto de que o cognoscível só ocorre pelo uso combinado da razão e dos sentidos.
Qualifica-la como neutra é um grande erro.
Concordo, pois ela é um subproduto da combinação de uma forma de conhecimento e da cultura. Assim a ciência é,
de per si, a forma como entendemos o 'mundo natural', que alguns filósofos chamam de 'realidade objetiva'.
Ela existe para resolver os problemas existenciais da humanidade e assim é utilizada.
Aqui não entendi a expressão "problemas existenciais". Se isto significa uma busca racional do funcionamento do Universo, incluindo nós, então acho que está coerente com a idéia da não necessidade da metafísica. Do contrário...
Um abraço.