modificado: troquei porque se pelo Se em bold abaixo
Leafar
Existe uma grande questão quanto à capacidade de observação e reprodução, evidências anedóticas, e que um cético como eu tem que se lembrar sempre.
Vou lhe dar uma evidência anedótica: Amo tanto meu filho quanto a minha filha.
Que raios que a ciência vai fazer com essa informação? Tem como provar? Tem como medir? Não é válido cientificamente, mas cara, é verdade.
Certamente existem coisas que saem do escopo da capacidade que a ciência tem de analisar, não são materiais para a ciência, talvez apenas como estudos estatísticos. Alguns céticos se lembram disso. Alguns se esquecem momentaneamente no calor da discussão porque em uma batalha procura-se não fazer concessões.
Agora, pense uma coisa: O comportamento dogmático é comum a céticos e religiosos. Quem acaba perdendo os melhores queijos são os de comportamento dogmático, independente se seus dogmas vem de um lado ou de outro.
Por exemplo, já disse neste forum que gostaria de morrer e continuar vivendo em outro lugar melhor (a não ser que tivesse que encarar qualquer uma das definições de deus/paraiso existentes). Neste exato momento, estou discutindo com o Vitor Moura sobre a prova da existência de espíritos e gostaria de sair com um sim, existe, por mais que ele ache que eu digo não o tempo todo porque não quero acreditar.
Então, temos que ouvir o argumento, só que nem sempre é simples porque temos muita gente fazendo o proselitismo mais ralé, e disposto a ignorar o significado e a importância que a lista de falácias tem para o desenvolvimento da humanidade.
Dito isso, quem perde o melhor queijo? Sempre o de comportamento dogmático:
No caso do religioso, ao se associar a um modelo existente, ele condiciona a interpretar as coisas de uma determinada maneira. Descarta informações e sobrevalorizam outras.
A maneira como o espiritismo explica os fenomenos, guerras, raças, etc.. é claramente débil.
Se há algum deus, ele está tão a frente de nós que querermos interpretar os acontecimentos (ou a vontade dele) seria o mesmo que um macaco interpretar o mecanismo de um foguete.
Se por um lado existe uma clara área que a ciência não consegue atuar, existe um perigo grande ao deixar a lógica que ela nos fornece para aceitar coisas completamente sem evidências, como o espiritismo propoe.
Qual perigo? O ruido que a religião causa no mundo (guerras, etc..), e na vida humana (não transe, não seja boiola, não tenha lucros, não se suicide, não se divorcie, isto é certo, aquilo é errado) ou esta terra é minha por causa ...., ou vc esta na merda por sua culpa, seu carma, coisas que tiram nossa capacidade de reação.
No caso do dogmático cientista, ele pode sim deixar de estudar questões que ele automaticamente encaixa em mitos/superstições/balelas sem um olhar mais criterioso, mesmo que o determinado fenomeno estivesse envolto em mitos/supertições/balelas.
E isso é uma perda? Sim, definitivamente. Isso prova qualquer um dos modelos religiosos? Não, definitivamente. E tenho dúvidas que se a ciência descobrisse algo, ela seria rapidamente instrumentalizada pela religião e ignorancia.
Agora, discordo contundentemente do espiritismo se valer de conceitos como perispirito, explicar marcas de nascença com o pretexto de acidentes em outras vidas etc.., e de ignorar evidencias que derrubam as alegações do funcionamento da mediunidade.
Mas uma regra deveria ser seguida na construção de sistemas ou nas adesões a sistemas já existentes: a lógica não deveria ser desrespeitada; logica interna e lógica com os fatos observáveis (aqueles já aceitos pelos céticos). Há vários crentes que não observam esses detalhes. Pode-se colher as evidências que se quiser e construir-se o sistema que se desejar, mas deve-se tomar sempre o cuidado de verificar se os princípios adotados não contradizem uns aos outros ou aos fatos, porque aí, neste caso, pelo menos um desses princípios foi formulado de maneira incorreta e é necessariamente falso. Ignorar fatos não deveria valer também.
Veja uma coisa interessante aqui e acho que está na raiz de uma série de problemas.
Vá a uma sala com 1000 pessoas e pergunte:
1-Alguém conhece um cara sem bom senso?
1000 levantam a mão.
2-Alguém conhece um mau caráter?
1000 levantam a mão.
3- Alguém conhece alguém com uma religião sem pé nem cabeça?
1000 levantam a mão.
troque, na mesma sala, para a pergunta:
1- Alguém é mau carater?
...
3- Alguém ai tem uma religião que é ilógica?
Ninguém vai levantar a mão. Isto é, eu achar lógico/ilógico não é argumento para nada. Eu achar que tenho bom senso e sou crítico, é a norma. O cara que se atirou com o avião nas torres gemeas era, segundo ele, lógico, crítico e tinha bom senso.
Então, Leafar, nossa saída é a ciencia. Aprimorar ela, mas é só ela.
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