Na verdade, ETs, ainda que não se saiba existirem, ao menos seriam seres biológicos, como os que se sabe existirem. Já espíritos, nem se sabe se existem, nem se tem idéia do que poderiam ser feitos. Se é para se "explicar" a essas alegações podendo inventar coisas das quais não se tenha evidência nem mesmo se faça idéia do que sejam, diversas outras coisas além de espíritos podem fazer o mesmo, apenas não são tradicionais, não apelam tanto por não satisfazerem essa vontade de vida após a morte.
Então deixe-me mostrar a problemática da hipótese "alienígenas", e verá que não é nada simples:
1) Descobriu-se recentemente que todos os relatos, fotos e vídeos de naves extraterrestres tem explicação natural. Prova disso:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI995695-EI301,00.html Segunda, 8 de maio de 2006, 16h56 Atualizada às 17h03
Estudo inglês desmente existência de ETs
A esperança ou o medo de que a Terra tenha sido visitada por formas de vida alienígenas foram desmentidas ontem em um comunicado oficial de especialistas em defesa da Inglaterra.
O Ministério da Defesa confirmou um estudo completado em dezembro de 2000, que não encontrou nenhuma evidência de discos voadores ou objetos não identificados na atmosfera que não tenham sido um fenômeno natural.
O estudo de 400 páginas concluiu que meteoros e situações atmosféricas atípicas podem explicar fenômenos extra-terrestres assim como luzes claras vindas do céu.
"Não há nenhuma evidência que sugira que o fenômeno visto seja hostil ou sob algum tipo de controle, nada que não seja explicado pela força da física natural", diz o estudo.
2) O editor da Revisto UFO – a mais importante revista ufológica do país – Gevaerd, fugiu quando desafiado a apresentar a evidência mais forte que comprovasse a existência de naves extraterrestres. Isso pode ser conferido aqui:
http://www.projetoockham.org/boletim_01.html Desafio ufológico
Céticos costumam acusar os ufólogos de não possuírem nenhuma evidência da existência de discos voadores além de fotos toscas, testemunhos suspeitíssimos e montes de teorias de conspiração. Os ufólogos sempre responderam que céticos seriam incapazes de acreditar em discos voadores mesmo que um deles aterrissasse em sua sala de estar. No último mês de setembro a disputa esteve a ponto de ser definida.
Tudo começou quando, depois de uma longa troca de mensagens acaloradas, o fundador e editor da revista UFO, fundador e presidente do Centro Brasileiro para Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), Ademar Gevaerd desafiou Kentaro Mori, notório representante da comunidade cética nacional e fundador do site Ceticismo Aberto, a provar que UFOs não existem. Em vez de argumentar que tentar provar que algo não existe poderia ocupar alguém pelo resto da eternidade (se a moda pega, a próxima tarefa seria provar que não existem Klingons ou Vogons), Mori aceitou o desafio, esperando que as regras do desafio fossem fixadas pelo desafiante, e convidou o psicólogo Wellington Zangari, do grupo de estudos InterPsi da PUC de São Paulo, para mediar a contenda.
Acertados os termos do desafio, ambas as partes concordaram que Gevaerd deveria apresentar o mais consistente caso ufológico já ocorrido no Brasil para apreciação de um grupo de cinco cientistas de renomadas universidades brasileiras. Os cientistas, escolhidos por suas credibilidade e isenção, examinariam a documentação e atestariam se o fênomeno UFO pode ser considerado real com base nas evidências apresentadas.
Infelizmente, somente alguns dias depois de aceitar o desafio nas bases propostas, Gevaerd simplesmente desisitiu de todo o caso. "Não me sinto na obrigação de oferecer provas de que os UFOs existem a quem quer que seja", disse Gevaerd em sua mensagem de desistência, acrescentando: "Meu desafio não é para ser levado a sério". Carlos Reis, ombudsman da revista UFO, que segundo Gevaerd o teria desencorajado a ir em frente, foi mais incisivo: "Não podemos afirmar em sã consciência que [o fênomeno de natureza desconhecida com que lidamos] seja extraterrestre, nem podemos falar em "alienígenas", pois são apenas suposições, teorias, hipóteses, elocubrações". Ficou no ar a esquisita sensação de que Carlos Reis acabou por concluir nada mais nada menos do que aquilo que os céticos sempre disseram.
É difícil saber quem mais perdeu com o episódio. Os ufólogos sérios viram escorrer pelo ralo uma bela oportunidade de ver suas investigações apreciadas pela comunidade científica brasileira, o que sem dúvida teria dado projeção internacional à ufologia nacional. Já o editor da revista UFO fazendo que ia quando vinha e bravateando para todos os lados perdeu credibilidade junto aos seus leitores e terminou por fornecer aos críticos da ufologia farta munição na recorrente acusação de que falta ciência à ufologia. No mais, tudo permaneceu como antes.
No site indicado existem 3 links para se ter todos os documentos referentes a este lamentável episódio.
A proposta de avaliação InterPsi, aceita por ambas as partes:
http://br.groups.yahoo.com/group/ceticismoaberto/message/15025A mensagem de Wellington Zangari, InterPsi, comentando e acompanhada da mensagem de desistência de Ademar Gevaerd
http://br.groups.yahoo.com/group/ceticismoaberto/message/15210Mensagem de Kentaro Mori encerrando o episódio:
http://br.groups.yahoo.com/group/ceticismoaberto/message/152313) Gevaerd já teve problemas com a polícia antes. Isso pode ser conferido aqui:
http://listas.pucsp.br/pipermail/pesquisapsi/2005-November/011242.htmlDenunciados à Policia Editores da Revista UFO - Ademar Jose Gevaerd e Rafael Cury terão que se explicar à Policia
13/11/2005 - Aquele se diz representante da Comunidade Ufológica Brasileira[que esteve em Brasília em Maio deste ano levando abaixo assinado de sua outra versão da Campanha Contra o Acobertamento Ufológico], Presidente da Comissão dos Ufólogos do Brasil - CUB, dirigente da Associação dos Ufólogos do Brasil - ANUB, sócio-diretor do Grupo Paracientífico e Editorial(antiga majoritária da Revista Ufo), atual Presidente do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores - CBPDV e Editor-proprietário da marca Revista UFO (Editada sob contrato de parceria com a Editora Mythos), "Ademar Jose Gevaerd"; juntamente com seu sócio-diretor "Rafael Cury" (Presidente do Núcleo de Pesquisas Ufológicas-NPU, Co-Editor da Revista UFO, e Editor do Jornal Enigmas (Paraná-Brasil) terão que prestar depoimento à Polícia Civil do Estado do Paraná, mais propriamente ao "Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes - NUCRIA" em razão da acusação da prática de ilícito contra um menor, feito pela mãe.
Conforme denuncia a mãe do menor, os editores da Revista UFO ao tomarem conhecimento de algumas peculiaridades do mesmo em questão, que possue determinados dons especiais e alteração na sua íris ocular que faz alusão à condição de extraterrestre, iniciaram uma verdadeira perseguição ao mesmo para que permitisse uma fotografia dos seus olhos. Gevaerd chegou à oferecer ao menor com um "vídeo-game", mas o garoto refutou dizendo que iria primeiro contar para sua mãe. Fato este que teria desencadeado uma série de contatos com ela para que assinasse então um contrato de exclusividade com a Revista UFO e a Rede Globo de Televisão/Programa Fantástico por r$ 5.000,00 (Cinco mil reais) mensais, já que um produtor desta emissora também participa da Revista.
A questão não estaria tão problemática se Gevaerd não fizesse em troca do contrato, mais uma exigência : "...que o garoto diga que é mesmo um extraterrestre, segundo orientação de Urandir Fernandes de Oliveira, e que este é um charlatão." Adriana, a mãe de Junior, o garoto perseguido pela Revista UFO, vendo ela ser alvo de uma estratégia mercadológica para difamar um terceiro fazendo uso da imagem de seu filho de "apenas 11 anos" como ferramenta, decidiu consultar as autoridades policiais de sua cidade.
Declaração de Gevaerd & Rafael Cury através de telegrama endereçado à Adriana, falava em "acabar com o Projeto Portal"[de Urandir] e para isso ofereciam total "segurança à ela e ao menino".
Atendida pela Delegada de Policia Ana Maria Machado, responsável pelo NUCRIA, Adriana revelou que nesta sexta-feira[12/11/2005] às 16h00´s no Victória Vila Hotel[Av. 07 de Setembro, 2448 - Curitiba/PR], Gevaerd & Rafael Cury à aguardavam para o fechamento do negócio.
Sabedora do histórico e deste pormenor, a Delegada Ana Maria Machado reuniu sua equipe e efetuou diligência ao local e hora determinados para constatação dos fatos. Chegando lá apenas encontrou Cury e alguns outros integrantes da Revista UFO que participavam de um evento promovido pela mesma. Gevaerd estava ausente por conta de atraso em seu vôo, com previsão de chegada por volta das 20h30´s.
Dra. Ana Maria e sua equipe preferiram aguardar a chegada de Gevaerd [mesmo sem mais condições legais para registro do flagrante-delito] onde então entregariam a "intimação" para o seu comparecimento na segunda-feira[14/11/2005] às 10h00´s na Delegacia para os devidos esclarecimentos.
Ainda não satisfeita com o encaminhamento da investigação, a Delegada está acompanhando de perto os passos dos editores da Revista UFO durante sua estada em Curitiba/PR para a realização do evento internacional de ovniologia/ufologia. Durante este trabalho no evento, a equipe Policial soube que os recepcionistas orientavam o publico logo na entrada à "não comentarem ou perguntarem nada à respeito do assunto Projeto Portal", e que Rafael Cury por algum motivo não realizou sua palestra que estava agendada e programada.
Fontes: Policia Civil do Estado do Paraná
NUCRIA/Dra. Ana Maria Machado
Gevaerd respondeu às acusações:
http://listas.pucsp.br/pipermail/pesquisapsi/2005-November/011250.html4) O Editor da Revista UFO aparentemente está tendo seu registro cassado. Pode-se conferir isso aqui:
http://br.geocities.com/anunciante18/ , mas não sei se o site é confiável.
5) Já foram totalmente explicadas as alegações de abduções alienígenas. Tal explicação encontra-se no site
http://www.ceticismoaberto.com/news/?p=3623 de Setembro, 2005
Explicadas alegações de abduções alienígenas – Paralisia no sono e falsas memórias envolvidas
Por William J. Cromie
Escritório de Notícias de Harvard
Muitas das pessoas que acreditam que foram abduzidas por aliens estão bombardeando Susan Clancy com e-mails e telefonemas de ódio. A investigadora de Harvard, que passou cinco anos escutando as histórias de em torno de 50 abduzidos, descreveu suas experiências (e as deles) em um livro novo a ser publicado em outubro.
Clancy, 36, gosta da maioria destas pessoas. “Eles definitivamente não estão loucos”, ela diz. Mas eles de fato têm “uma tendência para fantasiar e defender crenças e idéias incomuns. Eles não só acreditam em abduções alienígenas, mas também em coisas como OVNIs, PES, astrologia, tarô, canalização, auras e terapia com cristais. Eles também têm em comum uma série de experiências perturbadoras para as quais eles estão buscando uma explicação. Para eles, abdução por aliens é o que melhor se ajusta.”
Como você poderia adivinhar, as pessoas por trás de todo esses emails e telefonemas de ódio não aceitam isso. Eles estavam lá, ela não, eles insistem.
Em seu livro, “Abducted: How People Come to Believe They Were Kidnapped by Aliens”, a ser publicado pela Harvard University Press, Clancy descreve uma reação típica. “Você pode acreditar na coragem daquela menina (Clancy)”, um abduzido diz. “Ela vem a mim, como, ‘Oh, eu acredito que você foi abduzido! Me deixe entrevistá-lo para aprender mais…. Oh, o que realmente aconteceu [ela diz] é paralisia de sono.’ Ceeerto! Como diabos ela sabe? Aconteceu com ela? Havia algo no quarto aquela noite! Eu estava girando. Eu desmaiei… estava terrificado…. eu não estava dormindo. Eu fui levado. Eu fui violado, destroçado - literalmente, figurativamente, metaforicamente, tudo que que você quiser chamar isto. Ela sabe o como é isso? ”
Sonhos paralisantes
Histórias de abdução são notavelmente semelhantes. As vítimas acordam e se acham paralisadas, incapazes de movimento ou de chamar por ajuda. Eles vêem luzes brilhando e ouvem sons de zumbido. Sensações elétricas passam por seus corpos, que podem se levantar em levitação. Aliens com olhos oblíquos, pele cinza ou verde, sem cabelos ou narizes, se aproximam. O coração do abduzido bate violentamente. Há muitos exames na nave alien. São inseridos instrumentos em seus narizes, umbigos, ou outros orifícios. É doloroso. Às vezes relações sexuais acontecem.
Então termina, depois de segundos ou minutos. Os intrusos desaparecem. As vítimas estão de volta em suas próprias camas e podem se mover novamente.
Clancy, Richard McNally, professor de psicologia em Harvard, e outros pesquisadores ligam tais acontecimentos horrorizantes à paralisia no sono, uma condição onde a separação habitual entre sono e vigilância sai de sincronia.
Quando você sonha, você está paralisado. É uma adaptação natural para impedir que as pessoas de pulem da cama, atravessem portas ou janelas e se machuquem. Mas é possível acordar enquanto ainda paralisado.
“Nós podemos nos encontrar alucinando visões, sons, e sensações corporais”, Clancy diz. “Eles parecem reais mas eles são de fato produto de nossa imaginação.” Um pesquisador descreve isto como “sonhando com seus olhos bem abertos.”
Efeitos estranhos aparte, paralisia do sono é tão normal quanto soluçõs. Não é um sinal de doença mental. Aproximadamente 25 por cento das pessoas ao redor do mundo experimentaram isto, e aproximadamente 5 por cento têm o show inteiro de alucinações visuais, auditivas, táteis, e abdução.
Algumas destas pessoas se tornam completamente absorvidas pelo que aconteceu e buscam uma explicação. Isso pode conduzi-las bem em uma gama de técnicas diferentes bem conhecida a aqueles com uma rica vida de fantasia e uma aversão por explicações científicas.
Tais técnicas incluem hipnose, visualização guiada, regressão e terapias de relaxamento. “Todos estes funcionam mais ou menos do mesmo modo”, comenta Clancy. “O terapeuta acalma o abduzido a um estado sugestivo no qual limitações normais da realidade são relaxadas, e então pergunta para a pessoa para visualizar vividamente coisas que poderiam ter acontecido.” Ou que podem não ter acontecido.
Hipnose, ela diz, “é um modo ruim de refrescar suas memórias. Não apenas isso, faz você suscetível a criar recordações de coisas que nunca aconteceram, coisas que foram sugeridas a você ou que você apenas imaginou. Se você (ou seu terapeuta) têm crenças ou expectativas preexistentes, você está disposto a recordar experiências que se ajustam a estas convicções, em lugar de eventos que de fato aconteceram.”
Falsas memórias
Clancy sabe tudo sobre falsas memórias; elas a levaram a estudar abduzidos para início de conversa. Quando ela chegou a Harvard para trabalhar em um Ph.D. em 1996, ficou fascinada pelos impactos políticos, legais e sociais das pessoas que de repente recuperaram memórias de abuso sexual na infância. Usando testes de laboratório padrão, ela descobriu que mulheres que relataram recuperar tais memórias eram mais dispostas a se lembrar de coisas que nunca aconteceram que mulheres que sempre se lembraram de tal abuso.
Porém, aquele resultado não prova se a mulher com recordações recuperadas tinha ou não sido abusada sexualmente de fato. Clancy então teve a idéia de que se ela pudesse adquirir uma segurança científico melhor em falsas memórias estudando pessoas que recuperaram memórias de eventos que, de acordo com ela, não podiam ter acontecido, i.e., abduções por alienígenas.
“Menino, eu era ingênua”, ela diz em retrospecto. “Você não pode desprovar abduções aliens. Tudo que você pode fazer é mostrar que a evidência é insuficiente para justificar a crença, e tentar entender por que as pessoas têm essas crenças.”
A caminho de fazer isto, ela, McNally e seus colegas fizeram algumas descobertas tantalizantes. Medidas de sudorese, batimento cardíaco e ondas cerebrais mostraram que aqueles dizendo ser abduzidos mostram os mesmos sintomas de síndrome de stress pós-traumático que veternoas de combate. Os investigadores porém não concluíram que os abduzidos tinham experimentado um trauma do tipo de combate. Ao invés, eles acreditam, é a significação emocional de uma memória, seja ela verdade ou não, que causa mãos suadas e batidas do coração rápidas.
Mais cedo este ano, Clancy e McNally reportaram em outro estudo ter descoberto que aqueles que recordaram abuso sexual infantil ou abduções aliens experimentaram taxas mais altas de paralisia de sono que aqueles que não fazem tais afirmações. Notavelmente, o primeiro grupo também marcou alto em características subjacentes de disposição à fantasia, interesses e experiências paranormais, e inabilidade de se relacionar socialmente a outros.
Acrescente a esta mistura um interesse recorrentes em aliens expressos em livros, em filmes, e na televisão, como também verdadeiras descobertas de mais de 150 planetas orbitando outra estrelas em nossa galáxia. Subjugados por este furacão de paralisia de sono, falsas memórias e fantasia, algumas pessoas buscam explicações e acabam em fantasmas, reencarnações e personalidades múltiplas. Outros pensam que abduções aliens fornecem respostas e paz de espírito, diz Clancy.
“Provavelmente não importa muito aos abduzidos se eles estão certos ou errados”, ela comenta. “Eles se sentem bem simplesmente por causa do que acreditam.”
Clancy terminou seus estudos de abduções espaciais. Ela trabalha agora na América Central, ensinando, continuando pesquisa em trauma e memórias, e escrevendo um livro em memórias recuperadas de abuso sexual infantil. Você pode apostar que esse livro trará outra onda forte de correio de ódio.
[Fonte: Harvard Gazette: Alien abduction claims explained – link original:
http://www.news.harvard.edu/gazette/2005/09.22/11-alien.html ]
6) Tudo aponta que estamos sós no Universo
http://www.terra.com.br/istoe//1585/ciencia/1585enfim.htmEnfim, sós?
Cientistas americanos afirmam em livro polêmico que vida inteligente em todo universo só existe mesmo na Terra
Norton Godoy
Parece que somos realmente abençoados por alguma força divina, seja ela uma expressão cósmica ou uma entidade onipresente. Pelo menos essa é, por mais paradoxal que pareça, a conclusão a que chegaram dois proeminentes cientistas americanos. Ao contrário do que diziam há até pouco tempo vários de seus colegas do meio científico, eles tentam provar agora que a vida inteligente que existe na Terra é um fenômeno raríssimo, senão único. Em suma, é muito provável que estejamos sós no Universo. Todo o raciocínio dos cientistas Peter Ward e Donald Brownlee, ambos da Universidade americana de Washington, está detalhadamente exposto em livro recém-lançado nos EUA, Rare Earth (Terra rara) que já é objeto de grande polêmica nos mais renomados centros acadêmicos do Hemisfério Norte.
Pode-se dizer que o trabalho destes dois pesquisadores avança contra a maré de suposições e teorias colecionadas nas últimas décadas a partir do trabalho da chamada exobiologia. Eles não negam, porém, a possibilidade de que exista vida fora da Terra. Argumentam, no entanto, que as condições para que algum tipo de vida evolua a ponto de se transformar num ser inteligente são tão complexas e raras que não há sinais de que isso tenha acontecido em outras partes do Universo, a não ser na Terra. Para chegar a tal conclusão eles reuniram descobertas recentes de diversos campos da ciência, desde a astronomia e a geologia, passando pela paleontologia. "O que estamos fazendo é finalmente afirmar alto-e-em-bom-som o que muitos já pensavam há muito tempo", diz Ward, um paleontólogo especializado em extinções em massa. Ele e seu colega, o astrônomo Brownlee, afirmam no livro: "Quase todos os ambientes do Universo são terríveis para a evolução da vida. Ela só pode se desenvolver em Jardins do Éden como a Terra."
Bom, não é o que pensava uma comunidade de astrônomos que ganhou notoriedade nas últimas décadas. E que não mediu esforços para divulgar sua visão de um cosmo coalhado de civilizações alienígenas. Dois exemplos notáveis foram os dos americanos Frank Drake e Carl Sagan. Drake foi o primeiro a buscar nos céus ainda nos anos 60 sinais de rádio que pudessem conter alguma mensagem alienígena inteligente. Também foi o primeiro a elaborar uma equação matemática (que acabou recebendo seu nome) que determinava quantas dessas civilizações existiriam por aí: só a nossa galáxia, a Via Láctea, abrigaria cerca de dez mil raças alienígenas com inteligência suficiente para estabelecer uma comunicação interestelar. Um dos seus seguidores mais notáveis foi justamente Carl Sagan (falecido em 1996), que, além de astrônomo respeitável, foi um dos maiores divulgadores da astronomia para o público leigo - com o programa de tevê dos anos 70 Cosmos e, mais recentemente, autor da ficção que virou filme de sucesso, Contato.
Raridades
Mas, segundo as conclusões de Ward e Brownlee, a equação Dra-ke é otimista demais. "Mesmo sendo desarticulada, tal equação e as teorias que dela surgiram acabaram encontrando adeptos em um número cada vez maior de astrobiólogos", dizem os autores a respeito dos colegas que buscam evidências de vida extraterrestre. No livro, eles citam uma por uma várias características tão raras que precisam estar reunidas em um planeta para que ele passe a ser um Paraíso nos céus para a formação de uma vida tão complexa como a que desenvolve inteligência. Entre elas:
Uma órbita que mantenha o planeta a uma distância de sua estrela que garanta que sua água se mantenha líquida.
Uma lua com tamanho suficiente e órbita a uma distância que minimize qualquer mudança na inclinação do eixo do planeta, garantindo assim estabilidade no clima.
Carbono em quantidade necessária para o desenvolvimento da vida, mas que não ultrapasse o limite que começa a favorecer o chamado efeito estufa, como acontece no superaquecido planeta Vênus.
Além disso, a Terra se beneficia de uma posição no sistema solar e na galáxia onde os níveis de radiação cósmica não são altos. Mais: conta com a proteção de um planeta como Júpiter, o maior de nosso sistema solar, com tamanho que lhe dá uma gravidade que acaba atraindo para si - e impedindo uma trajetória que atinja a Terra - cometas e asteróides que poderiam destruir nosso planeta.
Nas considerações finais do livro, os dois cientistas não deixam de encorajar os necessários testes para confirmar sua teoria. Lembram que a nova geração de poderosos telescópios que estão sendo enviados à órbita terrestre podem ajudar nesse sentido, os dois autores concluem com um pensamento filosoficamente importante para toda a humanidade: "Tal hipótese aumenta o peso de nossa responsabilidade toda vez que uma planta ou animal é levado à extinção." Ward acrescenta: "Se somos tão raros como acho que somos, talvez seja nosso destino colonizar as estrelas, com a vantagem de que não encontraremos hordas ou legiões de civilizações hostis." Bom, poderia se dizer também que, se a ciência alimenta a ficção, é provável que os filmes de ETs estejam assim com os dias contados.