Como pode ter um enfoque "totalmente" diferente se nesse artigo de 2004 ele cita várias partes do artigo de 2001?
E só porque ele cita várias partes o enfoque é o mesmo? Esqueceu do exemplo que acabei de dar do Nahor que cita sua própria tese de doutorado como se fosse uma tese criacionista?
Bom, vc disse que o autor em seu artigo de 2001 nada indica no artigo da Lancet de que o que ele fala se trata de algo paranormal ou de espíritos. Para isso então tenho mais 1 argumento, mas antes de apresentá-los lembro que ao menos concordamos que ele sugere que nem a consciência nem as memórias estão no cérebro. Isso já é um reforço à hipótese de espíritos. Vamos agora ao novo argumento sobre o que se entende do artigo da Lancet:
a) O próprio Lommel escreveu uma réplica a um artigo escrito em 2003 por Michael Shermer na Scientific American sem que citava seu artigo. O artigo está disponível na íntegra em
http://www.sciam.com/article.cfm?colID=13&articleID=00079AC8-53A5-1E40-89E0809EC588EEDF , e diz:
The December 15, 2001, issue of the Lancet published a Dutch study in which 12 percent of 344 cardiac patients resuscitated from clinical death reported near-death experiences, some having a sensation of being out of body, others seeing a light at the end of a tunnel. Some even described speaking to dead relatives. Because the everyday occurrence is of stimuli coming from the outside, when a part of the brain abnormally generates these illusions, another part of the brain interprets them as external events. Hence, the abnormal is thought to be the paranormal.
These studies are only the latest to deliver blows against the belief that mind and spirit are separate from brain and body. Na minha tradução, Shermer diz:
"Estes estudos são somente os últimos a desferir rajadas contra a crença que essa mente e espírito são separados do cérebro e corpo"
Na réplica de Lommel, disponível em
http://www.nderf.org/vonlommel_skeptic_response.htm, ele diz:
Only recently someone showed me the "Skeptic" article* by Michael Shermer. From a well respected and, in my opinion, scientific journal like the Scientific American I always expect a well documented and scientific article, and I don’t know how thoroughly peer-reviewed the article from Shermer was by the editorial staff before publication. My reaction to this article by Shermer is because I am the main author of the study published in The Lancet, December 2001, entitled: “Near-death experience in survivors of cardiac arrest; a prospective study in the Netherlands”. About what he writes about the conclusions from our study, as well as from the effect of magnetic and electrical “stimulation” of the brain, forces me to write this paper, because I disagree with his theories as well as with his conclusions.
[..]
In trying to understand this concept of mutual interaction between the “invisible and not measurable” consciousness, with its enormous amount of information, and our visible, material body it seems wise to compare it with modern worldwide communication.
[...]
So we need a functioning brain to receive our consciousness into our waking consciousness. And as soon as the function of brain has been lost, like in clinical death or in brain death, with iso-electricity on the EEG, memories and consciousness do still exist, but the reception ability is lost. No trecho acima, e defendendo seu próprio artigo publicado na Lancet, ele fala de uma consciência que persiste existindo além da morte. Ele ainda diz:
Michael Shermer states that, in reality, all experience is mediated and produced by the brain, and that so-called paranormal phenomena like out-of body experiences are nothing more than neuronal events. The study of patients with NDE, however, clearly shows us that consciousness with memories, cognition, with emotion, self-identity, and perception out and above a life-less body is experienced during a period of a non-functioning brain (transient pancerebral anoxia). Acima ele portanto defende, baseado no seu estudo na Lancet, que as OBES, ditas
paranormais, não são meros eventos neurais.
Assim, continuo entendendo que no artigo da Lancet ele se refere a uma transcendência paranormal, numa consciência que permanece viva após a morte.
O motivo, e já explicado, e publicado numa revista indexada pelo ISI, é este:
Casos como estes, nos quais a afirmação da pessoa de ter percebido acontecimentos inacessíveis a seus sentidos físicos têm sido confirmados e verificados, são ainda muito raros; mas acreditamos que casos que tenham todas as três características que descrevemos poderiam oferecer evidência sugestiva da sobrevivência da consciência após a morte, se novos casos puderem ser encontrados e adequadamente investigados logo após ocorrerem. De particular importância também seria a identificação e investigação de mais casos como o de Pam Reynolds, no qual uma atividade sensorial e cognitiva complexa e clara parecia estar ocorrendo quando praticamente toda a atividade cerebral havia cessado. Enfatizamos, no entanto, que EQM podem oferecer somente indireta evidência da continuação da consciência após a morte: porque as pessoas que vivenciaram estas experiências viveram para relatá-las, portanto elas não estavam mortas, embora pudessem estar próximas desta condição. Entretanto, EQM do tipo que descrevemos, juntamente com outros tipos de experiências sugerindo sobrevivência após a morte (ver, e.g., Gauld, 1982; Stevenson, 1987; Stevenson, 1997), oferecem convergente evidência que garante o fato de podermos levar a sério a idéia de que a consciência pode sobreviver à morte.
Não, isso não é nenhuma evidência de sobrevivência da consciência após a morte.
Poderia ser no máximo evidência de que pode haver uma consciência mesmo com atividade cerebral abaixo da sensibilidade do EEG.
Errado. Mesmo nesse caso, pode haver evidência de um fenômeno paranormal. Pode haver aquisição de informação por meios desconhecidos. Os autores fornecem exemplos desse tipo. O artigo está disponível em
http://br.geocities.com/existem_espiritos/poderao_eqms_oferecer_evidencia_de_vida_apos_a_morte.htmlMas não há qualquer razão lógica para supor que mesmo essa atividade não cesse quando cessar totalmente a atividade cerebral, ou seja, em caso de morte. Não foi apresentada qualquer evidência a favor disso além da crença do autor que assim é.
Foram apresentados casos que sugerem a presença de um fator paranormal, em que informações são conseguidas por meios desconhecidos. Além disso, foi argumentado que o fenômeno EQM quando analisado em conjunto com outra classe de fenômenos (mediunidade, reencarnação) converge-se para a hipótese de uma consciência sobrevivente após a morte.