Se deus pode tudo, não seria mais lógico (e menos doloroso) ele ter criado todo mundo perfeito (no estado de perfeição/evolução máxima segundo o espiritismo) e com a capacidade nata de valorizar essa condição, sem que para isso fosse necessário sofrimento algum como forma de se obter mérito?
Vejam só, a finalidade única do mérito através do esforço próprio, segundo a própria DE, resume-se ao maior valor que se dá a algo assim obtido.
O mérito, segundo sua definição usual, também tem por escopo diferenciar indivíduos e/ou grupos que conseguem sobressair-se ums aos outros, como, p. ex., ocorre nos esportes, artes, ciências, profissões, em fim, na vida de uma forma geral.
Todavia, esse objetivo, quando visto sob a ótica da DE, perde o sentido. Ora, se todos conseguirão atingir o máximo grau de perfeição, como poderemos falar de mérito no sentido supra-indicado, ou seja, como fator de diferenciação entre indivíduos?
Logo, quando tratado sob o prisma da DE, o conceito de mérito restringe-se a idéia de merecimento como meio de valorização do status alcançado. Na minha opinião, contudo, para isso não seria necessário sofrimenteo algum, bastando que deus (onipotente que é) tivesse criado o homem desde logo perfeito e com a capacidade nata de valorizar esse estado de perfeição.