Eu considero incorreto. O ser humano não conhece toda a realidade para afirmar categoricamente que não existe probabilidade alguma (mesmo que ínfima) da existência de um ser superior.
Mas o que é a probabilidade "da existência de um ser superior"? Uma coisa é a probabilidade de existência de "seres superiores" no contexto do Universo ou do Multiverso vivendo integrados nas respetivas leis naturais dos mundos em que habitam e que os gerou... Outra coisa é a probabilidade de existência de "seres superiores" sem definir claramente o que é isso de "seres superiores": como surgiram? a que leis se submetem? quais os seus atributos? Não basta dizer "ser superior"... e já agora não basta dizer "deus ou deuses". É preciso definir muito bem o objeto do qual estamos a tentar avaliar probabilidades de existência.
Primeiramente meu caro Pagão, vamos abordar um pequeno detalhe no seu texto que é principalmente técnico, mas de alguma relevância na conceituação de Deus.
Trata-se do vocábulo "Multiverso" que em confronto com Multiuniversos, soaria mais correto.
Mas, não se considerarmos o Universo como uma entidade que se basta a si mesma, que embora tendo todos uma mesma causa, não são interdependentes.
Existindo infinitos universos poderíamos nos referir ao fenômeno dessa existência como aos Multiuniversos.
A relação com o tema está diretamente ligada ao conceito de Deus como criador.
O Panteísmo não admite a existência deste Deus criador mas tudo o que existe é emanação deste Deus.
Então quando vc diz " É preciso definir muito bem o objeto do qual estamos a tentar avaliar probabilidades de existência.", contrariaríamos um axioma filosófico:
tudo o que pode ser definido perde sua transcendência e se torna limitado pelo o conhecimento que o define... neste caso seríamos nós, os homens.O que existe de fascinante nas cogitações a respeito de Deus está exatamente no fato de que, embora o homem tenha um infinito potencial imaginativo, diante deste mistério ele se reconhece impotente. Daí surgem as religiões (já havia dito isto antes).
Excluo naturalmente os céticos neste contexto, pois não se dariam ao trabalho mais esforçado para este entendimento.