Quer dizer...O paranormal precisa da localização do alvo desconhecido, faz uma "projeção psíquica" até o alvo (que deve estar dormindo para funcionar), pede a autorização ao alvo (que está supostamente sonhando) estabelecendo uma conversação no "plano astral" para dar uma volta até alguma coisa que ele diz ser o "Sanctum Celestial" para ouvir umas explanações "por lá". No fim, o alvo acorda e se lembra de tudo. Certo? Sim, mas só na cabeça dos crentes.
Na prática funciona assim. O paranormal faz uma descrição superficial do que poderia ser o resultado final da experiência. Ele diz uns bullshits sobre "projeções psíquicas", menciona as condições de sucesso, no caso a autorização e o que o alvo vai "perceber" (Sanctum Celestial) e demais matérias-primas para uma experiência supostamente inesquecível. Pronto, o alvo já tem todos os elementos para montar sua própria viagem ao seu Sanctum Celestial, da mesma forma que a AMORC faz com todos os seus seguidores. Se o alvo dorme profundamente ou acorda sem se lembrar de nada, o "projetor" diz que a autorização não foi concedida "lá" no astral ou outro bullshit que justifique o fracasso do experimento. O "sucesso" do experimento é sempre confirmado por aqueles que querem acreditar que a experiência deu certo, mas nunca se lembram de detalhes, e quando se "lembram" estes são variações das informações previamente fornecidas pelo "projetor" ou falsas memórias criadas em torno delas. Os alvos podem descrever uma sensação de bem estar, harmonia, uma música angelical distante , cores lindas, lembrar que viu paisagens maravilhosas, sentir a presenças de sábios ao redor e até pessoas falecidas. Jamais se lembram com precisão de números, informações exatas como em descrições fotográficas, tudo fica confuso, misturado. Ainda assim os alvos acreditam que foi uma experiência real, significativa e reveladora. Na verdade estavam sonhando, alvo e projetor, cada um em sua cama.
Incrível como "pontos de interrogação ambulantes" caem nessa maracutaia do auto-engano.