(...)"Por que tá me abordando?!?"
"Eu mandei ir pra parede, porra!! É pra parede!!! Caralho, merda..."
Isso vai levar a ocorrência pra outro nível e nesse caso você praticamente tá pedindo pra ser desacatado.
Eu sempre fui mais de boa. O cara quer saber porquê? Responde, ué. "Teve um assalto e o cara/o carro parece você/está vestido igual/ tem a placa parecida/ etc...". Não arranca pedaço e nem me faz menos homem justificar minha ação. Se eu estou amparado na legalidade, não tenho que ter medo de falar.
(...)
Eu posso dizer que na Argentina fui muitas vezes abordado da primeira forma e em 22 anos de Brasil jamais fui abordado dessa forma. Para não dizer nunca, uma vez somente, e eu realmente estava numa `situação suspeita`: esperava um colega chegar da faculdade, lá por `94, num local de jogos eletrônicos, onde todos foram enquadrados. Porém quando o policial viu o meu documento de estrangeiro me explicou a situação me falando que estavam procurando um meliante qualquer, me aconselhou não frequentar esses lugares, e eu me desculpei explicando o que estava fazendo ali e que era uma exceção. Não custa nada, e o policial fica mais calmo, isso é evidente. E é tudo o que a gente quer de alguém que pode apontar uma arma para você, que fique calmo, não é mesmo ?
Na Argentina não, fui muitas vezes enquadrado, mas éramos jovens e jovem não pode andar na rua à noite.
Isso porque já era democracia, mas o meu cabelo comprido era suficiente para ser taxado de suspeito, inclusive já fui abordado mais de 5 vezes, pelos menos policiais, na mesma praça, à mesma hora (umas 19h, voltando da aula de piano!; na última vez fiquei realmente nervoso, perguntei bem alto o que queria, se ia ver antecedentes que olhasse a ficha do dia anterior, já que estava lá também, tive que ir até a delegacia com os outros `meliantes`, todos pentelhos nada perigosos, mas depois dessa vez não me incomodaram mais).