O Sakamoto hoje bateu os recordes... não consigo entender como o UOL mantém o blog de alguém assim tão, tão estúpido..
Quantas pessoas já morreram no volante querendo ser Paul Walker?
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É claro que devemos lamentar a morte de qualquer ser humano em uma situação trágica como essa e esperar que a família, amigos e fãs encontrem consolo de alguma forma.
Mas[...]
http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/12/02/quantas-pessoas-ja-morreram-no-volante-querendo-ser-paul-walker/
Absolutamente idêntico às conversas que começam com: "Eu não sou racista, mas..."
Não vi muita analogia com "sou racista, mas".
Os "carrões" exercem sim alguma influência na identidade da pessoa e nos riscos a que se submetem, embora não seja uma coisa unilateral/mágica, mas algo mais como um mecanismo de auto-reforço. Mas mesmo sem a parte "auto" (self) do reforço, já deve poder haver alguma espécie de efeito quase independente de sugestão na identidade e comportamento.
Há tempos atrás postaram sobre um estudo sugerindo que, supostamente só ler um texto contendo palavras como "Flórida" e "rugas" já tinha um sutil efeito sobre o comportamento das pessoas, que andavam mais "como se fossem velhos", em comparação com os controles (embora talvez fosse interessante ter tido uma avaliação ignorante do que está sendo estudado, que possivelmente não detectaria nada (havendo ainda o risco de ter o efeito mesmo assim), o que não sei se foi feito). Esse é o exemplo que me lembro agora, mas acho que existem outros melhores.
Porém, não gostei no texto desse tom quase explícito de "bem feito". Também não necessariamente compartilho de qualquer opinião sobre o que ele pense que devesse ser a indústria cinematográfica, embora eu ache que não fariam mal em glorificar menos mau comportamento de modo geral.
(Outro quase-exemplo relacionado que me lembrei era que se averiguou que o que predizia quanto um estudante bebia era o quanto a pessoa achava que as outras pessoas da faculdade bebessem. O mesmo tipo de coisa parece que se verifica com "trapaças" de modo geral, se há uma percepção de que todo mundo trapaceia/faz algo errado, isso vira norma/"certo", porque não se quer ser "otário".)