JCatino,
Na época em que Bohr fez sua descoberta e mostrou seus cálculos, eles foram saudados pelos fisicos como o mais espetacular de toda a História da Física.
Einstein foi um dos que ficou bastante impressionado.
Tambem pudera. A base do método cientifico está na confrontação entre o cálculo e o valor experimental.
O que SnowRaptor e sua turma estão fazendo é chamar Einstein e tantos fisicos de idiotas.
E de lambuja estão negando o método cientifico
O valor obtido experimentalmente é Rh= 10967757,6.
Como ordem de grandeza o número obtido é 10^7.
Mas Bohr poderia ter obtido no seu cálculo um número qualquer com a ordem de grandeza de 10^6.
A probabilidade disso acontecer, como coincidência, é a combinação de 7 numeros.
Mas Bohr poderia ter obtido um número da ordem de grandeza de 10^8. E a probabilidade seria a combinação de 9 numeros.
Poderia tambem ter obtido um número menor que 1, com ordem de grandeza de 10^-8. Ou 10^-9. E por aí voce já vê que matematicamente a hipotese de coincidencia está totalmente descartada.
Mas o mais interessante vem a seguir.
O trecho adiante é do meu livro Evolução da Mecanica Quantica- O duelo Heisenberg X Schrodinger, que vai ser publicado em outubro vindouro.
Quando Yukawa apresentou sua teoria do nêutron, o méson ainda não tinha sido detectado experimentalmente. Portanto a teoria dele supostamente previu a existência de uma nova partícula, que os físicos desconheciam. Quando o méson foi detectado, o fato foi interpretado como uma confirmação da teoria de Yukawa, e ele ganhou o Premio Nobel por ter previsto a existência do méson.
Mas analisemos a previsão de Yukawa.
Os físicos medem a massa das partículas em frações de quilos, mas também a medem em uma outra unidade, que é o MeV/ c2. Os valores que vêm a seguir são apresentados nessa unidade.
A teoria de Yukawa previa que a massa do méson devia ser 100.
A massa detectada pelas experiências foi de 140. Portanto houve uma diferença de 40%, e a previsão da teoria não foi uma maravilha. Mas há ainda mais agravantes. Veja quantos mésons existem na Natureza:
Tipo massa
Meson π 140
Méson K 490
Méson η 549
Méson η’ 958
Consideremos então que 40% de erro é uma boa previsão, já que os físicos consideraram que o erro de Yukawa é aceitável.
1- Previsão: massa de 230 - Se a teoria dele tivesse previsto uma massa de 230, um erro permitido de 40% resulta em 92 ( ou seja, 230±92 ). Como 230-92 = 138, este valor seria confirmado pelo valor real de 140 detectado experimentalmente. Portanto, se tivesse previsto uma massa entre 100 e 230 ele teria acertado também.
2- Previsão: massa de 350 – Agora o erro permitido é de 140. Como 350+140 = 490, este valor bate com a massa do méson K. Nesse caso, se a teoria tivesse previsto uma massa de 350, a previsão também se confirmaria.
3- Previsão: massa entre 350 e 1000 - Qualquer valor previsto nesta faixa daria bom resultado, pois a previsão daria um valor próximo de 490, 549, ou 958.
Conclusão: Yukawa poderia ter previsto as seguintes massas:
Qualquer valor entre 100 e 230
Qualquer valor entre 350 e 1000
Todas elas seriam confirmadas experimentalmente.
Ele só não acertaria se tivesse previsto uma massa próxima de 300. Ora, numa faixa de 100 a 1000, qualquer previsão (exceto entre 270 e 320) daria um bom resultado, segundo o critério de aceitação que os físicos adotaram ao considerar a previsão de Yukawa como aceitável.
A possibilidade de erro é muito remota. Qualquer previsão daria certo.
Percebe-se que o acerto de Yukawa nem pode ser considerado coincidência, pois ele não tinha como errar. Se alguém esconde uma agulha em um palheiro, e nós enfiamos a mão na palha e achamos a agulha na primeira tentativa, isso é coincidência. Mas se alguém coloca milhares de agulhas no palheiro, e nós na primeira tentativa conseguimos achar uma agulha, isso não é coincidência: havia pouca chance de errar.
Mas sejamos indulgentes e chamemos de coincidência a previsão de Yukawa. Não é surpreendente que os físicos aceitaram-na de braços abertos, como uma confirmação da teoria?
E vejam que ironia (ou talvez melhor qualificá-lo de contra-senso): os físicos consideram coincidência os sucessos do átomo de Bohr. E fazem isso apesar de serem uma proeza matemática que não se pode contestar alegando coincidência, pois pelas leis da probabilidade é impossível que sejam acidentais. Deve realmente haver alguma ligação com a realidade no átomo de Bohr, conforme veremos no capítulo 19.
Portanto a confiança dos físicos na matemática é muito subjetiva. Eles aceitam com boa vontade os frutos da matemática quando ela fornece resultados que lhes convém. Mas se a matemática contraria as expectativas dos teóricos, eles a rejeitam, da mesma forma que um religioso rejeita argumentos plausíveis para explicarem um suposto milagre que ele teima em atribuir a causas sobrenaturais.
Sacou, JCatino ?
Bem, é isso aí.
Mas vou ficando por aqui. Não vale a pena discutir. Logo os chacais estarão aqui, vociferando suas sandices.
Adeus.