Observem:
A formação das antigas culturas orientais é visivelmente cingida por uma série intensa de contatos e influências que integram os vários povos encontrados neste recorte espaço-temporal. Infelizmente, essa ideia de diálogo entre as antigas civilizações não é tão óbvia para os alunos que, em tão pouco tempo, são obrigados a assimilar um considerável volume de conteúdos envolvendo os vários povos que apareceram na região do Crescente Fértil.
Um recurso bastante útil para que o contato entre as culturas antigas possa ser melhor assinalado pela classe, consiste em comparar pontos comuns dessas civilizações. Para que isso seja possível, o professor de História é obrigado a se lançar a, nem sempre simples, tarefa de buscar, recolher e selecionar documentos históricos antigos que possam viabilizar a discussão destas questões. Dessa forma, buscamos sugerir o trabalho com a tradição jurídica dos povos Orientais.
A adoção deste tipo de exercício não só destaca uma importante capacidade interpretativa inerente ao estudo da História, bem como mostra aos alunos (principalmente no Ensino Médio) uma espécie de reflexão bastante recorrente aos estudantes de Direito. Dando continuidade à nossa proposta, indicamos ao professor a rápida exposição de alguns artigos do Código de Hamurábi, escritos no Primeiro Império Babilônico, e da Lei Mosaica, elaborada pelos hebreus nos tempos de Moisés.
Texto I: Artigos do Código de Hamurábi— Se um homem furar o olho de um homem livre, furar-se-lhe-á um olho.
— Se ele fura o olho de um escravo alheio ou quebra um membro ao escravo alheio, deverá pagar a metade do seu preço.
— Se um arquiteto constrói uma casa para alguém, porém não a faz sólida, resultando daí que a casa venha a ruir e matar o proprietário, este arquiteto é passível de morte.
— Se, ao desmoronar, ela mata o filho do proprietário, matar-se-á o filho deste arquiteto.
(AQUINO; FRANCO; LOPES, 1980, p. 114).
Texto II: Extratos da Lei Mosaica— Se um homem der um soco no olho do seu escravo ou da sua serva, e, em consequência, eles perderem esse órgão, serão alforriados como compensação.
— Não se punirá o homicida antes de ouvidas as testemunhas. Ninguém será condenado pelo testemunho de um só.
— Aquele que ferir seu pai ou sua mãe será punido de morte.
— Aquele que ferir um dos seus concidadãos será tratado como o tratou: receberá fratura por fratura e perderá olho por olho, dente por dente. (ARRUDA, 1981, p. 98).
Ao oferecer a leitura desses códigos jurídicos aos alunos, pode-se levantar uma série de conceitos de justiça partilhados pelas civilizações hebraica e babilônica. Vivendo em regiões próximas do Crescente Fértil, essas duas populações vão ter uma semelhança em seus princípios jurídicos que faz clara referência ao ancestral Princípio de Talião. Além disso, é possível destacar um expressivo grau de organização política no simples fato de hebreus e babilônios terem a preocupação em registrar graficamente suas leis.
Outros pontos, como a utilização de castigos físicos e a interferência de cunho social na programação das penas, ainda podem ser discutidos em sala. Levantando aqui uma breve leitura dessa documentação, podemos deixar claro aos alunos quando diversos especialistas definem o Crescente Fértil como sendo um verdadeiro “caldeirão de povos”.
Por Rainer Sousa / Graduado em História / Equipe Brasil Escola
Eu: Quem já lei o evangelho segundo o espiritismo sabe que existe uma menção do termo no livro:
"Olho por olho, dente por dente"
Uma parte do parágrafo diz: "Os processos do mundo sobre o que se convencionou chamar "ponto de honra" produzem essas suscetibilidade sombria, nascida do orgulho e da exaltação da personalidade, que leva o homem a retribuir uma injúria com outra injúria, uma ofensa com outra, o que é tido como justiça por aquele cujo senso moral não se acha acima do nível das paixões terrenas. Por isso é que a lei mosaica prescrevia: olho por olho, dente por dente, de harmonia com a época em que Moisés vivia. Veio o Cristo e disse: Retribui o mal com o bem."
O restante do parágrafo esta cheio de proselitismo, porém, me parece fácil um estudioso pegar leis do passado e reescreve-las diante de um contexto social onde trate o ser humano de uma forma mais civilizada. Em Paris não se era como na Mesopotâmia onde se matava cachorro a grito. Por isso acho a adequação linguística e social mais fácil para o evento e promoção da doutrina. Entre 1800 e 1900 era fácil criar doutrinas onde já se tinha uma base linguística e fatos vividos no passado onde determinadas leis de conduta com estatísticas resultantes, já se tinha (boas ou ruins / benéficas ou malignas).
Faço um adendo que as irmãs Fox, fizeram o prestígio de escrever sobre o início do espiritismo: "Death Blow to Spiritualism - Being the True Story of the Fox Sisters", traduzido, "O Golpe de Misericórdia ao Espiritismo - Sendo a verdadeira história das irmãs Fox", 15 de outubro de 1888. Onde com legível assinatura de Margaret e Catherine, observa-se:
"Nós aprovamos projeto de Mr. Reuben B. Davenport para escrever um relato verdadeiro sobre a origem do Espiritismo e de nossa conexão com ela, e autorizá-lo a fazer bom uso de todos os dados e materiais que fornecer-lhe."
Nova York, 15 de outubro de 1888.
Se alguém leu esse livro vai entender que tudo foi um truque, as batidas na casa e promoção de uma terceira irmã, onde esta fez o papel da agenciadora. Lei de Hamurabi, Mosaica, Cristianismo, Espiritismo, Constituição Federal, Código Civil, Código Penal, Código Florestal, etc. Mas o homem não esta se educando porque? Onde esta a falha na educação?