Famado, já que você parece não gostar de fósseis, há um experimento de laboratório com biologia evolutiva facinho de fazer. É com bactérias. E eu não vou falar de esterilização, subentende-se que O PROCEDIMENTO INTEIRO DEVE SER REALIZADO EM CONDIÇÕES COMPLETAMENTE ESTÉREIS PARA ASSEGURAR QUE NENHUM MICRÓBIO INVASOR FDP VÁ ENCACAR COM O EXPERIMENTO.
Pegue uma cultura de bactérias. Coloque-a numa placa de ágar, contendo todos os nutrientes necessários para elas se reproduzirem e etc. Repique a cultura, diversas vezes (repicar: pegar uma pequena parte e colocar numa placa de ágar com nutrientes novo, isso é para se ter certeza que as bactérias são todas oriundas de um mesmo ancestral).
Agora, prepare outras placas de ágar, metade com todos os nutrientes ("C"), metade faltando UM nutriente essencial ("F"). Por exemplo um aminoácido importante (ex: glicina).
Conte umas 50 gerações após a última repicação (ah, antes saiba quanto tempo a sua cultura demora para se reproduzir). Pegue um pedaço de feltro, pouse-o delicadamente sobre a placa da cultura de bactérias, para inoculá-lo. Tente não esfregar o feltro: você quer saber aonde estão as colônias de bactérias.
Agora, com esse feltro inocule uma das placas F e DEPOIS uma placa C (se você fizer ao contrário, vai contaminar a placa faltante). Chame essas placas de F-1 e C-1.
Veja se alguma colônia sobreviveu na F-1. Provavelmente, nenhuma. Use a placa C-1 para inocular as placas F-2 e C-2, e assim por diante. Sugiro repetir com 100 gerações, 200, 300...
Ao que me lembre, lá pela 2000ª geração, EM MÉDIA (pois é um evento aleatório), uma coloniazinha consegue sobreviver sem o tal nutriente. Se você repicar a tal colônia, ela consegue sobreviver em outras placas F. Digamos que isso ocorreu na placa F-2000. Então, pegue a placa C-1999 e inocule mais uma plaquinha F ("F-2000x"), ou duas, talvez. Veja se a colônia resistente aparece no mesmo ponto da placa que apareceu na placa F-2000.
Se sim, está comprovado que:
a)A colônia de bactérias passou de inapta a sobreviver sem o nutriente a apta;
b)A mutação que permitiu isto ocorreu ANTES da população ser submetida a pressão seletiva (a falta do nutriente), não sendo portanto causada pela ausência dele;
c)A mutação permanece nas placas posteriores, ou seja, há hereditariedade.
Ou seja, houveram mutações aleatórias, estas mutações são passadas de geração em geração, e de acordo com a pressão seletiva podem ser fixadas. Modelo darwinista clássico, não precisa entrar sequer no síntese evolutiva. Acompanhar tudo isto de testes de DNA nas bactérias, ou fazer variações no experimento somente enriquecerá o experimento.
E antes que você comece com o blablablá sobre utilidade, e fale de novo em fadiga de materiais, seja um pouquinho criativo e ache uma utilidade pra isso. Dica: coquetéis de medicamentos exigindo pressões seletivas opostas de agentes infectantes, bactérias que produzem plástico, ou mais eficientes em digerir lixo...
Bactérias são convenientes para esse tipo de experimento, por terem geração de algumas horas, permitindo que 2 mil gerações se passem num tempo curto (ex: para gerações de 4 horas, são 8 mil horas, mais ou menos um ano).
Dá pra fazer com outros seres vivos? Dá, mas se muna de muuuuuuuuita paciência. Se for tentar com animais, sugiro a queridinha dos geneticistas:

Ciclo de vida de doze dias, só quatro pares de cromossomos, ou seja, quase perfeita para se estudar evolução. Diversas características para serem estudadas, desde o número de pêlos nas patas à cor dos olhos.
Lobos selvagens também já foram fruto de experiência do tipo, com o objetivo de entender como eles foram domesticados e deram origem a poodles, pitbulls e
bolas de futebol pinschers. Só que a experiência não foi lá muito curta.
Não ache que o povão aqui apóia a teoria da evolução (mais precisamente, a síntese evolucionista) por fé. Criacionismo não explica isso.
Tampouco explica os fósseis de cavalo que eu te passei mas você só se deu ao trabalho de ignorá-los (aliás, o filme tava legal ao menos? rsrsrs).
Tampouco explica T-rex emplumado, um "réptil" com característica típica de "aves".
Ou crânios de hominídeos progressivamente maiores, de acordo com que você passe de estratos de terra mais profundos para os mais rasos, inclusive com direito a ramos (
branching) filogenéticos.
Ou espécies-anel, como salamandras nos Grandes Lagos ou uma ave da qual esqueci o nome (se quiser, procuro e te passo.).
Ou o gene da síntese da vitamina C - presente mas defeituoso - dos primatas.
Ou fósseis de ratitas na Antártica.
Ou semelhanças genéticas entre animais com embriões similares e morfologia adulta similar também.
Ou dentes do ciso.
(Chega de lista, pô... rsrsrs).
E enquanto isto, num lugar qualquer da Terra, um nórdico/cristão/muçulmano/hindu/pastafariano literalista qualquer quer nos vender religião travestida por ciência, embasado num livro como os Eddas/a Bíblia/o Quran/o Rig Veda/o livro do Monstro Espaguete Voador, para tentar mostrar que a humanidade foi criada a partir por Odin/Yahweh/Allah/Brahma/MEV preferencialmente em relação a outros primatas.