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Para os vegetarianos e afins: vocês preferem comprar:

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um sapato sintético fabricado por crianças em regime semi-escravo na Ásia?
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Autor Tópico: Vegetarianismo e falsa moral  (Lida 50469 vezes)

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Offline Bulldog

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #600 Online: 21 de Janeiro de 2010, 18:01:52 »
Vegetarianismo por pena dos animais eu acho completamente infundado. Eles vão continuar morrendo e ter pena do alimento é que é antinatural.

Pela mesma razão então suponho que você defenda a continuidade do canibalismo dos pigmeus pelos congoleses, certo?
Há uma distância ética entre o paralelo proposto por você e o que foi colocado pelo Snow, que eu acredito estar sendo deliberadamente ignorada.
"Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
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entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
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E já não podemos dizer nada."
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Offline Pellicer

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #601 Online: 21 de Janeiro de 2010, 18:13:32 »
Vegetarianismo por pena dos animais eu acho completamente infundado. Eles vão continuar morrendo e ter pena do alimento é que é antinatural.

Pela mesma razão então suponho que você defenda a continuidade do canibalismo dos pigmeus pelos congoleses, certo?

É conveniente que não haja canibais na espécie humana porque, por mais que não possamos saborear a carne humana, que pode ter um gosto ótimo e que eu nunca vou saber, não precisamos nos preocupar todo dia com predadores. E no caso de minorias étnicas, se as vacas pudessem um dia fazer uma revolução e elas começassem a comer carne humana, eu pensaria duas vezes antes de comer carne de vaca de novo.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #602 Online: 21 de Janeiro de 2010, 18:49:30 »
Vegetarianismo por pena dos animais eu acho completamente infundado. Eles vão continuar morrendo e ter pena do alimento é que é antinatural.

Pela mesma razão então suponho que você defenda a continuidade do canibalismo dos pigmeus pelos congoleses, certo?
Há uma distância ética entre o paralelo proposto por você e o que foi colocado pelo Snow, que eu acredito estar sendo deliberadamente ignorada.

Tudo bem, para deixar de lado apenas a complicada discussão de se traçar a cristalina linha entre humanos e os outros animais, vamos mudar só o animal em questão, e continuar com o argumento de que "eles vão continuar morrendo e não faz sentido ter dó do alimento".


Se em vez de estarmos falando de bois e galinhas, fossem cachorros e gatos? Simplesmente se come numa boa, se encerra a discussão, é bem chato pensar nos Rex e nos Frajolas em situações pareciadas com as vistas nos vídeos postados, mas basicamente o melhor que se faz é não pensar no assunto e comer nosso fidoburguer.

Offline Fabrício

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #603 Online: 21 de Janeiro de 2010, 21:06:34 »
Citar
Se em vez de estarmos falando de bois e galinhas, fossem cachorros e gatos?

Se fosse parte da nossa cultura, eu comeria tranquilamente. Mas como não é, posso me dar a luxo de comer apenas animais culturalmente aceitos, como bois, frangos e porcos.

Aliás o porco é um dos animais mais simpáticos que existem (na minha opinião) e nem por isso eu deixaria de comer um lombinho ou uma costelinha de vez em quando.
"Deus prefere os ateus"

Offline _tiago

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #604 Online: 21 de Janeiro de 2010, 22:17:29 »
Vegetarianismo por pena dos animais eu acho completamente infundado. Eles vão continuar morrendo e ter pena do alimento é que é antinatural.

Pela mesma razão então suponho que você defenda a continuidade do canibalismo dos pigmeus pelos congoleses, certo?
Há uma distância ética entre o paralelo proposto por você e o que foi colocado pelo Snow, que eu acredito estar sendo deliberadamente ignorada.

E qual a distância ética?

Offline _tiago

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #605 Online: 21 de Janeiro de 2010, 22:20:41 »
Eu não vejo por que ter pena da vaquinha seja infundado.
Uma coisa não exclui a outra. Tem nego que olha a picanha e chora, outros comem com pena, outros simplesmente comem porque nunca pensaram nisso...
É um jogo de valores.

Offline SnowRaptor

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #606 Online: 22 de Janeiro de 2010, 00:37:47 »
Vegetarianismo por pena dos animais eu acho completamente infundado. Eles vão continuar morrendo e ter pena do alimento é que é antinatural.

Pela mesma razão então suponho que você defenda a continuidade do canibalismo dos pigmeus pelos congoleses, certo?

É nessa linha que pensam pessoas como o Sottomaior: seres humanos são animais. Eu tenho motivos éticos pra não comer seres humanos, portanto, por que colocar a linha entre gente e bicho? Não se come bicho pelo mesmo motivo que não se come gente.

Eu entendo esse argumento e realmente não encontrei uma forma decente de refutá-lo. Contra isso eu posso mencionar os animais destruídos por colheitadeiras, por exemplo. Posso dizer que da mesma forma que não existe a linha que separa os homens dos animais como presas, também ela não existe como predadores. Urso come salmão e não tá nem aí. Por que nós temos que nos preocupar?

Coibir tratamento cruel eu até entendo e apoio, mas não acho mesmo que viver de soja ajude mais que fazer lobby com políticos.
Elton Carvalho

Antes de me apresentar sua teoria científica revolucionária, clique AQUI

“Na fase inicial do processo [...] o cientista trabalha através da
imaginação, assim como o artista. Somente depois, quando testes
críticos e experimentação entram em jogo, é que a ciência diverge da
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-- François Jacob, 1997

Offline Hold the Door

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #607 Online: 22 de Janeiro de 2010, 01:29:12 »
É nessa linha que pensam pessoas como o Sottomaior: seres humanos são animais. Eu tenho motivos éticos pra não comer seres humanos, portanto, por que colocar a linha entre gente e bicho? Não se come bicho pelo mesmo motivo que não se come gente.

Eu entendo esse argumento e realmente não encontrei uma forma decente de refutá-lo. Contra isso eu posso mencionar os animais destruídos por colheitadeiras, por exemplo. Posso dizer que da mesma forma que não existe a linha que separa os homens dos animais como presas, também ela não existe como predadores. Urso come salmão e não tá nem aí. Por que nós temos que nos preocupar?

Coibir tratamento cruel eu até entendo e apoio, mas não acho mesmo que viver de soja ajude mais que fazer lobby com políticos.
Mas mesmo os que seguem o pensamento do Sottomaior estabelecem uma linha para dizer até onde é ético tirar a vida de outro ser. Quando questionados sobre o fato de vegetais também terem vida geralmente responde que não possuem sistema nervoso. Ou seja, para eles a linha é estabelecida na existência de um sistema nervoso, o que é tão arbitrário quanto colocar a linha dividindo humanos de outros animais.

Não existe nenhum princípio ético universal que diga que a linha que separa formas de vida com sistema nervoso de formas de vida sem sistema nervoso é mais ética que a que separa humanos de outros animais, muito embora muitos dos que seguem o pensamento do Sottomaior afirmem isso e digam que qualquer um que não siga a ética particular deles é anti-ético e imoral. Um frugivorísta poderia taxar qualquer outro grupo anterior, inclusive os vegans, de imorais, por tirar a vida de inocentes vegetais seguindo essa mesma "lógica".

Essa linha é meramente uma convenção arbitrária baseada unicamente em crenças e princípios éticos e morais pessoais e/ou culturais/sociais. E os que seguem a linha do sistema nervoso animal até agora não mostraram nenhum argumento convincente do porque ela é melhor do que a onívora, além do habitual "só quem segue o que eu sigo é moral e ético e quem não é vegetariano é imoral e anti-ético", o que não passa de discurso religioso barato.
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Offline Hold the Door

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #608 Online: 22 de Janeiro de 2010, 01:48:33 »
- mesmo aceitando o argumento da necessidade de proteínas animais *, ninguém precisa comer animais de qualquer espécie específica. Minhas tendências vegetarianistas-por-dó, por exemplo, são principalmente quanto a mamíferos, aves, e, iriam até répteis, talvez, se fossem um prato comum. Anfíbios, mais ou menos, mas definitivamente não ligo tanto para os peixes e a maior parte dos outros animais. Ainda assim, crueldade é dispensável, coisas como fritar peixes vivos, ou comer lagostas vivas, espremendo seus olhos para que ela fique gritando em agonia, como já vi de reportagens ("não vegetarianas") sobre China e Japão, respectivamene. Numa das Coréias ainda tem qualquer coisa sobre algum tipo de polvo vivo também, o que antes de me dar pena do animal me enoja extremamente.

Atualmente, de qualquer forma, o "problema" é que a criação de mamíferos e aves para abate se tornou popular, e por isso, barata, então não é exatamente simples ou acessível evitar isso.



* - esse argumento tem suas ressalvas, uma delas é a quantidade de proteína que seria necessária ou suficiente, outra é algo como que não é a proteína animal exatamente, mas algo como um aminoácido ou outro, que talvez até pudesse ser produzido de outra forma. Se isso for feito em escala industrial com sucesso, penso que as únicas justificativa para comer carne seria simplesmente a preferência pelo sabor, não pela nutrição. Talvez tenham posts sobre essas coisas aqui nesse fórum, provavelmente postados pela Anna, mas talvez só no RV. Talvez o próprio Euzébio também tenha postado algo que preste no meio disso tudo, não sei.
A questão não é meramente de aminoácidos embora ela seja importante.

A carne possui todos os aminoácidos, inclusive os essenciais, na proporção adequada e embora eles também possam ser obtidos com uma combinação adequada de duas ou mais fontes protéicas vegetais diferentes, existem outros fatores que precisam ser levados em consideração.

Um deles é o valor biológico da proteína animal, muito superior ao das proteínas vegetais. Outro é a existência de fitatos nos alimentos vegetais, que dificultam a absorção de vários nutrientes, como os minerais. Aliás, minerais e vitaminas (principalmente do grupo B) são outros elementos importantes obtidos de forma muito mais eficiente com o consumo de carne. O ferro heme da carne é muito mais facilmente absorvido que o ferro dos alimentos de origem vegetal. A vitamina B12 é simplesmente inexistente em fontes vegetais. Mesmo o cálcio, embora seja abundantes em certos vegetais também têm baixa biodisponibilidade o que dificulta sua absorção.

Ou seja, não basta simplesmente garantir que suas fontes vegetais forneçam todos os aminoácidos essênciais, a coisa não é tão simples, é preciso também estar atento a todos os demais fatores, como absorção, fitatos, minerais, vitaminas, ácidos graxos essênciais, entre outros.
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Offline FxF

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #609 Online: 22 de Janeiro de 2010, 02:00:21 »
Citar
Mas mesmo os que seguem o pensamento do Sottomaior estabelecem uma linha para dizer até onde é ético tirar a vida de outro ser. Quando questionados sobre o fato de vegetais também terem vida geralmente responde que não possuem sistema nervoso. Ou seja, para eles a linha é estabelecida na existência de um sistema nervoso, o que é tão arbitrário quanto colocar a linha dividindo humanos de outros animais.

Não existe nenhum princípio ético universal que diga que a linha que separa formas de vida com sistema nervoso de formas de vida sem sistema nervoso é mais ética que a que separa humanos de outros animais, muito embora muitos dos que seguem o pensamento do Sottomaior afirmem isso e digam que qualquer um que não siga a ética particular deles é anti-ético e imoral. Um frugivorísta poderia taxar qualquer outro grupo anterior, inclusive os vegans, de imorais, por tirar a vida de inocentes vegetais seguindo essa mesma "lógica".

Essa linha é meramente uma convenção arbitrária baseada unicamente em crenças e princípios éticos e morais pessoais e/ou culturais/sociais. E os que seguem a linha do sistema nervoso animal até agora não mostraram nenhum argumento convincente do porque ela é melhor do que a onívora, além do habitual "só quem segue o que eu sigo é moral e ético e quem não é vegetariano é imoral e anti-ético", o que não passa de discurso religioso barato.
A linha não possui nenhum embasamento real. É apenas uma mistura de necessidades e emoções...

Comer de tudo
Não comer animais domésticos
Não comer animais bonitinhos
Não comer nenhum animal
Não comer nada que venha de animais
Não comer nada que venha de nenhum seres vivo

É claro, ainda existem os opostos. Enquanto existem os que não comem nada vivo, há os que se neguem a comer tudo que seja artificial. :hihi:
« Última modificação: 22 de Janeiro de 2010, 02:03:06 por Ilovefoxes »

Offline _tiago

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #610 Online: 22 de Janeiro de 2010, 08:32:52 »
É nessa linha que pensam pessoas como o Sottomaior: seres humanos são animais. Eu tenho motivos éticos pra não comer seres humanos, portanto, por que colocar a linha entre gente e bicho? Não se come bicho pelo mesmo motivo que não se come gente.

Eu entendo esse argumento e realmente não encontrei uma forma decente de refutá-lo. Contra isso eu posso mencionar os animais destruídos por colheitadeiras, por exemplo. Posso dizer que da mesma forma que não existe a linha que separa os homens dos animais como presas, também ela não existe como predadores. Urso come salmão e não tá nem aí. Por que nós temos que nos preocupar?

Coibir tratamento cruel eu até entendo e apoio, mas não acho mesmo que viver de soja ajude mais que fazer lobby com políticos.
Mas mesmo os que seguem o pensamento do Sottomaior estabelecem uma linha para dizer até onde é ético tirar a vida de outro ser. Quando questionados sobre o fato de vegetais também terem vida geralmente responde que não possuem sistema nervoso. Ou seja, para eles a linha é estabelecida na existência de um sistema nervoso, o que é tão arbitrário quanto colocar a linha dividindo humanos de outros animais.

Não existe nenhum princípio ético universal que diga que a linha que separa formas de vida com sistema nervoso de formas de vida sem sistema nervoso é mais ética que a que separa humanos de outros animais, muito embora muitos dos que seguem o pensamento do Sottomaior afirmem isso e digam que qualquer um que não siga a ética particular deles é anti-ético e imoral. Um frugivorísta poderia taxar qualquer outro grupo anterior, inclusive os vegans, de imorais, por tirar a vida de inocentes vegetais seguindo essa mesma "lógica".

Essa linha é meramente uma convenção arbitrária baseada unicamente em crenças e princípios éticos e morais pessoais e/ou culturais/sociais. E os que seguem a linha do sistema nervoso animal até agora não mostraram nenhum argumento convincente do porque ela é melhor do que a onívora, além do habitual "só quem segue o que eu sigo é moral e ético e quem não é vegetariano é imoral e anti-ético", o que não passa de discurso religioso barato.

Alguma coisa do tipo, se eu entendi o que você postou...
(Um mundo de ética arbitrária - fundamentada em tradições e costumes)
Ética normal dum país: comer carne de vaca e/ou cachorro (princípio ético arbitrário: sinto fome e sempre comi).
Ética de grupos específicos: comer vegetais e alguns derivados (princípio ético arbitrário: eles não tem sistema nervoso e já que a vaquinha está dando leite, por que não?).
Outra ética de grupo específico: comer vegetais tão somente (princípio ético arbitrário: eles não possuem sistema nervoso e não existe nenhum animal preso botando ovo ou dando leite).
A última: só vale o que encontramos morto no chão (princípio carniceito arbitrário óbvio: não estou sacaneando ninguém!)

No fim, cada um escolhe um e abraça, não existe argumento maior em nenhuma das situações, é tudo arbitrário!
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Offline Adriano

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #611 Online: 22 de Janeiro de 2010, 12:48:19 »
A relevância que entendi do argumento referente aos seres que tem sistema nervoso é que estes sofrem mais ao serem abatidos. A morte destes é mais violenta devido a esta complexidade, apesar de que isto pode ser sanado também.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Andre

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #612 Online: 22 de Janeiro de 2010, 13:33:46 »
Indo agora na direção completamente contrária, surgiu em NY um grupo que se denomina “os homens da caverna” ou “caçadores-coletores”, que procuram seguir uma vida próxima à do período paleolítico, tanto na alimentação como nas formas de se exercitar.

http://living.scotsman.com/features/New-York39s-streets-are-home.5991428.jp
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Spitfire

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #613 Online: 22 de Janeiro de 2010, 15:08:23 »
Pela "ética" vegan, se eu, carnívoro versátil, encontrar um animal morto decorrente de causas naturais então posso come-lo sem que nenhum princípio "ético" (para eles) seja ferido.

A solução então é simples... ao invés de abatermos de forma precoce bovinos, suínos e aves, deixaremos-as morrer naturalmente para depois processar sua carne.  ::)

Offline N3RD

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #614 Online: 22 de Janeiro de 2010, 23:33:21 »
Tente explicar o conceito "dó da presa" para um leão.
Não deseje.

Offline _tiago

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #615 Online: 23 de Janeiro de 2010, 12:10:27 »
Não sou muito fã do argumento da "pena da presa", mas leão?

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #616 Online: 23 de Janeiro de 2010, 14:19:38 »
Tente explicar o conceito "dó da presa" para um leão.

Se os leões estupram as leoas, matam filhos de outros leões, devemos estuprar as mulheres, e matar as crianças por aí? O que os outros animais fazem é parâmetro para decidir o que é moral?

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #617 Online: 23 de Janeiro de 2010, 14:37:36 »
(antes de mais nada, além de não ser vegetariano, nem faço idéia de quais seriam os argumentos do Sottomaior, qualquer defesa é incidental, e não devem ver como se estivessem defendendo todo o pacote, que desconheço)

Mas mesmo os que seguem o pensamento do Sottomaior estabelecem uma linha para dizer até onde é ético tirar a vida de outro ser. Quando questionados sobre o fato de vegetais também terem vida geralmente responde que não possuem sistema nervoso. Ou seja, para eles a linha é estabelecida na existência de um sistema nervoso, o que é tão arbitrário quanto colocar a linha dividindo humanos de outros animais.

Não existe nenhum princípio ético universal que diga que a linha que separa formas de vida com sistema nervoso de formas de vida sem sistema nervoso é mais ética que a que separa humanos de outros animais,

Mas isso me é algo que me parece tão evidente que é até difícil imaginar por onde começar a comentar.

Somos "sistema nervoso central"-centristas, porque consideramos que "somos" nossos sistemas nervosos. Então é lógico que isso, mais do que meramente a vida, sirva de parâmetro para empatia com outros seres. E (ao menos no meu caso) tanto mais quanto mais próximo for esse sistema nervoso.

Acho difícil não pensar de outra forma, a mim só seria arbitrário esse critério se acreditássemos naqueles papos esotéricos de "emoções das plantas" e coisas desse tipo. Enquanto entendemos o que é o sistema nervoso, vamos considerar que é ético desligar o suporte a vida em aparelhos para alguém que tenha tido morte cerebral, mas não para alguém com problemas pulmonares ou fazendo hemodiálise, e seria absurdo se julgar isso "arbitrário".



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E os que seguem a linha do sistema nervoso animal até agora não mostraram nenhum argumento convincente do porque ela é melhor do que a onívora, além do habitual "só quem segue o que eu sigo é moral e ético e quem não é vegetariano é imoral e anti-ético", o que não passa de discurso religioso barato.

Bem, acho que seria algo mais ou menos nessas linhas do que eu disse, ainda que eu mesmo não considere isso "suficiente". Não basta ter um sistema nervoso qualquer para que eu tenha empatia com o ser, muito embora eu também despreze o sofrimento gratuito a seres como peixes e lagostas (os quais não vejo problema algum em se abater para consumo) em alguns rituais sádicos, como exemplifiquei anteriormente.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #618 Online: 23 de Janeiro de 2010, 14:55:47 »
Tópicos relacionados:

  Afinal, a carne é insubstituível?

Continuaremos a comer carne?


Especialmente o primeiro talvez seja interessante como alternativa para quando estivermos saindo dessa questão de moral ou falsa moral vegetariana, e sendo mais técnicos. Acho que o outro mistura ambas as coisas e até outras, se bobear, até um pouco de ovniologia.

Offline Hold the Door

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #619 Online: 23 de Janeiro de 2010, 17:17:17 »
(antes de mais nada, além de não ser vegetariano, nem faço idéia de quais seriam os argumentos do Sottomaior, qualquer defesa é incidental, e não devem ver como se estivessem defendendo todo o pacote, que desconheço)

Mas mesmo os que seguem o pensamento do Sottomaior estabelecem uma linha para dizer até onde é ético tirar a vida de outro ser. Quando questionados sobre o fato de vegetais também terem vida geralmente responde que não possuem sistema nervoso. Ou seja, para eles a linha é estabelecida na existência de um sistema nervoso, o que é tão arbitrário quanto colocar a linha dividindo humanos de outros animais.

Não existe nenhum princípio ético universal que diga que a linha que separa formas de vida com sistema nervoso de formas de vida sem sistema nervoso é mais ética que a que separa humanos de outros animais,

Mas isso me é algo que me parece tão evidente que é até difícil imaginar por onde começar a comentar.

Somos "sistema nervoso central"-centristas, porque consideramos que "somos" nossos sistemas nervosos. Então é lógico que isso, mais do que meramente a vida, sirva de parâmetro para empatia com outros seres. E (ao menos no meu caso) tanto mais quanto mais próximo for esse sistema nervoso.
Como você pode ver pelo seu próprio exemplo, você gradua a linha de acordo com a proximidade do sistema nervoso ao seu, ou seja o de humanos.

Então pergunto de novo, baseado na sua própria observação de maior empatia quanto maior a proximidade do sistema nervoso. Por que colocar a linha separando seres humanos (que tem o mesmo sistema nervoso que o meu) de outros animais seria menos ético do que colocar a linha simplesmente separando seres com e sem sistema nervoso?
Acho difícil não pensar de outra forma, a mim só seria arbitrário esse critério se acreditássemos naqueles papos esotéricos de "emoções das plantas" e coisas desse tipo. Enquanto entendemos o que é o sistema nervoso, vamos considerar que é ético desligar o suporte a vida em aparelhos para alguém que tenha tido morte cerebral, mas não para alguém com problemas pulmonares ou fazendo hemodiálise, e seria absurdo se julgar isso "arbitrário".
Posso ver isso de outra forma também. Basicamente o que está implícito no fato de ser crime matar uma pessoa é a eliminação de um indivíduo, alguém consciente de si mesmo e responsável pelas próprias ações. Isso, pelo menos até prova em contrário, é o que nos separa da maioria dos animais. Tendo sistema nervoso ou não, aparentemente atualmente somos a única espécie em que esse sistema nervoso atingiu uma "massa crítica", seja de tamanho ou de complexidade das ligações sinapticas, nos tornando "sapiens sapiens", capaz de tomar a maioria das suas decisões de forma consciente.

E também é fato que essa "autoconsciência" é um subproduto do nosso sistema nervoso. Ou seja, parando de funcionar o sistema nervoso a "consciência" morre. Diferentemente de qualquer outro órgão. Ou seja, desligar um aparelho por morte cerebral é meramente um indicativo de que a consciência não existe mais, que é perfeitamente legal "matar" (ou melhor, deixar morrer) aquele ser. Damos importância legal de fato a "consciência" do indivíduo, não ao seu sistema nervoso. Este é meramente um indicativo daquela.

Deste ponto de vista, não vejo porque não seria absolutamente óbvio usar a capacidade de "autoconsciência" como a linha ética e não meramente a existência de sistema nervoso.

Está vendo? Não é tão evidente quanto você achava ao princípio.
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #620 Online: 23 de Janeiro de 2010, 17:42:32 »
(antes de mais nada, além de não ser vegetariano, nem faço idéia de quais seriam os argumentos do Sottomaior, qualquer defesa é incidental, e não devem ver como se estivessem defendendo todo o pacote, que desconheço)

Mas mesmo os que seguem o pensamento do Sottomaior estabelecem uma linha para dizer até onde é ético tirar a vida de outro ser. Quando questionados sobre o fato de vegetais também terem vida geralmente responde que não possuem sistema nervoso. Ou seja, para eles a linha é estabelecida na existência de um sistema nervoso, o que é tão arbitrário quanto colocar a linha dividindo humanos de outros animais.

Não existe nenhum princípio ético universal que diga que a linha que separa formas de vida com sistema nervoso de formas de vida sem sistema nervoso é mais ética que a que separa humanos de outros animais,

Mas isso me é algo que me parece tão evidente que é até difícil imaginar por onde começar a comentar.

Somos "sistema nervoso central"-centristas, porque consideramos que "somos" nossos sistemas nervosos. Então é lógico que isso, mais do que meramente a vida, sirva de parâmetro para empatia com outros seres. E (ao menos no meu caso) tanto mais quanto mais próximo for esse sistema nervoso.
Como você pode ver pelo seu próprio exemplo, você gradua a linha de acordo com a proximidade do sistema nervoso ao seu, ou seja o de humanos.

Então pergunto de novo, baseado na sua própria observação de maior empatia quanto maior a proximidade do sistema nervoso. Por que colocar a linha separando seres humanos (que tem o mesmo sistema nervoso que o meu) de outros animais seria menos ético do que colocar a linha simplesmente separando seres com e sem sistema nervoso?

Se partimos do princípio da empatia, por coerência, talvez. Se o que determina a empatia com outro ser humano é o sistema nervoso em comum, ou talvez mais especificamente o fato dessa similaridade representar uma similaridade de experiência como indivíduo, é turva essa linha entre "nós" e "eles". Um congolês canibal poderia perguntar, "por que traçar a linha entre humanos e não-humanos é mais ético do que entre pigmeus e não-pigmeus?" Ou "entre humanos mentalmente saudáveis e os humanos retardados", para um canibal que tivesse os retardados como prato de escolha por razões éticas.

 

Acho difícil não pensar de outra forma, a mim só seria arbitrário esse critério se acreditássemos naqueles papos esotéricos de "emoções das plantas" e coisas desse tipo. Enquanto entendemos o que é o sistema nervoso, vamos considerar que é ético desligar o suporte a vida em aparelhos para alguém que tenha tido morte cerebral, mas não para alguém com problemas pulmonares ou fazendo hemodiálise, e seria absurdo se julgar isso "arbitrário".
Posso ver isso de outra forma também. Basicamente o que está implícito no fato de ser crime matar uma pessoa é a eliminação de um indivíduo, alguém consciente de si mesmo e responsável pelas próprias ações. Isso, pelo menos até prova em contrário, é o que nos separa da maioria dos animais. Tendo sistema nervoso ou não, aparentemente atualmente somos a única espécie em que esse sistema nervoso atingiu uma "massa crítica", seja de tamanho ou de complexidade das ligações sinapticas, nos tornando "sapiens sapiens", capaz de tomar a maioria das suas decisões de forma consciente.

E também é fato que essa "autoconsciência" é um subproduto do nosso sistema nervoso. Ou seja, parando de funcionar o sistema nervoso a "consciência" morre. Diferentemente de qualquer outro órgão. Ou seja, desligar um aparelho por morte cerebral é meramente um indicativo de que a consciência não existe mais, que é perfeitamente legal "matar" (ou melhor, deixar morrer) aquele ser. Damos importância legal de fato a "consciência" do indivíduo, não ao seu sistema nervoso. Este é meramente um indicativo daquela.

Deste ponto de vista, não vejo porque não seria absolutamente óbvio usar a capacidade de "autoconsciência" como a linha ética e não meramente a existência de sistema nervoso.

Está vendo? Não é tão evidente quanto você achava ao princípio.

Bem, eu não vejo a consciência nesse sentido de uma elevada capacidade de compreensão e convivência social mais elaborada como o determinante e empatia, mas sim a "experiência subjetiva" comum num nível mais básico mesmo, e comum não só entre aqueles que já atingiram certa maturidade intelectual, mas também a bebês, crianças, pessas com problemas mentais, chimpanzés, outros grandes macacos, indo daí por diante ainda um um bom bocado sem que as coisas fiquem muito nebulosas, onde acho que ainda se pode assumir que o que há em comum no sistema nervoso deve permitir uma experiência essencialmente "homóloga" a que temos como seres humanos, ainda que com suas diferenças diversas.

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #621 Online: 23 de Janeiro de 2010, 17:50:09 »
Vegetarianismo por pena dos animais eu acho completamente infundado. Eles vão continuar morrendo e ter pena do alimento é que é antinatural.

Pela mesma razão então suponho que você defenda a continuidade do canibalismo dos pigmeus pelos congoleses, certo?

É conveniente que não haja canibais na espécie humana porque, por mais que não possamos saborear a carne humana, que pode ter um gosto ótimo e que eu nunca vou saber, não precisamos nos preocupar todo dia com predadores. E no caso de minorias étnicas, se as vacas pudessem um dia fazer uma revolução e elas começassem a comer carne humana, eu pensaria duas vezes antes de comer carne de vaca de novo.

O que está defendendo é meramente uma questão de evitar retaliações, o risco de ser punido, não havendo algo inerentemente errado, imoral, em se matar um ser humano. Contanto que "não seja pego", não há problema algum em matar quantos quer que sejam, quem quer que sejam.

Offline FxF

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #622 Online: 23 de Janeiro de 2010, 18:11:22 »
Falando em comer carne humana... o detalhe é que nossa sociedade rejeita por ser carne humana, não por ser assassinato (tanto que você poderia comer só quem morreu de forma natural...)

Offline Hold the Door

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #623 Online: 23 de Janeiro de 2010, 18:20:11 »
Se partimos do princípio da empatia, por coerência, talvez. Se o que determina a empatia com outro ser humano é o sistema nervoso em comum, ou talvez mais especificamente o fato dessa similaridade representar uma similaridade de experiência como indivíduo, é turva essa linha entre "nós" e "eles". Um congolês canibal poderia perguntar, "por que traçar a linha entre humanos e não-humanos é mais ético do que entre pigmeus e não-pigmeus?" Ou "entre humanos mentalmente saudáveis e os humanos retardados", para um canibal que tivesse os retardados como prato de escolha por razões éticas.
Não do ponto de vista da linha que separa o sistema nervoso humano dos outros. Pigmeu ou não pigmeu, mentalmente saudável ou não, o sistema nervoso é o mesmo. O congolês canibal pode até defender que seu sistema é mais ético, mas o que ele está defendendo é um sistema completamente diferente baseado em seus próprios critérios, não uma linha turva no que separa humanos de não humanos.
Bem, eu não vejo a consciência nesse sentido de uma elevada capacidade de compreensão e convivência social mais elaborada como o determinante e empatia, mas sim a "experiência subjetiva" comum num nível mais básico mesmo, e comum não só entre aqueles que já atingiram certa maturidade intelectual, mas também a bebês, crianças, pessas com problemas mentais, chimpanzés, outros grandes macacos, indo daí por diante ainda um um bom bocado sem que as coisas fiquem muito nebulosas, onde acho que ainda se pode assumir que o que há em comum no sistema nervoso deve permitir uma experiência essencialmente "homóloga" a que temos como seres humanos, ainda que com suas diferenças diversas.
O que não deixa de ser completamente subjetivo e ainda coloca a linha bem distante de separar seres meramente "com sistema nervoso" e "sem sistema nervoso". Ou seja, colocar a linha aqui é algo completamente arbitrário e sem nenhuma razão lógica para ser considerada mais ética ou moral do que colocá-la separando os humanos dos não humanos, os que o sistema nervoso possibilita capacidade plena de autoconsciência dos que não possibilita, ou, como você considera, numa versão mais estendida, dos humanos e alguns animais que guardem similariades como grandes símios do resto.
« Última modificação: 23 de Janeiro de 2010, 18:52:16 por Angelo Melo »
Hold the door! Hold the door! Ho the door! Ho d-door! Ho door! Hodoor! Hodor! Hodor! Hodor... Hodor...

Offline N3RD

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Re: Vegetarianismo e falsa moral
« Resposta #624 Online: 23 de Janeiro de 2010, 18:44:59 »
Se os leões estupram as leoas, matam filhos de outros leões, devemos estuprar as mulheres, e matar as crianças por aí? O que os outros animais fazem é parâmetro para decidir o que é moral?

Se algumas pessoas decidem não comer mais carne só porque tem pena que um animal morra, mas não tem pena de deixar um pé de couve "sangrando" (saindo seiva), devemos todos andar olhando para o chão para ver se não matamos alguma formiga ?
Não deseje.

 

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