Você já leu O mundo assombrado pelos demônios do Sagan? Ele critica justamente esse aspecto do ensino das ciências exatas nos EUA, área em que eles estão bem atrás dos asiáticos. Além disso, os EUA são um dos territórios mais propícios à proliferação de pseudociências e charlatanices.
Ótimo livro, tenho ele e já o li sim. Mas, não acho que esteja de modo algum provado, que ensino obrigatório de física e química diminua de modo significativo à proliferação de pseudociências e charlatanices.
Um contra exemplo é o ensino obrigatório de física no Brasil, que não tem impedido isso.
Além disso, não se pode falar que estudar resistores só é útil a técnicos eletrônicos. Uma coisa é você simplesmente não ligar vários aparelhos eletrônicos na mesma tomada porque te disseram para não fazer isso, outra é você saber que circuitos associados em paralelo aumentam a corrente total.
Para aprender isso uma pessoa não precisa aprender fórmulas e resolver problemas, da mesma forma que não é necessário saber a fórmula da dipirona sódica (e como ela age no organismo) para usá-la quando se está com alguma dor.
Este tipo de conhecimento poderia ser passado sem necessidade de contas e fórmulas, dentro de uma matéria que versasse sobre regras de segurança no lar ( com eu sugiro logo abaixo).
Quanto à utilidade, há várias coisas mais úteis para a vida da maioria das pessoas e que não é ensinada , cito algumas:
- Noções de direito constitucional - Direitos e Garantias Fundamentais – muita gente não conhece estes direitos básicos , isto deveria ser ensinado no EM . 
- Código do consumidor;
-Noções de direito tributário,
- Primeiros socorros ;
- Regras de segurança no lar na cidade , no campo , na praia ;
-Psicologia básica aplicada;
-Empreendedorismo;

-Educação financeira.
Todas essas coisas são muitíssimo mais úteis para vida da grande maioria das pessoas, no entanto não são ensinadas no EM .
Estive certa vez numa palestra de um reitor de uma Universidade Portuguesa. Não esperava muita coisa, mas ele foi apresentado e tinha no currículo ser conselheiro do presidente daquele país. Na sua apresentação, foi citando os projetos de leis dos deputados para a Educação, num período de 18 meses. Incluía a questão da economia doméstica, importantíssimo, quando vemos quantos ficam endividados à toa. Tinha um projeto de educação ambiental, muito importante após os incêndios que aconteceram nas florestas do país. Um projeto de ensino de oceanografia, afinal, um país voltado quase que exclusivamente para o mar, precisa conhecê-lo melhor. Projeto de Educação no trânsito, tão precioso hoje em dia, projeto de educação sexual, respeito à diversidade sexual, étnica, integração ao mercado europeu, etc, etc, etc.
Vistos isoladamente, são coisas muito importantes que mereceriam destaque nas escolas, mas vistos de forma macro, percebemos que são projetos de leis formado por lobbys de grupos, cada um defendendo seus interesses. Além do mais, quando se apresenta um problema social, a solução que aparenta mais fácil é: Vamos fazer a escola ensinar isso para as crianças que elas crescerão conscientes então farão mais isso.
É o tutelamento da sociedade através da escola.
O legislativo joga o problema para a escola e acha que resolveu o problema. è fácil atende às suas bases, parece que fez alguma coisa, e quando não se obtém resultado nenhum, cria-se outro projeto de ensino para as escolas.
No Brasil implantaram o ensino de sociologia e filosofia. Para fazer os jovens pensarem? Não, é apenas aparelhamento das escolas, afinal, quem é sociólogo ou filósofo no Brasil que não seja guevarinha ou padre da teologia da libertação frustrado?
E vai criar que tipo de pensamento em jovens que são semi-alfabetizados? Ensinar que a sociedade é injusta, que precisa de revolução, que o Lula é um grande presidente por ser de esquerda?
No meu ver, tem-se que ensinar o máximo possível de ciências exatas, línguas e arte, a base da cultura, comunicação e pensamento científico. Ensinar o pensamento científico é a maior revolução filosófica e social que se pode fazer no Brasil. Ensinar a se comunicar corretamente, ordenar os pensamentos para se entender e ser entendido. Mostrar as conquistas culturais da humanidade.
Isto sim é revolução