Autor Tópico: Fábrica de maus professores  (Lida 19394 vezes)

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Offline Dodo

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #125 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:01:15 »
Calma lá... Devagar com o "Renato"... Eu não to fazendo análise nenhuma desse texto, não estou concordando nem discordando com ele no momento. A única coisa que fiz foi jogar um artigo do site "Vermelho"  que foi feito em resposta ao artigo que originou este tópico....

Foi mal, Renato apenas quis complementar, achei que você tivesse lido o texto.
Peço desculpas!
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Alfred E. Newman

Offline Zeichner

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #126 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:02:10 »
Calma lá... Devagar com o "Renato"... Eu não to fazendo análise nenhuma desse texto, não estou concordando nem discordando com ele no momento. A única coisa que fiz foi jogar um artigo do site "Vermelho"  que foi feito em resposta ao artigo que originou este tópico....

"Entre nós, as soluções para o fracasso do sistema público são conhecidas e se traduzem em antigas reivindicações dos educadores: adequada formação inicial e continuada dos docentes, valorização do magistério, com melhores salários e correspondente responsabilização pelo trabalho realizado, dedicação de tempo integral dos professores a um só estabelecimento, maior permanência diária dos alunos na Escola, recursos didáticos ricos e variados (laboratórios, internet, biblioteca, equipamentos esportivos, dispositivos multimídia)." site: vermelho.org

Não sei do que reclamam. Todos defendem melhores salários, e até mesmo o site vermelho reconhece que se deve responsabilizar os professores pelo trabalho realizado... É isso que todos pedimos. Que o professor assuma a responsabilidade pelos alunos que saem de sua sala de aula. Mas, hoje, a culpa é sempre de alguém: da família sem tempo, do capitalismo selvagem, da falta de valorização dos professores, etc.

Sempre digo aos meus alunos: Se quer ser reconhecido, faça por merecer!

Se quer que valorizem o magistério, assumam a responsabilidade de que, o que se faz em sala de aula é importante e que parem de jogar a culpa de um lado para o outro. Se eu não tenho Computador, e daí, meus professores não tinham e nem por isso as aulas eram piores.

Offline Renato T

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #127 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:09:29 »
Calma lá... Devagar com o "Renato"... Eu não to fazendo análise nenhuma desse texto, não estou concordando nem discordando com ele no momento. A única coisa que fiz foi jogar um artigo do site "Vermelho"  que foi feito em resposta ao artigo que originou este tópico....

Foi mal, Renato apenas quis complementar, achei que você tivesse lido o texto.
Peço desculpas!

Desculpe-me se pareceu meio brusco. Falei aquilo pra que não liguem meu pensamento ao texto só por ter sido eu a posta-lo
Eu li o texto mas não coloquei meus pensamentos sobre ele. Digo isso só pra ficar claro que o que está ali não é meu pensamento exatamente o que penso.

EDIT: Correção
« Última modificação: 09 de Dezembro de 2008, 10:14:25 por Renato T »

Offline Dodo

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #128 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:12:51 »
Desculpe-me se pareceu meio brusco.

Sem problemas!
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Alfred E. Newman

Offline Luis Dantas

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #129 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:14:45 »
Física e química não fazem  nenhuma falta para integração social, conheço várias pessoas  que não sabem nada da  física e química  do EM,  e são  integradas  socialmemte igual a média das pessoas ou até mais do que a média .

A média atual não me parece um parâmetro adequado.  Além dos desníveis sociais brasileiros já serem escandalosos, não me consta que haja a intenção de diminuir o avanço científico brasileiro.

Pode sim parecer que não faça falta um certo grau de proficiência em ciências para a integração social.  Mas essa é uma falsa impressão, que só se sustenta porque já estamos acostumados a uma situação de virtuais castas sociais.  Esse, aliás, é um dos motivos por que há toda a questão das cotas em universidades.

O fato é que hoje já temos uma situação preocupante, com considerável demanda de mão-de-obra qualificada e dificuldade em preenchê-la, associada à decadência do ensino de base.  A consequência não pode ser outra a não ser crescentes dificuldades sociais (e a supervalorização das humanas e de áreas acadêmicas não-científicas como o Direito, que não exigem tanta base, mas essa é outra história).  Formação de qualidade, creio que há estudos a respeito, é um processo que não apenas não pode ser improvisado, mas também é em algum grau herdada de uma geração para outra.

Você acha que Física e Química não são importantes para integração social?  Ok.  Em muitos círculos sociais essa é a pura verdade.  Chegam mesmo a ser um obstáculo.  No entanto, vá visitar o IME ou o ITA e veja como é a vida social dos alunos.    É evidência anedota, mas conheço gente que tem formação realmente boa, como um rapaz que está fazendo pós em Torino neste momento, ou pesquisadores da Embrapa que conheci em meu primeiro emprego.  Esse povo não são técnicos instruídos na base do decoreba; são pessoas que aprenderam a aprender, que assimilar conhecimento em vez de apenas memorizá-lo para passar em um teste com a nota mínima, e que tem por hábito procurar aplicações e relações para o conhecimento que já tem.  São pessoas criativas e entusiasmadas com o conhecimento, e não seriam bons acadêmicos (ou mesmo bons profissionais) de outra forma.  Elas, de fato, vivem a proposta de sua própria formação e a expandem sempre que podem.

No dia em que Institutos de verdadeira excelência como o ITA e o IME funcionarem bem com esquema de cotas eu vou ter de repensar muita coisa.  Só que isso dificilmente acontecerá.

Citar
Quanto a  alegar formação cultural, este é um argumento genérico que vale para qualquer conteúdo, vale para ensinar grego,  aramaico,  vale para ensinar o Alcorão, livro dos Mórmons  ou a Bíblia, vale para ensinar  a história do Cazaquistão,  a história  da Tanzânia, de Malaui.

Com a diferença de que a ciência é eminentemente aplicável, além de ser um assunto vivo e em expansão.  Fora isso, concordo.

Citar
Certo, o Bill Gates não tem curso superior.  Se não me engano Sílvio Santos também não.  Mas Bill Gates, pelo menos, é o primeiro a dizer que hoje nunca teria as mesmas chances de antes.  

Aqui já virou uma defesa da necessidade de fazer curso superior, isto já é uma outra questão, a questão original  era a não necessidade e a inutilidade de aprender  física  e literatura (e por extensão outras como química) se estas matérias não forem fundamentais para  a área  profissional  da pessoa.

Eu poderia ter escolhido um exemplo melhor.  Não sou defensor da necessidade de curso superior.  Pelo contrário, considero que essa é uma mentalidade danosa porque sugere que não haja necessidade de reforçar o ensino básico, e pelo contrário, a necessidade existe e é urgente.

Citar
E embora o mercado de trabalho não tenha acordado completamente para essa realidade, até mesmo ele está demandando cada vez mais preparo, em áreas cada vez mais amplas e diversificadas.  Falta de formação ampla custa caro em todos os sentidos, essa é a pura realidade.  Tanto para os cidadãos individualmente quanto para as organizações de que eles fazem parte.


Existe esse discurso, mas a verdade é que muitas pessoas estão se formando,  em cursos superiores, sem sequer  saber o que deveriam  da sua área específica de conhecimento, nestas condições  esperar  que pessoas venham ter um conhecimento  bem além de sua área  é , ao meu ver, totalmente irrealista.

Concordo.  É completamente irrealista.  A demanda continua existindo, porém.

Citar
O que precisamos é de  maior quantidade de  formados que realmente saibam  a teoria e a prática de sua área específica de formação.   Médicos que saibam  medicina (e que não matem pacientes), enfermeiras que saibam enfermagem, advogados que saibam direito,  engenheiros que saibam engenharia, historiadores que saibam história, tecnólogos que saibam a  tecnologia   de sua área, etc.

E por que esse povo não domina suas próprias áreas de conhecimento?  Em parte é porque tenta reduzi-las a si próprias, o que simplesmente não funciona.  Conhecimento de várias áreas é, de fato, necessário para um bom acadêmico, ou mesmo um bom profissional.  Por isso há aquele ditado de que "para quem só tem um martelo, tudo parece prego".
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Offline JJ

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #130 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:24:43 »
Sobre a questão da educação mais genérica...

Como é que posso saber, aos 10, 12 anos, qual vai ser minha profissão e quais disciplinas serão importantes para ela? 


Normalmente não se sabe,  mas não é de modo algum necessário  aqueles conhecimentos “técnicos” de física e química para uma pessoa ter idéia do que faz um  engenheiro  ou físico , uma apresentação superficial  dessas matérias e profissões e o oferecimento de uma matrícula  facultativa nestas disciplinas  seria  o melhor caminho!



No geral o aprendizado obrigatório de física e química (ou literatura no meu caso) serve mais para causar ogeriza e raiva do que para   escolher caminho profissional.








Offline Luis Dantas

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #131 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:27:46 »
Normalmente não se sabe,  mas não é de modo algum necessário  aqueles conhecimentos “técnicos” de física e química para uma pessoa ter idéia do que faz um  engenheiro  ou físico , uma apresentação superficial  dessas matérias e profissões e o oferecimento de uma matrícula  facultativa nestas disciplinas  seria  o melhor caminho!

No geral o aprendizado obrigatório de física e química (ou literatura no meu caso) serve mais para causar ogeriza e raiva do que para   escolher caminho profissional.

Não sei... eu adorava matemática no ensino médio, mas o cálculo diferencial caiu no meu colo de forma tão abrupta no ensino superior que fiquei traumatizado.  Não acho que o ensino médio do meu tempo oferecia condições adequadas de avaliar o tipo de demanda acadêmica e profissional que a área de exatas exige.  E o ensino médio atual, aparentemente, é apenas uma pálida sombra do que eu conheci diretamente.
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Offline JJ

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #132 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:34:59 »
Física e química não fazem  nenhuma falta para integração social, conheço várias pessoas  que não sabem nada da  física e química  do EM,  e são  integradas  socialmemte igual a média das pessoas ou até mais do que a média .

A média atual não me parece um parâmetro adequado.  Além dos desníveis sociais brasileiros já serem escandalosos, não me consta que haja a intenção de diminuir o avanço científico brasileiro.

Você acha que Física e Química não são importantes para integração social?  Ok.  Em muitos círculos sociais essa é a pura verdade.  Chegam mesmo a ser um obstáculo.  No entanto, vá visitar o IME ou o ITA e veja como é a vida social dos alunos.    É evidência anedota, mas conheço gente que tem formação realmente boa, como um rapaz que está fazendo pós em Torino neste momento, ou pesquisadores da Embrapa que conheci em meu primeiro emprego.  Esse povo não são técnicos instruídos na base do decoreba; são pessoas que aprenderam a aprender, que assimilar conhecimento em vez de apenas memorizá-lo para passar em um teste com a nota mínima, e que tem por hábito procurar aplicações e relações para o conhecimento que já tem.  São pessoas criativas e entusiasmadas com o conhecimento, e não seriam bons acadêmicos (ou mesmo bons profissionais) de outra forma.  Elas, de fato, vivem a proposta de sua própria formação e a expandem sempre que podem.


Ok , afirmações totalmente genéricas normalmente são problemáticas (pois basta um exemplo em 100.000 para derrubá-la).  Então  reescrevo a frase:


Física e química não fazem  nenhuma falta para integração social da grande maioria das pessoas , conheço várias pessoas  que não sabem nada da  física e química  do EM,  e são  integradas  socialmemte igual a média das pessoas ou até mais do que a média .



Offline Renato T

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #133 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:37:49 »
Calma lá... Devagar com o "Renato"... Eu não to fazendo análise nenhuma desse texto, não estou concordando nem discordando com ele no momento. A única coisa que fiz foi jogar um artigo do site "Vermelho"  que foi feito em resposta ao artigo que originou este tópico....

"Entre nós, as soluções para o fracasso do sistema público são conhecidas e se traduzem em antigas reivindicações dos educadores: adequada formação inicial e continuada dos docentes, valorização do magistério, com melhores salários e correspondente responsabilização pelo trabalho realizado, dedicação de tempo integral dos professores a um só estabelecimento, maior permanência diária dos alunos na Escola, recursos didáticos ricos e variados (laboratórios, internet, biblioteca, equipamentos esportivos, dispositivos multimídia)." site: vermelho.org

Não sei do que reclamam. Todos defendem melhores salários, e até mesmo o site vermelho reconhece que se deve responsabilizar os professores pelo trabalho realizado... É isso que todos pedimos. Que o professor assuma a responsabilidade pelos alunos que saem de sua sala de aula. Mas, hoje, a culpa é sempre de alguém: da família sem tempo, do capitalismo selvagem, da falta de valorização dos professores, etc.

Sempre digo aos meus alunos: Se quer ser reconhecido, faça por merecer!

Se quer que valorizem o magistério, assumam a responsabilidade de que, o que se faz em sala de aula é importante e que parem de jogar a culpa de um lado para o outro. Se eu não tenho Computador, e daí, meus professores não tinham e nem por isso as aulas eram piores.

Zeichner, vá com calma. O que você colocou entre aspas é uma citação do que foi dito pela pedagoga Dagmar Zibas, em um artigo da FOLHA, feita pelo escritor do artigo que eu postei. Não saiu do site vermelho.org.

E outra coisa.. esse "simplismo" em classificar os culpados como somente professores é o que ele critica nesse texto.

Offline Luis Dantas

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #134 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:40:28 »
Sobre o ensino obrigatório física:


Calcular acelerações de bloquinhos,  calcular associações de resistores e capacitores (serve para técnicos em eletrônica), dissipação de resistor, calcular distensões de molas, calcular choques de bolinhas,  nada disso faz falta  para vida do dia a dia , nem tampouco para profissionais  que não sejam físicos, engenheiros ou técnicos em eletrônica , mecânica , refrigeração e assemelhados.

À primeira vista, pode parecer.  Até que se constata, por exemplo, que uma das novas carreiras universitárias é a de codificação de videogames.  Criar efeitos visuais convincentes exige algum grau de conhecimento sobre como é o movimento dos corpos no mundo real, e isso inescapavelmente envolve noções de Física Cinemática.  Já se está buscando interfaces mais ambiciosas do que teclados e mouses, como as sugeridas pelo filme "Minority Report" - e para desenvolver tais interfaces (e possivelmente até para usá-las) será preciso ter certas noções de ergonomia também.  E por aí vai.

O melhor paralelo que posso fazer é com os carros.  Eles simplificaram nossa vida em alguns aspectos, mas também criaram uma demanda por melhor conhecimento técnico (no mínimo para não deixar o radiador superaquecer).  O mesmo acontece com celulares, computadores, câmeras digitais, até mesmo DVDs e TV por assinatura; todos esses avanços, com raras exceções, tendem a aumentar e não a diminuir a demanda de conhecimento técnico dos usuários, muito embora naturalmente haja forte resistência à idéia.  Até mesmo os videogames hoje em dia exigem considerável conhecimento técnico e só tendem a se tornar mais complexos.  Quem diria vinte anos atrás que entusiastas de videogames falariam tão casualmente sobre gráficos poligonais?

Citar
Para pessoas da área de humanas nada disso faz falta no exercício de suas profissões,

Por enquanto.  E só se não são particularmente ambiciosas.  No entanto, note que já no início do século XX havia estudos sobre os efeitos da radioatividade em seres vivos, e esses estudos se mostraram completamente úteis e necessários.

Citar
para a área de biológicas  muito raramente é necessário (e no raro caso em  for  necessário algum conhecimento pontual de física,  este pode ser ensinado  numa especialização),  mesmo algumas matérias como biofísica,  que é dada  em cursos de medicina e biomedicina, são totalmente desnecessárias para a esmagadora maioria dos profissionais  da área.  Não passa de encheção de lingüiça.  Se quiser comprovar isso basta fazer uma prova com o conteúdo desta matéria  após cinco anos de formados (ou até menos tempo).   Estou certo de que numa pesquisa estatística  a  quantidade  de pessoas dessas áreas  que irão se lembrar  desses conteúdos será irrisória.  A gente esquece o que não se usa,  o que é inútil !

Desculpe, mas o que isso mostra?  Que a maioria dos profissionais não é boa com o que não usa?  Sim, isso certamente é verdade.  Mas não se segue necessariamente que não precisará ir atrás do prejuízo.  Veja por exemplo os bibliotecários, que hoje em dia tem de dominar tantas tecnologias novas que praticamente se tornaram uma profissão diferente da que eram vinte ou trinta anos atrás.
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Offline Luis Dantas

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #135 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:42:21 »
Física e química não fazem  nenhuma falta para integração social da grande maioria das pessoas , conheço várias pessoas  que não sabem nada da  física e química  do EM,  e são  integradas  socialmemte igual a média das pessoas ou até mais do que a média.

Não duvido.  Porém meu ponto é que esse é o problema em si; o desnível entre os que tem oportunidades sociais, acadêmicas e profissionais e a média da sociedade já é bem grave e está aumentando.
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Offline Andre

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #136 Online: 09 de Dezembro de 2008, 10:57:46 »
Acho engraçado isso. Vocês são os primeiros a criticar os charlatães que se aproveitam da ignorância alheia, mas são os primeiro as criticar o ensino de Física no Ensino Médio. Como alguém sem o menor conhecimento das ciências naturais vai saber que uma placa de alumínio roxo não traz 'energia positivas'?



Também  geralmente é inútil no sentido de  dar uma  visão  cética/científica, a grande maioria das pessoas  não diminuem suas crenças e superstições   ao  aprenderem  calcular  acelerações e velocidades de bloquinhos, escalas de temperatura , pressões e volumes de gases,  força magnética,  comprimentos de onda , etc.   Uma minoria  que  se entusiasma com tal conhecimento já tinha tendência para gostar da área .   Por isto a disciplina física  (e outras com química e literatura)   deveria ser opcional  ( uma pessoa me falou que  é opcional nos  EUA).


Se o objetivo for  dar uma idéia do que seja ciência e pensamento cético,  é muito mais eficaz
ensinar um pouco de história da ciência , um pouco de filosofia da ciência e um básico de método científico, mais  um básico  de  lógica e falácias .  Isto inclusive seria útil na elaboração de redações e interpretação de texto.   Seria um  milhão de  vezes mais útil  do que calcular forças em bloquinhos  e os outros exemplos que já mencionei !  Detectar raciocínios falaciosos seria útil até no dia a dia,  ao contrário desses probleminhas inúteis  que os estudantes de EM são obrigados a resolver.  

Prova da inutilidade desses conhecimentos  “técnicos”  de física e química, é que  mesmo os estudantes que aprenderam essas matérias, para passar  em algum vestibular concorrido de algum curso  da área de biológicas ou humanas, após uns três anos já não lembra de praticamente nada daquilo que foi obrigado a estudar  !  Já o que é realmente usado e é útil, não se esquece !




.
Você já leu O mundo assombrado pelos demônios do Sagan? Ele critica justamente esse aspecto do ensino das ciências exatas nos EUA, área em que eles estão bem atrás dos asiáticos. Além disso, os EUA são um dos territórios mais propícios à proliferação de pseudociências e charlatanices.

Além disso, não se pode falar que estudar resistores só é útil a técnicos eletrônicos. Uma coisa é você simplesmente não ligar vários aparelhos eletrônicos na mesma tomada porque te disseram para não fazer isso, outra é você saber que circuitos associados em paralelo aumentam a corrente total.
Se Jesus era judeu, então por que ele tinha um nome porto-riquenho?

Offline Zeichner

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #137 Online: 09 de Dezembro de 2008, 11:26:39 »
Pode não ter sido do site, ok. Mas este é o pensamento... Coitadinho os professores, eles são vítimas do sistemas, as crianças são vítimas do sistema, o sistema é vítima do sistema, a sociedade é vítima do sistema, o sistema é vítima da sociedade... Tudo palavras bonitas. O que se vê na prática?Computadores são bonitos pros políticos inaugurarem, mas então colocam linux e ninguém sabe fazer uma configuração do maldito. Laboratórios são bonitos na inauguração, mas depois de dois anos os reagentes vencem, o microscópio não funciona, não existem mais tubos de ensaio...
Tudo é importante, mas o mais importante, aquilo que realmente vai ser uma mudança grande na educação: Demitir os professores incompetentes e pagar mais pros professores competentes. Inclusive pagando mais pros professores competentes que peguem as piores salas nos piores bairros! É só pagar mais por resultado, que veremos professores correndo atrás de capacitação que realmente melhoram as práticas de ensino, e veremos professores se atualizando e se virando para transformar aquela matéria árida e chata num assunto interessante para os jovens.
É só pagar mais a quem merece, não pagar a mais pra todos, porque isso só valoriza os medíocres.


Offline JJ

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #138 Online: 09 de Dezembro de 2008, 12:19:43 »
Sobre a questão da educação mais genérica...

Uma coisa não exclui a outra. Aliás, nada melhor que um engenheiro ter conhecimento de arte para apreciar e desenvolver soluções elegantes para seus projetos.


Embelezar uma construção é uma obrigação/tarefa do arquiteto  e não do engenheiro civil , da mesma forma que um arquiteto não tem obrigação  de saber projetar uma estrada ou de projetar/executar as fundações de uma ponte.

E no caso de um projeto de engenharia mecânica , como um carro, existem designers , não é o engenheiro mecânico que  tem que desenhar a forma do carro  e dar-lhe  beleza.





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« Última modificação: 09 de Dezembro de 2008, 12:21:54 por Helder »

Offline JJ

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #139 Online: 09 de Dezembro de 2008, 12:46:22 »
8 DE DEZEMBRO DE 2008 - 22h54
Leituras de 'Veja': a revista que insiste em não ver

A revista Veja insiste em não ver os professores com bons olhos. Com freqüência, publica matérias e entrevistas com o propósito de criar e enfatizar imagens negativas do professor, especialmente o do ensino público.

Por Gabriel Perissé, para o Observatório da Imprensa.

E que outro contraste (mas agora decepcionante), ao ler, de novo na Veja (nº 2089), o jovem economista Gustavo Ioschpe, já devidamente formato pela pedagogia vejiana (ver "O professorado e a `baboseira ideológica"). Pois volta ele a retratar os professores da pior maneira possível: não estão preocupados com o aprendizado dos alunos, dão "aulas chatas", dedicam-se mais à pregação ideológica do que ao ensino, recusam-se a fazer auto-análise...

Nesta matéria – Violência escolar: quem é a vítima? –, também afirma Ioschpe que a mídia exagera, que as escolas não estão em situação tão difícil assim com relação à violência, e que "a maior vítima de agressão no nosso sistema escolar é o aluno". Uma agressão "intelectual". O articulista refere-se, logicamente, aos professores. Estes são os grandes agressores, em sua visão.


Seria  super divertido   :hihi:    ver esse cara,  Gustavo Ioschpe,  dar aula num colégio público  e ser ameaçado por um aluno, logo após chamar a atenção por este estar fazendo bagunça na sala,  mais ou menos assim :


- Professor você tem peito de aço??

 
( Isto aconteceu com um professor que conheço)    8-) 




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« Última modificação: 09 de Dezembro de 2008, 12:49:27 por Helder »

Offline FxF

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #140 Online: 09 de Dezembro de 2008, 13:04:57 »
Tudo é importante, mas o mais importante, aquilo que realmente vai ser uma mudança grande na educação: Demitir os professores incompetentes e pagar mais pros professores competentes. Inclusive pagando mais pros professores competentes que peguem as piores salas nos piores bairros! É só pagar mais por resultado, que veremos professores correndo atrás de capacitação que realmente melhoram as práticas de ensino, e veremos professores se atualizando e se virando para transformar aquela matéria árida e chata num assunto interessante para os jovens.
É só pagar mais a quem merece, não pagar a mais pra todos, porque isso só valoriza os medíocres.
Seu elitista! Os professores que dão aulas piores são assim porque ficam a margem da sociedade! Dar-lhes salários iguais fornecerá uma capacidade igual!
À primeira vista, pode parecer.  Até que se constata, por exemplo, que uma das novas carreiras universitárias é a de codificação de videogames.  Criar efeitos visuais convincentes exige algum grau de conhecimento sobre como é o movimento dos corpos no mundo real, e isso inescapavelmente envolve noções de Física Cinemática.  Já se está buscando interfaces mais ambiciosas do que teclados e mouses, como as sugeridas pelo filme "Minority Report" - e para desenvolver tais interfaces (e possivelmente até para usá-las) será preciso ter certas noções de ergonomia também.  E por aí vai.
Duke Nukem ainda é mais divertido que a maioria dos jogos, e o sujeito anda a 60km por hora podendo chutar com os dois pés ao mesmo tempo!
<a href="http://www.youtube.com/v/OByKugyIu4c" target="_blank" class="new_win">http://www.youtube.com/v/OByKugyIu4c</a>

Offline Fenrir

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #141 Online: 09 de Dezembro de 2008, 14:05:29 »
8 DE DEZEMBRO DE 2008 - 22h54
Leituras de 'Veja': a revista que insiste em não ver

A revista Veja insiste em não ver os professores com bons olhos. Com freqüência, publica matérias e entrevistas com o propósito de criar e enfatizar imagens negativas do professor, especialmente o do ensino público.

Por Gabriel Perissé, para o Observatório da Imprensa.

E que outro contraste (mas agora decepcionante), ao ler, de novo na Veja (nº 2089), o jovem economista Gustavo Ioschpe, já devidamente formato pela pedagogia vejiana (ver "O professorado e a `baboseira ideológica"). Pois volta ele a retratar os professores da pior maneira possível: não estão preocupados com o aprendizado dos alunos, dão "aulas chatas", dedicam-se mais à pregação ideológica do que ao ensino, recusam-se a fazer auto-análise...

Nesta matéria – Violência escolar: quem é a vítima? –, também afirma Ioschpe que a mídia exagera, que as escolas não estão em situação tão difícil assim com relação à violência, e que "a maior vítima de agressão no nosso sistema escolar é o aluno". Uma agressão "intelectual". O articulista refere-se, logicamente, aos professores. Estes são os grandes agressores, em sua visão.


Seria  super divertido   :hihi:    ver esse cara,  Gustavo Ioschpe,  dar aula num colégio público  e ser ameaçado por um aluno, logo após chamar a atenção por este estar fazendo bagunça na sala,  mais ou menos assim :


- Professor você tem peito de aço??

 
( Isto aconteceu com um professor que conheço)    8-) 


Eu teria respondido que eu nao tenho peito de aco nao, mas o meu carro tem  :hihi: :hihi:

Da série "Fenrir tambem é cultura (inútil)":

Para quem nao sabe, quem foi um puta professor, com P maiusculo foi
ninguem menos que o filosofo Immanuel Kant!

Outro que muitos conhecem por aqui é o Nobelista Feynman

E o húngaro Lázló Rátz que deu aula para uma meia dúzia de premios nobel...

O Enrico Fermi tambem era phoda.

Todo candidato ao magistério deveria ler as biografias destes caras e tentar ao menos
imitá-los.

Quem é professor ai?
"Nobody exists on purpose. Nobody belongs anywhere. Everybody's gonna die. Come watch TV" (Morty Smith)

"The universe is basically an animal. It grazes on the ordinary. It creates infinite idiots just to eat them." (Rick Sanchez)

Offline Zeichner

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #142 Online: 09 de Dezembro de 2008, 14:05:46 »
Sobre a questão da educação mais genérica...

Uma coisa não exclui a outra. Aliás, nada melhor que um engenheiro ter conhecimento de arte para apreciar e desenvolver soluções elegantes para seus projetos.


Embelezar uma construção é uma obrigação/tarefa do arquiteto  e não do engenheiro civil , da mesma forma que um arquiteto não tem obrigação  de saber projetar uma estrada ou de projetar/executar as fundações de uma ponte.

E no caso de um projeto de engenharia mecânica , como um carro, existem designers , não é o engenheiro mecânico que  tem que desenhar a forma do carro  e dar-lhe  beleza.





.

Mas esta é a questão... existem várias formas de se resolver um problema num projeto. Existem várias soluções para um mesmo problema, e alguns são mais elegantes do que outras. Por exemplo, o uso de arcos perfeitos foi uma solução de engenharia para aumentar as construções da antiga Roma, distribuindo melhor os pesos e ampliando as áreas livres nos seus prédios públicos e os vão livres de suas pontes e aquedutos... Além de serem bonitos. Assim como o uso do Arco ogival é uma solução elegante para a ampliação dos espaços envidraçados nas catedrais góticas, combinando com as grande elevação das suas construções.
Justamente, não é preciso ao engenheiro conhecer arte para exercer sua profissão, nem eu conhecer de engenharia para explicar arte, mas que são coisas que podem se ajudar mutuamente, isso são.



Offline Zeichner

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #143 Online: 09 de Dezembro de 2008, 14:30:23 »
Em tempo, antes que me acusem de coisas erradas.
Eu não defendo que o Engenheiro tenha disciplina de arte na sua faculdade. Confio muito mais num engenheiro que tenha aprendido física e matemática.

Mas, isso não impede que ele tenha uma formação de arte no seu ensino fundamental e médio.
Assim como para mim é importante ter tido matemática e física no segundo grau. Essa é uma idéia de uma formação de base cultural ampla, que depois vai em busca de uma especificidade.

O que temos que buscar é uma escola sem partido, sem proselitismo, sem experimentações, sem extrovengas. Precisamos de uma escola que seja escola.

Offline Renato T

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #144 Online: 09 de Dezembro de 2008, 14:45:05 »
Sem partido, sem proselitismo, sem experimentação e sem extrovenga é impossível, Zeichner.. Precisamos de uma educação viável antes de tudo.

Offline Dodo

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #145 Online: 09 de Dezembro de 2008, 19:14:22 »
A revista Veja já apresentou uma reportagem sobre violência nas salas de aula, porque não perguntou a solução disso para a super especialista que foi entrevistada por ela?

Você é único, assim como todos os outros.
Alfred E. Newman

Offline FxF

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #146 Online: 09 de Dezembro de 2008, 23:00:00 »
Porque no Brasil esse tipo de problema tem culpa em todos os lugares, mas nenhum tem culpa... os alunos fazem isso por causa dos professores... que fazem isso por causa dos alunos... que fazem isso por causa do ambiente... que faz isso por causa do governo... que faz isso por causa da sociedade... que faz isso porque quando eram alunos...

Offline Zeichner

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #147 Online: 09 de Dezembro de 2008, 23:35:47 »
Sem partido, sem proselitismo, sem experimentação e sem extrovenga é impossível, Zeichner.. Precisamos de uma educação viável antes de tudo.

Considerando que você coloca o site vermelho.org na sua assinatura, deve mesmo achar impossível uma escola sem partido e sem ideologia... O que o partido Comunista do Brasil acha disto tudo? Que a questão da revolução social é a educação viável?

Não quero ser agressivo, mas você está declarando abertamente um lado. Quero saber qual é a visão deste lado assumidamente esquerda, que defende uma ideologia que tem tudo a ver com as discussões que estamos tendo?

« Última modificação: 09 de Dezembro de 2008, 23:38:58 por Zeichner »

Offline JJ

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #148 Online: 10 de Dezembro de 2008, 08:10:08 »
Você já leu O mundo assombrado pelos demônios do Sagan? Ele critica justamente esse aspecto do ensino das ciências exatas nos EUA, área em que eles estão bem atrás dos asiáticos. Além disso, os EUA são um dos territórios mais propícios à proliferação de pseudociências e charlatanices.


Ótimo livro, tenho ele e já o li sim.   Mas, não acho que esteja de modo algum provado, que  ensino obrigatório de física e química  diminua  de modo significativo à proliferação de pseudociências e charlatanices.

Um contra exemplo  é  o  ensino obrigatório de física no Brasil,  que não tem impedido isso.


Além disso, não se pode falar que estudar resistores só é útil a técnicos eletrônicos. Uma coisa é você simplesmente não ligar vários aparelhos eletrônicos na mesma tomada porque te disseram para não fazer isso, outra é você saber que circuitos associados em paralelo aumentam a corrente total.


Para aprender isso uma pessoa não precisa  aprender fórmulas e resolver problemas,  da mesma forma que não é necessário  saber a fórmula  da dipirona sódica (e como ela age no organismo)  para  usá-la quando se está com alguma dor.

Este tipo de conhecimento poderia ser passado sem necessidade de contas e fórmulas, dentro de uma matéria que versasse sobre regras de segurança no lar ( com eu sugiro logo abaixo).

Quanto à utilidade, há várias coisas mais úteis  para a vida  da maioria das pessoas e que não é ensinada , cito algumas:

- Noções de direito constitucional  - Direitos e Garantias Fundamentais – muita gente não conhece estes direitos básicos , isto deveria ser ensinado no EM .  :ok:

- Código do consumidor;

-Noções de direito  tributário,

- Primeiros socorros ;

- Regras de segurança   no lar  na cidade , no campo , na praia ;

-Psicologia  básica  aplicada;

-Empreendedorismo;     :ok:   :ok:  :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok: :ok:

:ok:

-Educação financeira.


Todas essas coisas são muitíssimo mais  úteis para vida  da grande maioria das pessoas, no entanto não são ensinadas  no EM .   

« Última modificação: 10 de Dezembro de 2008, 11:17:00 por Helder »

Offline JJ

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Re: Fábrica de maus professores
« Resposta #149 Online: 10 de Dezembro de 2008, 08:39:20 »
Em tempo, antes que me acusem de coisas erradas.
Eu não defendo que o Engenheiro tenha disciplina de arte na sua faculdade. Confio muito mais num engenheiro que tenha aprendido física e matemática.

Mas, isso não impede que ele tenha uma formação de arte no seu ensino fundamental e médio.
Assim como para mim é importante ter tido matemática e física no segundo grau. Essa é uma idéia de uma formação de base cultural ampla, que depois vai em busca de uma especificidade.

O que temos que buscar é uma escola sem partido, sem proselitismo, sem experimentações, sem extrovengas. Precisamos de uma escola que seja escola.


O argumento de base cultural ampla serve  para justificar a inserção de praticamente qualquer coisa  no EM.

Com base neste argumento poderíamos inserir:

-Culinária  goiana, paraense,  mineira , amazonense;

-Culinária peruana, chilena, boliviana, estadunidense, espanhola, italiana, russa, japonesa, queniana ; 

-História da Austrália ( porque ela é deixada de lado ?), história da Bolívia, da Colômbia, da África do Sul , de Camarões, de Angola, de Taiwam, das Ilhas Seichelles , do Quênia, do Gabão, do Canadá, da Coréia do Norte e do Sul;

-História da VASP ( porque não ? ) da VARIG , da Transbrasil,  da RIO SUL, da Real;

- História e técnicas de navegação de cabotagem , navegação fluvial, navegação áerea;

- Técnicas mateiras;

-Músicas goianas; baianas, acreanas, maranhenses, cearenses;

-Aeromodelismo, plastimodelismo, pintura em tela, em tecidos, em madeira, escultura, fotografia; bonecas de pano;

-Marcenaria, instalações elétricas, instalações hidráulicas, instalações de telefonia e de rede lógica simples, eletrônica analógica e digital; como montar computadores;

-Técnicas comerciais;

E por aí vai, e muitas dessas coisas seriam consideradas, por muita gente, como bem mais interessantes e úteis ! 


 8-)




.

 
« Última modificação: 10 de Dezembro de 2008, 08:48:23 por Helder »

 

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