E não, Lula não sabia do mensalão e seu filho não enriqueceu ilicitamente.
Não há nenhuma coincidência nisso.
Então vejamos.
A empresa foi aberta em sociedade com o amigo dele, que é quem realmente detinha o capital da empresa, então 70.000 não é de todo impossível para o capital inicial.
O valor do capital social é função direta da natureza da empresa. Se esta for de consultoria, por exemplo, ela não tem necessidade de ter um valor alto de capital social porque seu principal insumo é o conhecimento dos seus sócios. O senhor Fábio não tinha nem formação superior e nem especialização na área. Sequer tinha algum tipo de conhecimento associado, pois que era um biólogo.
Coincidência 01.E, como disse, o maior bem da companhia era o próprio Fábio, justamente por ser filho do presidente,
Voilà.
O único ativo realmente importante da empresa era um biólogo sem qualquer conhecimento na área de atuação (objetivos sociais).
Mas ele era o... filho do presidente da república.
Coincidência 02.De onde eu venho isto se chama "tráfico de influência".
Decreto-Lei nº 48/95 de 15-03-1995
CÓDIGO PENAL
LIVRO II - Parte especial
TÍTULO V - Dos crimes contra o Estado
CAPÍTULO I - Dos crimes contra a segurança do Estado
SECÇÃO II - Dos crimes contra a realização do Estado de direito
Artigo 335.º - Tráfico de influência
Quem obtiver, sem que lhe seja devida, para si ou para terceiro, vantagem patrimonial ou a sua promessa, para, abusando da sua influência, conseguir de entidade pública decisão ilegal sobre encomendas, adjudicações, contratos, empregos, subsídios, subvenções ou outros benefícios é punido com pena de prisão de 6 meses a 5 anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
então valia o investimento da Oi (que não é multinacional, mas sim do grupo Jereissati) justamente por se encontrar no processo de fusão com a BrTelecom. A ideia é que o fato de ter contribuído na venda da Gamecorp com um grande lucro para o Fábio poderia facilitar o processo de aprovação da fusão no CADE.
De fato a Oi não é uma multinacional, embora o Citibank tivesse um percentual pequeno de ações preferenciais, assim como tinha na Br Telecom. É claro que era deveras interessante para a Oi aliciar o filho do presidente, pois ela poderia exercer maior influência no CADE, quando este fosse julgar o mérito da aquisição da Br Telecom.
Houve claramente um tráfico de influência de um parente do presidente da república, com total conhecimento deste, o que já seria motivo suficiente para torná-lo impedido, se este fosse um país minimamente sério.
E nem estou considerando a enorme pressão política que os membros do CADE sofreram.
Coincidência 03. Era um trunfo a mais, mas já era de interesse do governo que ocorresse a fusão.
Sem dúvida que era de interesse e por pelo menos dois bons motivos. O primeiro porque serviu para o enriquecimento do filho do presidente por meio do tráfico de influência. O segundo porque o maior acionista privado da Oi foi o
maior doador da campanha petista em 2006.
Coincidência 04.Não estou julgando o mérito da questão, apenas o que pode ter ocorrido.
De fato, a sua interpretação pode ser correta.
No entanto, no mínimo houve uma falta de postura ética por parte do filho do presidente, do presidente e da mega-empresa de comunicação.
Não há nenhuma coincidência nisso.
De fato, não é "nenhuma".
Foram quatro "felizes" coincidências.