O valor do capital social é função direta da natureza da empresa. Se esta for de consultoria, por exemplo, ela não tem necessidade de ter um valor alto de capital social porque seu principal insumo é o conhecimento dos seus sócios. O senhor Fábio não tinha nem formação superior e nem especialização na área. Sequer tinha algum tipo de conhecimento associado, pois que era um biólogo.
Mas a empresa não era de consultoria.
Eu não disse que era.
Vide destaque em negrito acima.
Se não me engano ela produzia jogos para celular e programa de TV sobre jogos (acho que na Band ou em algum canal da Band).
Certo. Quais foram os produtos desta empresa que se destacaram ao ponto de ser comprada por uma gigante (para o Brasil) de comunicações?
Quanto à formação, isso é um pouco discutível em TI e dependendo da função dele. Não vou justificar o conhecimento dele, porque não o conheço, mas na questão de produção de jogos a pessoa tem que saber programar e para isso não é necessário um curso superior. Eu sou dentista e programo (ou programava). Fiz tecnologia de informática, mas antes disso já programava (aliás, desde meus 13 anos eu programava em um TK90X, tanto em BASIC quanto Z80).
A não-importância da formação é uma dedução sua e que cabe a voce demonstrar, bem como a questão da suposta importância no conhecimento de programação.
Eu sou geólogo e já programei em BASIC, Fortran, COBOL e C
++ e apresentei dois "programas" em congressos. E nenhuma empresa veio adquiri-los. Será que a diferença está no fato de que meu amado pai não era presidente da república?
Garanto que neste fórum deva ter excelentes programadores que não possuam um curso formal. Se a questão é análise de jogos, plataforma de jogos e afins, que seria o mote do programa na TV, não é nada que um biólogo não possa fazer. Exemplo disso é a Bia Kunze, a Garota Sem Fio, que é referência em mobilidade, sendo consultora na área, que é dentista. Então, no final das contas, ele tinha conhecimento na área? Não sei, já que não tenho dados para me basear, mas ser biólogo não era empecilho para tê-lo.
Pelo que eu sei o referido biólogo trabalhava em um zoológico e não tinha nenhum conhecimento específico que o destacasse em qualquer outra área. Se ele tivesse algum expertise, certamente ele teria sido mencionado. E isto não ocorreu.
E, como disse, o maior bem da companhia era o próprio Fábio, justamente por ser filho do presidente,
Voilà.
O único ativo realmente importante da empresa era um biólogo sem qualquer conhecimento na área de atuação (objetivos sociais).
Mas ele era o... filho do presidente da república.
Coincidência 02.
De onde eu venho isto se chama "tráfico de influência".
Decreto-Lei nº 48/95 de 15-03-1995
CÓDIGO PENAL
LIVRO II - Parte especial
TÍTULO V - Dos crimes contra o Estado
CAPÍTULO I - Dos crimes contra a segurança do Estado
SECÇÃO II - Dos crimes contra a realização do Estado de direito
Artigo 335.º - Tráfico de influência
Quem obtiver, sem que lhe seja devida, para si ou para terceiro, vantagem patrimonial ou a sua promessa, para, abusando da sua influência, conseguir de entidade pública decisão ilegal sobre encomendas, adjudicações, contratos, empregos, subsídios, subvenções ou outros benefícios é punido com pena de prisão de 6 meses a 5 anos, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.
SE ele tiver usado de sua influência para tanto. Que a Oi comprou a Gamecorp por causa dele, não me resta dúvida, mas não creio que tenha sido para que ele exercesse influência direta sobre o processo de fusão (mesmo porque não imagino que ele tivesse lá alguma), imagino que fosse mais como um "presente" ao Lula. Se você dissesse que o episódio foi um tipo de corrupção indireta com o Lula, na medida em que beneficia um parente próximo, para que o Lula tomasse uma decisão pró-Oi, então poderia até aceitar o argumento, ainda que tivesse algumas dúvidas, mas não tendo o Fábio como um agente direto de influência.
O filho do presidente foi instrumentalizado por uma empresa "salada-de-frutas" (que tem a participação do Estado via BNDESPAR, de fundos de pensão de estatais, de capitalistas nacionais e internacionais) e isto é
tráfico de influência. E ainda por cima recebeu uma importância pela sua "empresa" que especialistas afirmam que não possuía aquele valor.
Se voce afirma que ele não tinha consciência desta ilegalidade...
De fato a Oi não é uma multinacional, embora o Citibank tivesse um percentual pequeno de ações preferenciais, assim como tinha na Br Telecom. É claro que era deveras interessante para a Oi aliciar o filho do presidente, pois ela poderia exercer maior influência no CADE, quando este fosse julgar o mérito da aquisição da Br Telecom.
Houve claramente um tráfico de influência de um parente do presidente da república, com total conhecimento deste, o que já seria motivo suficiente para torná-lo impedido, se este fosse um país minimamente sério.
E nem estou considerando a enorme pressão política que os membros do CADE sofreram.
Como disse acima, não considero que tenha havido tráfico de influência nesta questão. Além disso, já era de interesse do governo essa união, justamente para criar uma empresa de telefonia forte de capital nacional.
Vide última resposta.
Sem dúvida que era de interesse e por pelo menos dois bons motivos. O primeiro porque serviu para o enriquecimento do filho do presidente por meio do tráfico de influência. O segundo porque o maior acionista privado da Oi foi o maior doador da campanha petista em 2006.
Que também deve ter contribuído para a campanha do PSDB na época. Na ocasião, essa questão da fusão estava em alta e a Oi estava jogando alto (e as chances de uma vitória do PT era muito alta).
Cabe a voce mostrar a fonte que suporta a sua afirmação, pois a minha eu já forneci.
De fato, a sua interpretação pode ser correta.
No entanto, no mínimo houve uma falta de postura ética por parte do filho do presidente, do presidente e da mega-empresa de comunicação.
Aqui eu concordo. Por uma questão ética (e política) o filho do Lula não deveria ter aceitado a compra ou tê-la adiado para depois do mandato do pai (e, claro, perder a oportunidade).
Desculpe.
Mas a falta deste tipo de ética é tipificado como "tráfico de influência".
De fato, não é "nenhuma".
Foram quatro "felizes" coincidências.
Não. Não houve coincidências. Foram ações de causa e efeito.
Sim, sem dúvida.
A "causa" foram os interesses escusos de pessoas físicas e jurídicas e o "efeito" foram os benefícios familiares e financeiros.