Pessoal, como faço para inserir imagens aqui, hein? Acho que neste tópico é só o que resta fazer agora.
Fiz um desenho no paint-brush que sintetiza os meus posts, os do DDV, do Buckaro, e outros.
Bom, enquanto não aprender a colocar desenhos do Paint aqui, só me resta argumentar.
Gostaria que o anarco saísse do "modo comentarista esportivo" e fosse mais objetivo, porém, profundo nas respostas. Eu gostaria que refutasse com argumentos (e não com juízos valorativos) os seguintes pontos que não têm conexão uns com ou outros, mas tratam das três únicas possibilidades de defesa da sua "tese":
1- Anarquismo é uma utopia anti-liberal: Escrevem sobre anarquismo aqui como se isso fosse a utopia máxima do liberalismo, contudo, Marx pregava a ditadura do proletariado como meio para tomada de poder, mas o fim seria a sociedade sem Estado. Na sociedade imaginada porMarx, não haveria necessidade de coerção. Não se pode defender uma coisa dessas sem uma visão dos seres humanos que irradie otimismo. Não existe tamanho otimismo por parte dos liberais que, no geral, desconfiam da natureza humana. Os comunistas acreditavam ser possível "consertar os homens" com a mudança radical na econômia. Marx era um defensor feroz da tábula rasa, uma visão radical que diz ser possível mudar as pessoas porque suas mentes são como folhas em branco que vão sendo preenchidas pela experiência na sociedade. Liberais costumam rejeitar isso e acatar a natureza humana como ela é. Mas você precisa necessariamente defender a mesma visão radical de Marx: a tábula rasa.
2- Anarquismo representa preferir a tragédia ao mundo atual: Acreditar que a complexidade das relações sociais humanas podem ser reduzidas ao esquema arbirtrário "incentivo, punição, desejo e aprendizado" significa colocar em risco as leis e regras que regulam as relações entre os indívuduos em nome da idéia de que a tragédia é preferível ao estado de coisas atuais. Isso mesmo, afinal de contas, colocar em risco os fragéis acordos que garantem a vida em sociedade desde o nascimento da civilização é fazer da humanidade um apostador de Las Vegas que vai para o cassino pronto para apostar tudo que tem, o famoso "tudo ou nada". Existe um risco inerente a todas as mudanças, porque não podemos conhecer seus resultados a priori, e escolher viver numa sociedade anarco-capitalista é trocar o experimentado pelo não-experimentado , trocar o fato pelo mistério, o familiar pelo desconhecido, o presente possível pelo futuro utópico (Oakshott).
3- Anarquismo exige fé inabalável no ser humano: Fantasias utópicas elaboradas por pensadores de gabinete tendem a ignorar as graves falhas de caráter do ser humano. Com exceção dos eremitas eruditos, todos sabemos que a convivência entre os humanos será impossível no dia em que forem abolidas as regras que impedem o caos completo em nome da idéia de que as pessoas serão "incentivadas" ou "aprenderão" com seus erros. É o mesmo que apostar que tirando os semáforos das ruas deixaremos de ver acidentes. Multas? Não, as pessoas vão apreender gradualmente a sempre fazer a coisa certa. A imbecilidade disso tudo reside em acreditar que a racionalidade per si leva as pessoas a agirem moralmente.Mas agentes racionais pensando no próprio interesse não acharão equivocado trapacear ou matar quando a possibilidade de lucro for alta e a possibilidade de ser punido for próxima de zero. Pintar este quadro do ser humano implica em reeditar o Bom Selvagem de Rousseau e ignorar nossas limitações cognitivas que impedem um conhecimento ilimitado da vida.