Autor Tópico: Geologia - Refutação, em bases geológicas, de textos criacionistas  (Lida 103414 vezes)

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Geologia - Refutação, em bases geológicas, de textos criacionistas
« Online: 12 de Abril de 2010, 00:38:40 »
Introdução

O presente ensaio é uma refutação ao tópico IV - Dilúvio, Deriva dos Continentes e Hidroplacas contido na terceira parte do ensaio Criacionismo: Fatos e Fé do senhor Rafael Augusto Pavani e que foi escrito como uma resposta em uma discussão travada com o senhor Marcos Valério, defensor da Teoria da Evolução.

Os argumentos e comentários estão restritos essencialmente ao texto tema. Excepcionalmente, em questões específicas, são feitos comentários de outros textos ou sites citados nos parágrafos em análise.


Textos, Comentários e Refutações


Parte 01/02


01) Antes de iniciar a discussão, a Teoria das Hidroplacas está no site www.creationscience.com, que alguém me mostrou por acaso (?) após eu já ter enviado a segunda parte do debate.  Ela é completa, com uma explicação muito convincente e científica para o Dilúvio. Um link direto para uma parte dela está neste link.

Dada a sua inexperiência em geociências causa-me estranheza a sua afirmação de que a “Teoria das Hidroplacas é completa, com uma explicação muito convincente e científica” para o dilúvio bíblico. Como você pode avaliar isto com consistência?

A despeito de sua afirmação supra, a “Teoria das Hidroplacas” não apresenta nenhum dado de campo e nenhuma modelagem compatível com o que se conhece da crosta terrestre e de suas feições geológicas. Ela não apresenta qualquer respaldo da comunidade geológica mundial. Estou preparando uma refutação específica para esta “teoria” com base nos dados fornecidos no link supracitado.


02) Primeiro, não sei se foi confusão ou não, mas a hipótese não é de uma “pangéia super acelerada”, mas sim da separação brusca da Pangéia. Não sei quanto à validade da Teoria das Hidroplacas e dessa divisão brusca, mas parece convincente pelo que eu tive a oportunidade de conhecer.

Os sites criacionistas afirmam que houve apenas um super continente, o Pangea, e apresentam-no como tendo uma idade de criação de 6.000 anos e uma idade de separação de massas com 4.000 anos. Isto não tem qualquer respaldo em dados de campo, de laboratório ou em simulações.

Existiram pelo menos outros 4 (quatro) super continentes anteriores ao Pangea. Uma explicação um pouco mais detalhada pode ser encontrada aqui.

Na citação 01 você afirma que a “Teoria das Hidroplacas é completa, com uma explicação muito convincente e científica”, mas na citação 02 você afirma que “não sabe quanto à validade da Teoria das Hidroplacas e dessa divisão brusca, mas que parece convincente”. Resumindo: Você não tem condições de avaliar a “teoria”, mas ainda assim valida-a por crença.


03) Vale lembrar que a idéia de um movimento lento dos continentes por milhões de anos é colocada na nossa cabeça desde a 5ª série do ensino fundamental, além de ser confirmada por todos os grandes meios de comunicação.  Assim, é realmente difícil discordar dela.  Eu mesmo não acreditei no início, e depois de ter acreditado ainda duvidei por algum tempo, apenas entendendo após algum esforço na procura por informações a respeito dos continentes.

Pela sua frase eu deduzo que você crê que ocorre uma, de duas situações: a) Estamos diante de um complô que reúne a comunidade científica em geral, e em particular os geocientistas, o sistema de ensino mundial e os meios de comunicação ou; b) Todos da comunidade científica, e em particular os geocientistas, estão errados e apenas as pessoas “iluminadas divinamente”, que geralmente são cristãos engenheiros, militares, advogados e médicos, é que possuem o conhecimento geológico adequado para entender as feições da crosta terrestre.


04) Não é uma teoria confusa, e sim difícil de compreender quando temos acentuado preconceito contra as idéias criacionistas, e pela dificuldade em se encontrar tal teoria de forma didática.  Como você sabe, os cientistas de forma geral têm aversão ao Criacionismo, e por ser uma teoria criada por um criacionista e embasar as idéias criacionistas, dificilmente os meios científicos gerais vão aceitá-la ou até mesmo analisá-la.  Infelizmente existe esse preconceito.  Se tais cientistas querem mesmo desacreditar o criacionismo, por que não analisam a teoria de forma coerente?

Ela é confusa e inconsistente cientificamente e estes são os motivos pela qual a comunidade científica em geral, e os geocientistas em particular, desprezam-na e refutam-na. A propósito, a “Teoria das Hidroplacas” foi desenvolvida por Walt Brown, um engenheiro mecânico, no qual o texto dele reflete uma total ignorância em relação a conceitos geológicos básicos de estratigrafia, sedimentação, geologia estrutural, entre outras subdivisões da Geologia.


05) Também há no site www.globalflood.org uma outra explicação para o Dilúvio, que não parece estar relacionada às hidroplacas, mas como dessa não conheço nada então não vou comentar. O livro “Em Busca das Origens – Evolução ou Criação?” possui uma boa parte explicando o Dilúvio, que não cheguei a ler ainda.

De fato, a explicação do site supra é uma versão catástrofo-cataclísmica da Tectônica de Placas, mas que também peca (não é trocadilho) por cometer muitos erros conceituais. Estou preparando uma refutação específica para esta versão com base nos dados fornecidos no link supracitado.

Um problema recorrente em seu texto é que você faz menção a diversas referências impressas e da Internet, mas sem tê-las consultado. Como é o caso daquelas do texto parte 05.


06) Percebi ser um grande problema no criacionismo a dificuldade da difusão das idéias.  Apenas em palestras e lendo no site a teoria pode ser melhor entendida, contudo já assisti a uma palestra criacionista que mais confundiu que esclareceu.  Esse é mais um dos motivos para o descrédito, a não compreensão.

A não compreensão pode ser originária da pouca capacidade do público em entendê-la ou da mesma ser de fato confusa. Eu acho que esta “teoria” é confusa, inconsistente, enfim, um nonsense científico.


07) Tentarei então apresentar um resumo do Dilúvio com as informações que possuo. Compreender a seqüência do Dilúvio não é difícil. O único problema é que não há um bom resumo do fenômeno segundo a Teoria das Hidroplacas, e pela pouca divulgação mesmo nos sites criacionistas parece ser uma idéia complicada.

A narrativa do “dilúvio” é simples, de fato, simplória. E, mesmo assim, sem qualquer informação bíblica relevante, foi proposta a “teoria das hidroplacas”, totalmente desprovida de sentido científico, e somente voltada para acomodar as passagens de um texto religioso.


08) No período pré-diluviano havia um único continente e uma grande camada de água subterrânea (cerca de 12km de profundidade, entre as rochas de granito e de basalto).  Em alguns poços na Bavária, Alemanha, encontrou-se rachaduras com água salgada a 9km de profundidade, enquanto na Península de Kola, Rússia, foi encontrado fluxo de água mineral muito quente a 12km. O limite de penetração da água é de 8km. O site www.creationscience.com tem as referências.

O que vocês criacionistas chamam de período “pré-diluviano”? Seria o intervalo de 2.000 anos entre a semana da “criação”, há 6.000 anos, e o “dilúvio”, há 4.000 anos? Se for isto vocês estão errados, pois não há nenhum dado de campo ou de laboratório que corrobore tais informações.

Quais são as evidências de que a crosta terrestre, há 4.000 anos (ou em qualquer outra época!), era composta de 3 (três) camadas, respectivamente de granito, água e basalto?

Qual era a espessura de cada camada?

Qual processo geológico faria estas camadas se diferenciarem e cobrirem uma área de 340 a 510 milhões de km2?

Qual processo geológico faria a água, um líquido de densidade 1,0 g/cm3, se concentrar em uma camada de 12 km de profundidade, sob uma camada de rocha com densidade média de 2,6 g/cm3, e sobre uma camada de rocha com densidade de 2,9 g/cm3?

Mesmo que tivesse existido esta disposição de camadas, haveria um grande problema para esta “teoria”. Para conter a água abaixo da camada de granito, que está sob pressão, esta teria de ser perfeitamente impermeável, pois qualquer fissura propiciaria uma saída rápida da água, vaporizando-a.

Qual foi o processo petrológico que fez com que esta camada de granito com 340 a 510 milhões de km2 se mantivesse sem fissuras? Não existe nenhum afloramento de rocha no mundo que não tenha alguma descontinuidade estrutural.

Outro problema é o papel do gradiente geotérmico. De modo geral, a cada 30m que se desce na crosta há um aumento de 1 grau Celsius na temperatura. Esta camada de água estaria sob pressão confinante elevada e a uma temperatura local de pelo menos 300 graus Celsius.

A água dos poços nos locais mencionados (Alemanha e Rússia) não é reliquiar de um “mar” interior, e sim aquela que circula em determinados tipos de rochas (p. explo., arenitos, pois que são porosos) e pelas fraturas em maciços rochosos. E a maior parte dela provém de um processo chamado percolação.

Mais uma pergunta. Já existia algum oceano ou eles se formaram com a água vinda da camada com 12 km?


09) Durante o Dilúvio a crosta se abriu em fendas que fizeram jorrar a água subterrânea.  Por causa da pressão, a água jorrou a quilômetros de altura, por todo o planeta.  Nas áreas polares, a água caiu em forma de gelo juntamente com gás carbônico nessa forma, capazes de congelar instantaneamente.  A lama foi responsável pelo soterramento e fossilização da maioria das criaturas que hoje encontramos nos fósseis.  Com a água subterrânea jorrando, ocorreu o deslocamento das massas de terra sobre essa água, separando os continentes (imagens em www.creationscience.com/onlinebook/HydroplateOverview7.html).

A sequência descrita no parágrafo supra não tem o menor sentido, mesmo para o seu modelo “teórico”.

Se o planeta apresentasse uma camada de água com 12 km de profundidade em toda a sua subsuperfície e esta água fosse lançada para a atmosfera você teria um colapso imediato de toda a crosta granítica sobre a basáltica.

Esta água entraria em ebulição, pois estaria sob uma temperatura de 300 graus Celsius e que teria repentinamente baixada a sua pressão confinante para uma atmosfera. Tudo que estivesse na superfície ou na atmosfera seria cozido.

Porque a água caiu sob a forma de gelo? E apenas nas áreas polares? Porque lá é... frio? Qual a evidência que a água teria congelado junto com gás carbônico?

Onde estava a lama? Estava sobre o supercontinente do Pangea criacionista ou estava no fundo dos oceanos? Como é que ela se deslocou tão rápido a ponto de encobrir todos os animais? Isto considerando a estapafúrdia idéia que para os criacionistas a fauna de Ediacara, os dinossauros e os humanos viveram todos na mesma época.

Fiquei atônito com a sua última frase. Você está sugerindo que os continentes “aquaplanaram”?


10)

Dia   Fato
0   Início do Dilúvio
40   Fecham as fontes (fim da chuva)
150   Arca repousa
223   Aparecem os cumes dos montes
263   Noé abre a janela
270   Solta a 1ª pomba
277   Solta a 2ª pomba (traz ramo de oliveira)
284   Solta 3ª pomba (não volta)
313   Remove a cobertura
371   Noé sai da arca

Sem comentários sobre a tabela, pois não tem conexão com o presente ensaio.


11) A deriva continental deve ter se iniciado no momento da abertura das fontes, e durou cerca de 150 dias.

Vamos compreender e por em perspectiva temporal a sua primeira frase usando como exemplo a separação entre a América do Sul e a África. A menor distância entre estes dois continentes é de cerca de 2.350 km, hoje. A razão de afastamento entre eles é de, em média, 4 cm/ano e estima-se que ela vem se mantendo constante há muito tempo, muito mais que o período em que teria ocorrido o seu “dilúvio”. Por fim, segundo VSa., a deriva “diluviana” durou 150 dias.

Vamos calcular a velocidade de deslocamento dos continentes. Se eles se deslocam a 4,0 cm por ano hoje, significa que em 3.999 anos e 215 dias, eles teriam se deslocado 159 metros e 68 centímetros. Isto implica que a deriva “diluviana”, em 150 dias, separou os continentes na distância de 2.349.840,32 (dois milhões, trezentos e quarenta e nove mil, oitocentos e quarenta metros e trinta e dois centímetros), ou 2.349,84 km. Isto representa uma velocidade de 652,70 metros por hora.

De uma taxa de 652,70 metros por hora no “dilúvio” para uma taxa de 4,0 centímetros por ano hoje. Ou seja, um afastamento 143.282.926 vezes (1,43 x 108, em notação científica) mais rápido no “dilúvio”, e provocado por água sob pressão!

Não há nenhum mecanismo conhecido e nunca houve um fluxo de calor mantélico suficiente para fazer esta proeza de velocidade. E mais importante que isto, não há evidência nenhuma de uma ação tectônica de tal magnitude.


12) Como a chuva parou no dia 40, é fácil compreender que a água encobriu todos os montes, enquanto ainda ocorria a formação das maiores montanhas.  Enquanto essas se formavam, sobrava mais espaço no fundo dos oceanos, já que a terra deveria “sair” do mar para formá-las. Também ocorreu uma acomodação do fundo dos oceanos, com seu rebaixamento e a formação dos abismos oceânicos, e evaporação da água.

Nova sequência de texto que não tem o menor sentido.

Não existia relevo montanhoso pré-"diluviano"? Qual era a altura dos montes então? Quais são as evidências geomorfológicas que suportam esta afirmação?

Como as montanhas se formaram? Pela retirada de “terra” do fundo oceânico? Qual foi o processo que fez isto? Uma enxurrada?

Segundo a sua explanação, houve a formação de montanhas pela retirada de “terra” do fundo, que por sua vez se rebaixou (acomodou) e com isto formaram-se os abismos oceânicos?

Não Rafael. As montanhas não se formam assim. Leia o texto destes “links”, acessíveis para um leigo, e você entenderá como é a orogênese.

Também eu recomendo a leitura dos seguintes livros textos básicos: Decifrando a Terra (2003). Teixeira, W.; Toledo, M. C. M.; Fairchild, T. R. e Taioli F. (Org.); Para Entender a Terra (2006). Pres, F.; Siever, R.; Grotzinger, J. e Jordan, T. H. e The Dynamic Earth (1992). Skinner, B. J. e Porter, S. C.


13) Esses fenômenos contribuíram para que todos os montes pré-diluvianos fossem encobertos pelas águas, e depois foi que as novas montanhas, mais altas que as anteriores, se formaram, enquanto a água se evaporava e se acomodava no fundo do oceano. Hoje há uma grande quantidade de água em forma de vapor, que no Dilúvio deveria estar condensada pelas condições impróprias para evaporação.

Rafael observe as seguintes frases:

“Enquanto a água se evaporava ela se acomodava no fundo do oceano”. Como pode o vapor de água se acomodar no fundo do oceano?

Compare as partes em negrito das seguintes frases. “Também ocorreu uma acomodação do fundo dos oceanos, com seu rebaixamento e a formação dos abismos oceânicos, e evaporação da água” (última frase do parágrafo 12) e “Hoje há uma grande quantidade de água em forma de vapor, que no Dilúvio deveria estar condensada pelas condições impróprias para evaporação”. Elas são antagônicas.

Aqui o problema do texto não é somente científico. Também é de lógica.


14) A acomodação dos continentes ocorre até hoje com os terremotos e vulcanismo.

Finalmente uma frase correta, sob a perspectiva geológica, e na qual concordamos inteiramente.


« Última modificação: 12 de Dezembro de 2017, 09:18:16 por Geotecton »
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Offline Geotecton

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Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista parte 02/02
« Resposta #1 Online: 12 de Abril de 2010, 00:58:50 »
Parte 02/02


15) Logo após o Dilúvio deve ter ocorrido o que hoje chamamos de Era Glacial, durando cerca de 300 anos, por evaporação da água e conseqüente perda do calor ambiental, dentre outros motivos.

Quais evidências permitem você afirmar que houve uma era glacial há 4.000 anos e que durou por 300 anos?

A evaporação da água causou a perda do “calor ambiental” e que levou à era glacial? Como?

Quais são os outros motivos que induziram uma era glacial?


16) Dessa forma..., ninguém pôde observar a separação dos continentes e nenhum animal da Arca poderia ter “pego carona” na deriva, pois os novos continentes estavam se formando enquanto as pessoas e animais estavam na Arca. Apenas sementes, esporos, ovos de insetos e talvez de anfíbios poderiam ter se utilizado dessa “carona”, segundo algumas explicações do tópico V.

Sem comentários deste parágrafo, pois o texto não tem correlação com o presente ensaio, com exceção da parte que faz menção aos continentes, mas que já foi refutado anteriormente.


17) Esse resumo do Dilúvio pode ser usado para compreender outras argumentações nos demais tópicos, e como sempre, alerto que posso estar equivocado em alguma parte, e peço para aqueles mais desejosos de conhecer a Teoria das Hidroplacas que acessem o site e leiam por si próprios.

Sem comentários deste parágrafo, pois o texto não tem correlação com o presente ensaio, com exceção da parte que faz menção à “teoria de hidroplacas”.


18) Você disse que ...“todas as evidências geológicas, como a geografia acidentada, bem como a aparência das camadas, são muito mais harmônicas com um processo lento e aleatório do que com um processo rápido e ainda por cima dirigido por alguma inteligência.”

(Nota do Autor: A frase acima é do interlocutor original defendendo a opinião do mainstream geológico em oposição à visão do senhor Rafael).


19) Na verdade as evidências geológicas são interpretadas atualmente através de uma pré-concepção de uma terra antiga e não catastrófica, enquanto antigamente elas eram interpretadas através de uma idéia de terra jovem e catastrófica. A própria Teoria das Hidroplacas explica grande parte de tais evidências, que apóiam um processo rápido, não necessariamente dirigido diretamente por alguma inteligência.

As feições geológicas são interpretadas, como resultado de processos, sob uma perspectiva temporal mais longa, há mais de 150 anos. E não há demérito nenhum nisto, pois dada a complexidade da Geologia fica claro que os pesquisadores mais antigos não tinham meios de ter o conhecimento sequer do que hoje é considerado como de nível escolar secundário.

Quanto ao suposto antagonismo entre o Uniformitarismo e o Catastrofismo, eu lhe afirmo que isto já foi abandonado há mais de 80 anos, porque sob a ótica dos processos geológicos, ambos estão corretos. Eu estou preparando um tópico sintético sobre o histórico destes conceitos das Geociências.

A “teoria das hidroplacas” não explica nenhuma feição geológica e nem há evidências do “dilúvio”. Se assim fosse todo o conhecimento geológico e de suas matérias básicas e correlatas (matemática, física, química, astronomia, entre outras) estaria errado.


20) A aparência das camadas pode ser explicada pelo processo de liquefação, na qual o movimento contínuo e turbulento das águas causa a deposição ordenada dos sedimentos em alguns dias.  Esse processo está explicado e demonstrado no site www.creationscience.com, mas não lembro o local exato.

A liquefação, enquanto processo geológico, é diferente do que você explica. Ela não envolve a emersão total de todos os sedimentos de uma dada área, mas apenas de parte deles e é um processo ligado ao nível do lençol freático, portanto de escala espacial limitada. Eis aqui uma explicação sucinta.

As camadas de rochas sedimentares são formadas em diversos ambientes e sob diversas condições dinâmicas e cinemáticas, embora, em última instância todas dependam da direção e intensidade do fluxo, seja do vento, seja da água, seja de massa.


21) Algumas evidências que apóiam um processo rápido são a formação oblíqua de certas camadas, a sobreposição (em que camadas mais “velhas” estão sobre as mais “jovens”) e a aparente ondulação em alguns extratos, impossíveis de se conseguir através de uma deposição lenta. Esses exemplos estão no livro “Em Busca das Origens”, alguns no “Livro Crítico” e deve ter algo no site citado.  Também pode-se encontrá-las em livros gerais de Biologia, não criacionistas, que tentam explicá-las pelo evolucionismo.

Nem todas as camadas de rochas sedimentares foram formadas em ambiente aquático (marinho, fluvial ou lacustre), mas também em ambiente continental. Neste link, você encontrará fotos de camadas de arenito inclinadas, contendo estratificações cruzadas, formadas em um paleodeserto.

As camadas mais horizontais são depositadas sob fluxo laminar, mas nem sempre isto ocorre. Observe que nesta foto as camadas não estão horizontais, e uma delas apresenta dobras convolutas, de natureza atectônica, formadas em virtude de um fluxo denso (detrítico) e turbulento.

Também há camadas que se depositaram na horizontal, mas hoje estão quase na vertical por causa da Tectônica (de Placas). Veja este exemplo na Austrália.

Diga-se de passagem, as camadas não são exclusividade de rochas sedimentares. Eis duas fotos de camadas em rochas metamórficas.

Não há como existir camadas mais antigas de rochas sobre camadas de rochas mais jovens sem a atuação de tectonismo. E isto se dá, simplificadamente, por dobramento, como neste exemplo ou por falhamento, como neste exemplo e neste.

Em livros de Biologia não existe o suporte teórico para explicar estas feições e sim em livros de Geologia. O termo “evolucionismo” não tem qualquer significado geológico. E acho que nem biológico.


22) Duas evidências paleontológicas são a presença de espículas de esponja marinha em sedimentos de 14 milhões de anos no interior dos EUA, e fósseis de árvores que atravessam várias camadas de milhões de anos. Como não tenho muitas referências para esses dados, vamos evitar debatê-los, ou ficaremos no “eu acredito, eu não acredito”.

Quais são as referências bibliográficas que afirmam tais coisas? Certamente não são textos produzidos pelo mainstrean geológico.

Quanto às florestas petrificadas não precisa ir aos EUA.

Eis aqui dois exemplos no Brasil. O primeiro no Rio Grande do Sul com idade estimada em 215 milhões de anos (fim do Triássico). Este eu conheço.

O segundo exemplo é na Chapada do Arararipe, no Ceará, no final do Jurássico .

Eis mais um na Argentina.

E em nenhum deles, repito, em nenhum, os fósseis de árvores "atravessam" camadas de milhões de anos.


23) Se há alguma evidência que você queira discutir, então basta dizer.  Não garanto resposta para todas, entretanto me empenharei ao máximo para explicar.

24) Seus comentários sobre a Antártida e os pingüins já foram discutidos no tópico III, e mais alguns argumentos pertinentes estarão logo em seguida neste tópico.

Sem comentários das citações 23 e 24, pois elas não tem correlação com o presente ensaio.


25) Apesar de o manto terrestre não ser sólido, a crosta terrestre, com o fundo dos oceanos e as placas continentais, é sólida. Mesmo com a movimentação do magma, seria necessário que as placas se sobrepusessem, senão só poderiam deslizar umas contra as outras, com os continentes fixos sobre elas. Seria como aquecer uma sopa com lâminas de pedra justapostas. Elas podem tomar o lugar uma da outra, sem encontro de suas superfícies, algo necessário para o encontro dos continentes. Isso impede a existência da Pangéia.

As placas são sólidas, mesmo porque compõe a crosta, e “deslizam” sobre o manto. Quanto aos limites das placas ocorrem basicamente 3 situações (com desdobramentos): convergência (ou colisão) com subducção de placa oceânica e formação de montanhas (Cordilheira dos Andes); divergência (ou acreção) de placas, como no caso da placa do Atlântico que separa a América do Sul da África e o limite onde não há acreção e nem subducção.
 
Não só não impediu a formação do Pangéa, como não impediu a formação de outros 4 supercontinentes anteriores. Aliás, sem a Tectônica de Placas nunca teria existido sequer um continente, quanto mais os supercontinentes.


26) Eu queria dizer que pelo modelo das placas tectônicas uma placa precisaria se sobrepor à outra, e exatamente nesse modelo a existência da Pangéia fica prejudicada por esse motivo.  Eu não disse que não ocorreu a Pangéia, mas sim que o modelo de placas em movimento impede sua existência, contradizendo a evolução. Contudo, existe sim uma explicação para resolver esse problema na tectônica de placas, o derretimento e incorporação das placas ao manto terrestre.  Infelizmente não conheço bem esse assunto, e me parece que até essa explicação seria insuficiente, pois assim as terras do início da Pangéia deveriam hoje estar liquefeitas sob outras placas, enquanto os fósseis indicam vida em terras quando os continentes ainda estavam bem unidos.  Saliento a superficialidade dessa observação, uma vez que eu ainda não analisei bem esse ponto.

Não, as placas não precisam se sobrepor, embora isto ocorra, e isto não impediu a formação do Pangéa, pelo contrário. A explicação foi dada no tópico anterior.

Já que você não conhece a subducção eu lhe indico dois links com conhecimento básico. O primeiro é sobre os conceitos gerais da Tectônica de Placas e o segundo é sobre a subducção strictu sensu.

As “terras do Pangéa” não ficariam liquefeitas. A explicação está contida nos seguintes tópicos do FCC: Neste e neste.


27) Sobre as montanhas, quase todas são sólidas por dentro e sem conteúdo vulcânico, até as vulcânicas são sólidas, e possuem vãos para o escape de magma. Como o modelo geológico atual deve ter uma explicação para o dobramento das montanhas lentamente, não vou adentrar esse assunto, mesmo não conhecendo uma explicação satisfatória para resolver o problema. O site de geologia http://domingos.home.sapo.pt/index.html é muito interessante e com vários assuntos relacionados ao que estamos discutindo. Não é criacionista.

Estas dúvidas eu já lhe respondi aqui.


28) Pelo último parágrafo de sua tréplica nesse tópico, adentramos um pouco o tópico VI, sobre a dispersão dos animais e sua similaridade em ambientes próximos. A deriva continental lenta é a única explicação que você conhece, e não a única que existe, fique bem claro. A migração dos animais é um fator muito mais importante, além de também ser considerado pela evolução, como na explicação da diversidade e dispersão do Homo sapiens.

29) Perceba que os povos mais próximos são mais parecidos, não por terem se transformado, mas por pura similaridade genética oriunda dos mesmos ancestrais (de milhares de anos e não milhões). Assim, ao se dispersarem pelo mundo, alguns animais foram para um ambiente e outros para ambientes diferentes, diversificando-se a partir de diferentes ancestrais, explicando a similaridade em ambientes próximos e distância genética em ambientes distantes. Ao conhecer um pouco mais de genética de populações e ecologia você descobrirá outras explicações. Baseie-se no tópico I, temas B e C, tópico II e VI. Os pingüins no tópico III são um bom exemplo, sem necessidade de deriva continental e nem transformação.

30) Por favor, ....., reflita nos assuntos e informações apresentados, para compreender que o principal motivo de você não encontrar uma explicação de Criacionismo de Terra Jovem convincente é seu desconhecimento de padrões biológicos bem definidos e capazes de elucidar muitas dúvidas suas sem a necessidade de milhões de anos.

Sem comentários destes parágrafos, pois os textos não tem correlação com o presente ensaio. Há uma exceção, porém.

O fato de você crer nos argumentos anti-científicos do Criacionismo Terra Jovem provem principalmente da sua falta de conhecimento científico, em particular de Geologia, e no fato de que você prioriza a sua fé religiosa em detrimento das evidências observadas no mundo natural, e que são estudadas pela Ciência.

« Última modificação: 12 de Dezembro de 2017, 09:28:09 por Geotecton »
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Offline Fernando Silva

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #2 Online: 12 de Abril de 2010, 07:31:00 »
Tópico interessante para guardar como referência.
Normalmente a discussão é Criacionismo x Biologia Evolutiva. O aspecto geológico é pouco debatido.

Mas é interessante o número de vezes em que o cara diz "não li" ou "não tenho muitas referências" sobre textos e assuntos que ele menciona como evidências.

Offline Pedro Reis

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #3 Online: 12 de Abril de 2010, 13:39:29 »
Citação de: Geotecton
Vamos compreender e por em perspectiva temporal a sua primeira frase usando como exemplo a separação entre a América do Sul e a África. A menor distância entre estes dois continentes é de cerca de 2.350 Km, hoje. A razão de afastamento entre eles é de, em média, 4 cm/ano e estimasse que ela vem se mantendo constante há muito tempo, muito mais que o período em que teria ocorrido o seu “dilúvio”. Por fim, segundo VSa., a deriva “diluviana” durou 150 dias.

Vamos calcular a velocidade de deslocamento dos continentes. Se eles se deslocam a 4,0 cm por ano hoje, significa que em 3.999 anos e 215 dias, eles teriam se deslocado 159 metros e 68 centímetros. Isto implica que a deriva “diluviana”, em 150 dias, separou os continentes na distância de 2.349.840,32 (dois milhões, trezentos e quarenta e nove mil, oitocentos e quarenta metros e trinta e dois centímetros), ou 2.349,84 Km. Isto representa uma velocidade de 652,70 metros por hora.

De uma taxa de 652,70 metros por hora no “dilúvio” para uma taxa de 4,0 centímetros por ano hoje. Ou seja, um afastamento 143.282.926 vezes mais rápido no “dilúvio”, e provocado por água sob pressão! Em notação científica 1,43 x 108.

Não há nenhum mecanismo conhecido e nunca houve um fluxo de calor mantélico suficiente para fazer esta proeza de velocidade. E mais importante que isto, não há evidência nenhuma de uma ação tectônica de tal magnitude.

Há uma parte nessa história de hidroplacas que eu tenho especial dificuldade em entender.

Já vi algumas animações ( bem toscas, aliás ) que "mostram" como teria ocorrido essa tal separação entre os continentes durante o
dilúvio. Do jeito que é mostrado tem-se a impressão que continentes são placas de isopor flutuando sobre os oceanos, ou então, sobre
a imaginária camada de água que misteriosamente inrrompeu das "fontes do abismo".

Porém, até onde eu imagino saber, as placas tectônicas mais se parecem com a casca de um ovo cozido, quando você a quebra gentilmente dando pequenas pancadas com uma colherinha. O seja, assim como a casca desse ovo, a crosta terrestre está estilhaçada em vários pedaços justapostos, não havendo espaço entre eles, pois se um grande espaço houvesse o manto estaria exposto em uma fenda abissal.

Pois bem, se esta imagem guarda alguma relação com a realidade então estas placas não podem se movimentar livremente, como é apresentado nestas animações do Adauto Lourenço, porque ao se movimentarem obrigatoriamente se empurram, deslizam e amassam umas às outras. Então não é fisicamente possível este deslocamento a 600 m/h, como se fossem navios, navegando soltas no mar.

Sendo assim os criacionistas precisam descrever o que é a crosta terrestre de alguma outra forma. Ou pelo menos o que teria sido a
crosta terrestre quando ocorreu o Dilúvio.

Mas como seria então? Não consigo imaginar.

Teria havido uma camada superficial granítica perfeitamente impermeável sobre este mar interior? E esta camada então fraturou-se permitindo que as águas jorrassem?

Se foi assim então temos o mesmo problema, porque todos os pedaços dessa crosta de granito estariam justapostos ao racharem e
não haveria espaço para se moverem a esta velocidade louca por milhares de quilômetros.

Como a teoria da hidroplacas descreve a composição e disposição das camadas mais superficiais do planeta na "era diluviana"?
« Última modificação: 12 de Abril de 2010, 13:52:16 por Pedro Reis »

Offline Derfel

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #4 Online: 12 de Abril de 2010, 22:42:32 »
É uma pena o Geotecton ter gastado tanto tempo em um artigo em que o o forista citado não vai ler... Talvez em um mês, já que deve estar muito ocupado com a carga de plantões da sua residência :(
Mas vale como fonte de informação e consulta. Sugiro, porém duas coisas:
a) o tópico seja mudado para a área de origens e evolução. Apesar de não tratar sobre evolução e biologia, comumente é citada a geologia como argumento pelos criacionistas (com a confusão de praxe de biologia, física e geologia...);
b) o tópico seja fixado para melhor ser encontrado, já que, eu acho, é o único sobre o tema de geologia x  criacionismo.

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #5 Online: 12 de Abril de 2010, 23:31:32 »
Há uma parte nessa história de hidroplacas que eu tenho especial dificuldade em entender.

Pedro, voce tem dificuldades em entender a "teoria de hidroplacas" por dois motivos:

01) Não há uma interpretação convergente sobre o evento do "dilúvio", no que tange à deriva continental, pois já vi pelo menos um site criacionista afirmar que a deriva teria ocorrido em 1 (um) dia.

02) Não há uma conexão coerente dos diversos ramos do conhecimento geológico, que foram arduamente elaborados ao longo dos últimos 230 anos, quando o termo Geologia foi usado pela primeira vez por Buffon e Saussure.


Já vi algumas animações ( bem toscas, aliás ) que "mostram" como teria ocorrido essa tal separação entre os continentes durante o dilúvio. Do jeito que é mostrado tem-se a impressão que continentes são placas de isopor flutuando sobre os oceanos, ou então, sobre a imaginária camada de água que misteriosamente inrrompeu das "fontes do abismo".

Nunca vi uma animação sobre o tema. Mas pelas descrições dos sites criacionistas, elas devem ser tão toscas quanto um filme de ficção científica classe Z.


Porém, até onde eu imagino saber, as placas tectônicas mais se parecem com a casca de um ovo cozido, quando você a quebra gentilmente dando pequenas pancadas com uma colherinha. O seja, assim como a casca desse ovo, a crosta terrestre está estilhaçada em vários pedaços justapostos, não havendo espaço entre eles, pois se um grande espaço houvesse o manto estaria exposto em uma fenda abissal.

Usando a sua analogia, a casca do ovo seria a crosta, tanto oceânica como a continental, e a gema seria a astenosfera, ou seja, menos rígida que a crosta, mas consistente o bastante para impedir a ascensão de material mantélico em fusão.

Somente em locais específicos o material do manto ascende e chega na superfície. Os mais importantes são as Cordilheiras Meso-Oceânicas. Os de menor importância são aqueles onde há plumas mantélicas, que são regiões de concentração anômala de calor do manto com reflexos na crosta. O caso mais famoso é o do Havaí.

Como é que se sabe que um dado magma é proveniente do manto? Pela sua composição química, como é o caso dos MORBs (Middle Ocean Ridge Basalts), que como o nome indica é o basalto incorporado ao assoalho oceânico nas Cordilheiras.


Pois bem, se esta imagem guarda alguma relação com a realidade então estas placas não podem se movimentar livremente, como é apresentado nestas animações do Adauto Lourenço, porque ao se movimentarem obrigatoriamente se empurram, deslizam e amassam umas às outras. Então não é fisicamente possível este deslocamento a 600 m/h, como se fossem navios, navegando soltas no mar.


A taxa de deslocamento de 600m/hora é impossível fisicamente, porque nunca houve - e não há - um mecanismo mantélico capaz de fazer isto.

As placas já se "empurram" e se "amassam" nas zonas de subducção e obducção. Elas se afastam nas zonas de acreção e mantem os seus limites (razoavelmente) intactos nas zonas de falhas transformantes.


Sendo assim os criacionistas precisam descrever o que é a crosta terrestre de alguma outra forma. Ou pelo menos o que teria sido a crosta terrestre quando ocorreu o Dilúvio.

Desejo, de coração, que os Adautos e Nahores da vida publiquem os dados geofísicos, geoquímicos, estruturais e tectônicos da "criação" e do "dilúvio" em qualquer journal de qualidade.

Acho que seria a consagração deles.


Mas como seria então? Não consigo imaginar.

Nem George Lucas com a ILM conseguiriam!  :)


Teria havido uma camada superficial granítica perfeitamente impermeável sobre este mar interior? E esta camada então fraturou-se permitindo que as águas jorrassem?

Como eu escrevi no primeiro parágrafo, não há nenhum criacionista que apresente um desenho esquemático detalhado e em escala das 3 (três) camadas e defenda-o em um debate.

Vamos deixar a nossa imaginação "correr solta". Suponha uma camada granítica que recobre todo o planeta, perfeitamente impermeável, sem descontinuidades físicas, tais como fraturas. Debaixo dela uma camada com 12 km de espessura de água. De repente, ou um meteoro, ou um terremoto, ou um espirro de Zeus fissura esta camada e a água jorra. E tem início o "dilúvio". Que lindo não?

Só faltou explicar o seguinte.

01) Qual foi o processo petrológico que formou a camada de granito perfeitamente isotrópica?

02) Como se formou a camada de água com 12 km de espessura?

03) Qual foi o comportamento reológico da camada de granito após o fissuramento?

(Uma dica. A água, quando confinada, funciona como um sólido por ser um fluído incompressível. No entanto, a partir do momento que se cria uma "rota de fuga", ela extravasa e deixa de ocupar aquele espaço confinado. Conclusão: Toda a camada de granito solaparia sobre a camada de basalto. Onde estão as evidências disto?)

04) Explicar porque Zeus espirrou!  :biglol:


Se foi assim então temos o mesmo problema, porque todos os pedaços dessa crosta de granito estariam justapostos ao racharem e não haveria espaço para se moverem a esta velocidade louca por milhares de quilômetros.

Sem dúvida, pois a maioria dos criacionistas acha que não havia subducção no tempo do "dilúvio".

Como a teoria da hidroplacas descreve a composição e disposição das camadas mais superficiais do planeta na "era diluviana"?

Sinceramente eu não sei lhe responder isto ainda Pedro, pois eu ainda não li todo o material sobre as "hidroplacas" no site criacionista indicado pelo senhor Rafael.

Se tiver algo que esclareça a sua dúvida eu aviso.

P.S. Eu duvido que exista. E se existir acho que será o mesmo tipo do resto, ou seja, uma sucessão de explicações absurdas!

« Última modificação: 10 de Abril de 2013, 22:44:36 por Geotecton »
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #6 Online: 12 de Abril de 2010, 23:38:39 »
É uma pena o Geotecton ter gastado tanto tempo em um artigo em que o o forista citado não vai ler... Talvez em um mês, já que deve estar muito ocupado com a carga de plantões da sua residência :(


Derfel, não culpe o menino por seus afazeres universitários e proto-profissionais.


Mas vale como fonte de informação e consulta. Sugiro, porém duas coisas:


Olha aí o que voce vai falar...  :susto:


a) o tópico seja mudado para a área de origens e evolução. Apesar de não tratar sobre evolução e biologia, comumente é citada a geologia como argumento pelos criacionistas (com a confusão de praxe de biologia, física e geologia...);

Se os demais foristas concordarem, por mim tudo bem!


b) o tópico seja fixado para melhor ser encontrado, já que, eu acho, é o único sobre o tema de geologia x  criacionismo.


Ei, nada mal para um necromancer senil, não é mesmo? :biglol:
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Offline Hold the Door

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #7 Online: 13 de Abril de 2010, 00:11:58 »
É uma pena o Geotecton ter gastado tanto tempo em um artigo em que o o forista citado não vai ler... Talvez em um mês, já que deve estar muito ocupado com a carga de plantões da sua residência :(
Mas vale como fonte de informação e consulta. Sugiro, porém duas coisas:
a) o tópico seja mudado para a área de origens e evolução. Apesar de não tratar sobre evolução e biologia, comumente é citada a geologia como argumento pelos criacionistas (com a confusão de praxe de biologia, física e geologia...);
b) o tópico seja fixado para melhor ser encontrado, já que, eu acho, é o único sobre o tema de geologia x  criacionismo.
O conteúdo do tópico tem mais a ver com a área de origens e evolução mesmo, além do que, não sei se o forista Rafael lê outras áreas além dessa.

E foi fixado para facilitar futuras referências em discussões.  :ok:
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Offline Spitfire

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #8 Online: 13 de Abril de 2010, 13:11:50 »
Geotecton, não sei se isto seria uma ciência diretamente ligada a geologia ou se trata-se de outra área, mas as datações do gelo nos polos, com diferentes gazes da composição atmosférica, não seriam também uma prova irrefutável que desmente o dilúvio? 

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #9 Online: 13 de Abril de 2010, 13:52:11 »
Geotecton, não sei se isto seria uma ciência diretamente ligada a geologia ou se trata-se de outra área, mas as datações do gelo nos polos, com diferentes gazes da composição atmosférica, não seriam também uma prova irrefutável que desmente o dilúvio? 

Sim, a Glaciologia é uma disciplina que faz divisa com a Geologia e a Meteorologia.

Concordo com você. As datações das bolhas dariam evidências contra o suposto tempo que teria ocorrido o "dilúvio". Basta mencionar que já foram realizadas análises em bolhas com idade estimada em 400.000 anos. Além disto, a análise do conteúdo gasoso das bolhas contidas em amostras de gelo com 4.000 anos AP poderia nos fornecer outras evidências contra o "dilúvio", pois este cataclisma fatalmente deixaria rastros na atmosfera, que eu duvido que estejam presentes (porque não existiu tal cataclisma) nas amostras.

No entanto, Spitfire, eu acho que os criacionistas simplesmente iriam ignorar os resultados, ou, em situação extrema, afirmariam que aquilo é apenas mais uma "artimanha evolucionista" contra os desígnios da dividande cristã.
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Offline Derfel

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #10 Online: 13 de Abril de 2010, 22:19:24 »
Este tópico deveria se chamar: "Pergunte ao Geotecton" ou "Geotecton responde" :biglol:

Os cilindros de gelo são mencionados por criacionistas como não sendo confiáveis, pois haveria uma contaminação das amostras de ar colhidas das bolhas (por difusão?). Isso procede?
Sei que o local e tempo estão errados, mas, antes que surja algo como "estão vendo? uma prova do dilúvio!", o Jovem Dryas foi causado mesmo por uma grande inundação pelo liberação das águas de um grande lago no final da Idade do Gelo? Correlacionando, mas não tendo muito a ver com criacionismo, existe a possibilidade do evento se repetir nos dias de hoje por um degelo da groelândia pelo aquecimento global, que mudasse a salinidade e as correntes da região?

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #11 Online: 14 de Abril de 2010, 01:59:08 »
Este tópico deveria se chamar: "Pergunte ao Geotecton" ou "Geotecton responde" :biglol:

Certo, Derfel, certo!! :biglol:


Os cilindros de gelo são mencionados por criacionistas como não sendo confiáveis, pois haveria uma contaminação das amostras de ar colhidas das bolhas (por difusão?). Isso procede?

Não, se houver uma coleta adequada da amostra. A difusão pode ocorrer nos poros e interstícios. E isto somente existe na porção mais superior de um glacial onde há camadas de neve ou de firn.

O firn é um tipo de neve recristalizada configurando um tipo intermediário entre a neve e o gelo glacial.
 
Estudos de laboratório indicam que a difusão não ocorre quando se forma gelo glacial.

Todas as datações e análises químicas são realizadas em gelo glacial.


Sei que o local e tempo estão errados, mas, antes que surja algo como "estão vendo? uma prova do dilúvio!", o Jovem Dryas foi causado mesmo por uma grande inundação pelo liberação das águas de um grande lago no final da Idade do Gelo? Correlacionando, mas não tendo muito a ver com criacionismo, existe a possibilidade do evento se repetir nos dias de hoje por um degelo da groelândia pelo aquecimento global, que mudasse a salinidade e as correntes da região?

Durante o final da última era glacial, há cerca de 12.000 anos, na região que engloba os atuais Grandes Lagos e seu entorno, existiu um gigantesco lago de degelo, chamado Iroquoi, com um volume estimado em 10 a 15 vezes maior que a soma de todos os lagos atuais e que estava represado pelas geleiras a leste e por paredes de rochas no resto dos seus limites. Esta região possui uma longa história geológica de tectonismo, sedimentação e vulcanismo até o momento em que foram instaladas as geleiras nesta parte da América do Norte. E ela começa na abertura do Oceano Atlântico.

Quando houve o recuo das geleiras toda a água que estava acima do nível do rio Indian, a leste de Toronto, escou pelo seu vale carreando água, gelo e sedimentos da fração areia à matacões de dezenas de toneladas, até o Oceano Atlântico. A este evento chama-se Jovem Dryas.

O desembocar de toda esta água doce alterou a salinidade e o padrão de correntes no Atlântico Norte, em particular a Corrente do Golfo, que leva calor para a Europa Ocidental. Isto causou o recrudescimento da era glacial na Europa, que estava em franco declínio, no qual há indícios disto na Grã-Bretanha.

Quanto à possibilidade deste fenômeno se repetir de modo similar ao descrito acima, eu não vejo como, pois do que se sabe da configuração topográfica sob as geleiras da Groênlandia, não há uma "bacia" semelhante em termos de capacidade de retenção de água, ao que havia na região dos atuais Grandes Lagos.

No entanto se houver o derretimento de todo o gelo da ilha supra, sem dúvida haverá mudanças na salinidade e nas correntes, mas serão muito mais graduais.


P.S.

Veja o episódio "Os Grandes Lagos" da série "Como a Terra foi Feita". Lá tem informações adicionais, bem como imagens e simulações interessantes.
« Última modificação: 26 de Fevereiro de 2012, 12:33:06 por Geotecton »
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Offline Pedro Reis

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #12 Online: 15 de Abril de 2010, 23:45:09 »
Estou curioso para ler as considerações do Rafael...

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #13 Online: 19 de Abril de 2010, 01:28:10 »
Introdução

O presente ensaio é uma refutação ao conteúdo de Geologia dos textos do senhor Sodré, autor do tópico Criacionismo Up to Death.
 
Os argumentos e comentários estão restritos essencialmente aos textos contidos no tópico supracitado. Excepcionalmente, em questões específicas, são feitos comentários de outros textos ou sites citados nos parágrafos em análise.


Textos, Comentários e Refutações


Texto 01


01) A Bíblia relata uma transformação genética muito mais rápida que os proprios defensores da teoria da evolução. Mutações genéticas, especiações em tempo real , como algumas materias científicas mostram, favorece mais o criacionismo bíblico que as looooongas e longuíssimas eras da teoria de Darwin.

02) Todas as etnias existentes hoje, loiros, japoneses, negros, etc.. segundo o criacionismo vieram de Adão e se transformaram em poucos milênios. Uma aparição de loiros é relatada na historia no século X e XI quando o papa Inocêncio desejou contemplar esta "raça" por exemplo, demonstrando sua raridade no mundo civilizado de então.

03) Apesar disso, cremos que houveram muitas diferenciações apartir da criação, pois Deus dotou nosso gen, dos animais e plantas, com altíssima capacidade de adaptação e transformação.

Sem comentários das citações 01, 02 e 03 porque não há conteúdo geológico.


04) A separação dos continentes ocasionada pelo diluvio (macros-tsunamis) levou a separação geográfica paulatina das populações, e isso favoreceu a definição de novas etnias e espécies de plantas, animais e pessoas...e isso em tempo rápido em relação ao previsto pela teoria lentíssima da evolução.

Não. Não há nenhuma evidência geológica de que em algum momento da história da Terra, esta tenha sido coberta por água em toda a sua extensão.

Não. Nenhum tsunami é capaz de mover um milímetro um continente. Quanto mais afastá-lo em 2.390 km como é o caso da distância entre a América do Sul e a África. É simples de entender. Um tsunami, como toda e qualquer onda, transporta energia, mas não massa. E mesmo que a transportasse, a diferença de massa entre um tsunami e um continente como a América do Sul é da ordem de trilhões de toneladas. Seria como uma mosca colidindo em alta velocidade contra um elefante africano macho com 50 anos de idade de 7 toneladas.


05) Essa separação aconteceu de forma mais rápida logo após o diluvio e ainda acontece de forma lenta hoje, há diversos estudos do Dr. em Geologia, Nahor Junior demonstrando isso, e na historia e arqueologia, se observam similaridades incríveis de indios da américa do sul com povos na Asia confirmando com outros muitos ítens esta tese.

Não. Não existem tais “estudos”. Em quais periódicos científicos estão publicados os trabalhos do senhor Nahor, em que são apresentadas as evidências do “dilúvio”?

A propósito a tese de doutorado do cavalheiro supra não traz uma só menção ao “dilúvio” ou à bíblia.
 
Porque será?


06) Favorecendo esta rapidez, estão os mais recentes estudos geológicos, os quais apontam as grandes transformações ocorridas neste planeta, as sedimentações, como um processo de meses, semanas e dias.

Não. Não há nenhum estudo geológico que mostre uma “rapidez associada a um dilúvio”.


07) O criacionismo acerta cada vez mais que são divulgados especiações em tempo real, as chamadas macro-evoluções.

08) Em breve se repetirá aquela velha historia que se repetiu quando os defensores dageração expontânea (os "modernos defensores da abiogênese) cairam em face da Bíblia, da verdade, do relato historico-arqueológico das principais civilizações e sobretudo, diante de Deus, o Criador.

Sem comentários das citações 07 e 08 porque não há conteúdo geológico.


Texto 02


09) Biodiversidade e especiação. O criacionismo apregoa uma separação geográfica drástica e mudança drastica do eco-sistema, ocorrida apartir da pangeia quando este mundo se envolveu, arqueologicamente, paleontologicamente e geologicamente falando, numa catastrofe universal diluviana com fissuras em lençois freaticos citados de forma simploria na Biblia e em varios relatos arqueologicos.

Não. Não é simplória. Estas citações simplesmente não existem na descrição do “dilúvio”. A possibilidade de uma taxa de deriva continental apregoada pelos criacionistas é zero.

Hoje, o fluxo de calor sob crosta oceânica recente é de aproximadamente 250 mW/m2  em locais onde há um deslocamento de 4 a 5 cm por ano. Imagine o fluxo de calor necessário para que uma placa deslizasse a 652,70 metros por hora?

No primeiro texto deste tópico do fCC há uma refutação de alguns pontos da “conjectura das hidroplacas”.

Não. Não há nenhum sítio arqueológico que indique um processo abrupto de inundação, em escala mundial.


10) Somente tal incidente poderia provocar especiações de uma magnitude irreversivel e progressiva. Já um uniformismo encontra serias dificuldades evolucionarias para sustentar modificações irreversiveis em termos de mutação genetica e acumulo de mudanças alelicas como revela as observações com estudos com inseticidas onde quando alterados a aplicação se vê retornarem a forma original os organismos.

11) Desta forma a biodiversidade é explicada apartir da grande catastrofe de maneira mais abrangente e coerente com a observação evolucionaria, do que o modelo evolucionista darwiniano..se aproximando sensivelmente do modelo neodarwiniano de Gould.

12) Descendentes dos sobreviventes, cruzaram-se entre si e deram inicio a biodiversidade apartir de adaptação aos diversos climas distintos que se formaram na terra e separação geográfica.

Sem comentários das citações 10, 11 e 12 porque não há conteúdo geológico.


13) Apenas um pequeno tsunami chegou a mudar o eixo da terra, o catastrofismo apregoa grandes mudanças na terra por um dilivio global.

Não. Não foi na intensidade suposta pelo autor do tópico. O terremoto de Sumatra (dezembro de 2004), o segundo mais forte desde o início das medições no final do século XIX (9.1 na escala de Richter), reduziu a duração do dia em apenas 6,8 microsegundos (seis vírgula oito milionésimos de segundo) e deslocou o eixo da Terra em apenas 2,32 milissegundos (cerca de 7 centímetros).


14) Fragilidades do modelo geológico evolucionário.

Não. Não existe um “modelo geológico evolucionário”. Portanto é uma frase incorreta, tola e ideológica.


14.1) Faltam sinais de erosão entre as camadas da coluna geológica, se cada extrato ficou exposto as intemperies por milhões de anos, onde estão estes sinais????? Uma vez que as camadas são planas!

Não. A “explicação” acima apenas denota ignorância sobre Sedimentologia. Estarrecedora, porém diagnóstica.

Neste link, a foto II.2.9 representa uma discordância erosiva entre as litofácies da Formação Itaperucu e as do Grupo Barreiras, no município de Açailândia, Maranhão. Outro exemplo, em Portugal, que também é uma discordância angular onde não precisa haver necessariamente uma erosão e sim um lapso curto de sedimentação que é conhecido como diastema.

Camadas planas? Acho que o certo é a expressão “camadas horizontais”. Eis 3 exemplos de não-horizontalidade: Primeiro; Segundo (foto 6); Terceiro.

Apenas para salientar a falta de originalidade dos criacionistas, vejam este excerto de um texto retirado deste link:

Na sua opinião, quais são as duas principais fragilidades da teoria da evolução?

Dra. Elaine: Na área da Geologia, são os intervalos de tempo no registro geológico. Faltam sinais de erosão entre as camadas da coluna geológica. Se cada estrato ficou exposto às intempéries por milhões de anos, onde estão esses sinais? As camadas são planas.


Ao comparar com o texto da citação 14.1, verifica-se que são idênticos.


14.2) Lacunas nos registros fósseis

Não. Não existe fragilidade. O que existe é a não capacidade (ou má vontade) de entender o que é o complexo processo de fossilização.

A quantidade de fósseis é ínfima, se comparada ao total de seres que já viveram no planeta.

Isto ocorre em função das necessidades específicas dos muitos tipos de fossilização: ambiente litológico restrito (principalmente rochas sedimentares); rápido recobrimento com sedimentos do espécime para protegê-lo da degradação biológica ou de carniceiros; a presença de partes “duras”; aporte de fluidos mineralizadores; condições geoquímicas adequadas, etc. Neste link é possível obter mais informações.


14.3) Extinções em massa.

As extinções em massa corroboram a Teoria da Evolução, pois demonstram que as espécies com maior capacidade de adaptação são aquelas que tem a maior possibilidade de resistir a mudanças ambientais abruptas. A mais antiga ocorreu no fim do Cambriano, há mais de 448 milhões de anos.
 

14.4) Fosseis bem preservados nos dizem que os animais foram sepultados e mineralizados muito rapidamente, sem se decompor ou ser devorados por outros animais, um exemplo são os fosseis de SANTANA DO ARARIPE, NO CEARÁ. Na parte superior há os ictiolos(peixes) com orgãos e até mesmo a COR de escamas são preservados. Em condições normais (uniformitarianismo) esse tipo de fossilização não ocorre"

Não. O uniformitarismo de Hutton não preconizava apenas isto, mas, também, que os processos geológicos que vemos hoje ocorrem, de modo geral, desde a formação do planeta.

A maior parte dos processos geológicos ocorre de forma gradual. Isto não impede a existência de episódios geológicos rápidos e, algumas vezes, catastróficos.


14.5) BOULDERS... SÃO PEDRAS MUITO GRANDES de característicos de aguas profundas, encontradas em camadas entre o pre-cambriano e o cambriano em varias partes do mundo. Aquestão é: Como foram parar ali? Uma vez que isso indica a necessidade de uma imensa energia para move-los o que sugere uma grande catástrofe.

Não. As boulders são rochas que podem ser formadas ou por erosão diferencial  ou como blocos erráticos de depósitos glaciares lacustrinos, como por exemplo este.

Não existem apenas entre o fim do Proterozóico superior e o início do Fanerozóico, mas ao longo de quase todo o tempo geológico.

Eis um exemplo do Permiano médio, com, cerca de 280 milhões de anos, no Parque do Varvito em Itu, São Paulo.


14.6) Dinossauros. A teoria do impacto de um asteroide que teria levantado muito poeira e levado a morte muitos dinossauros, encontra serias dificuldades porque quando houve esse impacto os dinassouros já estavam mortos, pois seus fósseis foram encontrados abaixo da camada em que se lcaliza a cratera de yucatan (na passagem do Cretacio para o terciario no Mexico).

Não. A teoria do impacto está bem documentada em escala de mineral, de afloramento e de... planeta! (cristais de quartzo com lamelas de deformação, níveis de irídio em camadas de transição do Cretácio para o Terciário e a cratera no Golfo do México).

O que se propõe hoje é que além do impacto, outros fatores teriam atuado, incluindo alterações climáticas por causa da mudança na iluminação solar na atmosfera, vulcanismo intenso e doenças.

Eis dois links rápidos para consulta: O primeiro e o segundo.


15) No fim do Mesosoico, varios animais se extinguiram, não só os dinossauros, como os amonóides,especie de Lula, que viviam em conchas..todos eles extinguiram no fim do cretacio. Porque?

Dinossauros, amonitas, belemonitas, pterossauros, entre outros grupos e espécies, foram extintos. Os motivos estão relacionados no item anterior, e não são os mesmos que levaram às outras extinções, como a do Permiano, por exemplo.


16) O impacto de um asteroide é uma catastrofe muito localizada. deve-se procuarar uma catastrofe muito maior paravexplicar a extinção em massa e uma enormidade de fosseis em todas as partes do planeta

Não. A influência do impacto de um asteróide pode ser planetária. Tudo dependerá da massa, da velocidade e do ângulo de entrada na atmosfera e do local onde ele se chocará.

Não. Um fóssil não implica necessariamente que tenha ocorrida uma catástrofe para gerá-lo. Qual catástrofe estaria associada à captura de um inseto em âmbar? Ou do aprisionamento de animais em poços de piche?


Texto 03


17) Evolução eh fato, o problema eh quanto tempo existiu para que esta acontecesse...os derrames basalticos por volta do cretaceo. o que indica que nenhum ser vivo poderia viver nos continentes sob as condições que PROVAS de catastrofes de tal periodo impunham.

Sim, a evolução é um fato. Primeira concordância mútua.

Não. Os derrames basálticos fissurais do Cretáceo não impediram, embora tenham dificultado, a existência de vida nas áreas por eles afetadas.


18) "Muito embora os processos de regressão marinha estejam claramente delineados, nas rochas da Bacia do Parana, jaw no permiano, o mesmo NÃO OCORREU, necessariamente, nas demaias regiões da superficie da terra. As placas litosfericas movimentando-se tanto no sentidovertical como horizontalmente, e os colossais volumes de lavas basalticas extravasadas em varias partes do mundo, (nos continentes e oceanos) certamente originaram um cenario tal, que o recuo dos mares, ou oceanos, não poderia se desenvolver de maneira UNIFORME, ocorrendo inclusive transgressões marinhas em determinadas areas continentais. Como exemplo, citamos a significativa transgressão marinha ocorrida, no continente norte americano, no "cretacio".

Os movimentos eustáticos (transgressão e regressão) apresentam as seguintes causas mundiais relacionadas às variações de: volume de água oceânica; volume das bacias oceânicas e da temperatura média dos oceanos. Quando regressões e transgressões locais ocorrem, geralmente estão relacionadas a movimentos isostáticos.

As regressões e transgressões podem ocorrer em determinadas costas e em outras não; assim como podem ocorrer transgressões em certos locais e em outros podem ocorrer regressões, simultaneamente.

Portanto, é inútil querer desqualificar o princípio do Uniformitarismo com este argumento equivocado.


19) Nessa MESMA ocasião, o hemisferio Sul, imediatamente antes de se iniciar a separação das placas componentes do mega-continente "gondwana", verifica-se A MAIS EXTENSA MANIFESTAÇÃO VULCANICA DE NATUREZA CONTINENTAL na superficie terrestre. Considerando-se APENAS o continente Sul Americano, este mesmo evento magmatico desenvolveu-se de maneira proeminente na Bacia do Parana, em uma area de 1.200.000 Km2. Estimandose o valor de 660m para a espessura media do pacote magmatico, contendo os sucessivos derrames (Formação de Serra Geral), atinge-se a impressionante cifra de 750.000 Km3 de volume de material extrusivo!!!!!!!!

Os derrames basálticos fissurais ocorreram em diversos locais da Terra, como no planalto Decan (Índia), na Sibéria (Rússia), na Bacia do Paraná (Brasil), Bacia do Chaco-Paraná (Argentina-Paraguai) e na Bacia de Etendeka (Namíbia e Angola).
 
O da Bacia do Paraná cobriu mais de 1 milhão de km2, com espessura média de 700 m e máxima espessura de 2.000 m, resultando em mais de 700 mil km3 de material extrudido. Ocorreu no início do Cretáceo, entre 137 milhões e 127 milhões de anos AP devido ao processo de fragmentação do Gondwana nos continentes da América do Sul, da África, da Austrália e pela abertura do oceano Atlântico. Eis dois links com explicações, este e neste.


20) Esta EXTRAORDINARIA manifestação de energia vulcanica, na verdade, constitui APENAS um episodio do diluvio bilbico, dentre muitos outros de igual MAGNITUDE. nA iNDIA, ESTIMA-SE QUE O VOLUME total dos derrames "cretacitos" do DECCAN, ultrapasse 1.000.000 km3.Apenas um unico derrame (^Pamona^) dos basaltos do grupo rio Columbia (EUA) provavelmente , tenha percorrido a IMPRESSIONANTE distancia de 550 Km, no "mioceno" abrangendo area de 18.000km2. Fenomenos magmaticos semelhantes aos exemplos então apresentados , SÃO EXCLUSIVOS DE UMA SO EPOCA em que a vida ERA IMPOSSIVEL, para qualquer ser vivente que habitasse em areas continentais."

Não, esta análise não está correta. E por três motivos.

O primeiro é que na narrativa do “dilúbio bíblico” não há menção a vulcanismo, sendo, portanto, um wishful thinking dos criacionistas.

O segundo (motivo) é que são derrames fissurais de tempos geológicos muito distantes, o da Serra Geral (Brasil) é do início do período do Cretáceo (137 milhões AP), o do Decan (Índia) é do final do Cretáceo (67 milhões de anos AP) e o do Rio Colúmbia é do fim da época do Mioceno (11 milhões de anos AP), este conforme a própria citação 20 menciona. Existem muitos outros vulcanismos, inclusive de fissuras. Eis apenas os do Brasil.

O terceiro é que a vida sobre os continentes nunca foi extinta em momento algum do tempo geológico, muito menos durante estes momentos de derrames fissurais. O mais próximo que se chegou disto foi na extinção do Permiano.

Interessante que os criacionistas só mencionam os derrames basálticos e nunca os riolíticos, provavelmente porque não os conhecem, como neste caso e neste.


21) Mesmo assim, sabemos que mudanças palpaveis nos taxa altas não foram verificadas e um retorno ao estagio original do organismo se verifica quando o ambiente se volta ao normal, o que justificaria mais uma projeção de equilibrio evolucioniario do que acumulo de mudanças alelicas.

Sem comentários da citação 21 porque não há conteúdo geológico.



Texto  04


22) Fósseis precisam sim ser soterrados e mineralizados tão rapidamente para preservar caracteristicas tão sensiveis como ateh mesmo cor de escamas. A infinidade de fosseis bem preservados, tridimencionais, falam de sepultamento repentino, ocasionado sobretudo por uma grande catastrofe geologica na terra.

Confusão recorrente. Os fósseis precisam ser envoltos rapidamente por sedimento, resina, gelo ou piche para que não sejam degradados por reações físico-químicas ou pela ação de agentes biológicos.

Mas isto não significa que foi um processo simultâneo decorrente de uma “grande catástrofe geológica”. Há vários problemas relacionados com esta hipótese.

Primeiro. Há fósseis datados de 3,5 bilhões de anos em rochas metamórficas de baixo grau que são os estromatólitos. Como é possível explicar pela conjectura do “dilúvio” que tais organismos possam estar em rochas metamórficas, visto que a conjectura supra só menciona rochas sedimentares?

Segundo. Há fósseis distribuídos em toda a coluna geológica, em múltiplos ambientes deposicionais, embora com predominância do marinho. Como explicar isto com uma conjectura que toda a Terra foi coberta com uma só massa de água?

Terceiro. Há presença de icnofósseis do tipo pegadas há pelo menos 395 milhões de anos (Devoniano médio) e que aparecem com freqüência ao longo de toda a coluna geológica desde então. Como explicar isto? Ou seriam fósseis “pré-diluvianos”? (sic)


23) Eh Bom se lembrar que o diluvio abrande diversas catastrofes simultaneamente.

Não. Isto é apenas outro wishful thinking dos criacionistas, pois na narrativa do “dilúbio bíblico” não há menção a nenhuma outra “catástrofe”, a não ser chuva intensa e uma inundação.


24) Sobre a questão do tempo em que a evolução atuou, temos a nosso favor diversos achados fosseis bem preservados, pele mole do tiranossauro rex, bacterias ainda vivas no abdomen de abelhas fossilizadas, demonstração de rapidez na formação de carvão e petroleo, (UMA PREVISÃO CRIACIONISTA), bem como diversas PROVAS de acontecimentos rapidos na sedimentação de rochas.

Não. A existência de tecidos fósseis, e que são pouquíssimos, apenas indica condições ótimas de fossilização, e não de uma catástrofe em escala planetária.   

Eis um caso de preservação excepcional de pele de hadrossauro no estado de Dakota do Sul.
 
Não. O carvão e o petróleo não se formam rapidamente (4.000 anos) como querem os criacionistas. Embora sejam processos distintos, ambos levam vários milhões de anos.
 
Não. Sedimentações rápidas já haviam sido observadas por Lyell em 1830, conforme descrito em seu livro Principles of Geology, que as considerou como episódicas e raras.


25) em laboratorio se verificaram a rapidez de fossilização pela substituição do carbonato por silica, se verificou o fenomeno do entablamento, forma de formação rochosa rapida e submeersa.. pelo bombeamento de agua sobre lavas basalticas.

Não. A rapidez da substituição de carbonato por sílica ocorreu em condições laboratoriais controladas e que foram aceleradas por motivos óbvios. Na natureza é, geralmente, um processo muito mais lento.

Não necessariamente. O entablamento, do original francês entablement, não decorre de resfriamento rápido, e sim lento, e ocorre nas porções medianas dos derrames basálticos.


26) .enfim..a teoria catastrofista reune diversas PROVAS de rapidez e de recente exterminio de florestas e seres vivos rapidamente alem de diversas fontes arqueologicas de 273 fontes nas culturas em derredor do mundo. Ateh os MAIAS na america do sul descreveram o diluvio e se declararam como sendo a quarta geração pos diluvio ocorrido segundo o calendario deles, em 3013ac)

Sem comentários da citação 26 porque não há conteúdo geológico.
« Última modificação: 02 de Dezembro de 2014, 21:16:43 por Geotecton »
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Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de um texto criacionista
« Resposta #14 Online: 19 de Abril de 2010, 01:58:41 »
Texto 05


27) Quando pegamos tecido mole em um fossil de tiranossauro rex, raciocinamos para depois aplicar o metodo, a formula? Ou aplicamos a formula para depois raciocinar....????

28) Nas equações de matematica desde criança vemos ocorrer com os bons matematicos, onde primeiramente intuimos um resultado lógico, para não nos perdermos posteriormente na aplicação de um formula, para que esta não se distancie tanto da logica.

29) Sabemos que o resultado se dará na ordem de 1000, por volta de 3, 0, etc... O "X" será mais ou menos por volta de "tanto"..raciocinamos e pensamos diante do problema..

30) E não somente na matematica, mas num simples troco no supermeercado, no balanço geral de uma grande ou pequena empresa...o ser humano tem a capacidade de prever mais ou menos um resultado antes de aplicar uma determinada formula.

31) Se depois de aplicar a fórmula, a distancia entre uma previsão logica e o resultado forem muitos grandes, alguma coisa anda errada...

32) Ocorre que o evolucionismo criou uma especie de logica a ser seguida, e as previsões "logicas" se assemelham a aplicação da formula.

33) Mas se olharmos um tecido mole de um tiranossauro rex, qual logica existiria em nossa mente...da sua antiguidade em milhões de anos???..creio que não. Os fatos não condizem com isso...

Sem comentários das citações 27, 28, 29, 30, 31, 32 e 33 porque não há conteúdo geológico.

Adendo. O autor das citações 27 a 33, em sua típica dificuldade de compreensão de textos técnicos e também de exposição de idéias, quis acusar os “evolucionistas” (sic) de tautologia.


34) Se pegarmos camadas planas, sem estarem com marcas de erosão, diremos que elas estiveram na superficie da terra por milhoes de anos???.. Tambem creio que não...

Confusão recorrente. Primeiro, porque a formação das camadas planas geralmente ocorre em ambiente subaquático, onde, então, não há erosão por definição, ainda que possam ter passado por uma fase diastemática.

Segundo, estruturas plano-paralelas sugerem que aquelas camadas não foram afetadas por erosão no processo de sedimentação, mas isto não significa que não possa acontecer na fase pós-orogênese ou pós-formação da bacia cratônica.


35) temos escavações de civilizações recentes para comparar e comprovar esta falácia (citação 34).

Não. A afirmação é que é falaciosa, pois escavações arqueológicas não se prestam para este tipo de verificação.


36) A datação por isotopos e o uniformismo term sido aplicada antes de raciocinarmos...mas justamente devido a um raciocinio..estimulado por fontes historicas e arquelogicas...tem sido minada por alguns questionamentos, pois essa aplicação da formula foge muito do resultado previsto dentro de uma logica do campo da observação.

Não. Para conhecer um pouco mais sobre datações radiométricas, recomenda-se ver este tópico do próprio fCC.

Sobre o Uniformitarismo está em preparação um tópico a ser postado no fCC.


37) Pense! raciocine! e depois teste algumas fórmulas e veja se apostaria nelas.

Ótima recomendação para os criacionistas.


38) Referencia: Encontrado tecido mole de Tiranossauro rex ?

Tecido “mole” em Tyrannosaurus rex

Title: Soft-Tissue Vessels and Cellular Preservation in Tyrannosaurus rex

Abstract:

Soft tissues are preserved within hindlimb elements of Tyrannosaurus rex (Museum of the Rockies specimen 1125). Removal of the mineral phase reveals transparent, flexible, hollow blood vessels containing small round microstructures that can be expressed from the vessels into solution. Some regions of the demineralized bone matrix are highly fibrous, and the matrix possesses elasticity and resilience. Three populations of microstructures have cell-like morphology. Thus, some dinosaurian soft tissues may retain some of their original flexibility, elasticity, and resilience.

Nature 307:1952-1955

Obviamente pode nao existir nada de DNA, talvez nem mesmo proteinas, mas jah eh um grande achado trazendo, ao menos, uma excelente forma de procurar tecido nao mineralizado em fosseis.

A pesquisa que fiz, indica que a publicação original saiu na Science e não na Nature. De qualquer modo, os paleontólogos acham que, se não houve contaminação da amostra, se está diante de um caso de condição de preservação excepcional.

Não há a necessidade de que a fossilização tenha ocorrido recentemente, como insinuam os criacionistas. Aliás, neste site criacionista, eles foram bastante cautelosos e, em momento algum, afirmaram que esta descoberta seja prova do “dilúvio”.


39) Andes, Himalaia, Alpes, etc.. As grandes cadeias de montanhas representam na realidade, uma expressão fisiográfica dos cinturões orogênicos que estão relacionados ao movimento de placas litosféricas, pois formaram-se principalmente ao longo das margens ou próximo aos seus limites (das placas).

Sim. Uma pequena e singela descrição de uma das previsões da Teoria da Tectônica de Placas que se desenvolve ao longo dos últimos 4,2 bilhões de anos pelo menos.


40) O desenvolvimento destas grandes estruturas, iniciou-se logo nos primeiros momentos do diluvio; semelhante as bacias sedimentares, os cinturões orogênicos, inicialmente extensas depressões alongadas, foram preenchidos com espessos pacotes de sedimentos.

Sim e não. Os cinturões orogênicos de fato são o resultado de locais com intensa sedimentação e posterior soerguimento por esforços compressivos tangenciais, em função da colisão de placas.

Mas que não foram gerados pelo “dilúvio”. O soerguimento de uma montanha como os Himalaias leva muito mais tempo que os 4.000 anos dos criacionistas, pois se assim não fosse haveria alguma evidência geológica desta absurda taxa de elevação de 2 metros por ano, para aquela cordilheira.

Apenas para efeito de comparação, a taxa de soerguimento hoje é de 1 a 5 cm por ano. Estima-se que a colisão Índia e Ásia começou há cerca de 70 milhões de anos, no final do Cretáceo superior.

Além disto, há montanhas muito mais antigas, em variados estágios de erosão, como os Urais (Rússia), que datam do final do Carbonífero superior (cerca de 310 milhões de anos) ou a Serra do Espinhaço (Brasil), do final do Proterozóico inferior (cerca de 1,8 bilhões de anos).
 

41) Posteriormente, intensas manifestações magmáticas afetaram o pacote sedimentar, sendo este também energicamente deformado por esforços tangenciais, quando então formaram-se muitas variedades de rochas metamórficas.

Sim. Concomitantemente à deformação tangencial, há manifestações magmáticas ácidas e básicas bem como metamorfismo em diferentes fácies. Mas o magmatismo de zonas colisionais difere do magmatismo fissural mencionado na citação 20 em vários parâmetros, entre os quais: ambiente tectônico, estilo estrutural e composição química.


42) Expressivos levantamentos dessas cadeias montanhosas (orogênese) ocorreram então, especialmente no "paleo-eoceno"(segundo datas catastrofistas, periodo curto e recente) elevando camadas de origem marinha a milhares de metros de altura.

Sim. Os Andes e as Rochosas começaram a se formar no final do Cretáceo e início do Paleoceno, há cerca de 63 milhões de anos.

Não. Os termos Paleoceno e Eoceno não são usados para marcar “datas”, pois que estas são um conceito de tempo histórico, mas não geológico. Além disto os termos supramencionados não significam um período nem curto e nem recente se comparados à cronologia histórica humana, pois o primeiro começou há 65 milhões de anos AP e se encerrou há 57,8 milhões de anos AP; enquanto que o segundo começou há 57,8 milhões de anos AP e se encerrou há 36,6 milhões de anos AP.

É realmente irritante observar os criacionistas se valerem de termos como Pré-Cambriano, Cambriano, Permiano, Carbonífero, Cretáceo e Paleoceno, mas usando-os fora do contexto original da cronoestratigrafia e do tempo geológico, desconsiderando assim todo o árduo trabalho na elaboração do significado conceitual de cada um dos termos.


43) A formação foi rápida no incio do diluvio e logo após, diminuindo conforme a adaptação, adequação, ajuste, que até hoje acontecem segundo a teoria do movimento das placas tectônicas...

Não. Não houve “dilúvio”.


44) O que ocorre hoje NÃO eh o que ocorreu no passado em geologia.

Não. Esta afirmação está errada seja na sua forma literal, seja na sua intenção subliminar, que é o de atacar o princípio do Uniformitarismo.


45.1) Evidências:

45.1a) Testemunho da desproporção de quantidade de derramento basaltico padrão para o passado. Um prova desta diferença de atuação (rápida e gigantesca no inicio e pequena e menor depois ) de formação basaltica são os derrames da India Deccan..apenas um unico derrame (Pamona) no rio Columbia (EUA) percorrendo incriveis 550 Km..Bacia do Paraná..1200.000 Km quadrados..Formação de Serra Geral com 750.mil Km cúbicos

Não. A refutação está na própria citação 45.1a. O derrame do Rio Colúmbia é do Mioceno (11 milhões de anos AP), o do Decan é do final do Cretáceo (67 milhões de anos AP), ao passo que o da Bacia do Paraná é do início do Cretáceo (137 milhões de anos AP).

Além disto, nos próximos 15 milhões de anos é possível surgir um massivo derrame basáltico no Vale Rift da África, pois que hoje é o grande exemplo de partição de continentes, com a formação de um mar ou um oceano entre as partes divididas, tal como ocorreu no passado.


45.1b) Testemunho fossil (Não estão sendo formados fosseis nas caracteristica dos sitios encontrados, em quantidade e em qualidade, que na maioria dos casos necessitaria de um sepultamento repentino=catastrofe).

Não. Há organismos marinhos e continentais sendo fossilizados neste exato momento em diversos pontos do mundo. Alguns sítios paleontológicos serão idênticos aos do passado e outros não. Mas o princípio permanece inalterado: há fossilização e ela é rara, pois necessita de condições específicas.


45.1c) Granitos com colorações diferentes sem indicar fusão na sua formação.

Não. Estou estarrecido com este (pseudo) argumento. Quais são as referências para tal afirmação, pois o petrólogo que fez esta descoberta será agraciado com honrarias científicas, visto que terá determinado o primeiro granito que se formou sem provir de material fundido (magma). Teria sido a água do “dilúvio” (sic)?


45.1d) Halos de polonio indicam que não poderia ter havido resfriamento de bilhoes de anos para diversas amostras retiradas de varias partes do planeta de granito.

Não. Outra confusão recorrente. Os halos de polônio apenas indicam um resfriamento rápido dos cristais que os contém. Não significa que toda a rocha tenha resfriado rápido (sob a perspectiva do tempo geológico), embora seja possível; e muito menos que a rocha seja de idade recente.

Por ignorância ou má fé, os criacionistas confundem o tempo de resfriamento rápido de um cristal ou até mesmo de uma rocha com o tempo (idade) em que se formou esta mesma rocha.

O autor dos trabalhos de radiohalos de polônio com cunho criacionista, senhor Robert Gentry, é um físico que não possui nenhum conhecimento acadêmico de geologia e desconhece totalmente as técnicas de campo. As conclusões criacionistas de seu trabalho foram amplamente refutadas e podem ser observadas nestes três links: 01; 02 e 03.


45.2a) Rapidez para fosseis, sedimentação, etc. As rochas sedimentares, por certo, contém inúmeras informações que apontam insofismavelmente para as ações geológicas extremamente rápidas e abrangentes. Os turbiditos (rápido deslizamento e deposição de extensas camadas de sedimentos, em ambientes submarinos) a ausência de irregularidades topogtráficas entre os sucessivos extratos sedimentares

Confusão recorrente. Há feições que indicam rapidez no processo deposicional, como os turbiditos e os tempestitos. Mas esta rapidez não significa que ela tenha sido recente, como querem os criacionistas.

A ausência de erosão já foi explicada no comentário da citação 33.


45.2b) a comprovação experimental do curto espaço de tempo, em condições normais de pressão e temperatura, necessário para um sedimento transformar-se em rocha sedimentar a demonstração em laboratorio, do mecanismo rápido e eficiente de fossilização, onde o carbonato de calcio é substituido por sílica..e muitas outras evidências

Um sedimento pode começar a se transformar (diagênese) em rocha sedimentar em condições normais de temperatura e pressão, ou seja, à 0 graus Celsius e 1 atmosfera (101,325 kPa), mas a litificação sedimentar (transformação em rocha) somente ocorre em locais com soterramento de 1.000 a 10.000 metros de profundidade e com temperaturas variando de 100 a 200 graus Celsius. E isto demanda um tempo de dezenas de milhares a dezenas de milhões de anos (Geologia Sedimentar, Kenitiro Suguio, 2003, Editora Edgard Blücher, pgs. 43 a 48).


46) Pangeia. Todos sabemos que os continentes eram unidos em algum momento no passado. Arqueologos ficam intrigados com grandes semelhanças entre povos distantes como piramides no Egito e na Amazonia. Na lingua ha tb evidencis de que os povos eram unidos no passado, a lingua hebraica por exemplo e a cultura religiosa japoneza revelam traços muito intimos inclusive.

Sim, todos os geólogos sabem que os continentes já estiveram unidos antes, e não somente no Pangea, mas também no Pannotia, Rodínia, Colúmbia e Kenorano.

Sem comentários do (absurdo) resto da citação 46 porque não há conteúdo geológico.


47) Estes e outras centenas de fatos semelhantes corroboram com a ideia de um continente unico recentemente e o catastrofismo que apregoa uma separação e convulsão da terra rapida, colabora para entermos isso com maior facilidade.

Não. Não há nenhuma evidência lingüística e ou etnográfica que demonstre que os continentes estiveram juntos, pois os continentes se separaram muito, mas muito antes da evolução do gênero Homo.


Texto 06


48) Como podemos conciliar uniformitarianismo promovendo acumulo de mudanças a luz dos estudos com inseticidas, onde os organismos voltam ao seu estado original caso cessem as aplicações dos mesmos...

Não. Uniformitarismo não é um princípio biológico. No resto, sem comentários, pois não há conteúdo geológico.



Texto 07


49) Essa comunidade como diversas outras tratam com desprezo e deboche qualquer um que questionar o "status quo " da ciência moderna.

Sem comentários da citação 49 porque não há conteúdo geológico.


50) É simplesmente lamentavel, irritante e deprimente, voltar aqui e ver as mesmas "estrategias" nojentas para se discutir qualquer assunto que confronte com A """VERDADE"""" PRESENTE. (FALTOU ASPAS)

Sem comentários da citação 50 porque não há conteúdo geológico.


51) Que o caimento radiotivo é constante ninguem duvida? Mas as pedras de zirconio contendo uranio, em profundidades maiores, acima de 197 graus , apresentaram INCONSTANCIA em seu caimento radiotivo...isso asssociado as possibilidades de catastrofes apontadas por

Não. Não há evidências de que o decaimento radioativo mude com o decorrer do tempo ou com variações na pressão ou temperatura.

Não. O zircônio é o mineral mais estável para datações radiométricas, pois seu relógio geológico trava abaixo dos 800 graus Celsius, de tal modo que nada acontece a ele se exposto à uma temperatura de 197 graus Celsius.


52.1) 274 lendas de um dilúvio

Sem comentários da citação 52.1 porque não há conteúdo geológico.


52.2) Testemunho giogantesco BASALTICO

Sim. Se significar um testemunho de intensa atividade magmática fissural.

Não. Se significar um testemunho de uma inundação mitológica mencionada em um texto religioso.


52.3) Sinais de impacto de mais de 200 meteoritos

Não. E por dois motivos. O primeiro, e mais trivial, é que o relato do “dilúvio bíblico” não menciona quedas de meteoritos. É, portanto, mais um wishful thinking criacionista.

O segundo motivo é que todos os grandes impactos são de idades muito mais antigas que os 4.000 anos dos criacionistas, como é o famoso caso da cratera do Arizona, com meros 50.000 anos, mas ainda assim, 12,5 vezes mais antigo que os criacionistas querem.


52.4) Logica de uma separação BRUSCA DE CONTINENTES, de força mais que atômica para quebrar placas tectonicas e dar em resultado formações orogenicas, cintorões como dos Andes, Himalaia e alpes..

Não. Não se deve subverter ou fazer mal uso da lógica. No caso os dados científicos não dão suporte para uma interpretação de deriva continental brusca, como aquela proposta pelos criacionistas. Assim a lógica condena o “dilúvio”.


53) Quem ASSEGURA, oh céticos, ateus e duvidosos, que todo caimento radiotivo FOI NO PASSADO IGUAL?

A Física, a Química e a Geologia. Será que é o suficiente?


53.1) E se as rochas aconteceram rapidamente como revelam os coloridos e fugazes halos de polonio registrados em granitos e mika considerados tendo de 1 a 4 bilhões de anos????

Confusão recorrente. Ver explicação da citação 45.1d.


53.2) E se a sedimentação ocorreu em diversas camadas RAPIDAMENTE, pois não há registro de erosões entre elas...como ocorre quando escavações arqueologicas de lugares antigos modificados.

Confusão recorrente. Ver explicação da citação 34.

Sobre a arqueologia, ver explicação da citação 35.


53.3) E se as rochas não se resfriaram por milhões de anos, como revelam granitos de colorações distintas em si mesmas sem a presença de sinais de FUSÃO?????????

Não. Não há formação de granitos sem fusão de material crustal ou mantélico.


53.4) Sobre datação por isótopos vc não vai conseguir achar muita coerencia nos calculos, é impossivel que vc utilize 3 ou 4 metodos diferentes e chegue no mesmo resultado, aliás, nem mesmo quando se usa UM METODO SOMENTE, os laboratorios chegam a resultados distantes com uma margem de erro bastante condescendente.. (vide a palahaçada que gerou os resultados distantes para datar o santo sudario, e como a ciência APANHOU dos polens). Caçar resultados semelhantes é uma dificil tarefa..encontra na verdade, mas RARAMENTE e mesmo assim com uma margem de ERRO IMENSA EM TODOS OS CASOS.

Não. Resultados incoerentes em datações radiométricas somente ocorrem quando há contaminação de amostras ou quando não se conhece o contexto geológico da amostra a ser datada.

Margens de erro existem em todos os processos amostrais de conhecimento. Portanto, em relação às rochas, a ciência não está, ainda, no estágio de fornecer datações com conotação histórica (dia, mês e ano), mas somente uma estimativa (muito boa a excelente) de idade de formação ou de último aquecimento.

A ciência apanhou dos polens? Não, a ciência (palinologia) identificou e classificou os polens. E a datação daquele pedaço de pano é conclusiva e devastadora para os religiosos, pois ele foi feito no século XIII ou XIV e não no início do século I, tipificando um novo wishful thinking religioso.


53.5) Alewm disso.para questão de tempo ficaremos abitolados nos metodos de datação, ignorando a ESCRITA, A HISTORIA, A ARQUEOLOGIA, AS PROJEÇÕES ESTATISTICAS, PPOPULAÇÃO, ETC...????

Não. Não é “bitolação”. É a simples constatação de que a datação radiométrica é o melhor método para quantificar idades de entes geológicos de idades pré-históricas.

Entes e fatos históricos podem ser datados por métodos não radiométricos, usando cronologia relativa, mas que também apresentam margens de erros.


53.6) Até que ponto estamos pensando em circulos?

Sim. Faz muito tempo que as confusões criacionistas são recorrentes.



Texto 08


54) O criacionismo apregoa uma biodiversidade acotencendo em poucos milhares de anos, sobretudo no primeiro milenio apos a mudança sistemica apontada pelo Genesis e a certeira separação geografica que tal catastrofe poderia produzir . (inclusive ate 1960 os geologos evolucionistas não aceitavam a teoria da deriva dos continentes)

Sem comentários sobre as duas primeiras linhas da citação 54, pois não há conteúdo geológico.

Sobre a terceira linha. O autor do tópico comete um deslize intelectual, ao afirmar que a "bíblia" contém uma menção da deriva continental (o que é uma mentira), sugerindo, portanto, que o criacionismo está correto (o que é uma falácia); e que os geólogos “evolucionistas” (sic) não aceitavam a deriva continental até o ano de 1960, sugerindo, portanto, que o “evolucionismo” (sic) estava errado (o que é uma mistura de ideologia religiosa com apedeutismo científico).


55) A revista NATURE, departamento de estatistica, estudando genealogia, concluiu que o ascendente comum do homem moderno NÃO PASSARIA DE 3000 ANOS!!!! (eu sei que o contexto da pesquisa deles era de que houveram outros ancestrais do homem atual, apesar que este não era o assunto)

Sem comentários sobre a citação 55, pois não há conteúdo geológico.


56) Inclusive podemos dizer pela Biblia que a raça ante-diluviana era outra, pois viviam quase 1000 anos nos relatos "mitologicos" de Genesis.

Sem comentários sobre a citação 56, pois não há conteúdo geológico.


57) AGORA PENSEM E PESEM (exceto o Hammond pra não ficar deprê...ele tah me zuando tb)

Ótima recomendação para os criacionistas.


58) Se as especiações são presenciadas em tempo real, se ateh macro-evoluções são advogadas em tempo real, e se saltos evolutivos são defendidos ate mesmo na TE, QUE NECESSIDADE HAVEMOS DE TER DE MILHÕES DE ANOS..

Sem comentários sobre a citação 58, pois não há conteúdo geológico.


59) Se podemos admitir grandes transformações recentes verificadas pela geologia, pela arqueologia, onde a Biblia tem sido APENAS mais um item historico, mitologico, ou qualquer ROTULO que queiram atribuir.


O texto religioso supramencionado não é um compêndio de ciência. De fato, para quem não é cristão, a "bíblia" nada significa.


60) Pois para que haja ACUMULO de mudanças alelicas, a MUDANÇA do ambiente eh IMPRESCINDIVEL, caso contrario a evoluçlão-adaptação REGRIDE!!!!


Sem comentários sobre a citação 60, pois não há conteúdo geológico.


61) Porque não paramos a guerrinha ideologica idiota e tentemos ver isso com mais seriedade, pois estah em jogo a VERDADE CIENTIFICA, e não quem tem razão.

Sim. Sem guerras ideológicas, somente a busca do funcionamento da natureza por meio do conhecimento científico. Para isto é necessário que:

A) Os criacionistas saibam que entidades sobrenaturais não são relevantes (se existirem!) para a Ciência.

B) O conhecimento científico somente pode ser obtido pelo método científico e não por wishful thinking religioso.

C) O conhecimento científico é acumulativo, e assim ao se tratar de um tema, seja a Evolução ou a Tectônica de Placas, não se pode desprezar todo o conhecimento pregresso em nome de uma conjectura insustentável cientificamente e que foi apresentada apenas para satisfazer a crença em um texto religioso.



Texto 09


62) Podem ficar tranquilos, depois de tantos ataques, penso que não seria saudavel continuar..prefiro deixar como esta.

Não. Não foi feito nenhum ataque pessoal (ad hominem) e sim às muitas falhas científicas das conjecturas do criacionismo e do “dilúvio”, que os tornam mera fantasia de religiosos e sem valor como Ciência.
« Última modificação: 12 de Dezembro de 2017, 09:36:43 por Geotecton »
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Offline Sodré

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #15 Online: 29 de Abril de 2010, 09:48:54 »
http://www.portaleducacao.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=2184

Desafio alguma refutação que abarque o todo dos argumentos apresentados...
Tecido mole com elasticidade em fossil datado em 66 milhões de anos DERRUBA confiança em métodos de datação radiometricos www.sodregoncalves.rede.comunidades.net


Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #17 Online: 29 de Abril de 2010, 23:52:45 »
http://www.portaleducacao.com.br/forum/forum_posts.asp?TID=2184

Desafio alguma refutação que abarque o todo dos argumentos apresentados...

Caro Sodré

Eu já havia começado a escrever uma refutação dos absurdos contidos no seu link, antes de você lançar este "desafio".

Eu tambem mostrei este link para alguns colegas que o acharam um insulto, uma contra-educação em Geociências.

Como primeira observação eu vou lhe recomendar que, ao postar um mapa geológico, faça-o acompanhado de legendas e nota explicativa. E que também o mapa (a figura, o diagrama, o esquema, o desenho) tenha relação com o tema. Caros foristas, vejam um exemplo deste absurdo retirado do link supramencionado.

O fanerozoico com tantos impactos meteoriticos gerando ...LPIs, ondas/marés gigantes repletas de rochas incandescentes incendiando e erodindo, transportsando, sedimentando pacotes unicos, extensões imensas de um mesmo tipo, padrões globais, conteudo gigantesco fossil (sem contar os depredados pelas pedreiras) , planos -paralelos, arvores aloctones e autoctones polistratos, desgraça sobre desgraça..deposições eólicas em pacotes imensos...por segregação espontanea...enfim, uma infinidade de justificativas se não bastasse o simples FATO da difenrença entre camadas atuais e as preteritas até antes da explosão de morte cambriana...enfim, tudo isso, economicamente falando, relacionalmente falando porque uma peça precisa da outra, precisaria de pouquissimo tempo para se formar (erodir/transportar/sedimentar)



Fig.6. Experimental setup for research of erosion of cohesive soils in hydraulic laboratory of Vedeneev All-Russian Research Institute of Hydraulic Engineering Inc.
http://www.igem.ru/igcp514/reports/report2007/report2007.htm







A propria explosão cambriana bem como as FASES do fanerozoico exigem ALTAS TAXAS DE SEDIMENTAÇÃO (das diversas analisadas por SADLER) , logo, levaram pouquissimo tempo para sedimentar...e material erodido pra isso em face das erosões imensas causadas para poder gerar todo aquele cenario fossilífero não faltaram  , nem força para transporte, quando  conectamos  impactos meteoriticos a época do fanerozoico  as possibilidades de não ter existido sedimentação com altas taxas são nlas.

O tira-teima é o proprio cenario fossilífero DIFERENCIADOR das camadas atuais pelas quais se olha, ou melhor, se negligencia , para interpretar as pretéritas fanerozoicas camadas tão diferentes, e as pre-cambrianas tambem.

A datação radiométrica não  se harmoniza com taxas de sedimentação..Fanerozoico tem  95% dos seres vivos extintos. ...é desgraça subta e repentina  que aconteceu no fanerozoico até o fim do terciário, NADA MAIS QUE DESGRAÇA E MORTE, isso implica em altas taxas que implica em PEQUENO PERIODO FORMADOR DAQUELAS CAMADAS, e teria que ser mesmo, caso contrario não se preservaria tanto e com tão bom estado de preservação (uma bom percentual).

A primeira figura, é uma foto de um laboratório russo em que se pesquisa a erosão em solos compactos e nada tem a ver com taxas de sedimentação ao longo do Fanerozóico.

A segunda figura é um mapa geológico que não traz nenhuma informação a não ser uma legenda (em japonês?) de alguns pontos, e que ainda assim não tem nenhuma relação com o seu texto sobre sua "sedimentação fanerozóica meteoro-cataclísmica" (sic).

Por fim, a terceira figura, que é totalmente desconexa com as demais, apresenta um esquema de mineralização pelo deslocamento de fluídos em arenitos formados em canais anastomosados sob condições de oxidação intercamadas. Não há nenhuma menção sobre "sedimentação fanerozóica".

Enfim, são ilustrações que não tem qualquer tipo de relação com os textos infra e supra apresentados, indicando claramente que foram retiradas de seu contexto original e postas ali apenas para "impressionar" leigos.

O resto eu posto e explico quando terminar esta tarefa "inglória" de analisar e refutar as conclusões pseudo-científicas do link do senhor Sodré.
« Última modificação: 28 de Fevereiro de 2012, 22:48:48 por Geotecton »
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Offline Derfel

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #18 Online: 30 de Abril de 2010, 09:17:26 »
Geotecton, com relação às referências que ele dá o que me diz? Apenas uma possui um resumo (Begossi,R. 2005. Inundações Catastróficas e sua relação com os Depósitos de Carvão da Bacia do Paraná. Tese de Doutorado, Instituto de Geociências/Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro), mas mesmo ela (com meu ultra-super-hiper-limitado conhecimento de geofísica e geologia) me parece que apenas trata de uma análise de formação geológica de uma região específica, através de um processo previsto dentro da geologia.

Offline Geotecton

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #19 Online: 30 de Abril de 2010, 10:21:07 »
Geotecton, com relação às referências que ele dá o que me diz? Apenas uma possui um resumo (Begossi,R. 2005. Inundações Catastróficas e sua relação com os Depósitos de Carvão da Bacia do Paraná. Tese de Doutorado, Instituto de Geociências/Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro), mas mesmo ela (com meu ultra-super-hiper-limitado conhecimento de geofísica e geologia) me parece que apenas trata de uma análise de formação geológica de uma região específica, através de um processo previsto dentro da geologia.

Perfeito Derfel. É exatamente o que você descreveu.

A referida tese aborda a formação de carvão na Bacia do Paraná onde atuam processos deposicionais rápidos e sucessivos que recobrem o material orgânico vegetal, e que são totalmente previsíveis pelos diversos modelos de sedimentação da geologia. Em nenhum trecho desta tese está escrito que o carvão se formou em decorrência de uma inundação global há 4.500 anos.

Os criacionistas comumente praticam esta delinquência intelectual, que é a de retirar trechos de textos científicos de cunho geológico, escolhidos segundo suas conveniências ideológicas, e os postarem sob a forma de uma miscelânea incongruente de textos supostamente científicos, agora regidos sob a ótica criacionista-religiosa.

O irônico é que os poucos criacionistas com formação científica nunca apresentaram nenhuma idéia criacionista em suas dissertações, teses e artigos publicadas em instituições respeitáveis. Nestes casos, eles sempre fizeram publicações segundo as regras da geologia "evolucionista" (sic).

As suas idéias somente são publicadas nas revistas e períodicos criacionistas os quais não apresentam qualquer valor ou reconhecimento científico. Servem apenas para "consumo interno". Mas nem tudo é horrível, pois estas mesmas publicações são uma fonte inesgotável de risos, pelo menos para mim.
« Última modificação: 30 de Abril de 2010, 13:24:03 por Geotecton »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #20 Online: 30 de Abril de 2010, 10:56:52 »
O meu entendimento de geologia é pífio, mas acho que é na geologia que os literalistas bíblicos conseguem ter as "teorias" mais engraçadas, mais facilmente vistas como absurdas. Como a noção de que as "aparentes" eras geológicas seriam só coincidência devido à diferentes taxas de flutuabilidade e densidade dos diferentes seres. Algo que só se precisaria pensar um pouco para se perceber como seria uma coincidência fantástica as diferentes densidades e flutuabilidades darem essa impressão de diferentes faunas "normais", com seres de diversos tamanhos e formatos, que razoavelmente se esperaria terem densidade e flutuabilidade aproximadas a de seres de outras eras. E não só isso, mas também coincidentemente condizente com o que se esperaria de uma história de sucessão evolutiva desses seres, que fossem parentes de verdade, em vez de só parecidos por coincidência.

Tem horas que parecem estrategicamente esquecer alguns elementos da argumentação (como esse mesmo, desse mecanismo proposto para as "pseudo" eras geológicas), e apontar como cartada triunfante coisas como a inversão de placas e um pequeno "embaralhamento" de algumas seções delas -- o que preserva a sua ordem realtiva, sendo facilmente explicável por efeitos de erosão e movimentos do solo ao longo de grandes períodos de tempo, mas que não fazem qualquer sentido com essa idéia de explicação por flutuabilidade e densidade; teria que se imaginar que esse mecanismo simplesmente endoidava de vez em quando e passava a se comportar do modo contrário do "esperado", uma vez que não faria sentido se pensar em algo análogo aos movimentos de placas sólidas ocorrendo com um monte de lama e corpos de seres ainda soltos dentro dela.

Finalmente, tem até criacionistas que, apesar de criacionistas, se dedicam quase que mais a esculhambar a parte da Terra jovem do que a questionar a evolução (o que é até compreensível, vai ver é uma proteção psicológica para continuarem sendo criacionistas. Esse que tenho em mente até disse alguma vez que conforme foi estudando (é geólogo ou algo do tipo) percebeu que tudo que os criacionistas tinham lhe falado era só mentira atrás de mentira (espantosamente consegue ignorar a possibilidade da ocorrência do mesmo para a biologia em si). Esse criacionista, se não me engano, inclusive tem até um texto na internet bem interessante sobre uma formação com uma série de pequeníssimos estratos, centenas deles, preenchidos por sucessivas tocas de algum animal, soterradas. A implicação para a idéia de estratificação por um dilúvio global deveria ser evidente: estariam imaginando que naquele aguaçal os animais continuavam a ter tocas subterrâneas, indo para lá para dormir, só para morrerem afogados. Então essas tocas são recobertas por mais lama, e mais animais que estavam apenas nadando vão lá e tentam também, inutilmente, viver debaixo d'água.

Mas talvez o mais irônico de tudo seja que as eras geológicas, se não me engano, foram primeiro identificadas por criacionistas - na época em que o criacionismo ainda era algo mais razoável, não praticamente sinônimo de ignorância e/ou desonestidade intelectual. Tinha até qualquer coisa como acharem que uma das eras tinha a ver com o jardim do Éden e coisas do tipo.




É também digno de nota que o Brasil tem um dos poucos, acho que talvez o único, defensor do "projeto inteligente da Terra jovem". Geralmente o pessoal que opta por esse caminho de defender o "projeto inteligente" em vez de "criacionismo" francamente admitido, é um pouco mais bem sucedido em passar a imagem de estarem defendendo algo intelectualmente respeitável, com todo aquele papo de rebater o "darwinismo" em uma arena científica, não religiosa, e deixar de lado (se livrando de uma dificuldade incomensurável e de uma certeza maior por ser facilmente identificado como defensor de sandices) a defesa direta do literalismo bíblico (de que teria realmente acontecido, de Adão e Eva, arca de Noé, cobra falante e etc, são tudo realidade) mas esse não resistiu, e deu uma escorregada legal.

Offline Tex Willer

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #21 Online: 30 de Abril de 2010, 11:23:33 »
O irônico é que os poucos criacionistas com formação científica nunca apresentaram nenhuma idéia criacionista em suas dissertações, teses e artigos publicadas em instituições respeitáveis. Nestes casos, eles sempre fizeram publicações segundo as regras da geologia "evolucionista" (sic).
Culpa da Inquisição Conspiracionista Científica Atéia, que não deixa a verdade vir a tona. [/I want to believe]

Citar
As suas idéias somente são publicadas nas revistas e períodicos criacionistas os quais não apresentam qualquer valor ou reconhecimento científico. Servem apenas para "consumo interno". Mas nem tudo é horrível, pois estas mesmas publicações são uma fonte inesgotável de risos, pelo menos para mim.
Se fosse só consumo interno estava bom, crente que é crente nem deve estar muito aí pra estas "teses" como reforço da crença.  Ruim é quando ganham espaço na internet publicadas em fóruns, blogs e afins, para uma maioria leiga (tática da merda no ventilador), espalhando desinformação.

Muito desses "estudos-que-refutam-evolução", se comprovados, garantiriam o Prêmio Nobel para o proponente de suas "teorias". Estamos aguardando... :lazy:
"A velhacaria e a idiotice humanas são fenômenos tão correntes, que eu antes acreditaria que os acontecimentos mais extraordinários nascem do seu concurso, ao invés de admitir uma inverossímil violação das leis da natureza".  - Hume

Offline Buckaroo Banzai

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #22 Online: 30 de Abril de 2010, 11:42:48 »
Muito desses "estudos-que-refutam-evolução", se comprovados, garantiriam o Prêmio Nobel para o proponente de suas "teorias". Estamos aguardando... :lazy:

"Evolucionista ateu admite que a pesquisa científica criacionista tem diversos merecedores do prêmio Nobel -- mais evidência escancarada da nomenklatura darwino-mendeliana materialista"

Offline Tex Willer

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #23 Online: 30 de Abril de 2010, 16:20:14 »
 :lol:
"A velhacaria e a idiotice humanas são fenômenos tão correntes, que eu antes acreditaria que os acontecimentos mais extraordinários nascem do seu concurso, ao invés de admitir uma inverossímil violação das leis da natureza".  - Hume

Offline Nina

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Re: Geologia - Refutação em bases geológicas de textos criacionistas
« Resposta #24 Online: 30 de Abril de 2010, 18:38:42 »
:histeira:

Êta Nomenklatura atrasada essa... o chique é ser pós-darwinista (sic)!!
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.

 

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