Fernando, aqui já vejo mais a influência da cultura helênica. As idéias de um julgamento pós-morte pelas ações praticadas em vida, de um lugar de descanso (campos Elísios) ou de tormento (Tátaro) a que as pessoas seriam destinadas, de acordo com o resultado de tal julgamento proferido por Hades, são muito semelhante às crenças adotadas pelo cristianismo. Mas também não é muito improvável que hajam pontos de contatos entre as crenças das outras culturas que você citou e as crenças helênicas.
No julgamento egípcio, as almas eram pesadas na balança. Quem fosse aprovado, ia para o paraíso. Os outros eram entregues ao carcereiro (e esta era a função inicial do diabo cristão).
No julgamento zoroastrista, também havia (ou melhor, há) céu e inferno, com a diferença de que o inferno só dura até que todos paguem por seus pecados.
Aliás, "paraíso" vem do persa (avéstico) "pairi daesos", e significa "jardim cercado de muros".
Mas, sim, a influência grega foi a mais recente. Por outro lado, os profetas começam a falar em céu e inferno depois que se tornam súditos dos persas. Os saduceus, que não tinham ido para o exílio na Babilônia, não aceitam essas novidades.
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