Todo esse raciocínio notoriamente falso decorreu do pressuposto da teoria do valor-trabalho marxista, que já sabemos ser falsa desde o século XIX.
Er... Me parece que na verdade isso é uma polêmica em economia. Existem economistas que a defendem, enqüanto existem outras escolas de economia que adotam teorias alternativas (principalmente os marginalistas). Existem áreas nas quais a Teoria do Valor-Trabalho, do modo que foi definida, não consegue analisar de modo adeqüado (mercado de obras de arte, software) e requer complementos de outras teorias. Mas no geral, me parece que ela tem uma capacidade de análise boa em produtos onde o valor de uso está em propriedades físicas e tangíveis.
Errado. A teoria do valor-trabalho não é considerada correta pela esmagadora maioria dos economistas. O mainstream atual considera múltiplos fatores determinando o valor. Todos eles convergem para a interação entre demanda e oferta. O trabalho é UM DOS fatores que influenciam na oferta, mas existem MUITOS outros fatores influenciando tanto a oferta quanto a demanda.
Se fôssemos pegar a teoria do valor-trabalho e a do valor-utilidade isoladamente, a segunda ainda daria de 1000 a zero na primeira, visto que consegue explicar tudo o que a primeira não explica.
Ao invés da miséria aumentar, ela diminuiu! O padrão de vida dos trabalhadores aumentou para patamares inimagináveis por Marx. Ao invés das classes serem reduzidas a burgueses e proletários, surgiu e cresceu uma ampla classe média, além de várias outras classes intermediárias. E por ironia do destino, a classe proletária (que seria o principal instrumento da mudança) foi bastante reduzida e está em vias de desaparecimento.
O padrão de vida aumentou, mas a desigüaldade também. A discrepância entre pobres e ricos no geral vem aumentando tanto a nível local, como globalmente.
Será? A tendência que vejo é o contrário. Me parece que EUA, Europa e Brasil ficaram mais "iguais" do século XiX para cá.
Além disso, a desigualdade por si só é irrelevante, tanto por suas causas quanto por suas consequências. O que importa para a maioria das pessoas é ter uma vida boa e confortável, não necessariamente mais do que os outros. Os países que mais recebem imigrantes são os mais ricos, e não os mais iguais. As pessoas preferem mais ter uma vida boa em países desiguais do que viver na miséria em locais onde todos sejam igualmente miseráveis.
Além disso, como a SOMA ZERO é falsa (a idéia de que se alguém adquire um bem, outra pessoa necessariamente teve que perder algo para isso), se uma pessoa obtém riqueza com seu próprio esforço e sem prejudicar ninguém, isso não é problema e não diz respeito a ninguém mais além dela.
Com relação ao desaparecimento do proletariado, acho que milhões de chineses vão discordar de você. Se não for o bastante, alguns milhões de indianos virão logo em següida.
Da época de Marx para cá, o tal proletariado que inflaria a ponto de abarcar mais de 90% da população mundial diminuiu e está em vias de desaparecimento (já que a tendência é a automatização, fazendo com que a esmagadora maioria dos empregos sejam no setor terciário).
Na China e Índia, o excesso de gente ainda torna a mão-de-obra mais compensadora do que a automatização. E na China temos uma ditadura opressiva para piorar mais ainda a situação do povo lá.
Enfim, o proletariado se transformou e está mais concentrado geograficamente em alguns locais e menos em outros, já que a economia está cada vez mais globalizada. Ao contrário do século XIX, agora para se compreender economia, não basta olhas as coisas para um só país.
Essa visão sua está completamente falsa. Não ocorreu uma "transformação do proletariado e concentração em poucos locais". Vou lhe explicar o que realmente ocorreu:
1- Desde o início dos tempos, a esmagadora maioria da população trabalhava no setor primário.
2- Ao surgir a industrialização, uma boa parte da mão-de-obra foi para o setor secundário. Esses aí são os chamados "proletários" por Marx.
3- Á medida que a automatização avança, a mão-de-obra do setor secindário diminui, e a maioria das pessoas passa a trabalhar no setor terciário.
4- O fato da China e Índia ainda contarem com muita gente no setor secundário decorre apenas desses países ainda estarem na parte 2 do processo (estariam "atrasados"). E ainda porque lá a mão-de-obra é abundante o suficiente para não compensar a automatização por um bom tempo. Mas a tendência mesmo nesses países é passarem para a parte 3 do processo, como todos os demais..
Assim como também é um erro usar nas análises apenas economistas do século XIX.
Avise isso aos comunistas. Esse tipo de erro (trazer economistas e idéias mortas para o século XXI) é cometido quase exclusivamente por eles.
Uma minoria ficou inventando hipóteses ad-hoc para explicar essas questões. Um ponto interessante é que ao invés de ajudarem as reinvidicações dos trabalhadores como antes (achando que isso aceleraria a falência dos capitalistas), passaram a secretamente sabotar os interesses dos trabalhadores, já que trabalhador feliz e com vida boa não pensa em revoluções.
Não duvido. Sempre tem uma corrente ou facção de malucos que adota a teoria do "quanto pior, melhor". Mas se as coisas fôssem assim, a África seria o local com mais experiências revolucionárias, tendo em vista o quão ruim é a qualidade de vida da maioria da população de lá.
Sabe por que a àfrica não experimenta revoluções comunistas aos montes? Tem alguma idéia?
É simples: o comunismo NÃO é algo espontâneo, algo "do povo". É apenas uma ideologia completamente artificial e estranha aos olhos da população em geral. É defendida apenas em guetos universitários.
As revoluções de cunho comunistas que ocorreram no século XX não foram idéias do povo. Foram grupos específicos que aproveitaram levantes ocorridos por outros motivos (a maioria para derrubar regimes feudais opressivos) e inventaram de brincar de casinha com o povo. Geralmente eles prometiam liberdade, democracia e terra para o povo, mas só depois que o povo percebia a armadilha na qual caíram, ou seja, regimes que superavam em tirania e esquisitices econômicas os anteriores.
A Rússia por exemplo: o partido menchevique seguia à risca o marxismo, e dizia que aquela revolução, naquele momento histórico, era uma revolução "burguesa", que derrubaria uma estrutura feudal e implantaria um regime "burguês" à semelhança dos regimes da Europa Ocidental. A idéia de implantar um regime comunista de cara, indo contra tudo o que Marx dizia, foi idéia inteiramente da cabeça de alguns grupos oportunistas (como os bolcheviques).
Os bolcheviques não eram marxistas puros, eram marxistas-leninistas. É à partir de discordâncias e divergências que surgem várias correntes e facções. Não dá pra esperar que não hajam divisões e discordâncias de pensamento entre todos os marxistas. Se eles estavam corretos ou não, é uma polêmica entre várias correntes.
Está de brincadeira ao falar a frase em negrito, não?
Se o marxismo original já é o monte de lorotas toscas e obtusas que conhecemos, imaginem então suas versões pioradas e cagadas?
A única coisa que não parece ser polêmica é que querer usar pensamentos de economistas do século passado sem fazer qualquer tipo de adaptação ou atualização é um erro.
Repito: avise isso aos comunistas. São eles que ficam trazendo autores e idéias mortas para o século XXI.
Mas o Jango não precisava ameaçar tomar bens de outras pessoas. Ele poderia simplesmente construir casas para os que não tem, com rcursos públicos.
Diferentemente das terras, casas ociosas estão LONGE de representar problema. Constrói-se outras, ora!
A questão é localização. Casas ociosas devido à especulação imobiliária tendem à ficar em regiões estratégicas, onde há ou pode vir a ter uma boa a infra-estrutura.
Está brincando né?
Localização nunca foi problema para questões de infraestrutura. Bairros longíquos costumam ter melhor infra-estrutura do que várias favelas incrustadas no centro. Localização e infraestrutura não estão conectadas assim.
. Além disso, imóveis vazios também são do ponto de vista econômico um desperdício de potencial,
SE é desperdício ou não, isso é problema do dono, e ele quem decide. Porque ao contrário das terras e bens naturais, sempre se pode fazer mais casas. Quem quiser mais casas, construa ora.