Autor Tópico: Avaliando a habilidade científica de pensar  (Lida 96319 vezes)

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Offline Adriano

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #25 Online: 12 de Maio de 2010, 14:06:43 »
Pensamento mágico é ignorar toda a epistemologia e todas as suas transdisciplinariedades e querer reinventar a ciência a seu modo particular.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Bolsonaro neles

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #26 Online: 12 de Maio de 2010, 15:31:52 »
...Se eu soltar, ao mesmo tempo e da mesma altura, estes dois objetos (um garfo e uma pedra bem maior e mais pesada que o garfo), qual chegará primeiro ao chão? Enquanto alguns pensam e outros dizem que já conhecem isso, o menino, em alguns segundos, responde: Os dois vão chegar juntos...

Como assim vão chegar juntos? Vão? Pensei que a pedra chegasse primeiro.

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #27 Online: 12 de Maio de 2010, 19:55:11 »
É porque você tem pensamento mágico e não científico.

Offline Cientista

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #28 Online: 13 de Maio de 2010, 01:31:48 »
Só não entendi o que tem a ver pensamento mágico com o caso.
Ainda não, Derfel? Depois de tudo que eu já disse? Lamentável! Suponho que você só poderá perceber essa relação quando conhecer a dedução do garoto, assim como os chamados efeitos relativísticos são difíceis de serem aceitos por uma mente que não conhece o que os fundamenta. Para essa mente, os efeitos relativísticos é que parecem mágica.


O que seria esse pensamento mágico? Seria a crença em uma divindade?
Não necessariamente. Aliás, não objetivamente, porque a crença em divindades é, apenas, uma das consequências do exercício do pensamento mágico e não esse pensamento em si. Eu já disse que pensamento mágico é o que resulta da projeção de propriedades de natureza mental sobre o universo observado. Lembra? É o oposto do pensamento científico. O pensamento dos alquimistas sobre como supunham que o universo funcionava era mágico, não necessariamente uma crença em divindades.


Se você perguntasse o porquê dos dois objetos chegarem ao chão ao mesmo tempo, ele não poderia dizer que era assim que Deus quis que acontecesse?
Não poderia e não foi o que o menino disse. Muito pelo contrário. Alguém que pretendesse contra-argumentar a dedução do menino, este sim, teria que recorrer a argumentos deste tipo. E se deus não quiser que os corpos caiam juntos? E se os corpos mesmos não quiserem cair juntos? Entende? O menino diria: se deus existisse ele poderia fazer isso, mas deus não existe e os corpos não têem vontade própria. Começo a notar que, talvez, eu tenha mesmo sido muito rígido com você, Derfel. Estou percebendo que sua desatenção não provém de má fé. Eu já tinha explicado isso aqui:
Certamente que uma resposta "satisfatória", neste caso, é uma que tenha caráter científico, isto é, que tenha eficácia preditiva (ainda que não quantitativamente pois trata-se, tão somente, de prever se os dois corpos chegam ao solo simultaneamente ou não) *e que só possa ser refutada por alegações de caráter mágico, ou seja, alegações de fé ou provenientes de projeção de características estritamente mentais sobre o comportamento dos objetos envolvidos no fenômeno proposto*.

A resposta do menino impressionou tanto o propositor da pergunta que ele, quando entendeu, exclamou: como nunca pensei nisso antes!

Procure não fazer especulações antes de saber a resposta, porque é quase inevitável que, agindo assim, você pense magicamente também.

Offline Cientista

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #29 Online: 13 de Maio de 2010, 01:53:41 »
Tenho que discordar, totalmente, de que os conceitos de inércia e conservação precisem ser inexoravelmente aprendidos.

Eu disse "entendimento adequado". O inexorável é por sua conta.
Quero corrigir um erro que cometi. Para expressar com maior exatidão o que eu tinha, em mente, a dizer, eu deveria ter posto o advérbio antes do verbo, de modo que a frase ficaria assim: Tenho que discordar, totalmente, de que os conceitos de inércia e conservação precisem, *inexoravelmente, ser* aprendidos.

Quanto ao "inexoravelmente", referi-me ao que você disse aqui:
Como sabemos, desde Piaget, que relações físicas como conservação e inércia são percepções que devem ser aprendidas (não nascemos com elas), seria altamente improvável que uma criança respondesse de forma "satisfatória" a uma questão destas.


Conta-se que Galileu, aos 8 anos de idade, descobriu o isocronismo do pêndulo ao ver, na igreja (que bom que não prestava atenção na missa), um lustre balançando ao vento e comparando seu ciclo oscilatório com sua própria frequência cardíaca. Imagino que Galileu deve ter percebido a mesma resposta dessa criança em idade bem precoce também.

E não é uma situação hipotética. Aconteceu, de fato.

Obrigado por corroborar o que eu disse. Ele era Galileu.
Acho que não entendi. Se você está perguntando se o garoto do meu relato era Galileu Galilei, não, não era.



Cientista, o "pensamento mágico" a que se referistes não é, pura e simplesmente, uma conjectura ou uma hipótese ad-hoc? Em quê diferiria?
Não, o pensamento mágico pode ser observado e demonstrado de qualquer ponto de vista fora dele mesmo, isto é, de qualquer ponto de vista científico.

Hipótese ad hoc foi a utilizada por Aristóteles para explicar porque os graves caem: "porque o lugar deles é embaixo" (tenho vergonha de pertencer à mesma espécie de Aristóteles...).

Há muitas diferenças nitidamente observáveis entre pensamento mágico e pensamento científico. A mais objetiva de todas, sem dúvida, é que por meio do pensamento científico se chega a conclusões acertadas e por meio do mágico, não. Tente descobrir como o garoto respondeu e poderá observar isso. Tente perceber o que leva a maioria a concluir que o grave mais pesado cai mais rápido, pois trata-se de um exercício de pensamento mágico.

Offline Cientista

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #30 Online: 13 de Maio de 2010, 02:04:27 »
Pensamento mágico é ignorar toda a epistemologia e todas as suas transdisciplinariedades e querer reinventar a ciência a seu modo particular.
Adriano, lamento dizer, mas vindo de um "cético tão convicto e tão ferrenho ateísta", sua proposição foi a mais pobre até agora. Qualquer metodologia epistemológica *é* desdobramento de pensamento mágico. Se tivesse lido o que já escrevi neste fórum, saberia que eu, efetivamente, dispenso (e rejeito mesmo) toda epistemologia e todas as suas transdisciplinaridades. Do meu ponto de vista, quem deseja "reinventar" a ciência a seu modo particular são, justamente, os epistemologistas. Eu não preciso fazer isso porque Galileu já finalizou o trabalho há 400 anos.

Vindo de alguém que propõe a criação de estados ateus diante da atual conjuntura social, política e religiosa da humanidade, me impressiona o que você disse. Suas propostas precisariam de muita mágica para funcionarem.

Tente responder como o menino resolveu a questão e esqueça o "pensamento mágico", se preferir (ou puder).

Como você não sabe do que está falando, eu o relevo.

Offline Cientista

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #31 Online: 13 de Maio de 2010, 02:05:15 »
...Se eu soltar, ao mesmo tempo e da mesma altura, estes dois objetos (um garfo e uma pedra bem maior e mais pesada que o garfo), qual chegará primeiro ao chão? Enquanto alguns pensam e outros dizem que já conhecem isso, o menino, em alguns segundos, responde: Os dois vão chegar juntos...

Como assim vão chegar juntos? Vão? Pensei que a pedra chegasse primeiro.
Boa brincadeira, famado. É bom para descontrair.

Offline Cientista

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #32 Online: 13 de Maio de 2010, 02:06:11 »
É porque você tem pensamento mágico e não científico.
Está vendo? Você está começando a entender, Derfel.

Offline Cientista

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #33 Online: 13 de Maio de 2010, 02:08:38 »
Claro que eu pretendo fornecer a resposta, mas gostaria de encontrar alguém que a alcançasse sozinho(a). Então, esperarei um pouco mais.

Offline Adriano

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #34 Online: 13 de Maio de 2010, 02:36:04 »
Pensamento mágico é ignorar toda a epistemologia e todas as suas transdisciplinariedades e querer reinventar a ciência a seu modo particular.
Adriano, lamento dizer, mas vindo de um "cético tão convicto e tão ferrenho ateísta", sua proposição foi a mais pobre até agora. Qualquer metodologia epistemológica *é* desdobramento de pensamento mágico. Se tivesse lido o que já escrevi neste fórum, saberia que eu, efetivamente, dispenso (e rejeito mesmo) toda epistemologia e todas as suas transdisciplinaridades. Do meu ponto de vista, quem deseja "reinventar" a ciência a seu modo particular são, justamente, os epistemologistas. Eu não preciso fazer isso porque Galileu já finalizou o trabalho há 400 anos.
Foi só uma retórica besta de intuito provocativo, brincando com seus argumentos "mágicos".  :P

Surtiu o efeito desejado, gostei da resposta.

Vindo de alguém que propõe a criação de estados ateus diante da atual conjuntura social, política e religiosa da humanidade, me impressiona o que você disse. Suas propostas precisariam de muita mágica para funcionarem.
Seu cético de araque não conhece a falácia ad hominen  :x

Brincadeira, gosto de críticas  :)


Tente responder como o menino resolveu a questão e esqueça o "pensamento mágico", se preferir (ou puder).
A questão proposta é uma questão mágica. É a busca de uma solução em conjunto num ambiente propício e de pensamento científico. A científicidade da resposta passa pelo crívo da sua avaliação cognitiva, do seu pensamento que também precisa ser avaliado pelo nosso. Normalmente colocamos o pensamento religioso como oposto ao científico. Mágica é um ilusionismo, uma maneira diferente de dizer que algo não está de acordo com a realidade (ciência).

Ao invés de analizar a atitude uma criança imaginária eu prefiro questionar o tópico. Perceba que estou dentro do escopo proposto, ao considerar tal atitude imaginária igual a um pensamento mágico. Portanto não se tem pensamento científico em questão somente este que se baseia na realidade.

Como você não sabe do que está falando, eu o relevo.
Que frase mais religiosa! Mas a religião é um bom questionamento do próprio ceticismo.
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Offline Tex Willer

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #35 Online: 13 de Maio de 2010, 08:30:37 »
Porque seria um pensamento mágico e não uma conclusão equivocada baseada em observações enganosas?

Por exemplo:

A pena cai diferente do bloco, que cai diferente do isopor, que cai diferente da folha de papel, que cai diferente do martelo.
Logo:
Objetos diferentes caem em velocidades diferentes.

Os objetos mais leves caem mais devagar que os pesados (o bloco cai direto, a folha de árvore demora, pena demora mais ainda, bolha de sabão mais ainda, vapor de tão leve sobe...)
Logo:
Objetos mais leves demoram mais para cair.

O garfo É diferente da pedra, e é mais leve...
Logo:
A pedra chegará primeiro.

Qual mágica está embutida neste raciocínio?

Ainda assim, seu relato não comprovaria a ausência de pensamento mágico em outras questões, o moleque pode acreditar em Papai Noel e não associar uma coisa com outra, dando a resposta correta.
 A existência de alguém com pensamentos científicos o tempo todo ainda não impede a existência de um "meio termo". Religiosos não podem ser cientistas porque mesmo...?
« Última modificação: 13 de Maio de 2010, 08:32:52 por Tex Willer »
"A velhacaria e a idiotice humanas são fenômenos tão correntes, que eu antes acreditaria que os acontecimentos mais extraordinários nascem do seu concurso, ao invés de admitir uma inverossímil violação das leis da natureza".  - Hume

Offline Feynman

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #36 Online: 13 de Maio de 2010, 12:36:58 »
Citação de: Cientista
Conta-se que Galileu, aos 8 anos de idade, descobriu o isocronismo do pêndulo ao ver, na igreja (que bom que não prestava atenção na missa), um lustre balançando ao vento e comparando seu ciclo oscilatório com sua própria frequência cardíaca. Imagino que Galileu deve ter percebido a mesma resposta dessa criança em idade bem precoce também.

E não é uma situação hipotética. Aconteceu, de fato.

Obrigado por corroborar o que eu disse. Ele era Galileu.
Acho que não entendi. Se você está perguntando se o garoto do meu relato era Galileu Galilei, não, não era.

Começo a notar que, talvez, eu tenha mesmo sido muito rígido com você. Estou percebendo que sua desatenção não provém de má fé. :biglol:
"Poetas dizem que a Ciência tira toda a beleza das estrelas - meros globos de átomos de gases. Eu também posso ver estrelas em uma noite limpa e sentí-las. Mas eu vejo mais ou menos que eles?" - Richard Feynman

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #37 Online: 13 de Maio de 2010, 12:40:17 »
Citação de: Cientista
Conta-se que Galileu, aos 8 anos de idade, descobriu o isocronismo do pêndulo ao ver, na igreja (que bom que não prestava atenção na missa), um lustre balançando ao vento e comparando seu ciclo oscilatório com sua própria frequência cardíaca. Imagino que Galileu deve ter percebido a mesma resposta dessa criança em idade bem precoce também.

E não é uma situação hipotética. Aconteceu, de fato.

Obrigado por corroborar o que eu disse. Ele era Galileu.
Acho que não entendi. Se você está perguntando se o garoto do meu relato era Galileu Galilei, não, não era.

Começo a notar que, talvez, eu tenha mesmo sido muito rígido com você. Estou percebendo que sua desatenção não provém de má fé. :biglol:
:biglol:

Offline Feynman

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #38 Online: 13 de Maio de 2010, 12:57:29 »
Ah, já sei o que o menino disse:

"Os corpos só não costumam cair juntos, na prática, devido ao efeito resistivo do ar conjuntamente aos efeitos inercias promovidos pelo movimento da massa de ar devido às diferenças de pressão e temperatura - mais conhecidos por "vento", que atua em maior ou menor grau no corpo em queda em função de sua quantidade de massa, que oferece uma resistência à mudança na quantidade de movimento - a inércia em si. Classicamente, na ausência dos efeitos de submersão em um meio, os objetos cairão juntos ao solo, uma vez que a força de atração gravitacional será diretamente proporcional à massa inercial, que compensa aquela em grau igual, de modo que, pela segunda lei de Newton, a aceleração do corpo será igual à da gravidade local".
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Offline Tex Willer

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #39 Online: 13 de Maio de 2010, 13:25:56 »
Caraca, Feynman! :biglol:
"A velhacaria e a idiotice humanas são fenômenos tão correntes, que eu antes acreditaria que os acontecimentos mais extraordinários nascem do seu concurso, ao invés de admitir uma inverossímil violação das leis da natureza".  - Hume

Offline Geotecton

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #40 Online: 13 de Maio de 2010, 13:27:19 »
Ah, já sei o que o menino disse:

"Os corpos só não costumam cair juntos, na prática, devido ao efeito resistivo do ar conjuntamente aos efeitos inercias promovidos pelo movimento da massa de ar devido às diferenças de pressão e temperatura - mais conhecidos por "vento", que atua em maior ou menor grau no corpo em queda em função de sua quantidade de massa, que oferece uma resistência à mudança na quantidade de movimento - a inércia em si. Classicamente, na ausência dos efeitos de submersão em um meio, os objetos cairão juntos ao solo, uma vez que a força de atração gravitacional será diretamente proporcional à massa inercial, que compensa aquela em grau igual, de modo que, pela segunda lei de Newton, a aceleração do corpo será igual à da gravidade local".

Ah. Então "tá"!!! :biglol: :biglol:
Foto USGS

Offline Adriano

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #41 Online: 13 de Maio de 2010, 13:42:33 »
Que indituvismo barato ele usou. Pegou um caso particular e a tornou uma teoria geral sobre o pensar científico. Popper nele!!

E também estou curioso. Quando o truque da mágica vai ser revelado para a platéia?  :biglol:
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #42 Online: 13 de Maio de 2010, 14:33:51 »
Que indituvismo barato ele usou. Pegou um caso particular e a tornou uma teoria geral sobre o pensar científico. Popper nele!!

E também estou curioso. Quando o truque da mágica vai ser revelado para a platéia?  :biglol:

Não fique tão animado. Sinto que teremos uma decepção... :(

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #43 Online: 13 de Maio de 2010, 15:35:37 »
Só não entendi o que tem a ver pensamento mágico com o caso.
Ainda não, Derfel? Depois de tudo que eu já disse? Lamentável! Suponho que você só poderá perceber essa relação quando conhecer a dedução do garoto, assim como os chamados efeitos relativísticos são difíceis de serem aceitos por uma mente que não conhece o que os fundamenta. Para essa mente, os efeitos relativísticos é que parecem mágica.

Sem dados é um pouco difícil chegar a qualquer conclusão. A partir de um fragmento de história sobre um hipotético menino, você quer que digamos qual foi a explicação que ele deu sobre a queda dos corpos. Você disse que o caso ocorreu mesmo, quer que acreditemos sem que haja uma prova do ocorrido além da sua palavra. Ou seja, quer que tenhamos um ato de fé na sua narrativa (o que, por si só, já contraria toda a sua filosofia). Eu, pelo meu lado, estou disposto a acreditar que tal fato realmente ocorreu, como um benefício da dúvida e por crer que não teria motivos para criar tal história. Ainda assim, pelo que se pode extrair do texto, o garoto mesmo ficou surpreso pela surpresa do experimentador e a resposta inicial dele fora que é assim porque não poderia ser de outro jeito. Há uma resposta dada depois, mas não sabemos qual foi e não temos condições de saber sem conhecer, pelo menos, toda a bagagem cultural do menino, o seu acesso a informações, sua visão de mundo e mesmo os desenhos animados que ele assistia. O pensamento mágico, e aqui deixo de tentar compreender a sua definição e passo a usar a minha mesmo, baseada em Stevens Jr., não necessariamente estaria ausente: o garoto poderia dizer que os objetos caem assim porque essa é uma lei de Deus, por exemplo.
Pensar cientificamente (e aqui uso minha definição de pensamento científico, baseada na ciência e no método científico) não é estar livre do pensamento mágico, ainda que este último não deva ser considerado (ou tentar não ser) ao se analisar um problema na descrição da natureza. Ambos os tipos de pensamento, em maior ou menor grau, formam a Weltanschauung de um indivíduo. Newton via no universo uma harmonia e uma precisão que denotavam para ele a existência de um criador, que era um dos muitos pensamentos mágicos que ele tinha.
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O que seria esse pensamento mágico? Seria a crença em uma divindade?
Não necessariamente. Aliás, não objetivamente, porque a crença em divindades é, apenas, uma das consequências do exercício do pensamento mágico e não esse pensamento em si. Eu já disse que pensamento mágico é o que resulta da projeção de propriedades de natureza mental sobre o universo observado. Lembra? É o oposto do pensamento científico. O pensamento dos alquimistas sobre como supunham que o universo funcionava era mágico, não necessariamente uma crença em divindades.

Mas aí sua definição aparenta mais como Weltanschauung que como pensamento mágico. Em outro tópico você ainda deixa a entender que cachorros pensariam cientificamente por serem ateus.

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Se você perguntasse o porquê dos dois objetos chegarem ao chão ao mesmo tempo, ele não poderia dizer que era assim que Deus quis que acontecesse?
Não poderia e não foi o que o menino disse. Muito pelo contrário. Alguém que pretendesse contra-argumentar a dedução do menino, este sim, teria que recorrer a argumentos deste tipo. E se deus não quiser que os corpos caiam juntos? E se os corpos mesmos não quiserem cair juntos? Entende? O menino diria: se deus existisse ele poderia fazer isso, mas deus não existe e os corpos não têem vontade própria. Começo a notar que, talvez, eu tenha mesmo sido muito rígido com você, Derfel. Estou percebendo que sua desatenção não provém de má fé. Eu já tinha explicado isso aqui:
Como não poderia? Ele pode não ter dito, mas isso não significa que não poderia ter dito. Mas aqui você trás uma informação nova: o menino era ateu. Ainda assim poderia haver um pensamento mágico: ele poderia dizer que é da natureza de todos os corpos caírem em uma mesma velocidade. Ou, como Newton fez quando não conseguiu explicar a gravidade, dizer que é uma força.
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A resposta do menino impressionou tanto o propositor da pergunta que ele, quando entendeu, exclamou: como nunca pensei nisso antes!

Procure não fazer especulações antes de saber a resposta, porque é quase inevitável que, agindo assim, você pense magicamente também.

Mas não é isso que você quer que façamos no tópico? Especulemos sobre uma resposta de um garoto, enquanto você faz suspense e todos nós de bobos?

Offline Hold the Door

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #44 Online: 13 de Maio de 2010, 18:30:48 »
Deixa eu adivinhar. O garoto em questão é o próprio Cientista e ele quer demonstrar a sua grande genialidade científica (e ausência de pensamento mágico, obviamente) presente desde tenra idade...
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Offline Feynman

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #45 Online: 13 de Maio de 2010, 19:01:15 »
Citação de: Derfel
Pensar cientificamente (e aqui uso minha definição de pensamento científico, baseada na ciência e no método científico) não é estar livre do pensamento mágico, ainda que este último não deva ser considerado (ou tentar não ser) ao se analisar um problema na descrição da natureza. Ambos os tipos de pensamento, em maior ou menor grau, formam a Weltanschauung de um indivíduo. Newton via no universo uma harmonia e uma precisão que denotavam para ele a existência de um criador, que era um dos muitos pensamentos mágicos que ele tinha.

Gostaria muito que o Cientista nos explicasse como Newton conseguiu tudo o que conseguiu, mesmo acreditando em deus, alquimia e astrologia.
"Poetas dizem que a Ciência tira toda a beleza das estrelas - meros globos de átomos de gases. Eu também posso ver estrelas em uma noite limpa e sentí-las. Mas eu vejo mais ou menos que eles?" - Richard Feynman

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #46 Online: 13 de Maio de 2010, 19:27:46 »

Gostaria muito que o Cientista nos explicasse como Newton conseguiu tudo o que conseguiu, mesmo acreditando em deus, alquimia e astrologia.

O cientista não acredita que Newton acreditasse nessas coisas. Só isso rendeu umas 5 páginas no tópico "Deus Existe?" ../forum/topic=7227.750.html

Offline Derfel

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #47 Online: 13 de Maio de 2010, 20:02:47 »
Interessante é ele fazer essa afirmação sem provas ou evidências, tratando apenas de uma declaração de fé baseada em sua filosofia, já que Newton não poderia ser um cientista se acreditasse realmente nisso. Mais interessante ainda é que isso (sua afirmação de fé) contraria a sua própria filosofia.

A propósito, essa história de que não existe "acreditar" em ciências e que nas ciências "acreditar" é verbo intransitivo. Não foi só o cientista que disse isso, já vi em outras ocasiões de outros foristas. No processo de produção de conhecimento acredita-se em muitas coisas, a começar na sua própria pesquisa. Acredita-se que esteja correto em sua tese e acredita-se que suas hipóteses se mostraram verdadeiras. A diferença é que, no processo, as nossas certezas podem ser desmentidas e adota-se outras hipóteses que serão então testadas.

Offline Hold the Door

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #48 Online: 13 de Maio de 2010, 20:11:36 »

Gostaria muito que o Cientista nos explicasse como Newton conseguiu tudo o que conseguiu, mesmo acreditando em deus, alquimia e astrologia.

O cientista não acredita que Newton acreditasse nessas coisas. Só isso rendeu umas 5 páginas no tópico "Deus Existe?" ../forum/topic=7227.750.html
Sim, para o Cientista sempre existe uma pegada invisível explicação alternativa de porque os escritos esotéricos de Newton na verdade não provam que ele acreditasse em algo.
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Offline Fabrício

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Re: Avaliando a habilidade científica de pensar
« Resposta #49 Online: 13 de Maio de 2010, 21:50:50 »
Citar
Ah, já sei o que o menino disse:

"Os corpos só não costumam cair juntos, na prática, devido ao efeito resistivo do ar conjuntamente aos efeitos inercias promovidos pelo movimento da massa de ar devido às diferenças de pressão e temperatura - mais conhecidos por "vento", que atua em maior ou menor grau no corpo em queda em função de sua quantidade de massa, que oferece uma resistência à mudança na quantidade de movimento - a inércia em si. Classicamente, na ausência dos efeitos de submersão em um meio, os objetos cairão juntos ao solo, uma vez que a força de atração gravitacional será diretamente proporcional à massa inercial, que compensa aquela em grau igual, de modo que, pela segunda lei de Newton, a aceleração do corpo será igual à da gravidade local".

Criança prodígio é um saco. Vai jogar bola, moleque!
"Deus prefere os ateus"

 

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