O menino sabia que os dois objetos de massas diferentes cairiam juntos sendo que:
- Ele nunca havia efetuado a experiência antes;
- Ninguém ensinou ele a respeito da queda dos corpos.
Como a ciência é baseada em experimento e observação, não haveria como ele confirmar a hipótese diretamente.
Mas eu acho que sei como ele deduziu isso:
Por volta da oitava série, quando comecei a aprender física, eu imaginei que, como os objetos são feitos de átomos que tem o mesma massa(átomos do mesmo elemento), cada átomo cairia de forma independente dos outros, ou seja, na mesma velocidade. Um agrupamento de cem átomos não cairia mais devagar que 1.000.000 da mesma forma que 100 bolas de pingue-pongue reunidas não caem mair rápido que uma bola só.
Na época eu não pensei sobre átomos de diferentes elementos e isótopos, mas isso pode ser contornado verificando-se que um átomo de oxigênio, por exemplo, tem aproximadamente a mesma massa que quatro átomos de hélio.
Eu só desenvolvi este raciocínio após já saber que dois objetos de massas diferentes caem na mesma velocidade.
Há uma outra forma de teorizar isto sem a necessidade do conhecimento da existência de átomos e eu acho que foi assim que o menino deduziu: um objeto de 2 kg pode ser considerado como dois objetos de 1 kg, como dois objetos de 1 kg caem na mesma velocidade, então seria de se esperar que não cairiam mais rápido só por estarem grudados, mas ainda não poderia-se dizer com certeza sem testar a hipótese.
Eu poderia aumentar a validade verificando suas consequências sobre outras teorias conhecidas e comprovadas: se houvesse diferença na queda, seria possível violar a primeira lei da termodinâmica: levanto dois objetos separados, junto-os no ar e solto eles, que cairão mais rápido ou com mais energia cinética. Não há esta violação com os objetos caindo em velocidades iguais. Entre uma hipótese que viola uma teoria comprovada e outra que não, eu ficaria com a segunda.
Ainda assim não haveria como ter certeza sem realizar o experimento.