Autor Tópico: A Monogamia  (Lida 19567 vezes)

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Offline Moro

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Re: A Monogamia
« Resposta #100 Online: 24 de Junho de 2010, 21:41:33 »
Acho que não podemos prosseguir...

Geo

ok.. sendo a mentira uma necessidade, você achá-la errada deve ser um resquício de um sentimento religioso. Para qualquer questão de cunho prático, a resposta seria "Eu minto", todos mentimos.

Não diria que ela é uma necessidade, e sim de que ela faz parte da natureza humana, de tal modo que ela acaba influenciando o comportamento individual e social.

Considerá-la errada pode ser o resultado de um resquício de sentimento religioso, de uma pressão da coletividade ou de um ideal. Sinceramente eu acho que estou mais próximo da terceira hipótese.


Veja, é necessária, pois não se vive sem ela. Não é simplesmente uma questão de retórica. Comece seu dia falando: Eu não vou mentir, e você fará papel de palhaço.

Sobre a terceira hipótese cabe uma boa observação: Ideal. Uma ideologia. Uma maneira de se interpretar a realidade através de um conjunto de valores e mecanismos pré-definidos, memes se quer, que não permite as pessoas pensarem por sí, apenas repetir o que ouvem.

Note que aqui não estou dizendo nada sobre trair ou não, estou falando da minha má e velha inimiga, que são essas ideologias que colocamos em nossa mente e saímos repetindo "é X porque é assim". A ideologia, como a religião, de uma certa maneira deixa as coisas inegociáveis e tira a efetividade da comunicação.

Se você têm um ideal e compara a atitude dos outros mediante a ele, a discussão será afetada.

Espero que aqui concordemos que mentir é normal e que não há sentido prático algum em buscar uma vida sem mentiras. Temos que escolhe-las, temos que lidar com elas, mas não associar "mentir é ruim" ou "quem mente é X"


Aí que entra o paradigma que havia falado: Esquecendo-se qualquer sentimento religioso (e utópico) mentir é algo tão esperado quanto necessário e os tipo de de mentiras aceitas variam de pessoa a pessoa. Certamente não serão aceitas as mesmas mentiras para todos os mentirosos, isto é, nós.

Até aqui há uma convergência entre os pensamentos da maioria dos foristas que debateram aqui nos últimos dias, ao menos.

Yeap. Mas reforça o que foi dito acima.



Se esquecermos mais uma vez um paradigma moral a priori, a frase "não contar toda a verdade no caso de você sair com outra pessoa" deveria ser analisada sob o mesmo aspecto lógico e argumentativo, sob o mesmo sistema de perdas e ganhos, do que qualquer outra afirmação, e não respondida com um "Oh é errado e pronto".

Sob o ponto de vista lógico eu tendo a concordar. Mas as emoções humanas, e seus desdobramentos, não são pautadas por aspectos lógicos e racionais, que permitam ignorar a formação a priori de cada indivíduo ao atribuir parâmetros para efeitos de comparação de benefício/custo, mas sim são produtos do caldo sócio-cultural que cada indivíduo (conjuge) esteve submetido.

Portanto a frase "Oh é errado e pronto" é aplicável para alguns e para outros não.

Mas não há outro ponto de vista válido para céticos fora a lógica, Geo.
Eu certamente concordo que os desdobramentos humanos não seguem uma sequência lógica, que nem sempre conseguimos fazer o que a lógica diz, mas ao menos julgar as situações de maneira isenta deveria ser possível para nós.

Isto é, ainda que eu saiba que eu posso ficar P da vida pela ocorrência de um evento, eu posso julgar que é justo/injusto que esse evento tenha ocorrido.

Para nós céticos, esse caldo cultural deve ser nosso primeiro alvo de questionamentos, nossos próprios memes são os mais gostosos de serem questionados.


Por exemplo, acredito que dei um argumento bom (radical mais bom) onde um homem procura outra mulher quando a sua não quer sexo, o cara quer, e ele gosta o suficiente da mulher para tomar a decisão de se divertir com outra, de uma maneira eventual nesse exemplo, e preservar o que têm de bom em sua vida em casal (não, as coisas não se resumem a sexo).

Aqui temos um exemplo interessante, pois o fato é que existe uma miríade de possibilidades de atitudes e relacionamentos conjugais.

Mas o que parece ser a questão central não é tanto o de admitir que todos nós já mentimos e provavelmente mentiremos, e sim o de saber como cada um avaliará o seu comportamento frente a uma possível rejeição do seu conjuge, caso este descubra que o seu par mentiu ou não forneceu a totalidade das informações.
Temos um bom exemplo não? Por algum motivo, esse exemplo chamou atenção para você como uma justificativa, simplesmente porque fez sentido para você. Fosse alguém com memes mais fortes, ele poderia ter dito "Ok, o relacionamento é sagrado, casou, casou" ou "separa-te puto, destrua teu lar, mas não minta!!!"

A questão é que você não concordou com meus argumentos anteriores não porque eles estivessem errados, mas sim porque a situação demonstrada não representava evidência/justificativa para você, pela sua maneira de ver a vida.

Se essa situação lhe faz sentido, aceite que várias outras situações fazem sentido para vários tipos de pessoas distintas, porque ... são distintas. Mas todos temos algumas coisas da vida que não queremos perder, que damos valor, e protegemos!! Ou escolhemos dar valor a um meme/dogma e seguí-lo fora de qualquer contexto.

Aqui é a escolha que temos que seguir. Questionar, ou julgar a priori.



Então, reforçando, não existe a possibilidade de se afirmar a priori que o cara que fez X é Y sem uma análise de contexto, ao menos que raciocinemos por dogmas.

Em princípio eu concordo. Mas, ainda assim, a maioria das pessoas dará valorações distintas para o ato de mentir, onde o ápice da escala estará ocupado pelas mentiras para ocultação de relacionamentos extra-conjugais. E acho que isto está impregnado na sociedade e nos indivíduos de tal modo, que a sua análise racional terá pouco ou nenhum efeito, a não ser como retórica.


Podemos prosseguir?

Sim!

Acho que foi respondido acima.

Podemos prosseguir?
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Offline DDV

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Re: A Monogamia
« Resposta #101 Online: 25 de Junho de 2010, 01:50:48 »
Agnóstico, você acha "normal" ou "aceitável" se relacionar com uma pessoa prometendo e dizendo (abertamente ou implicitamente) ser fiel e não ser?


Nota 1: não li todos os posts, gostaria somente de uma resposta em poucas linhas.  :ok:

Nota 2: "Ser fiel" está sendo usado no sentido de "não ter relações sexuais ou românticas com outras pessoas estando em uma relação onde isso é previsto".

Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Geotecton

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Re: A Monogamia
« Resposta #102 Online: 25 de Junho de 2010, 02:21:42 »
Acho que não podemos prosseguir...

Geo

ok.. sendo a mentira uma necessidade, você achá-la errada deve ser um resquício de um sentimento religioso. Para qualquer questão de cunho prático, a resposta seria "Eu minto", todos mentimos.

Não diria que ela é uma necessidade, e sim de que ela faz parte da natureza humana, de tal modo que ela acaba influenciando o comportamento individual e social.

Considerá-la errada pode ser o resultado de um resquício de sentimento religioso, de uma pressão da coletividade ou de um ideal. Sinceramente eu acho que estou mais próximo da terceira hipótese.

Veja, é necessária, pois não se vive sem ela. Não é simplesmente uma questão de retórica. Comece seu dia falando: Eu não vou mentir, e você fará papel de palhaço.

Sobre a terceira hipótese cabe uma boa observação: Ideal. Uma ideologia. Uma maneira de se interpretar a realidade através de um conjunto de valores e mecanismos pré-definidos, memes se quer, que não permite as pessoas pensarem por sí, apenas repetir o que ouvem.

Note que aqui não estou dizendo nada sobre trair ou não, estou falando da minha má e velha inimiga, que são essas ideologias que colocamos em nossa mente e saímos repetindo "é X porque é assim". A ideologia, como a religião, de uma certa maneira deixa as coisas inegociáveis e tira a efetividade da comunicação.

Se você têm um ideal e compara a atitude dos outros mediante a ele, a discussão será afetada.

Espero que aqui concordemos que mentir é normal e que não há sentido prático algum em buscar uma vida sem mentiras. Temos que escolhe-las, temos que lidar com elas, mas não associar "mentir é ruim" ou "quem mente é X".

Concordo em linhas gerais. Mas quero lhe deixar ciente que a minha "utopia de não-mentir" de maneira alguma obnubila a minha convicção de que não se deve fazer julgamentos morais em relação ao caso em tela, conforme a minha citação abaixo reproduzida:

[...]
Mas não quero fazer juízo de valor ou ser moralista com ninguém, pois cada um reage de maneira distinta aos diversos estímulos e situações enfrentadas.


Aí que entra o paradigma que havia falado: Esquecendo-se qualquer sentimento religioso (e utópico) mentir é algo tão esperado quanto necessário e os tipo de de mentiras aceitas variam de pessoa a pessoa. Certamente não serão aceitas as mesmas mentiras para todos os mentirosos, isto é, nós.

Até aqui há uma convergência entre os pensamentos da maioria dos foristas que debateram aqui nos últimos dias, ao menos.

Yeap. Mas reforça o que foi dito acima.

Ok!


Se esquecermos mais uma vez um paradigma moral a priori, a frase "não contar toda a verdade no caso de você sair com outra pessoa" deveria ser analisada sob o mesmo aspecto lógico e argumentativo, sob o mesmo sistema de perdas e ganhos, do que qualquer outra afirmação, e não respondida com um "Oh é errado e pronto".

Sob o ponto de vista lógico eu tendo a concordar. Mas as emoções humanas, e seus desdobramentos, não são pautadas por aspectos lógicos e racionais, que permitam ignorar a formação a priori de cada indivíduo ao atribuir parâmetros para efeitos de comparação de benefício/custo, mas sim são produtos do caldo sócio-cultural que cada indivíduo (conjuge) esteve submetido.

Portanto a frase "Oh é errado e pronto" é aplicável para alguns e para outros não.

Mas não há outro ponto de vista válido para céticos fora a lógica, Geo.
Eu certamente concordo que os desdobramentos humanos não seguem uma sequência lógica, que nem sempre conseguimos fazer o que a lógica diz, mas ao menos julgar as situações de maneira isenta deveria ser possível para nós.

Isto é, ainda que eu saiba que eu posso ficar P da vida pela ocorrência de um evento, eu posso julgar que é justo/injusto que esse evento tenha ocorrido.

Para nós céticos, esse caldo cultural deve ser nosso primeiro alvo de questionamentos, nossos próprios memes são os mais gostosos de serem questionados.

Mas Agnóstico, será que nós pensamos e vivemos sob uma base lógica o tempo todo? Tenho sérias dúvidas.

Quando escolhi a minha parceira, eu o fiz em função de parâmetros não-lógicos (pelo menos em tese). Sei que estou entrando em um campo teórico perigoso, assumindo que as emoções humanas não possuem base lógica. 



Por exemplo, acredito que dei um argumento bom (radical mais bom) onde um homem procura outra mulher quando a sua não quer sexo, o cara quer, e ele gosta o suficiente da mulher para tomar a decisão de se divertir com outra, de uma maneira eventual nesse exemplo, e preservar o que têm de bom em sua vida em casal (não, as coisas não se resumem a sexo).

Aqui temos um exemplo interessante, pois o fato é que existe uma miríade de possibilidades de atitudes e relacionamentos conjugais.

Mas o que parece ser a questão central não é tanto o de admitir que todos nós já mentimos e provavelmente mentiremos, e sim o de saber como cada um avaliará o seu comportamento frente a uma possível rejeição do seu conjuge, caso este descubra que o seu par mentiu ou não forneceu a totalidade das informações.

Temos um bom exemplo não? Por algum motivo, esse exemplo chamou atenção para você como uma justificativa, simplesmente porque fez sentido para você. Fosse alguém com memes mais fortes, ele poderia ter dito "Ok, o relacionamento é sagrado, casou, casou" ou "separa-te puto, destrua teu lar, mas não minta!!!"

A questão é que você não concordou com meus argumentos anteriores não porque eles estivessem errados, mas sim porque a situação demonstrada não representava evidência/justificativa para você, pela sua maneira de ver a vida.

Se essa situação lhe faz sentido, aceite que várias outras situações fazem sentido para vários tipos de pessoas distintas, porque ... são distintas. Mas todos temos algumas coisas da vida que não queremos perder, que damos valor, e protegemos!! Ou escolhemos dar valor a um meme/dogma e seguí-lo fora de qualquer contexto.

Aqui é a escolha que temos que seguir. Questionar ou julgar a priori.

Eureka, pois chegamos ao X do colóquio!

Eu realmente não concordei com voce sobre a questão "mentir ou não" por causa de uma opção de vida mas em momento algum eu o julguei ou fiz juízo de valor. Lembra-se da minha primeira intervenção nesta postagem?

[...]
Mas não quero fazer juízo de valor ou ser moralista com ninguém, pois cada um reage de maneira distinta aos diversos estímulos e situações enfrentadas.

Portanto, no meu caso, eu não preciso fazer nenhuma escolha em relação aos meus amigos, colegas ou desconhecidos. Eu simplesmente respeito e aceito como cada um pensa ou como cada um age, sem ocupar o cargo de promotor, juiz ou algoz; embora mantenha o direito de discordar.


Então, reforçando, não existe a possibilidade de se afirmar a priori que o cara que fez X é Y sem uma análise de contexto, ao menos que raciocinemos por dogmas.

Em princípio eu concordo. Mas, ainda assim, a maioria das pessoas dará valorações distintas para o ato de mentir, onde o ápice da escala estará ocupado pelas mentiras para ocultação de relacionamentos extra-conjugais. E acho que isto está impregnado na sociedade e nos indivíduos de tal modo, que a sua análise racional terá pouco ou nenhum efeito, a não ser como retórica.

Acho que foi respondido acima.

Vamos em frente.


Podemos prosseguir?

Sim, por favor!
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Re: A Monogamia
« Resposta #103 Online: 26 de Junho de 2010, 00:40:11 »
Agnóstico, você acha "normal" ou "aceitável" se relacionar com uma pessoa prometendo e dizendo (abertamente ou implicitamente) ser fiel e não ser?


Nota 1: não li todos os posts, gostaria somente de uma resposta em poucas linhas.  :ok:

Nota 2: "Ser fiel" está sendo usado no sentido de "não ter relações sexuais ou românticas com outras pessoas estando em uma relação onde isso é previsto".



puts tem que ler os posts..
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Re: A Monogamia
« Resposta #104 Online: 26 de Junho de 2010, 00:51:20 »

Por exemplo, acredito que dei um argumento bom (radical mais bom) onde um homem procura outra mulher quando a sua não quer sexo, o cara quer, e ele gosta o suficiente da mulher para tomar a decisão de se divertir com outra, de uma maneira eventual nesse exemplo, e preservar o que têm de bom em sua vida em casal (não, as coisas não se resumem a sexo).

Aqui temos um exemplo interessante, pois o fato é que existe uma miríade de possibilidades de atitudes e relacionamentos conjugais.

Mas o que parece ser a questão central não é tanto o de admitir que todos nós já mentimos e provavelmente mentiremos, e sim o de saber como cada um avaliará o seu comportamento frente a uma possível rejeição do seu conjuge, caso este descubra que o seu par mentiu ou não forneceu a totalidade das informações.

Temos um bom exemplo não? Por algum motivo, esse exemplo chamou atenção para você como uma justificativa, simplesmente porque fez sentido para você. Fosse alguém com memes mais fortes, ele poderia ter dito "Ok, o relacionamento é sagrado, casou, casou" ou "separa-te puto, destrua teu lar, mas não minta!!!"

A questão é que você não concordou com meus argumentos anteriores não porque eles estivessem errados, mas sim porque a situação demonstrada não representava evidência/justificativa para você, pela sua maneira de ver a vida.

Se essa situação lhe faz sentido, aceite que várias outras situações fazem sentido para vários tipos de pessoas distintas, porque ... são distintas. Mas todos temos algumas coisas da vida que não queremos perder, que damos valor, e protegemos!! Ou escolhemos dar valor a um meme/dogma e seguí-lo fora de qualquer contexto.

Aqui é a escolha que temos que seguir. Questionar ou julgar a priori
.[/b]

Eureka, pois chegamos ao X do colóquio!

Eu realmente não concordei com voce sobre a questão "mentir ou não" por causa de uma opção de vida mas em momento algum eu o julguei ou fiz juízo de valor. Lembra-se da minha primeira intervenção nesta postagem?

[...]
Mas não quero fazer juízo de valor ou ser moralista com ninguém, pois cada um reage de maneira distinta aos diversos estímulos e situações enfrentadas.

Portanto, no meu caso, eu não preciso fazer nenhuma escolha em relação aos meus amigos, colegas ou desconhecidos. Eu simplesmente respeito e aceito como cada um pensa ou como cada um age, sem ocupar o cargo de promotor, juiz ou algoz; embora mantenha o direito de discordar.

confirmando, no exemplo citado acima, você concorda que não seria errado o sujeito mentir para a esposa?
« Última modificação: 26 de Junho de 2010, 00:53:46 por Agnóstico »
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Re: A Monogamia
« Resposta #105 Online: 26 de Junho de 2010, 01:04:21 »
Agnóstico, você acha "normal" ou "aceitável" se relacionar com uma pessoa prometendo e dizendo (abertamente ou implicitamente) ser fiel e não ser?


Nota 1: não li todos os posts, gostaria somente de uma resposta em poucas linhas.  :ok:

Nota 2: "Ser fiel" está sendo usado no sentido de "não ter relações sexuais ou românticas com outras pessoas estando em uma relação onde isso é previsto".



puts tem que ler os posts..

Não tem como dar uma resposta bem breve e em poucas linhas, em estilo espartano?  
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Re: A Monogamia
« Resposta #106 Online: 26 de Junho de 2010, 01:19:40 »
DDV, acho que esses três posts


../forum/topic=23016.50.html#msg529468

../forum/topic=23016.50.html#msg529396

../forum/topic=23016.100.html#msg530482


mais o meu próximo deveriam refletir o meu ponto de vista..
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Re: A Monogamia
« Resposta #107 Online: 26 de Junho de 2010, 01:20:03 »
vou aproveitar uma citação sua..

...
Mas Agnóstico, será que nós pensamos e vivemos sob uma base lógica o tempo todo? Tenho sérias dúvidas.
...

 :ok:  isso... não tomamos decisões lógicas e perfeitas o tempo todo.. nem nossos desejos são sempre os normalmente aceitos (às claras), e nem sempre queremos nos privar de algo, e queremos assumir riscos pela decisão

A perfeição é simplesmente uma distração, uma idéia do tipo do Marxismo, ou para aqueles que seguidamente lutam contra sua humanidade em nome de uma utopia... existe no vocabulário e não na prática... pode gerar sofrimento para quem busca..

é correto magoar uma pessoa que te ama e espera algo de vc? Não.
é correto eu deixar uma parte importante da minha vida? não

estranho? não somos perfeitos mesmo.. eu lido muito bem com isso... e não cobro ninguém através dessa visão..


uma pessoa que trai seu companheiro e é muito mais presente e companheiro do que um que não trai, deve terminar tudo em nome de uma moral perfeita que te diz a priori que você por estar fazendo algo de errado deve esquecer todas as coisas que você faz de bom,  e prejudicar algo que está bom, uma familia feliz?

se essa pessoa for pega? ela arcará com a consequência, e pode ou não ser compreendida, quanto mais ele foi sincero com seu par, quanto menos for hipócrita, dentro do possível e do aceito pela outra parte..

Temos que replicar a visão cristã do inferno, onde alguém comete um pecado capital e por isso ele não vale mais a pena, tem que ser jogado ao fogo do inferno?

Não para mim... ver todos os lados de uma pessoa não é para qualquer um, principalmente quando emoções tão básicas como "quem comeu minha mulher" estão em jogo.. mas ela pode ser uma excelente esposa, uma excelente companheira e ter dado para outro cara...
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Re: A Monogamia
« Resposta #108 Online: 26 de Junho de 2010, 01:44:12 »
DDV, acho que esses três posts


../forum/topic=23016.50.html#msg529468

../forum/topic=23016.50.html#msg529396

../forum/topic=23016.100.html#msg530482


mais o meu próximo deveriam refletir o meu ponto de vista..

Vou tantar então resumir ao mais essencial as idéias que você apresentou. Me corrija caso esteja faltando ou sendo acrescentado algo:

1- É perfeitamente normal, aceitável e não constitui falha de caráter fingir que é fiel para poder manter um relacionamento com uma pessoa que assim o exige, enquanto se é infiel veladamente.

2- Procurar ter relacionamentos abertos de forma consensual e transparente com o cônjuge é o ideal, mas podemos também ter relacionamentos abertos escondidos do cônjuge enquanto fingimos para ele que estamos em uma relação monogâmica. Não há absolutamente nada de errado em quem preferir fingir ser monogâmico sem ser ao invés de procurar relacionamentos abertos que sejam consensuais.

É mais ou menos por aí?



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« Resposta #109 Online: 26 de Junho de 2010, 01:51:15 »
Basicamente, mentira e fingimento seriam os meios de uma pessoa conseguir manter consigo um cônjuge que só aceitaria relações monogâmicas enquanto a pessoa é efetivamente não-monogâmica.

No caso, a conduta da pessoa que assim procede não é reprovável e não fere em nada os direitos (se é que se pode falar em "direitos" nesse caso) da pessoa enganada.

É mais ou menos isso, Agnóstico?
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Re: A Monogamia
« Resposta #110 Online: 26 de Junho de 2010, 01:51:52 »
não..

Uma pessoa não É infiel, ela foi infiel, ela é ou não um bom companheiro, ela é ou não um bom pai, ela é ou não uma pessoa agradável e confiável, etc..
O sexo não tem nenhuma precedência na determinação do caráter de uma pessoa do que qualquer um dessas outras característica, mas se insiste em colocar essa característica como absoluta ao mesmo tempo que se relativiza as outras, por não ter um julgamento tão binário quanto "fez" ou "não fez".

O cara é um merda em tudo isso, não trai porque ninguém olha para a sua cara mas não aguentaria meia cantada de uma loira, e porque ele não traiu ele é um cara melhor do que o outro..

DDV leia aos posts e não simplifique, da mesma maneira que não podemos ficar determinando o caráter de uma pessoa sem ver o contexto total.. veja o exemplo que dei para o Geo.. leia e depois faça a crítica de uma maneira consistente, certamente há o que criticar.
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« Resposta #111 Online: 26 de Junho de 2010, 01:59:54 »
não..

Uma pessoa não É infiel, ela foi infiel, ela é ou não um bom companheiro, ela é ou não um bom pai, ela é ou não uma pessoa agradável e confiável, etc..
O sexo não tem nenhuma precedência na determinação do caráter de uma pessoa do que qualquer um dessas outras característica, mas se insiste em colocar essa característica como absoluta ao mesmo tempo que se relativiza as outras, por não ter um julgamento tão binário quanto "fez" ou "não fez".


Sendo o sexo extra-conjugal algo de tão pouca preeminência e importância, porque então esconder do cônjuge? Se o cônjuge pensa dessa forma que você colocou, não haveria maiores problemas.

Citação de: Agnóstico
O cara é um merda em tudo isso, não trai porque ninguém olha para a sua cara mas não aguentaria meia cantada de uma loira, e porque ele não traiu ele é um cara melhor do que o outro..

DDV leia aos posts e não simplifique, da mesma maneira que não podemos ficar determinando o caráter de uma pessoa sem ver o contexto total.. veja o exemplo que dei para o Geo.. leia e depois faça a crítica de uma maneira consistente, certamente há o que criticar.


A questão toda não é a relação extra-conjugal em si, mas o ato de prometer e fingir para o cônjuge que se está em uma relação monogâmica sem de fato estar.
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« Resposta #112 Online: 26 de Junho de 2010, 02:04:25 »
Agnóstico, eu entendo que é algo vantajoso e conveniente o fingir e mentir para se manter consigo um cônjuge monogâmico enquanto na verdade se é não-monogâmico. Não tenho muito a acrescentar em relação a isso.

Eu apenas não concordo que a pessoa que faz isso é íntegra e confiável (em relação a quem não faz), ou muito menos que é um visionário lutando contra a hipocrisia da sociedade. É apenas uma pessoa enganando e traindo a confiança de outra, e só.

 
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Re: A Monogamia
« Resposta #113 Online: 26 de Junho de 2010, 09:20:09 »
Citar
Por exemplo, acredito que dei um argumento bom (radical mais bom) onde um homem procura outra mulher quando a sua não quer sexo, o cara quer, e ele gosta o suficiente da mulher, de sua familia, de seu companheirismo, para tomar a decisão de se divertir com outra, de uma maneira eventual nesse exemplo, e preservar o que têm de bom em sua vida em casal (não, as coisas não se resumem a sexo).


Cara incrivel como vc leu leu nao disse nada que nao era esperado que você dissesse sem ler nada. O mesmo julgamento moral sem levar contexto nenhum em consideração, como se isso fosse possível, sequer o último cara você respondeu à todos os pontos e respondeu como um padre que pega uma tabela e diz "3 padres nossos"

Que tal por um contexto para que você teste se seu julgamento é um dogma absoluto? Julgue esse exemplo acima.

Por isso que estou pedindo para as pessoas que responderem, cite os posts, e não simplesmente falem as coisas que têm dentro de sí a priori, senão não a discussão e apenas perda de tempo.

E eu em nenhum momento disse que isso torna alguém visionário para a sociedade, é apenas uma decisão pessoal, que acredito ser lógica.

Cite os posts... Senão minha contra-argumentação seria em boa parte o que já está lá
« Última modificação: 26 de Junho de 2010, 09:38:56 por Agnóstico »
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Re: A Monogamia
« Resposta #114 Online: 26 de Junho de 2010, 11:20:33 »
Citar
O Mito da Monogamia

 

"Há duas formas de se enganar:
Uma, acreditar naquilo que não é;
Outra, recusar-se a acreditar naquilo que é".
Kierkegaard

 

A grande maioria das pessoas possui crenças fortemente arraigadas, e uma delas é o mito de um relacionamento monogâmico, ideal do amor romântico.

Nossa sociedade, familiares e amigos, por um lado, apoiam essa crença, que é visivelmente percebida no peso da linguagem usada para definir uma situação "não-monogâmica" dentro de um relacionamento com compromisso (traição, adultério, infidelidade...). Os adjetivos usados, de alguma forma, também contribuem para vitimar ou ridicularizar os parceiros ("chifrudo", "corno", panaca, bobo...ou, ainda, "puta", "galinha", vadia...).

Mas, hipocritamente, através de uma educação machista que estabelece papéis pré-determinados para homens e mulheres, estímulos da mídia na propaganda e em novelas, onde as atitudes tomadas geralmente não têm maiores conseqüências e são solucionadas de forma "mágica", a ênfase parece estar exatamente no oposto.

Amar alguém e/ou resolver ter um relacionamento que envolva um compromisso com um parceiro(a) não é garantia de que nunca mais se sentirá atração por outra pessoa. A maneira como cada um reagirá a esta atração tem a ver com sua história pessoal, educação e padrões morais e religiosos aprendidos. Aceitar a atração como algo humano e usá-la como uma fantasia na relação é até lúdico e saudável. Quantos casais já não brincaram muitas vezes de chamar um ao outro de personagens de filmes ou novelas?

O quadro reforçado em nosso contexto social é o de sermos desonestos com nossos próprios sentimentos (sem falar em outras áreas), pois, ao evitar o confronto, não temos que assumir todas as conseqüências que implica ser honesto e coerente com o que se sente.

Ao aceitar a responsabilidade pela dor do companheiro, a pessoa fica vulnerável e prefere se sentir culpada a ter que enfrentar, muitas vezes, cobranças familiares e reações emocionais do(a) companheiro(a).

Fugir das próprias emoções gera uma espécie estranha de sigilo que parece ser apoiada por todos de maneira mais estranha ainda. O parceiro(a) que percebe sinais de alteração no relacionamento evita abordar o assunto. Está ali, bem diante dele(a), um(a) parceiro(a) mais distante, mais preocupado(a) com trabalho, mais ligado(a) à TV ou ao computador do que o comum, menos acessível emocionalmente, menos envolvido(a) em atividades comuns, mais ausente de casa, mais envolvido(a) com os filhos, mais interessado em experimentar coisas novas sexualmente do que antes, menos interessado(a) em sexo do que antes, etc...

É claro! Caso a dúvida seja confirmada, o que fazer com todos os sentimentos que surgirão? Culpar a si mesmo? O outro? O terceiro elemento? A situação econômica? Sem contar os sentimentos de vergonha, desprezo, baixa auto-estima que podem servir como elementos de pressão para tomar uma decisão quanto a manter ou não o relacionamento.

Evitar temas que geram sentimentos com os quais não sabemos lidar parece ser a tônica em nossa sociedade. Evita-se falar sobre a morte, "brochadas" e dificuldades sexuais, o desespero de lidar com as questões financeiras, como e porque usar preservativos, o que fazer com a raiva, etc... Muitos de nós sabemos dos casos extraconjugais do vizinho, dos avós ou amigos, mas dificilmente os pais conversam com os filhos sobre como estes se sentem a respeito, ou o quanto é trabalhoso manter um relacionamento, o quanto é muitas vezes difícil agüentar o mal humor do outro, etc... O sigilo, como um vírus, se instala enfraquecendo a estrutura do relacionamento e se espalha por diversos setores, resultando num empobrecimento da relação ou num rompimento por vezes drástico, caso um dos parceiros venha a confirmar suas suspeitas.

Nossa sociedade vive padrões de "certo" ou "errado", o que dispõe que ao "errado" cabe a punição e ao "certo" o papel de vítima ou herói, e, portanto, segundo o "código do sigilo", convém omitir.

A crença de que existe certo ou errado sustenta outro mito, o da justiça (tema para outro artigo). Ser justo ou correto implica em se sentir superior ou melhor, adquirindo-se, assim, autoridade para controlar ou ditar regras ao outro, que "não sabe", "não pode" ou é "incapaz". Poder para manipular ou julgar o outro justifica um comportamento vingativo, pois, segundo essa lógica, tudo deve ser justo.

Não saber lidar com determinados sentimentos e não admitir que não se tem recursos suficientes para lidar com eles é predestinar relacionamentos ao fracasso/esvaziamento e, consequentemente, "vender" às gerações seguintes o modelo falido de parceiros afetivamente distantes e consequentemente insatisfeitos.

Contar ou não ao parceiro a respeito de um caso amoroso é uma decisão pessoal, mas enfrentar a questão da monogamia como algo que se deseja e como meta nos relacionamentos resulta em mudar a maneira como se lida com a culpa, o sigilo, o orgulho, a necessidade de obter ajuda e questionar valores e crenças "inquestionáveis".

Não quero com isso estimular a exposição de casos amorosos em programas de TV, como ridiculamente o fazem algumas emissoras, mas que se discuta honestamente sobre sentimentos e a maneira com que cada indivíduo lida com eles, sem a necessidade absurda de se colocar regras às emoções. Existe uma enorme diferença entre se viver o mito do relacionamento monogâmico por imposição cultural, religiosa ou familiar, e viver uma relação que sustenta a monogamia como opção consciente dos parceiros por ser compensador. Desenvolver relacionamentos de qualidade, onde a intimidade de expressão de afeto e sentimento do casal é autêntica, favorecendo um relacionamento onde ambos se sintam realizados, deve ser o foco na conduta de novos debates.

    *
      Christiane Soares Itabaiana é Psicóloga Clínica de adultos e adolescentes e Terapeuta Sexual pela
      SBRASH (Sociedade Brasileira de Sexualidade Humana).
A parte em negrito me chamou a atenção. No final das contas é nos discursos que se demonstram os julgamentos, iguais em outras discussões políticas, em que as definições usadas por cada um já demonstram fortemente a carga da ideologia usada, neste caso a crença monogâmica.

E como todo apelo religioso (crença muito forte), vem sempre seguida de diversas conotações morais, toda uma doutrina moral construida em torno da questão. Como os religiosos, são sempre os ditadores de regras morais sobre o que é certo.

Quem disse que esses acordo monogâmicos prestam para alguma coisa? Nunca pensaram que podem ser um engôdo? Será que pessoas que se relacionam sexualmente com outras deixam de amar a pessoa com a qual convivem? Será que não é por acreditar que nada vai mudar no sentimento da relação que as "traições" são secretas e tão impregnadas na vida da humanidade?

Seria bom usar o ceticismo e questionar essas crenças profundas, que todos passam longe de refleti-las. Acredito que seja realmente um memeplexo muito forte e que como a crença em deus e as doutrinas religiosas não precisam mais ser usadas, quanto mais impostas. Mas é o Que acontece.
Princípio da descrença.        Nem o idealismo de Goswami e nem o relativismo de Vieira. Realismo monista.

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Re: A Monogamia
« Resposta #115 Online: 26 de Junho de 2010, 12:43:27 »
pois eh.. Incrivel que ao final, a maioria tem dogmas e simplesmente nai quer questiomar e argumentar. Para mim soa uma aberraçao ouvir " fex X entao a pessoa eh Y porque o certo e Z e Z nao esta sujeito a discussao"

citar as partes dos posts? Para que se ja tenho a resposta e sei o que eh certo? Salvo dbohr e Geo, as pessoas nao querem argumentar.

Eu queria saber quantos desses moralistas ja tiveram em uma situaçao de ter uma linda mulher te cantando e gerandi situaçoes de intimidade e amizade, quantos tiveram um relacionamento longo suheito a altos e baixos e.. Mais importante.. Quem se deu ao trabalho de ao menos ler os posts tendo em mente algo mais do que trair eh errado..
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Re: A Monogamia
« Resposta #116 Online: 26 de Junho de 2010, 13:26:20 »
Citação de: Agnóstico
uma pessoa que trai seu companheiro e é muito mais presente e companheiro do que um que não trai, deve terminar tudo em nome de uma moral perfeita que te diz a priori que você por estar fazendo algo de errado deve esquecer todas as coisas que você faz de bom,  e prejudicar algo que está bom, uma familia feliz?

O cônjuge também tem o direito de opinar e decidir se é preferível para ela(e) levar corno e ser paparicado ou não levar corno e não receber paparicos.

Discorda? Por quê?

Não há como mudar o fato de uma pessoa estar enganando outra. O máximo que poderemos discutir é se esse engano/fingimento é por uma "boa causa" ou não.

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Re: A Monogamia
« Resposta #117 Online: 26 de Junho de 2010, 14:49:18 »
Porque? Para com quase 100% de chance terminar um casamento feliz em outras dimensões do relacionamento apenas porquê senão fizer isso sua moral absoluta diz que você estaria mentindo e isso é errado?

Para mim, se vivesse essa situação, não teria dúvida alguma. Todos ficariam contentes com a história e a vida prosseguiria. DDV você sacrificaria tanto em nome de uma ideologia que diz que você tem que dizer 100% da verdade mas aoenas nesse assunto específico?

E claro que uma pessoa está enganando a outra.. So what? Isso é feito por todas as pessoas em graus diferentes todos os dias

E responda aos posts pls

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Re: A Monogamia
« Resposta #118 Online: 26 de Junho de 2010, 18:29:29 »
Porque? Para com quase 100% de chance terminar um casamento feliz em outras dimensões do relacionamento...

Agora que não entendi de vez.

 Por que haveria quase 100% de chance de terminar o casamento se a traição sexual é algo de tão pouca importância e preeminência assim, como você diz?
 

 

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Re: A Monogamia
« Resposta #119 Online: 26 de Junho de 2010, 18:35:39 »
Citação de: Agnóstico
DDV você sacrificaria tanto em nome de uma ideologia que diz que você tem que dizer 100% da verdade mas aoenas nesse assunto específico?

Talvez eu mentisse sim, mas eu nunca me iludiria achando que sou uma pessoa íntegra e que o que faço não tem absolutamente nada de errado. Eu teria consciência plena de que minha atitude (enganar e mentir para o cônjuge em um aspecto tão fundamental para ele) é imoral.

 Eu NUNCA reinvidicaria nenhum tipo de excelência ou correção da minha atitude e muito menos posaria de um "revolucionário" ou "vanguardista" lutando contra a sociedade hipócrita e careta.



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Re: A Monogamia
« Resposta #120 Online: 26 de Junho de 2010, 18:40:05 »
Então concordamos com tudo. fácil assim.
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Re: A Monogamia
« Resposta #121 Online: 26 de Junho de 2010, 18:42:07 »
Outra coisa: você disse que é burrice desperdiçar oportunidades de traçar outras mulheres apenas porque estamos em um casamento monogâmico. Ora, o mesmo desperdício de oportunidades que temos o cônjuge também tem. É um tremendo egoísmo e sacanagem deixar a sua mulher, por desconhecimento, se manter fiel a um casamento que ela acredita ser monogâmico (desperdiçando as oportunidades de ser traçada por outros homens) enquanto você finge pra ela que é monogâmico.

 
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Re: A Monogamia
« Resposta #122 Online: 26 de Junho de 2010, 18:48:29 »
Primeiro que eu não disse isso. Eu disse que é melhor dizer a verdade, não ser hipócrita, deixar claro que você não vê problema nisso, ainda que você não precise contar tudo, e não exigir que a pessoa conte tudo.

Porque é um assunto complicado que exige maturidade (mais ainda para moralistas de plantão)

Segundo, quer dizer que só o motivo que você concorda para mentir é que é válido, todos os outros contextos que você não imagina serem relevantes para a vida de uma pessoa não são válidos?

Ah...
« Última modificação: 26 de Junho de 2010, 18:52:31 por Agnóstico »
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Re: A Monogamia
« Resposta #123 Online: 26 de Junho de 2010, 18:51:49 »
Alias, DDV, para mim não existe isso de pessoa íntegra. Somos sempre mais complexos do que isso.

Você se dá muito bem ao entender que uma sociedade economicamente utópica é absurda, de que a complexidade da economia não pode ser descrita em poucos dogmas, etc..  mas não consegue utilizar o mesmo raciocínio para a vida privada, ainda mais complexa.

Não existe certo ou errado sem um contexto a ser estudado. Falar que fez X é errado fora de um contexto a ser estudado de acordo com a situação e realidade de cada um é groselha, e quando fazemos isso baseados em uma ideologia utópica é mais bullshit ainda.
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Re: A Monogamia
« Resposta #124 Online: 26 de Junho de 2010, 18:54:23 »
A conclusão a qual chegamos então é que cornear e ser corneado é problema de cada um, um ato de mentira e fingimento PURO e SIMPLES, não sujeito a nenhum tipo de apoio, consolo ou justificação filosófica ou moral.

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