eu entendo o que disseram, mas estou questionando exatamente isso. Antes de mais nada, para tirar a personalização da questão, minha situação é bem resolvida, não nos cobramos a esse respeito mas também não entramos em detalhe. E no discurso nunca há críticas quando sabemos de amigos(as) que trairam, por exemplo, isso de ambas as partes, e outras considerações que são feitas de maneira madura, nunca exatamente diretamente ao ponto.
Então voltando à vaca fria, vamos ver se consigo colocar a informação de maneira mais inteligente, até para mim mesmo.
1- Quem tem relação extra-conjugais?
Como evidência anedótica, poderia afirmar que 90% dos homens traem e que boa parte das mulheres também. E quanto mais jovens os casais (menos idade), o percentual de traição fica ainda maior.
Por exemplo, numa pesquisa da USP (Projeto Sexualidade), a incidência de traição de mulheres casadas entre 18 e 25 anos foi de quase 50%, e esse percentual vai caindo de acordo com a idade das pessoas.
AquiA tendência é que o número comece a aumentar entre as pessoas de idade mais alta, da mesma maneira que aumentou entre as pessoas de idade mais baixa (dogmas se rompendo, independência das mulheres, etc..)
Não sei da precisão desse estudo com 8.200 pessoas mas o fato é que esse ele corrobora vários estudos que vi durante os últimos anos. Um muito interessante foi o que passou na GNT sobre a diferenças entre os sexos. Nesse estudo, a proporção de mulheres que traiam na Inglaterra era muito mais baixo do que os homens, e a pergunta foi.. mas se os homens traem, traem com quem?
Ao ser colocadas por amostragem em um detector de mentira, o número de mulheres que traem subiu assustadoramente

Quanto aos homens não há muito o que falar, apenas um pensamento. Nosso caráter pode ser julgado pelo que fazemos ou pelo que faríamos se tivessemos todos os meios? Isto é, podemos ficar arrotando de supermoralistas porque não estamos saindo com ninguém se no nosso íntimo estávamos loucos para encontrar aquela loira maravilhosa que nos trará dois meses de infindáveis prazeres? Iríamos falar não?
Mais uma evidência anedótica: Conheço homens que não traem porque realmente não traem, mas a maior parte dos que não traem é porque não têm um puto de uma chance..
Qual o meu ponto? Meu ponto é que é meio óbvio que o sexo, alias mais do que o sexo, a relação íntima entre pessoa é uma das coisas mais fantásticas que existem. E NORMALMENTE, em casais com vários anos de convivência, aquele elemento vibrante não se mantém como era antes, salvo claros dos super-puros-céticos desse fórum.
E esse elemento vibrante, que envolve paquera, companheirismo, aventura, sexo... é fantástico. E sim, a maior parte de nós gostamos!!
O que fazemos com isso? Eu (em abstrato CARACA) tenho que me abster disso porque a sociedade me julgará mal (apesar de fazer e querer fazer)? Vivo em uma vida de negação desse sentimento tão evidente e arrotando moralismos hipócritas que são julgamentos apressados sobre a condição humana?
Acredito na hipótese não muito comum de ser vista e digo que vou ter esse tipo de emoção para todo o sempre com o cônjuge? Ou digo que OU eu tenho uma relação estável OU eu tenho esse elemento vibrante simplesmente porque TEM que ser assim porque senão não estarei sendo verdadeiro em relação a uma "promessa" que fiz baseado em um costume da sociedade e uma vontade baseada em um momento sentimental que você não pode replicar para sempre?
Saio com esse discurso moralista para meu cônjuge e para a sociedade mesmo sabendo que grande parte das pessoas simplesmente está mentindo para si mesmos ou mais, sendo hipócritas?
Troco o meu presente por um futuro que sequer pode acontecer? Tipo, daqui há 22 anos, vou estar com PQP 60 anos, e posso chegar a uma situação de rompimento com minha cônjuge e... o que fiz da minha vida nos últimos anos? para quem me sacrifiquei? Terei eu tido uma vida amorosa super intensa e feliz nesse período para erguer a cabeça e dizer.. olha, sabe aquela garota maravilhosa e bacana que queria ter uma relação comigo?? Dane-se, não perdi nada.
Nossa vida é essa... apenas essa... e escolhemos muitas vezes brincar de viver baseado em uma interpretação moral da realidade que pode simplesmente ser um engano, uma piada sem graça mesmo.
Eu tenho plena consciência que o tema não é simples e que não há uma regra nem uma resposta fácil para esse tema, mas para todos os lados. Creio que ficar cagando regras e ser hipócritas não ajuda muito à discussão.