Autor Tópico: Copa 2014  (Lida 127592 vezes)

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Skorpios

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Re:Copa 2014
« Resposta #1125 Online: 16 de Abril de 2014, 15:52:00 »
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TCE aponta Maracanã superfaturado em R$ 67,3 mi e problemas na reforma
Tribunal de Contas do Estado lista falhas como assentos sem "resistência mínima" para uso, pagamentos indevidos e pede retenção de pagamento a construtoras


De acordo com o relatório de auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), o Maracanã foi superfaturado. O documento aponta uma série de itens sem justificativa técnica ou suprimidos e substituídos com valor superior em um "jogo de planilha", somando R$ 67,3 milhões. O texto pede o cancelamento do pagamento desses valores às construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez. A reforma do estádio, orçada em R$ 705 milhões, tem custo final estimado em R$ 1,2 bilhão. O GloboEsporte. Com teve acesso ao relatório que ainda está sob análise dos conselheiros do TCE-RJ, de acordo com a coluna "Radar", da Revista Veja, que divulgou o superfaturamento no último dia 12.

O documento ordena a notificação de diretores de órgãos públicos envolvidos na fiscalização e execução da reforma, como a Secretaria de Estado de Obras (Seobras), e a Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro), enumerando questões que vão de controle deficiente a emissão de ordem de serviço sem aparo do projeto executivo. Hudson Braga, Secretário de Obras do Estado do Rio de Janeiro, é notificado para que seja feita, além de correções e possíveis reposições de corrimãos tubulares, uma adequação em função da instalação de grades não previstas no projeto inicial e correção de assentos instalados sem controle e "resistência mínima" para uso.


Grades e assentos

As divisórias para torcidas instaladas após a Copa das Confederações provocam pontos de visão obstruída na arquibancada, o que não é permitido pelo caderno de encargos da Fifa, ao qual o Maracanã supostamente deveria se adequar com a reforma bilionária. As orientações do TCE-RJ para Braga em relação às grades são melhoria do ângulo de visão para os espectadores em áreas contíguas às grades; eliminação de áreas não utilizáveis contíguas às grades; eliminação da "interface com os guarda-corpos de vidro que acarretam condição insegura aos usuários"; solução para a perda de função dos corrimãos devido à proximidade da grade; remoção dos parafusos remanescentes da retirada de assentos para instalação das grades, representando risco aos usuários. Os demais itens das notificações ao secretário incluem ainda, além da retenção de pagamento, reparar muretas com rachaduras em frente ao acesso ao setor VIP do estádio; revisar as distâncias laterais entre assentos e corrigir o posicionamento dos que estão fora do padrão "demonstrando não ter havido controle na instalação das peças"; e revisar o sistema de fixação dos assentos "cuja instalação foi executada em desacordo com o projeto, conforme relatado no Relatório de Auditoria anterior (...) que evidencia não apresentar resistência mínima compatível com o uso".

Jogo de planilha

É ressaltado que novamente se verificam deficiências já constatadas em duas auditorias anteriores: "os projetos executivos continuam a ser desenvolvidos com expressas modificações na medida em que os serviços são realizados. Constatam-se diversas incompatibilidades entre os serviços em execução e os projetos disponibilizados, além disso, os projetos, frequentemente, apresentam-se desatualizados ou incompletos, impossibilitando a avaliação da obra como materialização do que fora projetado". Trecho extraído da folha 763 do relatório de auditoria fala em artimanhas para promover alterações no projeto: "supressão de vários itens, sob a justificativa de não ter sido necessária a utilização daqueles serviços existentes na planilha orçamentária, bem como o ressurgimento de itens de serviço anteriormente suprimidos, com valores superiores àqueles licitados, evidenciando o moderno jogo de planilha". Na folha seguinte, são enumerados argumentos qualificados como "evasivos" para tais alterações, como "recorrentes e recentes determinações da Fifa" e "sobreposição de atividades devido à nova dinâmica da obra"

.Inspeções e serviços inacabados

Ao discorrer sobre a situação física da obra, o texto cita inspeções "in loco" nos dias 9, 12, 16, 18 e 23 de julho de 2013. Mesmo depois da Copa das Confederações, a conclusão das inspeções foi de que, apesar do prazo de conclusão da obra ter sido para 25 de março de 2013, portanto antes da competição, constatou-se que "serviços ainda estavam em execução, diversos deles apresentavam defeitos e outros inacabados". Mais à frente, o texto ainda afirma que os serviços pendentes ou inacabados "permaneciam sem qualquer ação corretiva, constituindo risco à segurança dos usuários". No caderno de encargos da Fifa para a construção de estádios, a segurança dos usuários é frisada como prioridade máxima sob todos os aspectos.


Pagamentos indevidos

O item seguinte do relatório trata dos "pagamentos indevidos": "somente nesta auditoria foi medido e pago indevidamente um valor inicialmente apurado e sem correção de R$ 67.312.986,89". Segue então uma lista dos valores apurados:- Limpeza por hidrojateamento 10.000 psi.: R$ 2.160.894,97- Hidrojateamento abrasivo: R$ 8.178.066,79- Limpeza por hidrojateamento 6.000 psi.: R$ 1.463.836,20- Saturação SSS: R$ 8.953.713,63- Revestimento com argamassa polimérica 5mm: R$ 9.542.776,03- "Reforço" c/PRFC das arquibancadas Norte e Sul: R$ 20.370.748,55- "Reforço" c/PRFC das plataformas 2, 4 e 6 das rampas 1 e 4: R$ 7.310.980,95- Estruturas metálicas das arquibancadas: R$ 513.783,75- Revestimentos de alto desempenho (RAD): R$ 8.818.186,02O relatório de auditoria fala em "encerramento do contrato 101/2010" - acordo para projeto e execução da reforma do estádio - e avisa que será sugerido ao Secretário de Fazenda a retenção de créditos das empresas constituintes do Consórcio Maracanã Rio 2014.

Materiais incompatíveis

Outro trecho do documento aborda ainda a "utilização de materiais incompatíveis". Cita que um determinado tipo de piso foi detalhado para áreas de circulação, de serviço, técnicas e sanitários, a um custo unitário de R$ 38,28, que depois foi suprimido. "O Projeto Executivo definiu novos itens de serviço para essas áreas substituindo o sistema de pisos monolíticos minerais por piso monolítico polimérico", constando duas propostas comerciais: Na primeira, o custo seria de R$ 115,60 por metro quadrado e, na outra proposta, o valor seria de R$ 231,24. O documento diz que foi adotada a segunda alternativa com argumento "não aplicável tecnicamente".


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Offline Gabarito

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Re:Copa 2014
« Resposta #1126 Online: 17 de Abril de 2014, 13:40:38 »
Minha mão está exposta à palmatória.
Publiquei uma notícia que, ao que tudo indica, pode ser falsa.
O jornalista Régis Tadeu pesquisou a história e concluiu que não é verdadeira.
Achei-me na obrigação de informar.

Mais informações:
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A farsa do “jornalista dinamarquês” expõe a atual incapacidade de raciocínio do brasileiro e da imprensa em geral
Por Regis Tadeu | Na Mira do Regis – 19 horas atrás

É óbvio que você sabe da história do “jornalista dinamarquês” que resolveu ir embora do Brasil e deixar de cobrir a Copa do Mundo por se sentir chocado com a infinidade de problemas e injustiças sociais deste Brasil cada vez mais podre. A história deste sujeito e seu depoimento em texto foram reproduzidos por quase todos os portais de notícias e se disseminou pelas redes sociais com uma velocidade espantosa – aliás, como quase tudo que não presta nestes tempos. Sua foto rodou por todos os cantos da internet, todos os comentários foram todos solidários a ele...

Só que o tio Regis vai lhe contar uma coisinha: esta história é um farsa!

Sim. É isto mesmo o que você leu. Uma farsa. Cascata. Mentira. Outra lorota em tempos de internet.

Como cheguei a esta conclusão? Fácil. Fiz o que todo jornalista sério deveria fazer: fui atrás da história!

Fiz isto porque, logo de cara, senti um cheiro de trapaça no ar. Não sei explicar – chame isto de “sexto sentido”, se quiser -, mas meu instinto jornalístico sempre disse que um profissional do ramo nunca “abandona” uma boa história. E foi justamente isto que este pateta fez. Deixou para trás tudo o que ele disse que presenciou em Fortaleza – a remoção de pessoas paupérrimas para ‘maquiar’ a cidade, o assassinato de crianças de rua quando flagradas dormindo em locais tradicionalmente frequentados por turistas, o encerramento de atividades de uma série de projetos sociais em favelas e muito mais – e voltou para a sua civilizada Dinamarca. E sem fazer uma única matéria a respeito disto? Sem publicar nada, sem dar qualquer satisfação para seus patrões? O cara ouve relatos de uma espécie de “limpeza social” e não vai apurar isto? Que raio de jornalista é este?

Foi então que descobri que não existe o “jornalista Mikkel Jensen”. Basta uma simples pesquisa na internet para verificar que o único dinamarquês com este nome é um ex-jogador de futebol que jogou por um time profissional daquele país, o Brøndby IF, e que terminou a sua carreira em 2011 jogando pelo IF Brommapojkarna. Não vejo problema em um jornalista usar algum pseudônimo a não ser a covardia de não dar a cara para bater em seu trabalho, mas porque alguém usaria este tipo de artifício para... não escrever nada? Em lugar algum. Não há qualquer artigo do ‘jornalista Mikkel Jensen’ em qualquer publicação física ou digital.

Descobri então que o nome verdadeiro deste cidadão é Mikkel Keldorf. O relato de seu desencanto com o Brasil foi publicado apenas em um único local: o site do diário dinamarquês Politken (se souber ler em dinamarquês, veja aqui). Procuro outras matérias com o seu verdadeiro nome e só encontro uma outra matéria, desta vez a respeito de uma ação policial na favela da Maré, no Rio de Janeiro (tente ler aqui). Mais nada. Nem no You Tube. Tudo o que você leu a respeito deste cidadão foi retirado do próprio perfil deste sujeito – veja aqui).

Entendeu onde quero chegar?

Armou-se um estardalhaço absurdo nos meios jornalísticos digitais e nas redes sociais baseado unicamente em um troço sem qualquer tipo de comprovação! Ninguém teve sequer a decência de conversar com este sujeito antes de sair publicando por aí um monte de coisas que até acredito que sejam verdadeiras – governos de qualquer partido têm uma reputação tão manchada de lama que não duvido destas atrocidades -, mas que precisam ser provadas! E provadas por um jornalista de verdade e não por um aparente zé-mané que plantou uma história mentirosa na qual todo mundo caiu como pato otário.

O jornalismo e a capacidade de raciocínio da Humanidade já estiveram em um estágio mais elevado. Hoje, é esta desgraça que vemos a todo instante. Putz...

Offline Geotecton

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Re:Copa 2014
« Resposta #1127 Online: 17 de Abril de 2014, 13:43:40 »
Minha mão está exposta à palmatória.
Publiquei uma notícia que, ao que tudo indica, pode ser falsa.
O jornalista Régis Tadeu pesquisou a história e concluiu que não é verdadeira.
Achei-me na obrigação de informar.

Parabéns Gabarito.

Reconhecer um equívoco não deprecia uma pessoa.

Pelo contrário.
Foto USGS

Offline _Juca_

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Re:Copa 2014
« Resposta #1128 Online: 17 de Abril de 2014, 14:46:53 »
Minha mão está exposta à palmatória.
Publiquei uma notícia que, ao que tudo indica, pode ser falsa.
O jornalista Régis Tadeu pesquisou a história e concluiu que não é verdadeira.
Achei-me na obrigação de informar.

Parabéns Gabarito.

Reconhecer um equívoco não deprecia uma pessoa.

Pelo contrário.

Concordo. E o Barata já tinha cantado a bola do jornalista que foge do furo jornalistico.

Offline Unknown

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Re:Copa 2014
« Resposta #1129 Online: 17 de Abril de 2014, 19:59:53 »
Achei alguém que fez uma pesquisa melhor que o Régis Tadeu:

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A história por trás do dinamarquês que teria desistido de cobrir a Copa no Brasil

O jornalista Igor Natusch se debruçou sobre o caso do suposto jornalista dinamarquês que deixou o Brasil porque estaria chateado com os desdobramentos da Copa do Mundo 2014

Pragmatismo Político entrou em contato com Igor Natusch, que nos autorizou a reproduzir a íntegra de sua investigação. A pesquisa completa e reveladora você pode ler abaixo.


Por Igor Natusch

Tanto falaram de Mikkel Jensen, o jornalista dinamarquês que desistiu de cobrir a Copa chocado com os dramas do Brasil, que resolvi pesquisar um pouco o cara. Não fui com uma tese pronta: apenas queria ver qual era. Achei infos que julgo interessantes, que postei no meu perfil do twitter e vou tentar (apesar do sono) compilar aqui. Se eu estiver errado em qualquer coisa, por favor me corrijam, já que não há nenhum AMOR PRÓPRIO meu envolvido. Não considero isso senão um levantamento divertido de fazer. Lá vai:

- Antes de mais nada: Mikkel Jensen não é o nome profissional dele. Será bem mais fácil achar referências sob o nome Mikkel Keldorf, que ele usa com bem mais frequência;

- Seu perfil no Facebook (https://www.facebook.com/mtkjensen) parece que não existia antes de fevereiro de 2013. Suas primeiras postagens, já críticas à Copa, são de 19 de novembro.

Antes, só likes. (que o perfil seja novo não é absurdo: muitos criam perfis em redes sociais para uso em viagens ou contato com pessoas em países distantes. Tenho amig@s nessa situação e pode perfeitamente ser o caso aqui. talvez não postasse porque não tinha o que dizer – usava apenas para falar no chat, sei lá);



- O curioso é que a pessoa creditada como sua namorada, Melanie Festersen Spile (https://www.facebook.com/melanie.spile), também não tinha perfil no Facebook antes de fev/2013. Ela viajou junto com ele? Criou perfil exclusivamente para conversar com o namorado que viajava? É possível;

- O único lugar onde é possível achar contribuições frequentes de Mikkel Keldorf é no Pladepressen (http://pladepressen.dk), que parece ser um site focado na cena musical da região. Mikkel escreveu uns artigos e tirou fotos para o veículo, que durou um ano ou um pouco mais. As últimas atualizações na página do Pladepressen no Facebook (https://www.facebook.com/Pladepressen) são de… Fevereiro de 2013. Ou seja, razoável deduzir que Mikkel Keldorf era um dos sócios do Pladepressen e desistiu da empreitada quando resolveu vir ao Brasil, no começo do ano passado (se quiserem ler uma edição do Pladepressen:http://pladepressen.dk/wp-content/uploads/2012/10/PladePressens-e-mag-oktober.pdf);

- Então Mikkel Keldorf – que tem material esparso publicado em alguns lugares desde 2012, incluindo viagem à China e inclusive uma reportagem sobre Ronaldinho (http://www.tipsbladet.dk/content/druk-og-damer-ronaldinhos-fede-fodboldferie), mas nada antes disso – vem ao Brasil. Edita, até onde consegui puxar, um único material jornalístico entre setembro de 2013 e abril de 2014: uma reportagem em vídeo para a TV2 dinamarquesa (http://nyhederne.tv2.dk/2014-03-31-reportage-sikkerheden-i-rio-vakler-forud-vm) sobre ações policiais na Favela da Maré, no Rio;

- Aí como sabemos, ele se revolta com coisas que descobre em Fortaleza e, ao invés de fazer um material jornalístico bombástico sobre o que achou, decide largar a cobertura da Copa de mão (seu sonho) e volta para casa. Sabe onde sua decisão é noticiada primeiro? Na Dinamarca, mais precisamente no dia 9 de abril: http://ekstrabladet.dk/sport/fodbold/landsholdsfodbold/vm2014/article2258090.ece

Até aí, ninguém noticiou nada a respeito dele no Brasil;

- Curiosamente, um vídeo de quase 40mins é publicado no canal de Mikkel Keldorf no Youtube no dia 12: Esse vídeo é curiosíssimo e para mim, intrigante. Nele, o jornalista não faz matéria alguma: é entrevistado por figuras ocultas, que em nenhum momento se identificam – o vídeo, embora editado de forma competente, não tem créditos senão o do próprio Mikkel, aqui também Keldorf e não Jensen. Quem o entrevista? Por que esse material (uma boa história em potencial) só aparece na página do próprio Keldorf e não da(s) pessoa(s) responsável(is) pelo vídeo? Por enquanto, não se sabe;

- Finalmente, dois dias depois de postar o vídeo no YouTube, Mikkel faz um desabafo em sua conta no Facebook, que serviu de base para todas as matérias feitas até aqui. Ninguém parece saber que a história foi divulgada semana passada na Dinamarca, nem que um vídeo enorme foi publicado pelo próprio Mikkel no fim de semana. Ou seja, ninguém falou com Mikkel Keldorf Jansen ou foi além do post no facebook para escrever suas matérias.

Meu palpite (e é tudo palpite mesmo, nada além): Mikkel Keldorf é um jornalista eventual – um cara que viaja para lugares distantes como turista e oferece material a jornais dinamarqueses para ajudar a pagar as contas. Posso ter pesquisado mal, mas não achei nenhuma produção jornalística consistente de sua parte, a não ser no Pladepressen, uma pequena revista regional sobre música que parece ter sido projeto dele próprio. Ou seja, dizer que é jornalista é algo que refere-se a parte de suas atividades, talvez sua formação, mas não é exatamente a coisa que ele mais faz na vida. Confiram o perfil profissional dele:http://www.mikkelkeldorf.dk/category/resume/ Veio para o Brasil tentar cobrir a Copa e ganhar dinheiro, o que não conseguiu (vendeu uma só matéria, ao que parece). Acho razoável deduzir que volta à Dinamarca especialmente por isso, ainda que o choque com as mazelas do Brasil possa, é claro, ter influenciado sua decisão.

Antes de ir, alguém descobre sua história e faz o vídeo – pessoas das sombras, que não se identificaram e não fizeram menção de usar o material que fizeram ou jogá-lo na imprensa. Ninguém sabe nada dele além do Facebook – a própria versão que apresentam sobre sua carreira e sua preparação para cobrir a Copa é a que ele próprio oferece, sem nenhuma investigação por cima. E o vídeo – potencialmente bombástico, ainda que (frisemos) sem créditos – passa despercebido. Deduzo que alguém gravou o depoimento para uso futuro, mas não contava que o próprio Keldorf o publicasse – e talvez mais ainda, que os posts de Keldorf no Facebook chamassem atenção. O noticiário dinamarquês descobre o caso primeiro, de qualquer modo. Não é um cara com faro jornalístico – se fosse, tentaria vender sua história e iria atrás da pauta que descobriu, ao invés de voltar correndo para seu país natal.

Não: ele volta depois de vender uma só matéria televisiva, e após gravar um depoimento para pessoas misteriosas. Que acharam sua história ótima para um vídeo de 40mins, mas que perdem a exclusividade dela para um post no facebook – por acidente ou por plano, não sabemos. E que permitem (ou não impedem) que o próprio Mikkel Keldorf publique o vídeo em sua conta pessoal no YouTube.

Não acredito na história de Mikkel Keldorf. Para mim, ele voltou por falta de trabalho e romantizou a situação em benefício próprio, convencendo algumas pessoas no meio do caminho – que chegaram a gravar um vídeo, mas não o publicaram. Talvez por acharem que não valia a pena. Chamo a atenção para o fato de que o único trabalho que Keldorf comercializou aqui é… em vídeo. Editado por ele próprio. Talvez ele próprio tenha editado o vídeo, a partir de brutas que os autores originais não quiseram usar. Pode ser tudo um hoax razoavelmente bem elaborado, mas não creio nisso: acho que é apenas a tentativa de um jornalista meia-boca em tirar algo de bom de uma iniciativa profissional fracassada. E uma mostra de como, para ganhar cliques, nossa imprensa brasileira publica qualquer coisa. Inclusive longas matérias cuja única fonte é uma postagem de um desconhecido no Facebook.

Atualização 16h:38min

Como a repercussão do meu post sobre Mikkel Keldorf Jensen foi muito além do que eu imaginava, acho justo eu fazer um DISCLAIMER aqui, digamos.

Não tenho tese a provar sobre o dinamarquês, embora tenha formado uma teoria – que pode, é claro, estar errada e acho que será muito melhor se estiver errada mesmo. Não é uma denúncia nem uma acusação: é um levantamento de dados – que eu acho que deveria ter sido feito pelos veículos ANTES de publicarem a história, e esse é um dos pontos principais do que acabei fazendo.

Quanto às denúncias dele e a necessidade de verificá-las, obviamente concordo com isso. Não acho que as coisas sejam excludentes e não tenho interesse de desprestigiar um trabalho jornalístico sobre a situação de crianças de rua – nem de fazer character assassination do dinamarquês! Meu ponto é: tinha MUITA informação relevante sobre o caso que NINGUÉM se preocupou em levantar antes de publicar a história, com base exclusiva numa postagem de facebook. Nem no YouTube do cara foram antes de publicar, nem as redes sociais todas dele se deram ao trabalho de conferir! Muito mais que uma crítica a ele (que nem é a ideia), é uma crítica ao modo como publicam algo só para levar cliques, sem apurar praticamente nada antes disso.

A situação terrível das crianças de rua é conhecida há tempos e não é de hoje que merece uma ação jornalística mais efetiva e dedicada. A Caravana da Periferia, por ex, cuida há anos desse tema em Fortaleza. Esse esforço pode e deve ser estimulado, e se o caso de Mikkel Keldorf ajudar nisso, será um fruto positivo disso tudo. Se ele fizer mesmo o documentário que anuncia em entrevista da manhã de hoje ao UOL, espero que seja um bom material e bastante esclarecedor, embora pessoalmente não acredite muito nisso. Não tenho nenhum apego pela minha “tese” – embora ache que sim, um jornalista tem dever e obrigação de ser bem mais responsável com as informações que possui do que Mikkel me parece ter sido. Mas isso é opinião pessoal.

Na verdade, tem muita coisa a ser discutida aqui. Por que precisa o dinamarquês falar nisso para virar pauta? É aceitável que um jornalista apenas mencione um fato de tal gravidade, sem mostrar comprovação alguma do que diz? O “gringo” tem tanta credibilidade que basta falar no facebook para ser notícia no Brasil todo? As abordagens possíveis dessa situação são muitas e todas me interessam. Acredito que, no fim das contas, fica faltando responsabilidade e reflexão – acho que esse é o grande “tema” do meu post, digamos. Poderíamos ter sido informados melhor, com mais profundidade e um pouco mais de calma – e esse post e essa conversa toda nem precisaria existir.

Ps.: Pragmatismo Político também tentou contatos com Mikkel Jensen via Facebook e telefone. Até a tarde desta quarta-feira, a página não obteve resposta.

A propósito:
http://www.mikkelkeldorf.dk/
http://vmbloggen.dk/

"That's what you like to do
To treat a man like a pig
And when I'm dead and gone
It's an award I've won"
(Russian Roulette - Accept)

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Copa 2014
« Resposta #1130 Online: 20 de Abril de 2014, 16:49:51 »
Achei essa pérola ao acaso:

http://m.globoesporte.globo.com/sp/sorocaba/copa-do-mundo/noticia/2014/04/guia-turistico-da-copa-tem-erros-e-indica-lugares-fechados-na-regiao.html


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Guia turístico da Copa tem erros e traz locais fechados na região de Sorocaba Material produzido pelo Comitê Paulista indica restaurante sorocabano que não funciona há três anos e hotel apontado em Itu que na verdade fica em Porto Feliz

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A região de Sorocaba deve receber quatro seleções durante a Copa do Mundo – Japão e Rússia, em Itu, Honduras, em Porto Feliz, e Argélia, a confirmar presença em Sorocaba –, mas os turistas que devem ser atraídos por isso podem ficar confusos se seguirem o guia produzido pelo Comitê Paulista.

A listagem oferece 55 roteiros de 49 municípios do estado, inclusive da região, mas, segundo algumas prefeituras, nem todas as informações correspondem à realidade. No material, em uma cidade há informações sobre hotel que fica em outra ou ainda restaurante que fechou as portas há três anos.

Entre os pontos turísticos de Porto Feliz, citados no guia, está o Museu das Monções, que fica no centro da cidade. O problema, porém, é que ele está fechado para reforma há pelo menos três anos. Segundo o diretor de Cultura da cidade, Alexandre Dario, esta é uma situação nada agradável.

 – É um museu conhecido, as pessoas vêm até aqui, já que é uma edificação que no centro. Mas, infelizmente, por enquanto, de portas fechadas – informa Dario, que ainda reclama que nem todas as opções oferecidas pela cidade foram lembradas

– Nós temos as estações das artes, a biblioteca pública municipal, que é um prédio da antiga Sorocabana [linha férrea], a igreja da Matriz, além do turismo rural. Porto Feliz tem muitas propriedades que podem receber os turistas – diz.

Na parte do guia dedicada à gastronomia, o prato típico da cidade, a Cearense, ficou de fora, assim como diversos pontos turísticos

A mesma situação em Itu

Em Itu, a história ficou restrita aos exageros, fato que torna a cidade bastante conhecida. E, para o turismo local, a fama de "por aqui tudo ser grande" deixa de lado a grandeza do patrimônio cultural, como a história de que a cidade foi o berço da República do Brasil, como explica Maria Sofia Pacheco e Silva, presidente do Protur.

– No guia poderia constar nossas igrejas, nossas fazendas, a Convenção Republicana, que coloca Itu no cenário político nacional. Nós temos os períodos do império e da república retratados – enumera Maria Sofia, que destaca ainda o Parque do Varvito, também excluído do guia, como um grande atrativo que poderia ser dada aos turistas internacionais – o local possui um tipo de rocha que só existe em Itu e na Austrália.

Restaurante 'fantasma' em Sorocaba

Em Sorocaba, a opção "Onde Comer" do guia destaca um estabelecimento de culinária japonesa, uma churrascaria e um restaurante que está fechado há três anos – atualmente, outro restaurante funciona no local indicado pelo guia. Segundo Gláucia Freitas, presidente do Sorocaba Convention Bureau, existem muito mais opções na cidade.

– A indicação de um restaurante que não existe há tanto tempo depõe um pouco contra Sorocaba. Além disso, faltou indicar nossos parques, como Kasatu Maru, já que tem os turistas japoneses que vão ficar aqui perto, em Itu. A iniciativa do guia é excelente, mas com essas informações, pecaram um pouco – dia Gláucia.

De acordo com o Comitê Paulista, as correções já estão sendo feitas na versão online e serão realizadas na próxima edição impressa. Para a elaboração do guia foram enviados questionários a todas as prefeituras pedindo que listassem as principais atrações turísticas, hotéis e restaurantes nas cidades. As respostas foram entregues em dezembro de 2012.

O Comitê Paulista 2014 deve distribuir 30 mil exemplares impressos, sendo 10 mil por idioma – português, inglês e espanhol –, além da versão digital que pode ser acessada no site do órgão.

Um guia para turistas que não cita pontos turísticos mas cita restaurantes que fecharam há anos.

Puta merda, daqui para frente serei mais um defensor da eficiência estatal, estou realmente impressionado com o profissionalismo e a honestidade dessas pessoas que organizaram a Copa.


Offline Gabarito

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Re:Copa 2014
« Resposta #1131 Online: 22 de Abril de 2014, 19:24:39 »
Será que isso é verdade?

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Estamos salvos: polícia de Moçambique fará segurança da Copa
Apr 22nd 2014, 21:11, by Redação


Polícia da República de Mocambique
Considerada uma das forças mais violentas da África, a Polícia de Moçambique ajudará na segurança da Copa, no Brasil


A Força Nacional de Segurança e a Polícia Federal terão um luxuoso auxílio durante a Copa: policiais de Moçambique, na África, reforçarão a vigilância em estádios, treinamentos, e nos hotéis das delegações. Segundo o jornal local Notícias, o contingente, ainda indefinido, será comandado pelas autoridades brasileiras. A Polícia da República de Moçambique vai vigiar, inclusive, a final no Maracanã, no Rio.

No acordo de cooperação, o Brasil daria  treinamento e armas e Moçambique…talvez nem Moçambique, que não joga, saiba.

Cerca de dois mil policiais atuaram na Copa de 2010, na África do Sul. É polícia das mais violentas da África, segundo a Anistia Internacional.

Offline Diegojaf

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Re:Copa 2014
« Resposta #1132 Online: 22 de Abril de 2014, 19:33:54 »
Essa merda já começou a estressar. Hoje tivemos treinamento de Controle de Distúrbios. Fizeram a gente correr equipado morro acima e depois tacaram gás. Resultado...suado e ofegante, você respira mais e de quebra ainda ganha umas queimaduras químicas quando o gás reage com a água.

E vai ter um desses por semana até a Copa...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Diegojaf

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Re:Copa 2014
« Resposta #1133 Online: 22 de Abril de 2014, 19:34:53 »
Será que isso é verdade?

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Estamos salvos: polícia de Moçambique fará segurança da Copa
Apr 22nd 2014, 21:11, by Redação


Polícia da República de Mocambique
Considerada uma das forças mais violentas da África, a Polícia de Moçambique ajudará na segurança da Copa, no Brasil


A Força Nacional de Segurança e a Polícia Federal terão um luxuoso auxílio durante a Copa: policiais de Moçambique, na África, reforçarão a vigilância em estádios, treinamentos, e nos hotéis das delegações. Segundo o jornal local Notícias, o contingente, ainda indefinido, será comandado pelas autoridades brasileiras. A Polícia da República de Moçambique vai vigiar, inclusive, a final no Maracanã, no Rio.

No acordo de cooperação, o Brasil daria  treinamento e armas e Moçambique…talvez nem Moçambique, que não joga, saiba.

Cerca de dois mil policiais atuaram na Copa de 2010, na África do Sul. É polícia das mais violentas da África, segundo a Anistia Internacional.

Sei não. Esquisito, no mínimo...
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Derfel

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Re:Copa 2014
« Resposta #1134 Online: 22 de Abril de 2014, 19:45:17 »
A fonte é muito estranha.

Offline Gabarito

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Re:Copa 2014
« Resposta #1135 Online: 22 de Abril de 2014, 19:57:53 »
Fico com as barbas de molho.
Se não se confirmar, eu serei o primeiro a avisar aqui.

Offline Gabarito

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Re:Copa 2014
« Resposta #1136 Online: 22 de Abril de 2014, 20:02:42 »
Como costuma acontecer, a fonte é boa.

Os próprios moçambicanos confirmaram a notícia.

Direto da Folha de Maputo:

Citar
Polícia moçambicana à caminho do Brasil para garantir segurança no Mundial de Futebol
 2014-04-21 07:31:43 (UTC+02:00) Harare, Pretoria

Um contingente da Polícia da República de Moçambique (PRM) está a caminho do Brasil onde vai reforçar o efectivo de segurança montado para o Campeonato Mundial de Futebol a iniciar em Junho próximo.

De acordo com fonte do Comando-Geral da Polícia, citado pelo Notícias, o efectivo moçambicano estará sob comando das autoridades brasileiras e a sua principal missão será garantir segurança nos estádios de jogos e na protecção das selecções que ali estarão alojadas. Explicou que a protecção a ser dada pelos agentes nacionais será às selecções no hotel, durante os treinos e no percurso para os estádios de jogos. Eles farão parte de um comando conjunto.

Um dos estádios de destaque onde a participação policial moçambicana se fará sentir durante a competição, será no Estádio do Maracaná. Construído para a Copa do Mundo da FIFA de 1950 e imortalizado como palco da inesquecível final entre Brasil e Uruguai, um dos capítulos mais marcantes da história do torneio, este estádio reassume a condição de protagonista no Brasil 2014.

O Estádio de Maracanã vai acolher o maior número de partidas da competição, sete confrontos ao todo, e nele será disputada a final da copa a 13 de Julho, com os agentes moçambicanos privilegiados para reforçar o controlo de segurança.

Renovado para este Mundial, o Estádio, que ficou conhecido como “O Maior do Mundo” – chegou a receber 200 mil torcedores e detém vários dos maiores recordes de público da história do futebol, tem agora capacidade para 73.531 espectadores e continua sendo o maior do Brasil.

Refira-se que estarão no Mundial as seguintes selecções: GRUPO A – Brasil, Croácia, México e Camarões; GRUPO B: Espanha, Holanda, Chile e Austrália; GRUPO C: Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão; GRUPO D: Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália; GRUPO E: Suíça, Equador, França e Honduras; GRUPO F: Argentina, Bósnia, Irão e Nigéria; GRUPO G: Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos; GRUPO H: Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul.

Offline _Juca_

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Re:Copa 2014
« Resposta #1137 Online: 22 de Abril de 2014, 20:38:07 »
Qual o problema da polícia de Moçambique?

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Copa 2014
« Resposta #1138 Online: 22 de Abril de 2014, 20:52:33 »
Qual o problema da polícia de Moçambique?

Eles metem a porrada sem dó.


Offline Diegojaf

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Re:Copa 2014
« Resposta #1139 Online: 22 de Abril de 2014, 21:01:02 »
Nem tanto por isso... A questão maior é: pra que? Estamos com falta de mão  obra pra copa? Só minas vai deslocar 5000 policiais.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Copa 2014
« Resposta #1140 Online: 22 de Abril de 2014, 21:08:11 »
Nem tanto por isso... A questão maior é: pra que? Estamos com falta de mão  obra pra copa? Só minas vai deslocar 5000 policiais.

Sim, eu entendo.

Mais uma coisa, existe alguma lei que permita policiais de outros países por aqui?

E quem responde por isso se meterem bala em alguém?


Offline _Juca_

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Re:Copa 2014
« Resposta #1141 Online: 22 de Abril de 2014, 21:11:37 »
Qual o problema da polícia de Moçambique?

Eles metem a porrada sem dó.



Mais que a nossa é meio difícil.

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Copa 2014
« Resposta #1142 Online: 22 de Abril de 2014, 21:15:05 »
Qual o problema da polícia de Moçambique?

Eles metem a porrada sem dó.



Mais que a nossa é meio difícil.

Que nada, lá a coisa pega e não tem essa de "direitus zumanus" cuidando de criancinhas de 1,90m e 100 quilos.

Offline Moro

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Re:Copa 2014
« Resposta #1143 Online: 22 de Abril de 2014, 21:16:14 »
Nem tanto por isso... A questão maior é: pra que? Estamos com falta de mão  obra pra copa? Só minas vai deslocar 5000 policiais.

deve ser mais uma maneira do PT levar dinheiro para o exterior e os petistas pegarem uma graninha pelas mãos de ditadores amigos.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline Geotecton

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Re:Copa 2014
« Resposta #1144 Online: 22 de Abril de 2014, 21:17:32 »
Qual o problema da polícia de Moçambique?
Eles metem a porrada sem dó.
Mais que a nossa é meio difícil.

Não, não é.

Eles "descem o cacete" e não tem ninguém dos 'direitos humanos' para fazer frente.
Foto USGS

Offline Arcanjo Lúcifer

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Re:Copa 2014
« Resposta #1145 Online: 22 de Abril de 2014, 21:17:55 »
Nem tanto por isso... A questão maior é: pra que? Estamos com falta de mão  obra pra copa? Só minas vai deslocar 5000 policiais.

Aliás, falando em mão de obra, quem vai pagar por esse pessoal? Será mais um desses negócios lucrativos onde nosso governo enfia mais alguns milhões no rabo de algum ditador via contrato secreto?

Offline Geotecton

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Re:Copa 2014
« Resposta #1146 Online: 22 de Abril de 2014, 21:18:09 »
Nem tanto por isso... A questão maior é: pra que? Estamos com falta de mão  obra pra copa? Só minas vai deslocar 5000 policiais.
deve ser mais uma maneira do PT levar dinheiro para o exterior e os petistas pegarem uma graninha pelas mãos de ditadores amigos.

Também pensei nesta hipótese.
Foto USGS

Offline Derfel

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Re:Copa 2014
« Resposta #1147 Online: 22 de Abril de 2014, 22:13:19 »
Como costuma acontecer, a fonte é boa.

Os próprios moçambicanos confirmaram a notícia.

Direto da Folha de Maputo:

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Polícia moçambicana à caminho do Brasil para garantir segurança no Mundial de Futebol
 2014-04-21 07:31:43 (UTC+02:00) Harare, Pretoria

Um contingente da Polícia da República de Moçambique (PRM) está a caminho do Brasil onde vai reforçar o efectivo de segurança montado para o Campeonato Mundial de Futebol a iniciar em Junho próximo.

De acordo com fonte do Comando-Geral da Polícia, citado pelo Notícias, o efectivo moçambicano estará sob comando das autoridades brasileiras e a sua principal missão será garantir segurança nos estádios de jogos e na protecção das selecções que ali estarão alojadas. Explicou que a protecção a ser dada pelos agentes nacionais será às selecções no hotel, durante os treinos e no percurso para os estádios de jogos. Eles farão parte de um comando conjunto.

Um dos estádios de destaque onde a participação policial moçambicana se fará sentir durante a competição, será no Estádio do Maracaná. Construído para a Copa do Mundo da FIFA de 1950 e imortalizado como palco da inesquecível final entre Brasil e Uruguai, um dos capítulos mais marcantes da história do torneio, este estádio reassume a condição de protagonista no Brasil 2014.

O Estádio de Maracanã vai acolher o maior número de partidas da competição, sete confrontos ao todo, e nele será disputada a final da copa a 13 de Julho, com os agentes moçambicanos privilegiados para reforçar o controlo de segurança.

Renovado para este Mundial, o Estádio, que ficou conhecido como “O Maior do Mundo” – chegou a receber 200 mil torcedores e detém vários dos maiores recordes de público da história do futebol, tem agora capacidade para 73.531 espectadores e continua sendo o maior do Brasil.

Refira-se que estarão no Mundial as seguintes selecções: GRUPO A – Brasil, Croácia, México e Camarões; GRUPO B: Espanha, Holanda, Chile e Austrália; GRUPO C: Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão; GRUPO D: Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália; GRUPO E: Suíça, Equador, França e Honduras; GRUPO F: Argentina, Bósnia, Irão e Nigéria; GRUPO G: Alemanha, Portugal, Gana e Estados Unidos; GRUPO H: Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul.

Vocês notaram que não existe a notícia em nenhum site confiável no Brasil, apenas em  alguns jornais de Moçambique e Timor, repetindo a mesma notícia? Parece-me uma grande barrigada. Imagino que venha realmente policiais de moçambique,  mas como observadores. Na verdade, imagino que a notícia tenha tido como base essa aqui:

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terá reforço de policiais estrangeiros
Mais de 200 agentes acompanharão os torcedores das seleções do Mundial nas 12 cidades-sede
10 de abril de 2014 | 7h 00
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Diego Salgado - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Os órgãos brasileiros ligados à segurança pública ganharão reforço durante o período da Copa do Mundo, de 12 de junho a 13 de julho. A partir de junho, mais de 200 policiais estrangeiros desembarcam no Brasil para acompanhar os torcedores das seleções do torneio. Segundo o Ministério da Justiça, cada país recebeu o convite para enviar sete membros de suas forças de segurança. A atuação ocorrerá também dentro dos estádios das 12 cidades-sede, onde eles auxiliarão "a interlocução dos órgãos de segurança pública e as torcidas".

Policiais estrangeiros fizeram parte da segurança em 2006 - Michaela Rehle/Reuters - 06/09/2006
Michaela Rehle/Reuters - 06/09/2006
Policiais estrangeiros fizeram parte da segurança em 2006
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Os policiais estarão em pontos estratégicos, usando a farda do seu país de origem. Dessa forma, a identificação por parte dos torcedores será facilitada durante os jogos.

A portaria relativa à decisão foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 26 de março. No texto, assinado pelo secretário extraordinário de segurança para grandes eventos, Andrei Augusto Passos Rodrigues, está previsto o aprimoramento do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), criado em maio de 2013 pelo governo federal. O Ministério da Justiça, em nota, afirmou que além dos participantes da Copa do Mundo, a ação com os policiais estrangeiros contempla também a participação de países de relevância estratégica.

A ideia é que a atuação ocorra em conjunto com a Polícia Federal. "Os policiais atuarão no Brasil identificados, possibilitando o reconhecimento por seus cidadãos. Tais policiais estrangeiros têm função auxiliar, não detendo poder de polícia nem portarão qualquer armamento", explicou o governo.

Durante a Copa, o SICC terá três centros principais, localizados em Brasília e no Rio. Na capital federal serão montados o Centro Integrado de Comando e Controle Nacional e Centro de Cooperação Policial Internacional. No Rio, haverá uma base alternativa. Além de atuar nas 12 cidades-sede do Mundial, os policiais estrangeiros também serão utilizados como representantes do seu país em Brasília.

O custo da operação de cooperação policial internacional, segundo o Ministério da Justiça, foi descentralizado pela Secretária Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge/MJ) à Polícia Federal. O valor da operação não foi confirmado pelo governo.

EXPERIÊNCIA
O fato é comum em Copas. A cooperação internacional também ocorreu na Alemanha, em 2006, e na África do Sul, em 2010. Há oito anos, cerca de 320 policiais estrangeiros de 13 países europeus participaram das ações de segurança nas 12 sedes na Copa da Alemanha. Na ocasião, o efetivo acompanhou os torcedores em aeroportos e estações de trem. A decisão, de acordo com a portaria, também utilizou experiências obtidas durante a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude. Nos eventos, porém, o uso de policiais estrangeiros não ocorreu.
http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,seguranca-do-pais-durante-a-copa-tera-reforco-de-policiais-estrangeiros,1151599,0.htm

Offline _Juca_

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Re:Copa 2014
« Resposta #1148 Online: 22 de Abril de 2014, 22:13:53 »
Qual o problema da polícia de Moçambique?

Eles metem a porrada sem dó.



Mais que a nossa é meio difícil.

Que nada, lá a coisa pega e não tem essa de "direitus zumanus" cuidando de criancinhas de 1,90m e 100 quilos.

Do modo que você tripudia dos direitos humanos, esse fato, na sua visão, não seria bom?

Offline Geotecton

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Re:Copa 2014
« Resposta #1149 Online: 22 de Abril de 2014, 22:16:40 »
Pode ser.

Mas, para que não exista dúvida sobre a polícia de Moçambique:

Citação de: Anistia Internacional
29 Abril 2008

No relatório publicado hoje, a Amnistia Internacional revelou a escala da violência da polícia em Moçambique, dizendo que a polícia está a matar e a torturar pessoas com quase total impunidade. “A polícia em Moçambique parece pensar que tem licença para matar e o fraco sistema de responsabilização da polícia permite isto,” afirmou Michelle Kagari, Directora-Adjunta do Programa África da Amnistia Internacional.

“Em quase todos os casos de violações dos direitos humanos pela polícia – incluindo homicídios ilegais – não houve qualquer investigação ao caso e não foram tomadas quaisquer medidas disciplinares contra os responsáveis e, da mesma forma, nenhum agente da polícia foi processado.”

 A polícia moçambicana enfrenta inúmeros desafios colocados pelas elevadas taxas de criminalidade e a acumulação de processos penais no sistema judiciário e ainda a violência ocasional cometida por criminosos contra agentes da polícia. Esta situação levou a uma pressão pública para que a polícia combata o crime de forma decisiva e enérgica. Os agentes da polícia responderam a estes desafios com força excessiva, incluindo o homicídio ilegal de suspeitos.

 Em muitos casos, o uso excessivo da força resultou em morte e, em alguns casos, os homicídios parecem ser ilegais. 

 No dia 5 de Fevereiro de 2008, a polícia moçambicana atirou contra pessoas que se manifestavam contra aumentos nos preços dos transportes na cidade de Maputo, matando pelo menos três pessoas e ferindo 30 com balas perdidas. Manifestações relacionadas ocorreram nas províncias de Inhambane e Gaza no dia 11 de Fevereiro, durante as quais a polícia disparou também munições letais contra a multidão. Um porta-voz da polícia declarou que foram utilizadas munições verdadeiras porque alguns agentes foram “apanhados de surpresa” pelos manifestantes.

No dia 14 de Agosto de 2007, a polícia levou Abrantes Afonso Penicela de sua casa, agarrando-o e atirando-o para dentro de um carro. Abrantes contou que os agentes lhe administraram uma injecção tóxica e o conduziram a um local isolado, onde o espancaram até ele perder os sentidos. A polícia baleou-o então na nuca e lançou-lhe fogo, deixando-o presumidamente morto. Abrantes conseguiu de alguma forma sobreviver ao ataque e rastejar até a uma estrada próxima, onde foi encontrado e transportado ao hospital. Ele conseguiu contar à sua família e à polícia o que lhe tinha acontecido, mas morreu dos seus ferimentos mais tarde, nessa noite. Nenhum agente da polícia foi preso pelo seu homicídio.

 A polícia tem, de uma maneira geral, dado pouca resposta ao público, fornecendo pouquíssima informação aos que apresentaram queixa contra a polícia por violações dos direitos humanos. As vítimas quase nunca recebem compensação por estas violações.

 “Todo e qualquer agente suspeito de envolvimento em violações dos direitos humanos deve ser responsabilizado,”afirmou Michelle Kagari. “Os agentes da polícia devem consciencializar-se de que não podem torturar, espancar e matar impunemente. E devem ser responsabilizados pelos seus actos para que o policiamento possa mudar para melhor em Moçambique.”

 O relatório da Amnistia Internacional apela às autoridades moçambicanas para que assegurem a tomada de medidas que impeçam, em primeiro lugar, a ocorrência de violações dos direitos humanos. O relatório recomenda também a revisão do código de conduta da polícia de forma a harmonizá-lo com as normas internacionais.

Fonte.
Foto USGS

 

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