Esta errado. Seu exemplo inicial era caricato e carecia de sentido.
O meu exemplo inicial é totalmente válido e nenhuma objeção a ele foi feita até agora. Ele era uma crítica a proposição: “para cair na realidade de como você de fato é, é ter a oportunidade de fazer o que critica”. Vide o post de 13 Dez 2010, 17:53:17.
Está errado, é apenas uma radicalização para criar um espantalho. Para usar sua mesma tática, é como se fosse falar "Se você joga latinha no chão onde não é permitido, amanha você poderá estar matando alguém"
Faz sentido, mas é um espantalho
O da escravidão, à época que ocorria, pode ser mais real mas realmente eu não faço idéia de quantas pessoas aprovavam a escravidão. Agora veja bem, quanto mais pessoas apoiavam a escravidão por princípio, maior a probabilidade de haver em um grupo grande aleatório (não temático*) onde todos criticam esse ato um conjunto de hipócritas e mentirosos. Probabilidade, não regra.
* evidentemente isso não seria real em um grupo temático de abolicionista.
Se se concorda com a proposição “para cair na realidade de como você de fato é, é ter a oportunidade de fazer o que critica”, então um habitante da antiguidade poderia dizer isso de um outro antigo não-rico e não-escravizador que ele nem conhece: “Ele alega categoricamente para si mesmo que jamais escravizaria alguém, mas ele só poderia dizer isso com certeza categórica depois que ficar rico suficiente a ponto de ter propriedades disponíveis para trabalho escravo". Foi isso que eu estava afirmando.
Vamos voltar ao caso prático. Sabendo ser o impulso sexual uma coisa natural, sabendo que estatísticas mostram um número grande de ocorrências e vendo (anedoticamente) que muitos monogâmicos são tào interessantes quanto um sapo, podemos razoavelmente fazer as observaçōes feitas por mim. Duro, chato, mas real. Foristas aqui que não concordam com meu ponto de vista confirmam a tendência à traição apontados por mim, corroborando as estatísticas.
Mais uma vez não prestou atenção ao que, de fato, eu estava criticando. Era a crítica a proposição: “para cair na realidade de como você de fato é, é ter a oportunidade de fazer o que critica”. Se você concordar com isso, então deveria acreditar que deve ganhar na Mega Sena juntamente com uns colegas, para ter convicção categórica de que jamais mataria alguém para ficar com todo o prêmio da Mega Sena.
Mas você que não está entendendo. A proposição faz total sentido. Como bem pontuou o Snow no tópico sobre consumo onde respondendo a um forista que criticou quem compra relógios de 10K, ele respondeu que normalmente essas críticas desaparecem quando a pessoa ganha dinheiro o suficiente para adquirir o bem desse valor. E ainda deu o exemplo de que a mesma pessoa talvez não achasse estranho que alguém comprasse um teclado ergométrico wireless com botões de LED por 1K se tivesse dinheiro, no que foi compreendido pela pessoa que havia feito a assertiva.
Como exemplo, não posso afirmar categoricamente que a pessoa X que critica o consumo de determinado bem de luxo vai mudar sua opinião ao ganhar dinheiro, mas há evidências suficientes para dizer que dentro de um grupo de pessoas a maior parte delas iria sim mudar de opinião, isto é, iria mudar completamente seu perfil de compras. E é exatamente o ponto aqui.
Um número como 80% de pessoas que já foram infiéis NÃO diz que o ato feito é correto, mas diz que é normal e que não é uma aberração na cultura atual. E diz que para determinado ponto de vista, esses 80% são canalhas, fracos, injustos, etc..
E evidentemente, ainda nesse contexto, existe um monte de pessoas "fora do mercado" que se jactam de nunca ter feito mas certamente fariam se tivessem chance.
Muitas pessoas se enganam, outras estão corretas com relação a si mesmo. No caso, como evidência anedótica, encontro a maior parte dos que dizem não fazer como não tendo a oportunidade de fazer. Simples.