Autor Tópico: Terremoto arrasa Japão  (Lida 44763 vezes)

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Offline Moro

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #300 Online: 02 de Abril de 2011, 21:56:36 »
Boa, lembre-se de new orleans
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

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Offline SnowRaptor

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #301 Online: 02 de Abril de 2011, 21:59:58 »
Boa, lembre-se de new orleans

E do último grande vazamento de petróleo, que não gerou todo esse debate sobre pararmos de usar combustíveis fósseis.
Elton Carvalho

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Offline _tiago

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #302 Online: 04 de Abril de 2011, 22:38:41 »
100nexos,

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Fukushima-1 e o Fim do Mundo
Como você deve saber, há neste momento uma usina de energia no oriente lançando partículas nocivas na atmosfera, incluindo elementos radioativos, que podem causar doenças e mortes. O que todos deveriam saber é que em conjunto estas usinas já matam centenas de milhares de pessoas todo o ano. E o que todos deveriam realmente saber é que estamos falando de usinas movidas por inofensivos pedaços de carvão.

Surpreendentemente usinas movidas a carvão chegam a lançar mais radioatividade ao ambiente que usinas nucleares pela mesma quantidade de energia produzida. Inofensivos pedaços de carvão mineral contêm quantidades naturais e usualmente desprezíveis de elementos radioativos como urânio e tório. Queime o carvão transformando-o em uma fina fuligem, e a concentração destes elementos radioativos pode aumentar em até dez vezes. Multiplique isto pelas quantidades gigantescas de carvão que devem ser queimadas para produzir energia – apenas a China consumiu 3,2 bilhões de toneladas no ano passado – e ao final as doses estimadas de radiação recebidas por pessoas vivendo nas proximidades de usinas movidas a carvão são iguais ou maiores do que aquelas que vivem ao lado de usinas nucleares.

E ainda assim, tais doses são essencialmente inofensivas. O que sim mata são poluentes muito mais tradicionais.

Em 1952, uma espessa cortina de fumaça cobriu a cidade de Londres e matou 4.000 pessoas em quatro dias. Outras 8.000 vítimas morreriam nas semanas e meses seguintes. A causa não foi uma violenta catástrofe natural sem precedentes. A causa foi a fortuita confluência de eventos meteorológicos – como as familiares camadas de inversão – que fizeram com que poluentes atmosféricos fossem concentrados sobre a cidade.

Enquanto milhares de pessoas morriam, não houve pânico. A cidade que conheceu primeiro tantos dos problemas de megalópoles modernas já havia sofrido com “smogs” anteriores, ainda que este fosse particularmente intenso e incômodo. As vítimas fatais foram indivíduos já fragilizados, como bebês e idosos, ou pacientes que já possuíam problemas respiratórios. Foi apenas ao compilar estatísticas que esta tragédia silenciosa tornou-se clara, motivando legislações como os Clean Air Acts em 1956 que restringiriam a poluição atmosférica.

Tragédias similares deixaram de ocorrer em Londres, mas a poluição atmosférica ainda é uma das principais causas de morte no mundo. Estima-se que tenha sido a causa de morte de meio milhão de pessoas na China apenas no ano passado.

Enquanto milhões morrem, não há pânico.

Offline Geotecton

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #303 Online: 04 de Abril de 2011, 23:06:51 »
Citar
[...]
Enquanto milhões morrem, não há pânico.

A morte de um é uma tragédia. A morte de milhões é estatística.
Foto USGS

Offline Gigaview

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #304 Online: 04 de Abril de 2011, 23:33:57 »
Citar
[...]
Enquanto milhões morrem, não há pânico.

A morte de um é uma tragédia. A morte de milhões é estatística.


É a lei dos grandes números... :P
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Offline SnowRaptor

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #305 Online: 05 de Abril de 2011, 09:28:02 »
George Monibot, do Guardian, foi atrás das evidências das alegações dos antinucleares e chegou à conclusão que eles usam dos mesmos artifícios que os negadores de aquecimento global que eles tanto criticam:


The unpalatable truth is that the anti-nuclear lobby has misled us all
I've discovered that when the facts don't suit them, the movement resorts to the follies of cover-up they usually denounce
Elton Carvalho

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Offline Fabi

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #306 Online: 07 de Abril de 2011, 02:50:12 »
Cara Fabi

Eu compartilho do seu temor em relação aos problemas da energia nuclear, mas não se pode analisar o caso japonês sem levar em conta os aspectos da geologia e da tecnologia disponível.

O subsolo japonês não possui nenhuma reserva de petróleo ou carvão porque as ilhas são principalmente de origem vulcânica. Secundariamente há rochas sedimentares. Apesar de ter um relevo predominantemente montanhoso, a capacidade de geração hidroelétrica é pequena porque os seus rios são muito curtos, além de que a instalação de represas seria um fator de risco grande para a população por causa da intensa atividade sísmica no território nipônico.

As energias eólica e geotérmica estão em um estágio inicial de uso, ao passo que as energias solar e maremotriz praticamente não são usadas devido às condições pouco adequadas de insolação e marés, respectivamente.

Restou ao estado japonês duas alternativas de matriz energética: Os combustíveis fósseis, em especial o petróleo, e a nuclear, ambas muito caras. A primeira opção foi considerada secundária porque as principais fontes estavam em países instáveis politicamente, o que implicaria em uma forte dependência mas sem qualquer garantia.

Sobrou a opção nuclear. Cara, mas relativamente segura em termos ambientais e muito mais maleável em termos geoestratégicos.
Certo, mas tem que inventar um outro jeito de gerar energia. Porque a energia nuclear é muito perigosa, em 50 anos já tivemos 1 grande acidente e outros incidentes significativos. E parece que o japão em 150 anos já teve grandes tsunamis, teve um que as ondas chegaram a 38 metros.
« Última modificação: 29 de Fevereiro de 2016, 00:56:22 por Geotecton »
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline Fabi

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #307 Online: 07 de Abril de 2011, 03:16:06 »
(Vou ignorar as alfinetadas. Sei que elas são fruto do stress causado por sua alta exposição a radiação)

Ei Fabi, sabe quantos brasileiros morreram no trânsito em 2008?
39211.

Sabe quantas pessoas morrem por ano em consequência do tabagismo?
10000 por dia!*

Acho que existem motivos mais concretos para ficarmos alarmados com isso do que com a segurança da energia nuclear.


*Segundo a OMS, dados de 2003.
Não tem como comparar uma coisa com a outra. O problema da energia nuclear não é matar X pessoas, mas o grande potencial que ela tem de dizimar com toda a vida no planeta e deixar o nosso planetinha inabitável por umas centenas de anos.

Até hoje ninguém pode morar em Pripyat, as pessoas só podem ficar lá por uns 15 minutos, e vai demorar 900 anos até que o lugar possa ser habitado de novo. E mais, 95% da radiação de Chernobyl tá dentro do sarcófago e o resto dos 5% são aqueles que contaminaram metade da Europa. E aí? Tem como competir com um acidente de carro?

E se o Big One destruir a Represa Hoover (Calma Geo!)? Vamos rever toda a politica de hidroelétricas?
Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Colocar uma usina num rio, para usar a força da água no curso desse rio é uma coisa(a água já tá correndo). Energia nuclear (por fissão ou fusão*) é outra história, tem que provocar uma reação que é muito energética e pode sair do controle fácil.

Temos que ter limites, não podemos controlar toda a natureza (ou alguém pode evitar a chuva, a seca, terremotos, furacões...? Mal conseguem segurar casas num morro). Ou senão, vamos nos auto destruir por acidente (o que seria muito tosco). :sleepy:

*Essa é a pior de todas, é só lembrar de uma supernova, a explosão mais energética do universo... :sleepy:
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Offline Fabrício

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #308 Online: 07 de Abril de 2011, 07:04:32 »
Citar
Não tem como comparar uma coisa com a outra. O problema da energia nuclear não é matar X pessoas, mas o grande potencial que ela tem de dizimar com toda a vida no planeta e deixar o nosso planetinha inabitável por umas centenas de anos.

Fabi, não estaria havendo um certo exagero aqui? Estamos falando de usinas nucleares, não de uma guerra nuclear mundial.

Citar
Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Colocar uma usina num rio, para usar a força da água no curso desse rio é uma coisa(a água já tá correndo). Energia nuclear (por fissão ou fusão*) é outra história, tem que provocar uma reação que é muito energética e pode sair do controle fácil.

A água já está correndo, mas quer dizer então que represar esta água, formar um reservatório com trilhões de litros, inundando centenas ou milhares de hectares de terra, não é uma transformação tão grande quanto manejar a fissão? Se uma represa desta estoura, milhares de pessoas podem morrer ou ficar desabrigadas. Sem contar o impacto sobre a população e natureza das áreas inundadas. E isso porque estamos falando de hidrelétricas, termoelétricas são piores ainda.

Citar
Temos que ter limites, não podemos controlar toda a natureza (ou alguém pode evitar a chuva, a seca, terremotos, furacões...? Mal conseguem segurar casas num morro). Ou senão, vamos nos auto destruir por acidente (o que seria muito tosco).

E quem determina este limite? Desde que o homem desceu das árvores ele vem modificando a natureza a seu favor. Sim, por causa disso temos poluição, acidentes radioativos, acidentes de carro, etc. Mas também temos vacinas, estamos livres de parasitas, não precisamos caçar nosso almoço diariamente, e por aí vai.

Você traçou um limite (não devemos mexer com energia nuclear). Outros acham que não devíamos mexer com células tronco. Outros, com engenharia genética. Alguns acham que não devíamos nem ter forno de microondas :hihi:... tudo me parece muito mais uma reação emocional do que racional.
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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #309 Online: 07 de Abril de 2011, 08:58:49 »
Estes dias tava pensando. Sabem aquele filme "eu sou a lenda" onde o sujeito supostamente seria o
'último homem da Terra"? Se nós fôssemos extintos, ou quase, sobrassem alguns poucos, por uma doença, digamos, o que ocorreria com o planeta? Sem ninguém para cuidar das usinas nucleares elas não entraraim em colapso com superaquecimento dos reatores? Assim, a Europa, a América do norte e o Leste da Asia se tornariam inabitáveis. Mas tanta radiação liberada, por tantas usinas, não criaria uma contaminação global?
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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #310 Online: 07 de Abril de 2011, 09:55:28 »

Não tem como comparar uma coisa com a outra. O problema da energia nuclear não é matar X pessoas, mas o grande potencial que ela tem de dizimar com toda a vida no planeta e deixar o nosso planetinha inabitável por umas centenas de anos.


Esse "grande potencial de dizimar com toda a vida no planeta" é ZERO. Pelo menos no que se refere a usinas de fissão ou fusão.
Já o potencial da queima de combustíveis fósseis de causar alterações climáticas globais é tão grande que isso já está acontecendo.
Naturalmente, estou me referindo ao Mundo Real. Se você está se referindo a alguma fantasia catastrofista, então teríamos que levar
em conta, por exemplo, a possibilidade de Godzilla vir a destruir Tokyo.

Até hoje ninguém pode morar em Pripyat, as pessoas só podem ficar lá por uns 15 minutos, e vai demorar 900 anos até que o lugar possa ser habitado de novo. E mais, 95% da radiação de Chernobyl tá dentro do sarcófago e o resto dos 5% são aqueles que contaminaram metade da Europa. E aí? Tem como competir com um acidente de carro?

Tem sim! Estou falando de quase 40000 mortos todos os anos, só no Brasil. Se você não acha isso uma tragédia, não há como
discutir nada! Chernobyl foi um horrível acidente ambiental - causado por negligência criminosa dos projetistas do reator, assim como do
governo Soviético. Tragédias semelhantes não faltam: os soviéticos praticamente mataram o lago Baikal, impedindo que milhares de
pessoas que tiravam seu sustento do lago pudessem morar por lá. Cidades inteiras foram tornadas inabitáveis (a não ser que você
tenha guelras) por causa de usinas hidrelétricas - milhões de chineses tiveram que ser transferidos de suas casas por causa da represa
das três gargantas. Nada disso é "normal", nem deveria ser considerado aceitável. No entanto, acabamos aceitando. A única diferença
entre essas tragédias e a de Chernobyl e Fukushima é o nome "nuclear".

E se o Big One destruir a Represa Hoover (Calma Geo!)? Vamos rever toda a politica de hidroelétricas?
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Fabi, não vou dourar a pílula: essa sua analogia é um reflexo da sua ignorância. Explico: do ponto de vista físico, tanto as
hidrelétricas quanto as usinas nucleares utilizam uma diferença de energia potencial para a realização de trabalho e geração de
eletricidade. Em um caso, trata-se de energia potencial gravitacional, no outro, a energia potencial devido às forças nucleares. Tanto
num caso como no outro, concentramos a substância com energia potencial mais alta para maximizar a produção de eletricidade:
nas hidrelétricas, fazemos uma represa em uma região com a topografia adequada. No outro, utilizamos urânio enriquecido. O
mecanismo é, a rigor, praticamente idêntico, o que muda é a densidade de energia. Tanto em um caso quanto no outro, existem modos
de falha das usinas que podem levar a catástrofes ambientais.

Por outro lado, uma grande diferença entre as hidrelétricas e as usinas nucleares, é o fato de as hidrelétricas, para sua construção,
exigirem de antemão um profundo dano ambiental (o alagamento de grandes áreas), o que não acontece nas usinas nucleares.

Temos que ter limites, não podemos controlar toda a natureza (ou alguém pode evitar a chuva, a seca, terremotos, furacões...? Mal conseguem segurar casas num morro). Ou senão, vamos nos auto destruir por acidente (o que seria muito tosco). :sleepy:

Claro, vamos todos a pé ao trabalho. Não viajaremos mais de avião (voar é para os pássaros!!!) Nem usaremos navios.
Também não usaremos antibióticos, nem analgésicos (a dor faz parte da natureza!!!1!) Nem e-mail (gritar basta) nem
rádio ou TV. Papel higiênico também é antinatural, além de pasta de dente. No fim, voltaremos a viver felizes e saudáveis
em cavernas. Sem fogo, claro, pois ele pode nos destruir.


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Alan Watts

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #311 Online: 07 de Abril de 2011, 09:57:44 »
Estes dias tava pensando. Sabem aquele filme "eu sou a lenda" onde o sujeito supostamente seria o
'último homem da Terra"? Se nós fôssemos extintos, ou quase, sobrassem alguns poucos, por uma doença, digamos, o que ocorreria com o planeta? Sem ninguém para cuidar das usinas nucleares elas não entraraim em colapso com superaquecimento dos reatores? Assim, a Europa, a América do norte e o Leste da Asia se tornariam inabitáveis. Mas tanta radiação liberada, por tantas usinas, não criaria uma contaminação global?

Não sou expert nisso, mas já li que as usinas (pelo menos as mais modernas) possuem sistemas de desligamento automáticos, para
a eventualidade da ausência de pessoal. Os designs mais modernos são também fabricados de forma que a taxa de reação tende
a diminuir com o aumento da temperatura, o que impede naturalmente cenários tipo Chernobyl.
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Offline SnowRaptor

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #312 Online: 07 de Abril de 2011, 10:02:37 »
Os modelos mais novos de reatores BWR, do qual Fukushima é um exemplo de primeira geração, não apresentam o problema de ter de utilziar bombas para circular a água e resfriá-la até as reaçòes secundárias diminuírem porque adotam um sistema convectivo de resfriamento: a própria diferença de temperatura entre a água no núcleo do reator e no resto do circuito a faz circular.

Mesmo no caso de um meltdown completo, o material radioativo é capturado em reservatórios sob a usina que sào construídos de forma a conter o material e a isolá-lo para reduzir a taxa de reação e cosnequentemente sua temperatura. Isso desde 1970, pelo menos.
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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #313 Online: 07 de Abril de 2011, 10:24:11 »
Conversava com um amigo anteontem, tão assustado quanto a Fabi. Ele propunha energia nuclear zero no mundo, porque os riscos são "grandes demais". Ora, mas vamos substituir as usinas nucleares pelo quê? Nem todo mundo tem rios com potencial hidrelétrico decente; e a energia solar simplesmente não tem como dar conta da demanda sempre crescente.

Para não falar que produção de energia com risco zero não existe. Mais gente morre por TWh de energia elétrica gerada de energia solar (!) do que por energia nuclear: http://nextbigfuture.com/2011/03/deaths-per-twh-by-energy-source.html

Offline Dr. Manhattan

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #314 Online: 07 de Abril de 2011, 10:25:31 »
Como dizia o Riobaldo: viver é um negócio perigoso... :)
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Alan Watts

Offline Gaúcho

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #315 Online: 07 de Abril de 2011, 10:33:02 »
Eu acho que a Fabi está tirando uma com a cara de vocês...
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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #316 Online: 07 de Abril de 2011, 10:35:33 »
Talvez (o que eu duvido), mas o medo que ela exibe no texto eu vejo nos olhos e no discurso de muita gente.

Offline Dr. Manhattan

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #317 Online: 07 de Abril de 2011, 10:37:32 »
Imagino um sujeito falando no celular sobre o seu medo de usinas nucleares... fumando um cigarro, enquanto dirige seu Ranger a 100 por hora.

Ah... a humanidade. :(
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Alan Watts

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #318 Online: 07 de Abril de 2011, 10:49:48 »
O negócio é pesquisar e aprimorar novas formas de geração de energia e talvez reforçar, ainda mais, a segurança nuclear com novos projetos, que sejam feitos para aguentarem coisas até piores que um mega-terremoto e um tsunami.
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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #319 Online: 07 de Abril de 2011, 11:08:04 »
Sempre fui favorável ao desenvolvimento de energias alternativas. O Brasil tem um potencial eólico e solar muito interessante que precisa ser explorado. Porém, em minha humilde opinião, tais fontes vão ter um papel secundário na melhor das hipóteses. Uma usina de energia solar precisa ocupar uma vasta área para abastecer cidades. As mais modernas não têm mais tanto problema de variações climáticas sazonais (embora isso ainda seja um empecilho); enquanto as eólicas ainda precisam de um pouco mais de pesquisa e desenvolvimento para reduzir o atrito e a poluição sonora das turbinas. Além disso, ambas as fontes têm uma densidade energética relativamente baixa. E quem pode dizer qual o impacto ambiental que planícies inteiras cobertas de painéis solares terão nos microorganismos do solo; ou as mudanças nos padrões migratórios de aves quanto mais países se recobrirem de turbinas eólicas? Que alterações no microclima as duas ainda podem causar se se espalharem?

O maior problema na questão da energia do mundo não é se as fontes são renováveis, "limpas" ou "sujas". É que ainda acreditamos na falácia do "se mantido o consumo atual a reserva de energia X ainda durará Y décadas". O consumo nunca se mantém constante e cresce exponencialmente.

Offline Gaúcho

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #320 Online: 07 de Abril de 2011, 11:10:18 »
Isso me lembra Malthus.
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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #321 Online: 07 de Abril de 2011, 11:14:40 »
É um exemplo da Tragédia dos Comuns, eu penso.

Offline Dr. Manhattan

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #322 Online: 07 de Abril de 2011, 11:19:54 »
OT: Existe algum nome específico para aquele fenômeno psicológico que pode ser descrito como: "um sapo vai fugir de água fervente, mas
se você esquentar a água lentamente ele vai morrer cozinhado"?
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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #323 Online: 07 de Abril de 2011, 11:20:58 »
Miopia? :-P

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Re: Terremoto arrasa Japão
« Resposta #324 Online: 07 de Abril de 2011, 12:11:35 »
OT: Existe algum nome específico para aquele fenômeno psicológico que pode ser descrito como: "um sapo vai fugir de água fervente, mas se você esquentar a água lentamente ele vai morrer cozinhado"?
Conservadorismo. As pessoas fogem de mudanças abruptas, mas se elas forem graduais a ponto de mal serem percebidas ninguém irá alterar sua rotina.

"That's what you like to do
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(Russian Roulette - Accept)

 

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