Juca, você seria contra a comemoração do assassinato de Hitler pelos judeus? Ou contra a comemoração do assassinato de Stalin pelos ucranianos?
Não veria motivos para comemorar a morte seja de quem fosse. Não seria contra um ato de defesa em que essas mortes poderiam estar inseridas, elas seriam benéficas talvez para os povos subjugados. Você poderia sair comemorando a paz que essas mortes poderiam trazer, poderia comemorar o fim da opressão, mas comemorar a morte, mesmo que de seu inimigo, não é algo que faz com que sejamos humanos melhores. Os americanos comemoraram a morte de Bin Laden apenas, me pareceu que a título de vingança, posso estar errado. Me lembrou muito a televisão mostrando, acho que alguns palestinos comemorando o 11/9 se não estou enganado. Se os americanos estivessem comemorando o fim das guerras, do terrorismo, a paz, mas Bin Laden deixou um legado que será difícil de deletar da história, o terrorismo globalizado. Não temos nada que comemorar, temos que lamentar que Bin Laden morreu assim desse modo, nessa ciscunstâncias históricas. Algumas políticas menos equivocadas no passado, e talvez não teríamos uma organização terrorista anti-ocidente, e não teríamos uma super-direita americana tão influente naquele país e no mundo, que levariam o país deles a duas guerras contra inimigos marginalizados e desenbocaria num déficit recorde, que culminaria numa crescente debilidade econômica desse país, desencadeando no arrocho de fiscalização do BC americano, no caso do subprime e na maior crise financeira em 80 anos no mundo. Essa história não acabou, estamos em plena onda inflacionária no mundo, causada pelo excesso de liquidez que os 600 bi de dólares que os EUA imprimiram para financiar parte do déficit, e assim eles continuam jogando boa parte da conta nas mão do resto do mundo. Tem grandes países a beira da falência como a Espanha e Irlanda, outros que já faliram como Portugal e Grécia e um que resolveu dar o calote a Islândia. Esse cenário vai levar a pertubações difíceis de se prever, como a corrida por popularidade do Sarkozy, que culminou na Guerra da Líbia, que pelo jeito vai se estender por muito tempo. Boa parte das instabilidades sociais no Oriente Médio teve como estopim a piora dos quadros sociais desses países, causada sobretudo pela crise econômica e depois ( também antes) pela altíssima taxa de inflação, que já era empurrada pela demanda chinesa, e teve uma forcinha dos americanos como eu disse. O perigo é que essa instabilidade chegue à Arábia Saudita. Então teremos petróleo a 200 dólares o Barril provavelmente e os países que hoje estão na corda bamba vão cair, demandando mais ajuda externa e mais impressão de dinheiro, e mais inflação ( Brasil anos 80?). Teremos muito provavelmente mais uma crise de confiança, e a curva em "W" que os muitos economistas previram na crise estaria se confirmando. É por isso que não temos o que comemorar com morte do Bin Laden, além da questão humanitária, não temos nada para comemorar atualmente na geopolítica e na economia mundial, e a morte de Bin Laden não representa o fim desses problemas, talvez apenas a continuação deles, um novo capítulo que não vai mudar o panorama.