Autor Tópico: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado  (Lida 20888 vezes)

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Offline Derfel

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #100 Online: 20 de Maio de 2011, 19:07:53 »
Dialetos do Brasil:

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Dialetos do português brasileiro
A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da portuguesa[carece de fontes], apesar das dimensões continentais do Brasil. A comparação das variedades dialetais do português brasileiro com as do português europeu leva à conclusão de que aquelas representam em conjunto um sincretismo destas, já que quase todos os traços regionais ou do português padrão europeu que não aparecem na língua culta brasileira são encontrados em algum dialeto do Brasil.
Há pouca precisão na divisão dialetal brasileira. Alguns dialetos, como o dialeto caipira, já foram estudados, estabelecidos e reconhecidos por linguistas tais como Amadeu Amaral. Contudo, há poucos estudos a respeito da maioria dos demais dialetos, e atualmente aceita-se a classificação proposta pelo filólogo Antenor Nascentes. Em entrevista ao jornal da UNICAMP,[5] o linguista Ataliba de Castilho diz que o padrão do português paulista espalhou-se pelo Brasil. "Se você olhar mapas que retratem os movimentos das bandeiras, das entradas e dos tropeiros, verá que os paulistas tomaram várias direções, para Minas e Goiás, para o Mato Grosso, para os estados do sul. Tudo isso integrava a Capitania de São Paulo. Na direção do Vale do Paraíba, eles levaram o português paulista até Macaé, no estado do Rio de Janeiro. Era paulista a língua que se falava no Rio de Janeiro. Isso mudou em 1808, quando a população do Rio era de 14 mil habitantes e D. João VI chegou com sua Corte, cerca de 16 mil portugueses. E não eram portugueses quaisquer. Eram portugueses da Corte. Seu prestígio fez com que imediatamente a língua local fosse alterada. E os cariocas começaram a chiar, como os portugueses de então. O português paulista do século XVI precisa ser estudado, porque ele foi levado para quase todo o país, com exceção do Nordeste e do Norte". A primeira célula do português brasileiro surgiu em Minas Gerais com a exploração de pedras preciosas, quando bandeirantes paulistas, escravos, índios e europeus criaram um jeito de pronunciar que se espalhou pelo país através do comércio e outras formas. Os principais dialetos do português brasileiro são:
Caipira - parte do interior do estado de São Paulo e de Goiás, parte do norte do Paraná, parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sul de Minas Gerais e Triângulo Mineiro
Cearense - Ceará
Baiano - região da Bahia
Carioca - cidade do Rio de Janeiro
Fluminense (ouvir) - Estado do Rio de Janeiro (a cidade do Rio de Janeiro tem um falar próprio)
Gaúcho - Rio Grande do Sul (a cidade de Porto Alegre possui um jeito de falar próprio)
Mineiro - Minas Gerais (a cidade de Belo Horizonte possui um jeito de falar próprio)
Nordestino (ouvir) - Estados do nordeste brasileiro (alguns estados como Ceará, Pernambuco e Piauí possuem diferenças linguísticas entre a capital e o interior).
Nortista - estados da bacia do Amazonas, O estado de Tocantins tem um falar próprio,semelhante ao nordestino.
Paranaense - Paraná., também é falado em algumas cidades de Santa Catarina e São Paulo que fazem divisa com o Paraná.
Paulistano - cidade de São Paulo
Sertanejo - Estados de Goiás,Mato Grosso e algumas regiões do Paraná,apesar de o dialeto ter evoluído por causa da imigração forte em Mato Grosso, apenas Goiás permaneceu com esse dialeto.
Sulista - Estados do Paraná e Santa Catarina (a cidade de Curitiba tem um falar próprio[14], há ainda um pequeno dialeto no litoral catarinense, próximo ao açoriano), o oeste e serra catarinense sofre influência do gaúcho, o norte catarinense e o vale do itajaí falam um dialeto com influências alemãs e o sul catarinense (mais precisamente em Criciúma) possui um falar bem parecido com o Italiano chegando a ser quase incompreensível[carece de fontes] em algumas regiões.
"Manezinho da Ilha" - Cidade de Florianópolis (próximo ao açoriano)
"Brasiliense" - Cidade de Brasília a cidade desenvolveu uma maneira própria de falar, graças as várias ondas de migração.
"Paraense" - exclusivo da região metropolitana de Belém assim como o fluminense tem origens portuguesas, o sotaque paraense tem o "chiado forte" quando pronunciado em palavras que tenham letra "s" no começo ou final de frases.
Obs: Algumas cidades do interior do estado de São Paulo tem um modo próprio de falar, exemplificando algumas cidades como Campinas e algumas da RMC, como Americana, Paulínia e Hortolândia, um modo diferente de se falar, diferentemente do Caipira que é bem intenso no município de Piracicaba, e do Paulistano, mais falado na região da cidade de São Paulo.

fonte: wikipedia

Offline Derfel

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #101 Online: 20 de Maio de 2011, 19:19:46 »
Essa imagem também é interessante, pena que seja apenas a partir do ano 1000.

Offline Geotecton

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #102 Online: 20 de Maio de 2011, 19:38:04 »
[...]
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Qual a diferença entre língua, idioma e dialeto?

Ana Angelica Madeira da Silva, Rio de Janeiro, RJ
Editado por Beatriz Vichessi (novaescola@atleitor.com.br)

Língua, tal como o português, o inglês, o espanhol e o basco (falado na região dos Pirineus, incluindo parte da França e da Espanha), é um sistema formado por regras e valores presentes na mente dos falantes de uma comunidade linguística e aprendido graças aos inúmeros atos de fala com que eles têm contato. Por sua vez, idioma é um termo referente à língua usado para identificar uma nação em relação às demais e está relacionado à existência de um estado político. Por isso, espanhol é um idioma, mas o basco, não, e o português é uma língua e um idioma. Ou seja, o idioma sempre está vinculado à língua oficial de um país. Já dialeto é a designação para variedades linguísticas, que podem ser regionais (como o português falado em Recife e o champanhês, falado na região francesa de Champanhe, com seus sotaques e suas expressões particulares) ou sociais (o português falado pelos economistas, com jargões).
[...]

Esta é nova para mim: O jargão técnico sendo considerado um dialeto!
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Offline Geotecton

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #103 Online: 20 de Maio de 2011, 19:41:58 »
Dialetos do Brasil:

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Dialetos do português brasileiro
[...]
Sulista - Estados do Paraná e Santa Catarina (a cidade de Curitiba tem um falar próprio[14], há ainda um pequeno dialeto no litoral catarinense, próximo ao açoriano), o oeste e serra catarinense sofre influência do gaúcho, o norte catarinense e o vale do itajaí falam um dialeto com influências alemãs e o sul catarinense (mais precisamente em Criciúma) possui um falar bem parecido com o Italiano chegando a ser quase incompreensível em algumas regiões.
"Manezinho da Ilha" - Cidade de Florianópolis (próximo ao açoriano)
[...]

Em Criciúma e ao redor há realmente um dialeto, quase que incompreensível principalmente pela rapidez com que é falado.
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Offline Pellicer

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #104 Online: 20 de Maio de 2011, 19:58:19 »
Esta é nova para mim: O jargão técnico sendo considerado um dialeto!

Direto fora da universidade as pessoas olham pra mim como se eu falasse outro idioma.

Offline Geotecton

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #105 Online: 20 de Maio de 2011, 20:04:53 »
Esta é nova para mim: O jargão técnico sendo considerado um dialeto!

Direto fora da universidade as pessoas olham pra mim como se eu falasse outro idioma.

Em função de que?

De um vocabulário mais rico ou porque voce usa termos técnicos "a rodo"?
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Offline Barata Tenno

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #106 Online: 20 de Maio de 2011, 20:13:40 »
Legal é ver advogados recem formados batendo papo sobre assuntos banais usando jargão.....
He who fights with monsters should look to it that he himself does not become a monster. And when you gaze long into an abyss the abyss also gazes into you. Friedrich Nietzsche

Offline Pellicer

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #107 Online: 20 de Maio de 2011, 20:35:36 »
Em função de que?

De um vocabulário mais rico ou porque voce usa termos técnicos "a rodo"?

As duas coisas. O meu vocabulário é razoavelmente bom e depois de vários anos você perde a noção do que é jargão técnico e o que não é.

Offline Diegojaf

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #108 Online: 20 de Maio de 2011, 20:50:05 »
Legal é ver advogados recem formados batendo papo sobre assuntos banais usando jargão.....

Você nunca entenderia o que um grupo de policiais está falando quando começamos a dizer só código.

"O Afir 5 do empenho era V.V. de um dedão 36 que é irmão do maré 5 que fez fulano no bala 4 da semana passada."
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

http://umzumbipordia.blogspot.com - Porque a natureza te odeia e a epidemia zumbi é só a cereja no topo do delicioso sundae de horror que é a vida.

Offline Geotecton

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #109 Online: 20 de Maio de 2011, 22:26:08 »
Legal é ver advogados recem formados batendo papo sobre assuntos banais usando jargão.....

Você nunca entenderia o que um grupo de policiais está falando quando começamos a dizer só código.

"O Afir 5 do empenho era V.V. de um dedão 36 que é irmão do maré 5 que fez fulano no bala 4 da semana passada."

As partes em negrito eu acho que entendi! :lol:
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Offline Lakatos

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #110 Online: 20 de Maio de 2011, 22:29:21 »
Legal é ver advogados recem formados batendo papo sobre assuntos banais usando jargão.....

Você nunca entenderia o que um grupo de policiais está falando quando começamos a dizer só código.

"O Afir 5 do empenho era V.V. de um dedão 36 que é irmão do maré 5 que fez fulano no bala 4 da semana passada."

As partes em negrito eu acho que entendi! :lol:
Eu também entendi o "é", o "que" e o "no".  :lol:

Offline Diegojaf

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #111 Online: 20 de Maio de 2011, 23:36:10 »
Legal é ver advogados recem formados batendo papo sobre assuntos banais usando jargão.....

Você nunca entenderia o que um grupo de policiais está falando quando começamos a dizer só código.

"O Afir 5 do empenho era V.V. de um dedão 36 que é irmão do maré 5 que fez fulano no bala 4 da semana passada."

As partes em negrito eu acho que entendi! :lol:
Eu também entendi o "é", o "que" e o "no".  :lol:

O suspeito do empenho (empenho é cada atendimento que a viatura faz) era trote (V.V. é como se lê o W no código fonético brasileiro, significa trote, denuncia falsa ou solicitante não encontrado) de um bêbado que é irmão de um traficante que matou fulano naquele homicídio da semana passada.

Basicamente, depois de um tempo, nós conversamos só a partir do código fonético (brasileiro ou internacional), mesmo quando são assuntos que não se referem ao nosso dia a dia profissional, usando o código falamos frases inteiras quase que sem perceber que estamos soletrando cada letra da frase, e isso acontece muito rápido.
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Fabi

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #112 Online: 21 de Maio de 2011, 22:17:48 »
Eu queria que um linguista debatesse comigo sobre esse assunto de dialetos, porque nada que falaram é dialeto.

E essa Ana Angelica Madeira da Silva é o que? digitando esse nome no google só aparece esse texto e as promoções que ela participou no site da globo. Devo confiar no que ela disse? Num texto onde ela fala que jargão é dialeto.  :olheira:

É claro que o termo dialeto pode ter sido relativizado também, mas aí tem que ter uma palavra substituta que diga o que é a variação linguística na Itália, Japão, a China (parece ser um país que também tem dialetos*).

*No termo real da palavra, e não na relativização que coloca até abreviações como dialeto.  :sleepy:
Difficulter reciduntur vitia quae nobiscum creverunt.

“Deus me dê a serenidadecapacidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar o que posso, e a sabedoria para saber a diferença” (Desconhecido)

Offline HSette

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #113 Online: 21 de Maio de 2011, 22:28:08 »
Eu queria que um linguista debatesse comigo sobre esse assunto de dialetos, porque nada que falaram é dialeto.

E essa Ana Angelica Madeira da Silva é o que? digitando esse nome no google só aparece esse texto e as promoções que ela participou no site da globo.

(...)

 :lol:

E o concurso que ela venceu: “Qual é o seu segredo para se manter jovem?”

Essa sabe das coisas, hein...
"Eu sei que o Homem Invisível está aqui!"
"Por quê?"
"Porque não estou vendo ele!"

Chaves

Offline Derfel

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #114 Online: 21 de Maio de 2011, 22:43:46 »
Tem um livro interessante chamado A Aventura das Línguas no Ocidente e o tópico de lingüística com muita informação do Eremita.

Offline Nina

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #115 Online: 22 de Maio de 2011, 14:59:46 »
E o mais legal é que falamos "tu", mas conjugamos os verbos na 3ª pessoa :lol:

Paraense é que costuma falar tu e conjugar certinho. Uma vez eu estava conversando com uma paraense e ela me perguntou "de onde tu vieste?" e eu não entendi, deu um bug na minha cabeça e eu fiquei pensando que "tuvieste" era uma palavra só, eu tive que pedir para ela repetir a pergunta três vezes para cair a ficha que ela estava usando aquela construção verbal que eu tinha visto pela última vez lá na sétima série :lol:

É isso mesmo, nós falamos certinho!
"A ciência é mais que um corpo de conhecimento, é uma forma de pensar, uma forma cética de interrogar o universo, com pleno conhecimento da falibilidade humana. Se não estamos aptos a fazer perguntas céticas para interrogar aqueles que nos afirmam que algo é verdade, e sermos céticos com aqueles que são autoridade, então estamos à mercê do próximo charlatão político ou religioso que aparecer." Carl Sagan.


Offline Geotecton

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #117 Online: 22 de Maio de 2011, 16:11:59 »
E o mais legal é que falamos "tu", mas conjugamos os verbos na 3ª pessoa :lol:

Paraense é que costuma falar tu e conjugar certinho. Uma vez eu estava conversando com uma paraense e ela me perguntou "de onde tu vieste?" e eu não entendi, deu um bug na minha cabeça e eu fiquei pensando que "tuvieste" era uma palavra só, eu tive que pedir para ela repetir a pergunta três vezes para cair a ficha que ela estava usando aquela construção verbal que eu tinha visto pela última vez lá na sétima série :lol:

É isso mesmo, nós falamos certinho!

Ué. Voce não é de Cascavel ou Guarapuava?
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Offline Aronax

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #118 Online: 27 de Maio de 2011, 12:55:31 »
O ensino e a preservação da norma culta é que mantem a uniformidade do idioma, e faz principalmente, que textos escritos sejam entendidos com boa facilidade mesmo depois de 100 anos....quanto mais culta uma população menos irá se deturpar.......que é diferente de evoluir.


 Bom inissio de cemana para voçe

Livros pra inguinorantes, por Carlos Eduardo Novaes

Jornal do Brasil
Carlos Eduardo Novaes
 
Confeço qui to morrendo de enveja da fessora Heloisa Ramos que escrevinhou um livro cheio de erros de Português e vendeu 485 mil ezemplares para o Minestério da Educassão. Eu dou um duro danado para não tropesssar na Gramática e nunca tive nenhum dos meus 42 livros comprados pelo Pograma Naçional do Livro Didáctico. Vai ver que é por isso: escrevo para quem sabe Portugues!
A fessora se ex-plica dizendo que previlegiou a linguagem horal sobre a escrevida. Só qui no meu modexto entender a linguajem horal é para sair pela boca e não para ser botada no papel. A palavra impreça deve obedecer o que manda a Gramática. Ou então a nossa língua vai virar um vale-tudo sem normas nem regras e agente nem precisamos ir a escola para aprender Português.
A fessora dice também que escreveu desse jeito para subestituir a nossão de “certo e errado” pela de “adequado e inadequado”. Vai ver que quis livrar a cara do Lula que agora vive dando palestas e fala muita coisa inadequada. Só que a Gramatica eziste para encinar agente como falar e escrever corretamente no idioma portugues. A Gramática é uma espéce de Constituissão do edioma pátrio e para ela não existe essa coisa de adequado e inadequado. Ou você segue direitinho a Constituição ou você está fora da lei - como se diz? - magna.
Diante do pobrema um acessor do Minestério declarou que “o ministro Fernando Adade não faz análise dos livros didáticos”. E quem pediu a ele pra fazer?  Ele é um homem muito ocupado, mas deve ter alguém que fassa por ele e esse alguém com certesa só conhece a linguajem horal. O asceçor afirmou ainda que o Minestério não é dono da Verdade e o ministro seria um tirano se disseçe o que está certo e o que está errado. Que arjumento absurdo! Ele não tem que dizer nada. Tem é que ficar caladinho por causa que quem dis o que está certo é a Gramática. Até segunda ordem a Gramática é que é a dona da verdade e o Minestério que é da Educassão deve ser o primeiro a respeitar. 
 
Uma verdade ou um ser podem ser vistos de vários pontos, porém a verdade e o ser estão acima de pontos de vista.

Offline Derfel

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #119 Online: 27 de Maio de 2011, 16:29:11 »
Algo assim?

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Snõr
posto que o capitam moor desta vossa frota e asy os outros capitaães screpuam a vossa alteza a noua do acha mento desta vossa terra noua que se ora neesta naue gaçom achou, nom leixarey tambem de dar disso minha comta a vossa alteza asy como eu milhor poder ajmda que pera o bem contar e falar o saiba pior que todos fazer, pero tome vossa alteza minha jnoramçia por boa comtade, a qual bem çerto crea que por afremosentar nem afear aja aquy de poer ma is ca aquilo que vy e me pareçeo. / da marinha jem e simgraduras do caminho nõ darey aquy cõ ta a vossa alteza porque o nom saberey fazer e os pilotos deuem teer ese cuidado e por tamto Snõr do que ey de falar começo e diguo. /
que a partida de belem como vosa alteza sabe foy sega feira ix de março, e sabado xiii do dito mes amtre as biij e ix oras nos achamos antre as canareas mais perto da gran canarea e aly amdamos todo aquele dia em calma a vista delas obra de tres ou quatro legoas. e domingo xxij do dito mes aas x oras pouco mais ou menos ouuemos vista da jlhas do cabo verde .s. da jlha de sã njcolaao, sego dito de Po escobar piloto e a noute segujmte aa segda feira lhe amanheçeo se perdeo da frota Vaasco datayde com a sua naao sem hy auer tempo forte nem contrairo pera poder seer. fez o capitam suas diligençias pera o achar a huűas e a outras partes e nom pareçeo majs. E asy segujmos nosso caminho per este mar de lomgo ataa terça feira doitauas de pascoa que foram xxj dias dabril que topamos alguűs synaaes de tera seemdo da dita jlha sego os pilotos deziam obra de bje lx ou lxx legoas, os quaaes herã mujta cam tidade deruas compridas a que os mareantes chamã botelho e asy outras a que tambem chamã rrabo dasno / E aa quarta feira seguimte pola ma nhaã topamos aves a que chamam fura buchos, e neeste dia a oras de bespera ouuemos vista de terra .s., primeiramente d huű gramde monte muy alto e rredondo e doutras serras mais baixas ao sul dele e de terra chaã com grandes aruoredos, ao qual monte alto o capitam pos nome o monte pascoal e aa tera a tera da Vera cruz. mandou lamçar o p rumo acharam xxb braças e ao sol posto obra bj legoas de terra surgimos amcoras em xix braças amcorajem limpa. aly jouuemos toda aquela nou te, e aa quimta feira pola manhaã fezemos vella e segujmos dir.tos aa terra e os naujos pequenos diã te himdo per xbij xbj xiiij e ix braças ataa mea legoa de terra omde todos lançamos amcoras em dir.to da boca d huű Rio e chegariamos a esta amcorajem aas xiij xij oras pouco mais ou menos e daly ouuemos vista d homeës q amdauam pela praya obra de x ou bij biij sego os nauios pequenos diseram por chegarem primeiro. aly lançamos os batees e esquifes fora e vieram logo todolos capitaães das naaos a esta naao do capitam moor e aly falaram. e o capitam man dou no batel em terra nicolaao coelho pera veer aqle Rio e tanto que ele comecou pera la dhir acodirã pel praya homeës quando dous quando tres de maneira que quando o batel chegou aa boca do Rio heram aly xbiij ou xx homeës pardos todos nuus sem nenhuűa cousa que cobrisse suas vergonhas. traziam arcos nas maãos e suas see tas. vijnham todos Rijos pera o batel e nicolaao co elho lhes fez sinal que posessem os arcos, e eles os poseram. aly nom pode deles auer fala nem antë dimento que aproueitasse polo mar quebrar na costa.

ou assim:

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As armas, & os barões aßinalados,
Que da Occidental praya Luſitana,
Por mares nunca de antes nauegados,
Paſſaram, ainda alem da Taprobana,
Em perigos, & guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana.
E entre gente remota edificarão
Nouo Reino, que tanto ſublimarão.

E tambem as memorias glorioſas
Daquelles Reis, que forão dilatando
A Fee, o Imperio, & as terras vicioſas
De Affrica, & de Aſia, andarão deuaſtando,
E aquelles que por obras valeroſas
Se vão da ley da Morte libertando.
Cantando eſpalharey por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho & arte.

ou

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Eras pallida. E os cabellos,
Aereos, soltos novellos,
Sobre as espaduas cahiam...
Os olhos meio-cerrados
De volupia e de ternura
Entro lagrimas luziam...
E os braços entrelaçados,
Como cingindo a ventura,
Ao teu seio me cingiam...

Depois, naquelle delirio,
Suave, doce martyrio
Be pouquissimos instantes,
Os teus labios sequiosos,
Frios, tremulos, trocavam
Os beijos mais delirantes,
E no supremo dos gozos
Ante os anjos se cazavam
Nossas almas palpitantes...


Offline uiliníli

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #120 Online: 27 de Maio de 2011, 17:00:46 »
Na época desses excertos ainda não havia uma ortografia padronizada, ao contrário, por exemplo, da época de Machado de Assis e de Eça de Queirós, cujos textos você pode ler e entender mais de um século depois. Flexibilize demais a gramática e a ortografia e daqui a 100 anos os textos de hoje parecerão tão incompreensíveis quanto esses. O que não significa que a língua deva ser imutável e não possa evoluir também, mas sem um controle, em breve galego do Rio Grande do Sul e neguinho da Bahia não vão mais se entender nem por escrito.

Offline Derfel

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #121 Online: 27 de Maio de 2011, 17:04:43 »
O último excerto é de Machado de Assis

Skorpios

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #122 Online: 27 de Maio de 2011, 17:06:11 »
O último excerto é de Machado de Assis

E é perfeitamente "livel e entendivel"... :D

Offline uiliníli

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #123 Online: 27 de Maio de 2011, 17:08:33 »
É o mais compreensível. Passamos por umas rephormas orthográphicas menores de lá para cá, mas o importante é que naquela época a ortografia já era padronizada. Na época de Caminha e Camões não, as pessoas escreviam como queriam, a mesma palavra podia ter várias grafias.

Offline Aronax

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Re: Livro usado pelo MEC ensina aluno a falar errado
« Resposta #124 Online: 27 de Maio de 2011, 20:28:16 »
A algum tempo vi o Fac-simile de um jornal do tempo do titanic......o ingles de então me parece menos diferente do ingles atual do que acontece com o portugues das mesmas épocas......uma das possiveis razões é o nivel cultural medio das duas populações.......
Uma verdade ou um ser podem ser vistos de vários pontos, porém a verdade e o ser estão acima de pontos de vista.

 

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