Autor Tópico: E se os EUA derem um calote ?  (Lida 15764 vezes)

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Offline ByteCode

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #75 Online: 19 de Julho de 2011, 16:04:15 »
A questão central para mim nesta questão é: passamos de um sistema agrário de produção de bens para uma produção tecnológica e automatizada. Agora nos falta sair do antigo sistema agrário de distribuição destes bens e passar também para uma forma tecnológica e muito mais programável e previsivel. Não precisamos ficar por conta da "mão invisível do mercado" com "auto-regulação". Isto não faz sentido algum no atual momento da evolução científica e tecnológica da humanidade.

Por curiosidade, como entra o mercado de arte, por exemplo, no seu raciocínio?

No caso, não existiria mercado, somente arte. As pessoas não necessitariam produzir arte e/ou vender arte para viver (lucrar), tendo em vista que a automação maciça dos meios de produção nos livraria da necessidade de trabalhar para viver, portanto, do dinheiro . A arte, o esporte e a ciência seriam praticados somente por pura ideologia e prazer. O que poderia haver seriam trocas ou doações. Neste caso, a arte poderia ser uma moeda de troca para se conseguir outro objeto artístico, por exemplo. Quem sabe, poderia ser também trocada por conhecimentos em outras áreas – ciência, esporte, culinária etc. (se bem que tais conhecimentos já seriam fornecidos totalmente de graça a todos os cidadãos, dependendo unicamente de seu interesse em aprender) - ou até mesmo por favores sexuais :D
 Ou o artista (ou seu herdeiro) simplesmente poderia doar a obra para um museu ou para outra pessoa ou instituição qualquer.

Offline ByteCode

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #76 Online: 19 de Julho de 2011, 16:31:51 »
 
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Esquece isto de “mais valia”. Isto é conversa fiada de economista. Todo trabalhador merece ganhar o justo para ter uma vida minimamente decente. Não simplesmente sobreviver, mas sim viver.

Vamos considerar que é um direito do trabalhador ter um salário alto. Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?

Não é direito ter um salário alto. Salário alto é 5, 10, 20... mil por mês. Deveria ser direito do trabalhador ganhar o necessário para ter uma vida com qualidade ao menos razoável. E qualidade de vida certamente não vem somente quando se tem acesso ao luxo e apartamentos a beira mar.

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Não interessa o que a pessos faz, seja lixeiro, jardineiro ou executivo (não que todos devam ganhar exatamente o mesmo salário, obviamente). Se é necessária a existência de tal profissão, seja ela qual for, isto já demonstra claramente a sua necessidade para a manutenção do sistema. E se é tão necessária a ponto de haver mercado para ela, o sistema deve recompensar quem a desempenha de forma justa e não com as migalhas que caem do topo da pirâmide social.

Se ignorar a função do trabalhador, ignoramos o capital humano. Por que um engenheiro ganha mais que um lixeiro? Porque o engenheiro "tem um maior capital humano" e tem uma maior produtividade marginal. Fora que é bem menos substituível.

Cara, eu fiz questão de deixar bem claro anteriormente no meu post, que não é necessário que todos ganhem o mesmo salário independente da profissão exercida.
 O necessário é que o mínimo a ser ganho por alguém consiga garantir uma qualidade de vida ao menos razoável à pessoa. E se o atual sistema vigente baseado no capitalismo não consegue garantir isto, então ele deve ser substituído por algo melhor e mais justo.

Sem falar que no sistema atual já existem distorções deste tipo. Pois um jogador de futebol ganha muito mais que um lixeiro, sendo que a função do lixeiro é um milhão de vezes mais importante para socieadade do que a função do jogador.
« Última modificação: 19 de Julho de 2011, 16:37:16 por ByteCode »

Offline Liddell Heart

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #77 Online: 19 de Julho de 2011, 17:50:00 »
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Esquece isto de “mais valia”. Isto é conversa fiada de economista. Todo trabalhador merece ganhar o justo para ter uma vida minimamente decente. Não simplesmente sobreviver, mas sim viver.

Vamos considerar que é um direito do trabalhador ter um salário alto. Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?

Não é direito ter um salário alto. Salário alto é 5, 10, 20... mil por mês. Deveria ser direito do trabalhador ganhar o necessário para ter uma vida com qualidade ao menos razoável. E qualidade de vida certamente não vem somente quando se tem acesso ao luxo e apartamentos a beira mar.

Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?²
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Offline Luiz Fabris

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #78 Online: 19 de Julho de 2011, 17:53:44 »
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Esquece isto de “mais valia”. Isto é conversa fiada de economista. Todo trabalhador merece ganhar o justo para ter uma vida minimamente decente. Não simplesmente sobreviver, mas sim viver.

Vamos considerar que é um direito do trabalhador ter um salário alto. Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?

Não é direito ter um salário alto. Salário alto é 5, 10, 20... mil por mês. Deveria ser direito do trabalhador ganhar o necessário para ter uma vida com qualidade ao menos razoável. E qualidade de vida certamente não vem somente quando se tem acesso ao luxo e apartamentos a beira mar.

Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?²
E quem é que deve fixar qual é o patamar de produtividade suficiente para justificar um aumento de salário?
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Offline Alessandro

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #79 Online: 19 de Julho de 2011, 18:15:08 »
SÃO PAULO - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que está "pronto para agir" para elevar o teto da dívida do país e pediu que o Congresso apresente em cerca de um dia um plano para que isso seja feito. "O tempo está se esgotando", disse Obama em entrevista à imprensa na Casa Branca.



Por lei, o país tem teto de endividamento de US$ 14,29 trilhões, valor que foi recentemente atingido. O problema é que no dia 2 de agosto há vencimento de dívidas e os americanos não têm dinheiro para pagar. Um acordo precisa ser fechado até o dia 22 de julho.

As declarações de Obama dão força à possibilidade de que seja aprovado um plano B para cortar o déficit federal e evitar um calote do governo dos EUA, conforme reportagem do Wall Street Journal dessa sexta-feira.

O plano tem sido costurado "silenciosamente" entre o senador democrata Harry Reid, líder da maioria, e o líder republicano MitchMcConnell. A acordo consistiria em combinar um pacote de corte de gastos com um plano que a oposição havia proposto anteriormente, de dar ao presidente o poder de elevar o teto do endividamento até 2012. O plano B deve ser implementado a menos que dois terços do Congresso decidam vetar.

Risco. A demora na definição sobre a dívida do país levou mais uma agência de classificação de risco, a Standard & Poor's, a revisar a nota de crédito dos EUA, com possibilidade de rebaixá-la. Segundo a S&P, o debate sobre o aumento do teto da dívida dos EUA durou tempo demais e foi "mais rebelde" do que esperavam.
 Fonte; agência Estado.

 
Não existe contradição em minhas afirmações, somente um mal entendido :lol:

Falo de crise, não de Keynes.

O texto foi um acessório. O que importa é a crise, e parece que eles( EUA) resolverão o problema, pois ao contrário de outros países (Brasil, por exemplo) quando querem resolvem.
"Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo". ...

Arquimedes

Offline Liddell Heart

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #80 Online: 19 de Julho de 2011, 18:35:14 »
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Esquece isto de “mais valia”. Isto é conversa fiada de economista. Todo trabalhador merece ganhar o justo para ter uma vida minimamente decente. Não simplesmente sobreviver, mas sim viver.

Vamos considerar que é um direito do trabalhador ter um salário alto. Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?

Não é direito ter um salário alto. Salário alto é 5, 10, 20... mil por mês. Deveria ser direito do trabalhador ganhar o necessário para ter uma vida com qualidade ao menos razoável. E qualidade de vida certamente não vem somente quando se tem acesso ao luxo e apartamentos a beira mar.

Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?²
E quem é que deve fixar qual é o patamar de produtividade suficiente para justificar um aumento de salário?
O dono do capital.
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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #81 Online: 19 de Julho de 2011, 18:50:31 »
Falo de crise, não de Keynes.

O texto foi um acessório. O que importa é a crise, e parece que eles( EUA) resolverão o problema, pois ao contrário de outros países (Brasil, por exemplo) quando querem resolvem.

Pensei que você estava falando da Europa, que é quem está em crise.

Marx não tem nada haver com o que está rolando nos E.U.A, talvez Keynes, pela sua ênfase nos gastos.
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Offline Johnny Cash

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #82 Online: 19 de Julho de 2011, 19:57:00 »
[...]
Então considerando que, normalmente, o aumento da produção se justifica pelo aumento do consumo, chegamos ao que o Geo falou: Maior consumo = Maiores danos ambientais.
Corrigindo: Aumento da produção de boa parte dos produtos = Maiores danos ambientais.

E qual é o objetivo de aumentar a produção se não a de satisfzer um aumento da demanda (consumo)?

Pode ser o de aumento de reservas e, por exemplo, o governo pode incentivar o aumento da produção de determinado produto a fim de observar uma queda em seu preço.

Offline DDV

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #83 Online: 19 de Julho de 2011, 20:09:51 »
Citação de: ByteCode
tendo em vista que a automação maciça dos meios de produção nos livraria da necessidade de trabalhar para viver, portanto, do dinheiro

ByteCode, não precisa elaborar tanto. Essa simples afirmação acima (a de que as pessoas não precisariam mais trabalhar, que teriam tudo de graça) já é mais do que suficiente. Todo resto é pura consequência, e TODO MUNDO quer isso!!!!

Mas, convenhamos: ficar trazendo elementos de ficção para uma discussão baseada na realidade aual e do futuro próximo não é lá muito produtivo. É perda de tempo total, não acha?



Não acredite em quem lhe disser que a verdade não existe.

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Offline Liddell Heart

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #84 Online: 19 de Julho de 2011, 20:14:07 »
[...]
Então considerando que, normalmente, o aumento da produção se justifica pelo aumento do consumo, chegamos ao que o Geo falou: Maior consumo = Maiores danos ambientais.
Corrigindo: Aumento da produção de boa parte dos produtos = Maiores danos ambientais.

E qual é o objetivo de aumentar a produção se não a de satisfzer um aumento da demanda (consumo)?

Pode ser o de aumento de reservas e, por exemplo, o governo pode incentivar o aumento da produção de determinado produto a fim de observar uma queda em seu preço.

Mas não se faz isso para aumentar a demanda (se o preço cai, a tendência é aumentar o consumo)?
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Offline DDV

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #85 Online: 19 de Julho de 2011, 20:19:04 »
Citação de: ByteCode
E se o atual sistema vigente baseado no capitalismo não consegue garantir isto, então ele deve ser substituído por algo melhor e mais justo.

Todos oa países desenvolvidos garantem as necessidades básicas de virtualmente todas as pessoas. Logo, o problema não está no "capitalismo" (esses países também são "capitalistas").


Citação de: ByteCode
Sem falar que no sistema atual já existem distorções deste tipo. Pois um jogador de futebol ganha muito mais que um lixeiro, sendo que a função do lixeiro é um milhão de vezes mais importante para socieadade do que a função do jogador.

O jogador de futebol famoso gera dezenas e até centenas de milhões em receitas para seus clubes e empresas associadas (patrocinadores, imprensa, etc). Achar um jogador bom e famoso com essa capacidade é MUITO difícil. Já o lixeiro apenas remove o lixo, e bilhões de pessoas podem fazer isso.

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Offline DDV

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #86 Online: 19 de Julho de 2011, 20:22:11 »
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Esquece isto de “mais valia”. Isto é conversa fiada de economista. Todo trabalhador merece ganhar o justo para ter uma vida minimamente decente. Não simplesmente sobreviver, mas sim viver.

Vamos considerar que é um direito do trabalhador ter um salário alto. Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?

Não é direito ter um salário alto. Salário alto é 5, 10, 20... mil por mês. Deveria ser direito do trabalhador ganhar o necessário para ter uma vida com qualidade ao menos razoável. E qualidade de vida certamente não vem somente quando se tem acesso ao luxo e apartamentos a beira mar.

Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?²
E quem é que deve fixar qual é o patamar de produtividade suficiente para justificar um aumento de salário?
O dono do capital.

Errado. Quem fixa é o MERCADO (Oferta e Demanda).

Se o empresário oferecer salários abaixo da média do mercado, não encontrará trabalhadores. Se oferecer acima, terá redução nos lucros.

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Offline 4 Ton Mantis

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #87 Online: 19 de Julho de 2011, 20:28:48 »
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fernandocanzian/944979-fim-de-jogo.shtml

Fim de jogo


Na virada da década de 80 para os anos 1990, os japoneses fizeram a festa.

O país surfava na primeira grande "bolha" imobiliária da história moderna. Os japoneses se sentiam extremamente ricos, tamanha a valorização de suas propriedades. Viajavam com suas câmeras e compravam.

Entre eles, a família Yokoi, dona de um império obscuro, saiu pelo mundo atrás de oportunidades.

Enquanto grupos compravam imóveis e empresas em vários países, os Yokoi surpreenderam. Se associaram, de forma polêmica, ao maior ícone dos EUA, o Empire State Building, em Manhattan. Foi um choque.

Alguns anos depois, a "bolha" imobiliária japonesa explodiu. O crédito barato secou e os preços desabaram.

Há quase 15 anos o Japão digere os excessos daquela época. Amarga uma mistura de baixo crescimento e empobrecimento.

É isso o que deve acontecer com os EUA.

Até agora, o país mais rico do mundo evitou esse destino. Mas as alternativas chegaram ao fim.

Os EUA vivem "de bolha em bolha" desde o início deste século.

Quando a "bolha" de preços das ações valorizadas das empresas ponto.com explodiu, em 2000-2001, o Fed (o BC dos EUA) manteve os juros de empréstimos tão baixos que estimularam outra "bolha", a imobiliária.

Quando a "bolha" imobiliária estourou, em 2007-2008, a alternativa do Fed foi baixar ainda mais os juros e inundar o mercado com cerca de US$ 2,3 trilhões (o equivalente ao PIB do Brasil) para expandir a atividade. Visava, assim, criar outra "bolha" que sustentasse a economia.

Deu certo. Mas durou pouco.

A terceira "bolha" (seguindo as ponto.com e imobiliária) foi a do endividamento público. Ela jorrou bilhões entre empresas e famílias para que uma depressão econômica fosse evitada em 2008.

Mas as intervenções do Tesouro dos EUA multiplicaram por quatro o deficit público americano desde então. Isso tornou insustentável a relação entre o que o país arrecada em impostos e o que gasta.

Resta agora ao governo seguir o exemplo das famílias norte-americanas: cortar gastos; deprimindo mais a economia.

A alternativa seria encontrar algum mecanismo para financiar uma nova "bolha". Mas quem a financiaria? Marte?

O desfecho mais provável para os EUA é o exemplo japonês: estagnação e empobrecimento por vários anos.

Com o colapso europeu e muito dinheiro sobrando sem portos seguros, teremos um mundo bem diferente daqui em diante.

*
E o Brasil com isso?

Levando em conta o chamado PIB per capita PPP (que relaciona o tamanho do PIB e o poder aquisitivo anual ao custo de vida local de cada país), temos o seguinte:
Brasil: US$ 11 mil/ano
EUA: US$ 47 mil/ano
Japão: US$ 33 mil/ano

Somos muito pobres ainda.

Com nossos índices de corrupção e desvios, é improvável que nós, hoje vivos, duremos tanto tempo para ver o Brasil chegar perto das hoje "decadentes" economias ricas, entulhadas de dívidas.

Só mais uma grande chance desperdiçada.
\"Deus está morto\"-Nietzsche

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Offline Liddell Heart

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #88 Online: 19 de Julho de 2011, 21:14:27 »
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Esquece isto de “mais valia”. Isto é conversa fiada de economista. Todo trabalhador merece ganhar o justo para ter uma vida minimamente decente. Não simplesmente sobreviver, mas sim viver.

Vamos considerar que é um direito do trabalhador ter um salário alto. Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?

Não é direito ter um salário alto. Salário alto é 5, 10, 20... mil por mês. Deveria ser direito do trabalhador ganhar o necessário para ter uma vida com qualidade ao menos razoável. E qualidade de vida certamente não vem somente quando se tem acesso ao luxo e apartamentos a beira mar.

Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?²
E quem é que deve fixar qual é o patamar de produtividade suficiente para justificar um aumento de salário?
O dono do capital.

Errado. Quem fixa é o MERCADO (Oferta e Demanda).

Quem fixa é o dono, ele que decide quem deve ou não receber e o que/quanto receber. Em uma contratação, ele pode seguir a média de mercado, mas não é obrigado. Quanto ao aumento por produtividade, o escassez de trabalhadores é indiferente.
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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #89 Online: 19 de Julho de 2011, 21:24:50 »
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Esquece isto de “mais valia”. Isto é conversa fiada de economista. Todo trabalhador merece ganhar o justo para ter uma vida minimamente decente. Não simplesmente sobreviver, mas sim viver.

Vamos considerar que é um direito do trabalhador ter um salário alto. Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?

Não é direito ter um salário alto. Salário alto é 5, 10, 20... mil por mês. Deveria ser direito do trabalhador ganhar o necessário para ter uma vida com qualidade ao menos razoável. E qualidade de vida certamente não vem somente quando se tem acesso ao luxo e apartamentos a beira mar.

Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?²
E quem é que deve fixar qual é o patamar de produtividade suficiente para justificar um aumento de salário?
O dono do capital.

Errado. Quem fixa é o MERCADO (Oferta e Demanda).

Quem fixa é o dono, ele que decide quem deve ou não receber e o que/quanto receber. Em uma contratação, ele pode seguir a média de mercado, mas não é obrigado. Quanto ao aumento por produtividade, o escassez de trabalhadores é indiferente.

O empresário pode oferecer os salários e preços que bem entender. Se terá sucesso em vender os produtos ou achar trabalhadores, aí é outra história...

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #90 Online: 20 de Julho de 2011, 01:09:48 »
[...]

E qual é o objetivo de aumentar a produção se não a de satisfzer um aumento da demanda (consumo)?

Pode ser o de aumento de reservas e, por exemplo, o governo pode incentivar o aumento da produção de determinado produto a fim de observar uma queda em seu preço.

Mas não se faz isso para aumentar a demanda (se o preço cai, a tendência é aumentar o consumo)?

Geralmente sim. Não obrigatoriamente.
No exemplo dado, envolvendo governo, poderia ser até uma forma de arrebanhar eleitores (que não consumiriam mais, apenas gastariam menos).

E para o caso do aumento de reservas, poderíamos ter diversas outras motivações anteriores.

Offline ByteCode

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #91 Online: 20 de Julho de 2011, 07:57:04 »
Citação de: ByteCode
tendo em vista que a automação maciça dos meios de produção nos livraria da necessidade de trabalhar para viver, portanto, do dinheiro

ByteCode, não precisa elaborar tanto. Essa simples afirmação acima (a de que as pessoas não precisariam mais trabalhar, que teriam tudo de graça) já é mais do que suficiente. Todo resto é pura consequência, e TODO MUNDO quer isso!!!!

Mas, convenhamos: ficar trazendo elementos de ficção para uma discussão baseada na realidade aual e do futuro próximo não é lá muito produtivo. É perda de tempo total, não acha?

Só estou colocando o meu ponto de vista sobre a questão, além de já ter deixado muito claro anteriormente que tenho total ciência que atualmente a implantação de tal sistema é utópico, nao pela impossibilidade de ser colocado em prática, mas pela baixa aceitação da população em geral que prefere viver condicionada pela necessidade do lucro (os grandes e poderosos capitalistas é que nunca irão largar o osso mesmo, afinal já estáo viciados em ter poder nas mãos - não é TODO MUNDO  que quer isto não, acorda). Além disso, só estava respondendo uma pergunta feita pelo cantor. Se não lhe interessa esta nossa parte do papo, apenas ignore. Ok?  :ok:
« Última modificação: 20 de Julho de 2011, 08:01:25 por ByteCode »

Offline ByteCode

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #92 Online: 20 de Julho de 2011, 08:10:28 »
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Mas o dono do capital (vulgo, capitalista) deve ser obrigado a ceder um maior salário para seu funcionário, independente da produtividade dele?²

Náo vejo problema em pagar hora extra ou dar uma porcentagem dos lucros da empresa para os funcionários, como uma forma de incentivo. Desde que o empresário náo transforme isto numa guerra entre os seus funcionários (o que a maioria faz).

Offline ByteCode

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #93 Online: 20 de Julho de 2011, 08:16:28 »
E sobre ser voluntário, certamente não é escravidão no termo estrito da palavra, mas ainda sim continua sendo EXPLORAÇÃO.
Podemos fazer aqui um paralelo com a religião. Você pode dizer que eles vão lá na igreja por conta própria, mas mesmo assim concorda comigo que continuam sendo explorados assim mesmo, não? Os coitados são enxertados com idéias sobre deus, bíblia, espíritos... desde a infância e quando ficam adultos continuam com a lavagem cerebral, seja pela mídia, pelos vizinhos crentes etc. O mesmo se dá com o capitalismo e o consumismo. Desde cedo somos levados a pensar que só assim seremos vencedores, gente de verdade e com valor, ao termos um monte de bens. Daí vem a mídia para bater novamente na mesma tecla a nossa vida toda, somado à cultura que já se desenvolveu em torno disto. A pressão para se adotar este estilo de vida consumista (empréstimos, financiamentos, cartão de crédito etc.) é tão grande que acaba deixando de ser uma escolha para ser uma quase imposição social.

Interessante como os defensores do capitalismo ignoraram solenemente esta parte da discussão. Será que é porque concordam comigo? :D

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #94 Online: 20 de Julho de 2011, 09:07:21 »
Citação de: ByteCode
E se o atual sistema vigente baseado no capitalismo não consegue garantir isto, então ele deve ser substituído por algo melhor e mais justo.

Todos oa países desenvolvidos garantem as necessidades básicas de virtualmente todas as pessoas. Logo, o problema não está no "capitalismo" (esses países também são "capitalistas").

Primeiramente, sejamos mais pragmáticos, tentemos visualizar primeiramente a nossa realidade, aquela que nos cerca. Ficar sonhando com o que deu certo em outros países desenvolvidos, com outra cultura, outra história, outro clima, outra geografia... e esquecer que nossa realidade é diferente, portanto, necessitando de adaptações ou talvez uma remodelagem completa do sistema adotado, não leva a nada concretamente.

Segundo, entendo que o capitalismo em si não seria algo ruim a ser adotado. Na teoria ele é ótimo. Mas desconsidera muitas coisas inerentemente humanas. Na nossa ânsia egoísta da sobrevivência no dia-a-dia, acabamos desvirtuando todo o sistema. Por exemplo, faz com que seja usado de forma a funcionar somente se houver a exploração de um setor maior e mais abaixo (ou da periferia) da sociedade. Isto se dá tanto de pessoa física para pessoa física, de jurídica pra jurídica e de país para país. Os chamados países desenvolvidos precisam explorar a periferia do mundo (subdesenvolvidos), para assim permanecerem no estado em que estão – de desenvolvimento. Isto se chama a “permanência dos status quo”. Logo, o capitalismo nunca poderá garantir a igualdade social no globo. Penso que não existe sistema perfeito, mas poderia-se melhorar muito isto, para ao menos 95% do globo terrestre desfrutando de igualdade e condições boas de vida.


Citação de: ByteCode
Sem falar que no sistema atual já existem distorções deste tipo. Pois um jogador de futebol ganha muito mais que um lixeiro, sendo que a função do lixeiro é um milhão de vezes mais importante para socieadade do que a função do jogador.

O jogador de futebol famoso gera dezenas e até centenas de milhões em receitas para seus clubes e empresas associadas (patrocinadores, imprensa, etc). Achar um jogador bom e famoso com essa capacidade é MUITO difícil. Já o lixeiro apenas remove o lixo, e bilhões de pessoas podem fazer isso.

Ah sim, o dinheiro! :D
Mas claro que existe uma “explicação” para racionalizar distorções assim: o dinheiro. Mas isto é aberrante no sentido de que o jogador de futebol beneficia basicamente o setor mais elevado da sociedade, onde se encontram grandes empresários e donos de mídias, como você mesmo bem disse. Isto equivale a uma porcentagem ínfima da sociedade. Enquanto um lixeiro beneficia em 100% a sociedade com seu trabalho. O sistema capitalista consegue racionalizar esta nítida distorção, a ponto de fazer a maioria crer que isto está certo e é algo completamente natural e imutável na sociedade humana.

Offline Irracionalista

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #95 Online: 20 de Julho de 2011, 09:37:15 »
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Mas claro que existe uma “explicação” para racionalizar distorções assim: o dinheiro. Mas isto é aberrante no sentido de que o jogador de futebol beneficia basicamente o setor mais elevado da sociedade, onde se encontram grandes empresários e donos de mídias, como você mesmo bem disse. Isto equivale a uma porcentagem ínfima da sociedade. Enquanto um lixeiro beneficia em 100% a sociedade com seu trabalho. O sistema capitalista consegue racionalizar esta nítida distorção, a ponto de fazer a maioria crer que isto está certo e é algo completamente natural e imutável na sociedade humana.

O jogador de futebol beneficia também os entusiastas do esporte que apreciam suas jogadas ou se sentem de alguma forma ligado ao time que ele joga, que são aqueles que realmente movem e sustentam tal mercado. É um benefício subjetivo? Sim, mas o mesmo se aplica a diversos outros mercados ( como o de artes e de hobbies).

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Isto se dá tanto de pessoa física para pessoa física, de jurídica pra jurídica e de país para país. Os chamados países desenvolvidos precisam explorar a periferia do mundo (subdesenvolvidos), para assim permanecerem no estado em que estão – de desenvolvimento. Isto se chama a “permanência dos status quo”.

Esse é um dos erros mais primários que alguém pode realizar em Economia, pois ao contrário do que você diz, o mercado não é um processo de soma-zero (onde para alguém se beneficiar, outrém tem que perder algo em medida similar).

E não faltam casos de nações que se desenvolveram sem depender da exploração, exemplos simples da Coréia do Sul moderna, do Japão na final do período Tokugawa e da Era Meiji (que em pouco tempo, saltou de uma nação feudal em uma potência capaz de rivalizar e vencer a Rússia) e da Alemanha e Estados Unidos na Segunda Revolução Industrial (que não formaram um impérios coloniais como a Inglaterra e França).

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Logo, o capitalismo nunca poderá garantir a igualdade social no globo.

E quem precisa de "igualdade social"? Miséria em termos absolutos é um problema sério, mas a desigualdade não constitui necessariamente um problema e a equidade não é necessariamente algo bom.

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Podemos fazer aqui um paralelo com a religião. Você pode dizer que eles vão lá na igreja por conta própria, mas mesmo assim concorda comigo que continuam sendo explorados assim mesmo, não?

Eu discordo - assumir que religiosos são necessariamente explorados é só anti-teísmo barato.
« Última modificação: 20 de Julho de 2011, 09:40:52 por Irracionalista »
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Offline Pagão

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #96 Online: 20 de Julho de 2011, 09:47:36 »
E sobre ser voluntário, certamente não é escravidão no termo estrito da palavra, mas ainda sim continua sendo EXPLORAÇÃO.
Podemos fazer aqui um paralelo com a religião. Você pode dizer que eles vão lá na igreja por conta própria, mas mesmo assim concorda comigo que continuam sendo explorados assim mesmo, não? Os coitados são enxertados com idéias sobre deus, bíblia, espíritos... desde a infância e quando ficam adultos continuam com a lavagem cerebral, seja pela mídia, pelos vizinhos crentes etc. O mesmo se dá com o capitalismo e o consumismo. Desde cedo somos levados a pensar que só assim seremos vencedores, gente de verdade e com valor, ao termos um monte de bens. Daí vem a mídia para bater novamente na mesma tecla a nossa vida toda, somado à cultura que já se desenvolveu em torno disto. A pressão para se adotar este estilo de vida consumista (empréstimos, financiamentos, cartão de crédito etc.) é tão grande que acaba deixando de ser uma escolha para ser uma quase imposição social.

Interessante como os defensores do capitalismo ignoraram solenemente esta parte da discussão. Será que é porque concordam comigo? :D

Pessoalmente, considero-me desinteressado relativamente a qualquer dessas pressões sociais (religião e consumismo), embora tenha de ter a maior paciência com a minha mulher que me recrimina por quase nunca ter interesse em comprar o que quer que seja (e ela pouco compra também). Muito raramente vejo algo que me suscite uma vontade incontrolável de adquirir... Porquê? Não sei explicar.
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Offline Liddell Heart

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #97 Online: 20 de Julho de 2011, 14:58:27 »
E sobre ser voluntário, certamente não é escravidão no termo estrito da palavra, mas ainda sim continua sendo EXPLORAÇÃO.
Podemos fazer aqui um paralelo com a religião. Você pode dizer que eles vão lá na igreja por conta própria, mas mesmo assim concorda comigo que continuam sendo explorados assim mesmo, não? Os coitados são enxertados com idéias sobre deus, bíblia, espíritos... desde a infância e quando ficam adultos continuam com a lavagem cerebral, seja pela mídia, pelos vizinhos crentes etc. O mesmo se dá com o capitalismo e o consumismo. Desde cedo somos levados a pensar que só assim seremos vencedores, gente de verdade e com valor, ao termos um monte de bens. Daí vem a mídia para bater novamente na mesma tecla a nossa vida toda, somado à cultura que já se desenvolveu em torno disto. A pressão para se adotar este estilo de vida consumista (empréstimos, financiamentos, cartão de crédito etc.) é tão grande que acaba deixando de ser uma escolha para ser uma quase imposição social.

Interessante como os defensores do capitalismo ignoraram solenemente esta parte da discussão. Será que é porque concordam comigo? :D

Parece a Naomi Klein falando. Enfim, é uma contradição dizer que alguém que age por vontade própria é explorado.
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Offline Liddell Heart

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #98 Online: 20 de Julho de 2011, 15:34:43 »
Ah sim, o dinheiro! :D
Mas claro que existe uma “explicação” para racionalizar distorções assim: o dinheiro. Mas isto é aberrante no sentido de que o jogador de futebol beneficia basicamente o setor mais elevado da sociedade, onde se encontram grandes empresários e donos de mídias, como você mesmo bem disse. Isto equivale a uma porcentagem ínfima da sociedade. Enquanto um lixeiro beneficia em 100% a sociedade com seu trabalho. O sistema capitalista consegue racionalizar esta nítida distorção, a ponto de fazer a maioria crer que isto está certo e é algo completamente natural e imutável na sociedade humana.

Vamos lá. Quem tem maior capital humano, isto é, quem produz mais em seu meio de tabalho, o lixeiro ou o jogador profissional? Ora, maior parte dos adultos desse planeta têm capacidade para pegar um lixo, mas quantos conseguem marcar um gol olímpico em um ótimo goleiro? Quero dizer, o jogador possui mais atributos pessoais (vamos chamar de valor humano), que fazem extrema diferença na sua área de atuação, já para ser lixeiro é necessário ter só um bom físico e um corpo normal. 
Quanto do lucro do Barcelona é devido ao Messi? E quanto do lucro de uma empresa de limpeza é devido ao lixeiro?



Resumindo, o lixeiro ganha pouco pois, comparativamente, não possui um grande capital humano, e pode ser substituído facilmente. Já um jogador, ganha muito pois tem um grande valor humano e, por isso, é difícil substituição.

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Offline 3libras

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Re: E se os EUA derem um calote ?
« Resposta #99 Online: 20 de Julho de 2011, 16:39:27 »
Ah sim, o dinheiro! :D
Mas claro que existe uma “explicação” para racionalizar distorções assim: o dinheiro. Mas isto é aberrante no sentido de que o jogador de futebol beneficia basicamente o setor mais elevado da sociedade, onde se encontram grandes empresários e donos de mídias, como você mesmo bem disse. Isto equivale a uma porcentagem ínfima da sociedade. Enquanto um lixeiro beneficia em 100% a sociedade com seu trabalho. O sistema capitalista consegue racionalizar esta nítida distorção, a ponto de fazer a maioria crer que isto está certo e é algo completamente natural e imutável na sociedade humana.

Vamos lá. Quem tem maior capital humano, isto é, quem produz mais em seu meio de tabalho, o lixeiro ou o jogador profissional? Ora, maior parte dos adultos desse planeta têm capacidade para pegar um lixo, mas quantos conseguem marcar um gol olímpico em um ótimo goleiro? Quero dizer, o jogador possui mais atributos pessoais (vamos chamar de valor humano), que fazem extrema diferença na sua área de atuação, já para ser lixeiro é necessário ter só um bom físico e um corpo normal. 
Quanto do lucro do Barcelona é devido ao Messi? E quanto do lucro de uma empresa de limpeza é devido ao lixeiro?



Resumindo, o lixeiro ganha pouco pois, comparativamente, não possui um grande capital humano, e pode ser substituído facilmente. Já um jogador, ganha muito pois tem um grande valor humano e, por isso, é difícil substituição.




e comparar a função social dos dois só pela atividade direta também não conta.

o esporte virou a indústria que virou pois está na máquina do entretenimento.

vamos olhar o messi: além de gerar a renda que gera para os empresários ligados a ele, ele gera receita para hotéis, prestadores de serviços para fã clubes (camisetas, websites, bonés) entre diversas outras atividades.

e ademais ele gera entretenimento e o humano é um ser que necessita disso. por força de necessidade minha atual namorada mora em um bairro pobre do rio, as ruas são lotadas de lixo, mas não tem um bar que não tenha um forró ou funk no talo ouvido das 9 da manhã até as 2 da noite.

me diga, para essas pessoas é mais importante a valesca popozuda ou um lixeiro?
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