Pelo que eu já li a respeito (e o que parece ser abordado na notícia), o problema não é exatamente "artificialidade" dos adoçantes artificiais, que são seguros (e, coincidentemente um dos mais naturais é que talvez seja o com maior risco, "Stevia", ou relacionados -- extraídos de uma planta, com nome que começa assim), ou qualquer efeito fisiológico cumulativo diferente do que haveria com alternativas naturais, mas os efeitos colaterais psicológicos e até "neurológicos" do sistema de regulação de saciedade.
Psicológicos são o "efeito halo", as pessoas, especialmente que querem fazer dieta, acham que consumindo coisas diet meio que estão ganhando "créditos" para indulgência em porcarias aqui e ali, ou comer mais dessas mesmas coisas quando essas mesmas podem ser também calóricas, e o acréscimo da porção supera o "descréscimo" de ser diet.
Ainda há uns efeitos psicológicos de haver esses alimentos mais saudáveis mesmo apenas como opção. As pessoas parecem ver essas opções no cardápio ou no armário, e se sentem bem pelo que acham que farão no futuro (comer coisas saudáveis), e essa satisfação lhes permite indulgir em umas coisas mais calóricas "só dessa vez", mas isso ocorre repetidas vezes. Tem estudos sobre como a opção de salada em redes de fast food fez aumentar as vendas das opções mais calóricas que já existiam.
E na base neurologica de saciedade, o que aconteceria é que alimentos de caloria zero, que acho que são quase que exclusivamente os refrigerantes, simplesmente não desengatam a mesma saciedade nos mecanismos hormonais e nervosos, o que faria a pessoa consumir mais de outras coisas, calóricas (deve ser agravado em pessoas já gordas, que têm esses mecanismos de saciedade alterados, e não voltam a um estado normal depois de perderem peso, sentindo sempre menos saciedade), e mais calóricas do que seriam o refrigerante não-diet. Não sei se ainda existe, não consumo muito refrigerante, mas ao menos uma companhia já tentou remediar isso em alguns fazendo ua versão não "zero", mas menos calórica, acho que tinha até um nome como refrigerante de "1 ou 3 [quilo]calorias".
Teoricamente então não haveria problema em nível individual, se a pessoa está ciente dessas possibilidades e se preparar para isso, mas é meio problemática para políticas de saúde pública, que podem falhar miseravelmente, tendo o efeito contrário do desejado, se você simplesmente estabelece como que as lanchonetes devem ter "no mínimo uma opção saudável", levando as pessoas a pedirem mais das coisas mais calóricas, ou proibir refrigerantes não-diet (ou exigir algo como 50% sendo diet), levando as pessoas a comer mais de modo geral.
http://www.youtube.com/v/VUo2XW0z218