Agora que li o post do Buckaroo Banzai, percebo que as coisas estão mais bem explicadas. Devido à forma como Ferriss aparentemente define “músculo” (“massa livre de gordura”), o ganho de 15,5 kg em 28 dias nem é inacreditável. Falar em ganho de “massa magra”, na visão dele, pode incluir o que foi feito através da manipulação de fluido e os níveis de glicogênio no corpo com a utilização de água , glicerol , hidratos de carbono e creatina. Acrescente a isso o fenômeno de “memória muscular” que o Buckaroo citou e tudo se mostra menos impressionante do que aparenta à primeira vista. Mas, até onde sei, muito do que Ferriss alega já não é mais tão polêmico. Eu já li na Veja (14/08/2013, ver a reportagem de capa abaixo) que a eficácia de exercícios intensos (e curtos) que sacodem todas as estruturas musculares, têm sim respaldo em múltiplas pesquisas de fisiologia de exercícios.
Na reportagem da edição citada acima, o tipo de exercício alvo da matéria se chama HIIT (descrição: exercícios puxados, de pouca duração e intervalado com breves instantes de descansos). Na área de exercícios com equipamentos, o Ketlebell, é um exemplo, e a revista fala de respaldo dos seus benefícios citando “pesquisas precursoras, feitas em 2008 e aperfeiçoadas em novos estudos”. Uma citação da reportagem:
“As recomendações tradicionais feitas em praticamente todos os consultórios médicos são variações do protocolo da Organização Mundial de Saúde: 150 minutos de exercícios aeróbicos moderados (a tal meia hora em ritmo levemente puxado, cinco vezes por semana) ou 75 minutos (25 minutos, três vezes por semana) se a atividade for intensa. Os novos estudos, porém, começam a redirecionar o que os médicos e especialistas em esportes recomendam. ‘Caíram por terra nossas tradicionais orientações dos 45 minutos de caminhada diária. Já está provado que o treinamento intenso e intervalado traz os mesmos resultados que os outros, que demandam muito mais tempo’, diz Isa Bragança da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
(...)
“Dois especialistas* em treinamento do Human Performance Institute, na Flórida, elaboraram no ano passado, um programa de benefícios aparentemente impossíveis: tomar pouco tempo e provocar no corpo os mesmos efeitos de um treinamento de longa duração e maior frequência. (...). O exercício inteiro leva, na verdade, 7 minutos e 50 segundos. O único equipamento ‘necessário’ é uma cadeira.”
* Nota minha: Brett Klica e Chris Jordan são os autores do programa citado acima.