Autor Tópico: Ciência e Fé  (Lida 31445 vezes)

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Offline Geotecton

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #275 Online: 06 de Janeiro de 2012, 01:46:40 »
Você é cético, Jetro, porem só com assuntos que não confrontem suas crenças misticas, aí voce abandona o ceticismo...
Caro Contini.

Sou cético sim inclusive com minhas crenças.

Nossa diferença é que eu duvido até das "comprovações" científicas.

Eu duvido de tudo.

Somos diferentes principalmente, pelas nossas bases de comparação. Você só usa o que pode ver e eu, incluo a minha intuição.
[...]

Duvida de tudo?

Tem certeza?
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Offline _Juca_

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #276 Online: 06 de Janeiro de 2012, 11:55:27 »
Mas para ele a falta de evidências não significa nada... :(

Errado. A verdade é que as minhas evidências não possuem valor para vocês. Pois são subjetivas. Por isso não às posto aqui.



Elas não tem valor, porque não são evidências.

Offline _Juca_

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #277 Online: 06 de Janeiro de 2012, 12:10:26 »
Ele segue a Bíblia de acordo com suas próprias interpretações teológicas e ajusta as concepções científicas dentro e fora das lacunas conhecidas. Ele crê em Cristo e num deus criador, tudo isso são dogmas.

Cada um tem a sua própria teologia.
A questão é que muitos, por não conseguirem dar um passo adiante, preferem se apoiar na teologia de outro.
Jamais me curvaria a um dogma.
Tenho minhas experiências e formo minha posição com base nelas.


Ok, exponha seus conceitos ideológicos, sua idéia religiosa e a base do qual fundamenta sua crença e enumero eles para você.

Só pra adiantar, sua ideia de que a sua opinião subjetiva e sem evidências práticas valida sua crença, já se configura como um dogma.

Offline Contini

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #278 Online: 06 de Janeiro de 2012, 12:17:37 »
Citar
Caro Contini.
Sou cético sim inclusive com minhas crenças.
Nossa diferença é que eu duvido até das "comprovações" científicas.
Eu duvido de tudo.
Somos diferentes principalmente, pelas nossas bases de comparação. Você só usa o que pode ver e eu, incluo a minha intuição

Não, voce não demonstra ser cético com suas crenças, quando se é cético, se exige evidencias.  Evoce não é cético quanto a ciencia, pois apenas duvida porduvidar mesmo quando se lhe apresentam evidencias.

E a prova final de que voce não é cético voce accabou de confessar, voce usa a "intuição"quando as evidencias sãocontra suas crenças. Intuição não prova nada,se nãovoceteria que acreditarnos deuses indus,africanos, etc,  pois são tambem "provadas" pela intuição de quem as seguem.
"A idade não diminui a decepção que a gente sente quando o sorvete cai da casquinha"  - anonimo

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    “O escopo da ciência é limitado? Sim, sem dúvida: limitado a tratar daquilo que existe, não daquilo que gostaríamos que existisse.” - André Cancian

Offline genjikhan

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #279 Online: 06 de Janeiro de 2012, 21:09:29 »

E se a pessoa é cética,ela verá quase que diariamente,várias razões que seguir uma determinada religião ou outra não faz diferença positiva ou negativa na vida das pessoas ou do grupo em que elas estão . E com o tempo,o cético verá também que não conexão entre o que a pessoa acredita e a vida que teve. Em tempos remotos,os céticos eram na maioria deístas por essas razões .
Isso não pode equivaler a ser cético. Até por que um cético pode separar as coisas e perceber que religião faz sim, diferença na vida das pessoas. Que o digam, nessa linh,a sacerdotes religiosos, etc. Vale lembrar o efeito placebo, que até um cético bem cetiquíssimo vai compreender que pode justificar as religiôes.

O que eu quis dizer com isso não é o efeito que seguir uma religião faz na mente de uma pessoa e na sociedade ao redor dela e sim sobre a diferença que existe nos eventos externos,que estão fora de controle deles,como alguns tipos de enfermidade,a chegada da chuva,o rigor do inverno,a invasão de barbáros,etc . Um cético,mesmo antigamente,veria que o objeto de culto da religião não influencia nem negativamente e nem positivamente nesses eventos . Um exemplo disso é alguem acreditar que seguir uma superstição evita um destino trágico,como a morte . O cético veria que não faz diferença alguma seguir ou não seguir essa superstição . É claro que essa superstição tem que ser algo bobo,que não ajude ou atrapalhe nesse destino "trágico",como não passar por debaixo de uma escada ou nunca usar dois sapatos diferentes. O deísmo era um caminho natural porque havia muitas lacunas do conhecimento facilmente preenchíveis pelo sobrenatural .



Não, voce não demonstra ser cético com suas crenças, quando se é cético, se exige evidencias.  Evoce não é cético quanto a ciencia, pois apenas duvida porduvidar mesmo quando se lhe apresentam evidencias.

E a prova final de que voce não é cético voce accabou de confessar, voce usa a "intuição"quando as evidencias sãocontra suas crenças. Intuição não prova nada,se nãovoceteria que acreditarnos deuses indus,africanos, etc,  pois são tambem "provadas" pela intuição de quem as seguem.

Questionar antes de negar a ciência é um ato cético . Pelo menos a ciência foi feita por céticos para céticos,o que quer dizer que quem duvidar do que os livros de ciência diz,sempre terá a oportunidade de elaborar uma teoria melhor e mostrar-lá para o mundo(claro que isso tem que ser feito seguindo aquelas regras do método cientifico) . E lembrem se,a ciência ainda não encontrou evidências de que todos os conceitos de deus são irreais,apenas descartou o conceito de "deus ou deuses criador(es) do universo,da galáxia,do sistema solar,da terra,da vida e do homem".
« Última modificação: 06 de Janeiro de 2012, 21:33:20 por genjikhan »
"Não há fatos eternos,assim como não há verdades absolutas" - Friederich Nietzsche

"Os males de que padece o ser humano vêm em seu maior número,vêm dele mesmo" - Plínio

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Offline Sergiomgbr

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #280 Online: 06 de Janeiro de 2012, 22:34:06 »

E se a pessoa é cética,ela verá quase que diariamente,várias razões que seguir uma determinada religião ou outra não faz diferença positiva ou negativa na vida das pessoas ou do grupo em que elas estão . E com o tempo,o cético verá também que não conexão entre o que a pessoa acredita e a vida que teve. Em tempos remotos,os céticos eram na maioria deístas por essas razões .
Isso não pode equivaler a ser cético. Até por que um cético pode separar as coisas e perceber que religião faz sim, diferença na vida das pessoas. Que o digam, nessa linh,a sacerdotes religiosos, etc. Vale lembrar o efeito placebo, que até um cético bem cetiquíssimo vai compreender que pode justificar as religiôes.

O que eu quis dizer com isso não é o efeito que seguir uma religião faz na mente de uma pessoa e na sociedade ao redor dela e sim sobre a diferença que existe nos eventos externos,que estão fora de controle deles,como alguns tipos de enfermidade,a chegada da chuva,o rigor do inverno,a invasão de barbáros,etc . Um cético,mesmo antigamente,veria que o objeto de culto da religião não influencia nem negativamente e nem positivamente nesses eventos . Um exemplo disso é alguem acreditar que seguir uma superstição evita um destino trágico,como a morte . O cético veria que não faz diferença alguma seguir ou não seguir essa superstição . É claro que essa superstição tem que ser algo bobo,que não ajude ou atrapalhe nesse destino "trágico",como não passar por debaixo de uma escada ou nunca usar dois sapatos diferentes. O deísmo era um caminho natural porque havia muitas lacunas do conhecimento facilmente preenchíveis pelo sobrenatural .
Sim, mas há mais possibilidades. O cético talvez tivesse outra ótica em relação a essa questão. Poderia por exemplo, perceber que as religiões correspondem a um apanágio de soluções em relação a realidade da vida, na qual acreditar que dançar faz chover é uma via confiável não por que eventualmente chova mas, porque a dança em sí seja um conforto, a supressão por alguns momentos dessa realidade brutal  da vida, realidade essa, muitas vezes sem sentido. A possibilidade de que chova então, será a confirmação da dimensão divina do homem! Portanto essa postura cética de valorizar a investigação antes das certezas cruas, é uma boa via, para instâncias tão diversas da dimensão humana.

Questionar antes de negar a ciência é um ato cético . Pelo menos a ciência foi feita por céticos para céticos,o que quer dizer que quem duvidar do que os livros de ciência diz,sempre terá a oportunidade de elaborar uma teoria melhor e mostrar-lá para o mundo(claro que isso tem que ser feito seguindo aquelas regras do método cientifico) . E lembrem se,a ciência ainda não encontrou evidências de que todos os conceitos de deus são irreais,apenas descartou o conceito de "deus ou deuses criador(es) do universo,da galáxia,do sistema solar,da terra,da vida e do homem".
Estatisticamente pode haver uma probalilidade até mesmo dum arranjo em que um deus tenha criado o universo, a galaxia, o sistema solar, a terra... ::)
Até onde eu sei eu não sei.

Offline genjikhan

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #281 Online: 07 de Janeiro de 2012, 00:27:42 »
Sim, mas há mais possibilidades. O cético talvez tivesse outra ótica em relação a essa questão. Poderia por exemplo, perceber que as religiões correspondem a um apanágio de soluções em relação a realidade da vida, na qual acreditar que dançar faz chover é uma via confiável não por que eventualmente chova mas, porque a dança em sí seja um conforto, a supressão por alguns momentos dessa realidade brutal  da vida, realidade essa, muitas vezes sem sentido. A possibilidade de que chova então, será a confirmação da dimensão divina do homem! Portanto essa postura cética de valorizar a investigação antes das certezas cruas, é uma boa via, para instâncias tão diversas da dimensão humana.

Interessante . Eu abordei o ponto de vista da ações externas que a religião influencia e você abordou o ponto de vista que o cético teria sobre as pessoas que fazem essas ações . E é bom lembrar que tempos atrás,não havia esse negócio de "método cientifico" para mostrar para as pessoas e para os céticos de que a dança da chuva funciona mesmo(ou não) .

Questionar antes de negar a ciência é um ato cético . Pelo menos a ciência foi feita por céticos para céticos,o que quer dizer que quem duvidar do que os livros de ciência diz,sempre terá a oportunidade de elaborar uma teoria melhor e mostrar-lá para o mundo(claro que isso tem que ser feito seguindo aquelas regras do método cientifico) . E lembrem se,a ciência ainda não encontrou evidências de que todos os conceitos de deus são irreais,apenas descartou o conceito de "deus ou deuses criador(es) do universo,da galáxia,do sistema solar,da terra,da vida e do homem".
Estatisticamente pode haver uma probalilidade até mesmo dum arranjo em que um deus tenha criado o universo, a galaxia, o sistema solar, a terra... ::)

Ainda bem que nem preciso me preocupar se essa possibilidade existir mesmo,porque só precisaria mudar do ateísmo para o deísmo e ainda assim não deixaria de ser cético(isso é claro se não dar à louca desse deus vir me visitar e querer que eu siga as regras malucas dele) .
« Última modificação: 07 de Janeiro de 2012, 00:49:16 por genjikhan »
"Não há fatos eternos,assim como não há verdades absolutas" - Friederich Nietzsche

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Offline Jetro

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #282 Online: 17 de Janeiro de 2012, 23:23:22 »
Elas não tem valor, porque não são evidências.

Suas evidências e comprovações científicas, um dia não passaram de intuições.
Se você vivesse naquela época, não acreditaria em quase nada...
"Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima." Louis Pasteur

Offline Jetro

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #283 Online: 17 de Janeiro de 2012, 23:27:07 »
Ok, exponha seus conceitos ideológicos, sua idéia religiosa e a base do qual fundamenta sua crença e enumero eles para você.

Só pra adiantar, sua ideia de que a sua opinião subjetiva e sem evidências práticas valida sua crença, já se configura como um dogma.

décadas de experiências não se descrevem em algumas linhas.
Acho que você não sabe o que é um Dogma.
"Um pouco de ciência nos afasta de Deus. Muito, nos aproxima." Louis Pasteur

Offline Jetro

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #284 Online: 17 de Janeiro de 2012, 23:36:11 »
Não, voce não demonstra ser cético com suas crenças, quando se é cético, se exige evidencias.  Evoce não é cético quanto a ciencia, pois apenas duvida porduvidar mesmo quando se lhe apresentam evidencias.

Eu exijo evidências sim. Mas as minhas evidências não servem para você.
Acredito na ciência. Mas não a tenho como verdade absoluta.


Citar
E a prova final de que voce não é cético voce accabou de confessar, voce usa a "intuição"quando as evidencias sãocontra suas crenças.

Você aparece com cada coisa que me deixa perplexo! De onde você tirou isso meu caro? hehehe
Você consegue achar pelo em ovo.


Citar
Intuição não prova nada, se não voce teria que acreditar nos deuses indus, africanos, etc,  pois são tambem "provadas" pela intuição de quem as seguem.
Na índia existem 300 milhões de deuses.
COnheço uma família que endeusa uma arvore e todo dia faz um culto em sua volta.
Tem coisas que a minha intuição diz imediatamente para cair fora que é furada.
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Offline Dr. Manhattan

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #285 Online: 17 de Janeiro de 2012, 23:43:58 »
Elas não tem valor, porque não são evidências.

Suas evidências e comprovações científicas, um dia não passaram de intuições.
Se você vivesse naquela época, não acreditaria em quase nada...

Você está certo! Não acreditar em quase nada seria a postura mais correta. Se você perguntasse a um cético imaginário do século V A.C. o que são as estrelas, ou se é o Sol o a Terra que está no centro do Universo, ou o que causa as doenças, esse cético imaginário responderia: Não sei!.

Esse cético é imaginário, porque o impulso natural do ser humano é tentar encontrar alguma resposta, mesmo que imaginária. As pessoas costumam se sentir tão desconfortáveis dizendo "não sei" que tentam arrumar qualquer resposta. Mesmo as mais fantasiosas. O ceticismo tal como praticado hoje é algo bastante antinatural e recente. E é importante ter em mente que hoje sabemos muitas coisas, e descobrimos que quase todas as antigas respostas inventadas (obtidas pela "intuição" ou pelo senso comum) estavam erradas.
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Alan Watts

Offline Geotecton

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #286 Online: 17 de Janeiro de 2012, 23:53:01 »
Não, voce não demonstra ser cético com suas crenças, quando se é cético, se exige evidencias.  Evoce não é cético quanto a ciencia, pois apenas duvida porduvidar mesmo quando se lhe apresentam evidencias.
Eu exijo evidências sim. Mas as minhas evidências não servem para você.

É óbvio. Elas são anedóticas.


Acredito na ciência. Mas não a tenho como verdade absoluta.

Eis a diferença fundamental: Os céticos não creem na Ciência. Apenas reconhecem que o conhecimento dela advindo é o que melhor descreve a realidade objetiva (aquela que não tem lugar na mente de religiosos e supersticiosos).


Intuição não prova nada, se não voce teria que acreditar nos deuses indus, africanos, etc,  pois são tambem "provadas" pela intuição de quem as seguem.
Na índia existem 300 milhões de deuses.

Fonte?
 

COnheço uma família que endeusa uma arvore e todo dia faz um culto em sua volta.

Ao menos eles cultuam um ente útil.


Tem coisas que a minha intuição diz imediatamente para cair fora que é furada.

É mesmo?

É a sua intuição ou a sua ideologia cristã?
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Offline genjikhan

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #287 Online: 18 de Janeiro de 2012, 01:54:07 »
O ceticismo tal como praticado hoje é algo bastante antinatural e recente.

Porque que o ceticismo atual é algo anti natural? Sua resposta se baseia no comportamento de outros céticos?
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Offline Gigaview

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #288 Online: 18 de Janeiro de 2012, 02:11:38 »
O ceticismo tal como praticado hoje é algo bastante antinatural e recente.

Porque que o ceticismo atual é algo anti natural? Sua resposta se baseia no comportamento de outros céticos?

O ceticismo exige esforço e atitude intelectual, além de manter foco constante em fatos e evidências. Como isso não é fácil, talvez seja mais simples e natural simplesmente acreditar, como faz a maioria das pessoas. A estrutura do ceticismo científico é bastante recente, vide as contribuições de Popper, Kuhn, Lakatos e outros.

Foi essa a minha interpretação da frase do Dr Manhattan.
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Offline gilberto

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #289 Online: 18 de Janeiro de 2012, 02:48:08 »
COnheço uma família que endeusa uma arvore e todo dia faz um culto em sua volta.
Tem coisas que a minha intuição diz imediatamente para cair fora que é furada.
Mas porque você acha que acreditar em uma divindade antropomórfica é menos furado que acreditar em uma divindade fitomórfica, zoomórfica, geomórfica, astromórfica, etc?    :'(

Offline Sergiomgbr

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #290 Online: 18 de Janeiro de 2012, 04:49:02 »
COnheço uma família que endeusa uma arvore e todo dia faz um culto em sua volta.
Tem coisas que a minha intuição diz imediatamente para cair fora que é furada.
Mas porque você acha que acreditar em uma divindade antropomórfica é menos furado que acreditar em uma divindade fitomórfica, zoomórfica, geomórfica, astromórfica, etc?    :'(
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Offline Dr. Manhattan

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #291 Online: 18 de Janeiro de 2012, 10:35:56 »
O ceticismo tal como praticado hoje é algo bastante antinatural e recente.

Porque que o ceticismo atual é algo anti natural? Sua resposta se baseia no comportamento de outros céticos?

O ceticismo exige esforço e atitude intelectual, além de manter foco constante em fatos e evidências. Como isso não é fácil, talvez seja mais simples e natural simplesmente acreditar, como faz a maioria das pessoas. A estrutura do ceticismo científico é bastante recente, vide as contribuições de Popper, Kuhn, Lakatos e outros.

Foi essa a minha interpretação da frase do Dr Manhattan.

Exato. O fato é que evoluimos para sobreviver, não para tecer teorias acerca do funcionamento do mundo. Para um cro-magnon na savana, era mais vantajoso para sua sobrevivência interpretar um vulto indistinto como um predador ou um inimigo do que adotar uma postura cética ("não sei o que é esse vulto. Vou investigar...") Não é à toa que um cético precisa fazer um esforço mental consciente para descartar, mesmo que provisioramente, respostas aparentemente fáceis e intuitivas sem bases empíricas. É preciso que as pessoas tenham em mente que o ceticismo científico é uma conquista; um instrumento que mudou a vida da humanidade para melhor* e que deve ser cultivado.


*Claro, a ciência pode ser usada para destuir, mas eu afirmo que o no final das contas o saldo tem sido positivo.
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Alan Watts

Offline genjikhan

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #292 Online: 18 de Janeiro de 2012, 12:55:32 »
Não é à toa que um cético precisa fazer um esforço mental consciente para descartar, mesmo que provisioramente, respostas aparentemente fáceis e intuitivas sem bases empíricas.

Ainda hoje existe muitas questões que ficariam em aberto com essa posição cética e por causa dessa conformidade com a ignorância que a maioria das pessoas não se sentem confortáveis em serem céticas com os conhecimentos que possuem . Isso vale um pouco para os céticos tambem,já que é algo muito dificil ser 100% cético sobre todo o conhecimento adquirido e por essa razão a pessoa acaba cultivando um dogma ou outro,no sentido de uma ideia em que ela evita questionar . Em tese,isso não vale para as ideias já questionadas,à menos que a base delas sejam muito frágeis .
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Offline Dr. Manhattan

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #293 Online: 18 de Janeiro de 2012, 13:19:05 »
Não é à toa que um cético precisa fazer um esforço mental consciente para descartar, mesmo que provisioramente, respostas aparentemente fáceis e intuitivas sem bases empíricas.

Ainda hoje existe muitas questões que ficariam em aberto com essa posição cética e por causa dessa conformidade com a ignorância que a maioria das pessoas não se sentem confortáveis em serem céticas com os conhecimentos que possuem .

Desculpe-me, mas não consegui entender exatamente o que você quis dizer com essa frase.

Isso vale um pouco para os céticos tambem,já que é algo muito dificil ser 100% cético sobre todo o conhecimento adquirido e por essa razão a pessoa acaba cultivando um dogma ou outro,no sentido de uma ideia em que ela evita questionar .

Isso na verdade nos remete a Descartes, que foi quem primeiro propôs que a verdade pode ser alcançada partindo-se da dúvida. Ele mesmo não resistiu à tentação de postular a existência de deus. Mas note que essa postura não nos impede de aceitar alegações sem bae empírica - contanto que estejamos cientes disso e que reconheçamos que elas podem ser questionadas. Podemos aceitar um postulado sem evidências como um axioma, a partir do qual outras conclusões fluem logicamente. Porém, se estivermos lidando com proposições acerca do mundo físico, a confirmação experimental das alegações obtidas a partir dos seus aximoas é imprescindível. É também possível utilizar conceitos não-mensuráveis como instrumentos de cálculo, contanto que tenhamos em mente que é isso que eles são.

Note que em ciência, o que se faz é: observa-se eventos a_1%2C+a_2%2C+a_3 e b_1%2C+b_2%2C+b_3. Em seguida você pode elaborar a hipótese: Supondo que o princípio A seja verdade, resulta que o princípio B é verdade, e de B resulta que C é verdade. A partir de A podemos prever que os seguintes eventos devem ser observados: a_1%2C+a_2%2C+a_3%2C+...%2C+a_n e a partir de B prevemos que b_1%2C+b_2%2C+...%2C+b_n serão observados. Com isso, a suposição de A não só explica os resultados já obtidos (índices 1 a 3) mas prevê novos resultados (índices maiores que 3). Não só isso, mas ela também pode prever c_1%2C+c_2%2C+c_3%2C+..., que é uma classe de eventos que não foi estudada ainda.

A diferença entre esse esquema e o que os gregos faziam era que se dispensava a verificação experimental. Começava-se com o princípio A, talvez por ser esteticamente agradável ou por combinar com as preferências pessoais do autor. Daí que, se B e C resultassem, e se estes combinassem com o senso comum e com a observação casual*, então aceitava-se A.

Voltando ao ceticismo científico: um cético então deve ter humildade para aceitar que os princípios que estão na base de suas hipóteses têm de passar pelo crivo do experimento. E se não passarem, devem ser descartados.


*Por exemplo, a ideia aristotélica de que uma força é necessária para manter um objeto em movimento é confirmada pelo senso comum e por observações casuais. No entanto, ela é refutada por um estudo experimental mais elaborado.
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Offline gilberto

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #294 Online: 18 de Janeiro de 2012, 14:38:28 »
Divindade geomórfica??? Geotecton!  :lol:
Amém!!!

Offline Sergiomgbr

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #295 Online: 18 de Janeiro de 2012, 15:18:29 »
Para um cro-magnon na savana, era mais vantajoso para sua sobrevivência interpretar um vulto indistinto como um predador ou um inimigo do que adotar uma postura cética ("não sei o que é esse vulto. Vou investigar...") (...)
Mas... mas, e se toda  a humanidade tiver descendido de um Cro-magnon cético que resolvera não interpretar um vulto indistinto numa savana etc. como inimigo ou predador mas sim investigar e constatar algo diverso,  de forma tal que isso terá sido determinante para sua sobrevivência?
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Offline Dr. Manhattan

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #296 Online: 18 de Janeiro de 2012, 15:26:22 »
Para um cro-magnon na savana, era mais vantajoso para sua sobrevivência interpretar um vulto indistinto como um predador ou um inimigo do que adotar uma postura cética ("não sei o que é esse vulto. Vou investigar...") (...)
Mas... mas, e se toda  a humanidade tiver descendido de um Cro-magnon cético que resolvera não interpretar um vulto indistinto numa savana etc. como inimigo ou predador mas sim investigar e constatar algo diverso,  de forma tal que isso terá sido determinante para sua sobrevivência?

A seleção natural meio que torna difícil essa possibilidade. Mas não é preciso ser tão estrito: é possível notar que existem pessoas que são naturalmente mais crédulas que outras.
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Re:Ciência e Fé
« Resposta #297 Online: 18 de Janeiro de 2012, 15:37:38 »
Para um cro-magnon na savana, era mais vantajoso para sua sobrevivência interpretar um vulto indistinto como um predador ou um inimigo do que adotar uma postura cética ("não sei o que é esse vulto. Vou investigar...") (...)
Mas... mas, e se toda  a humanidade tiver descendido de um Cro-magnon cético que resolvera não interpretar um vulto indistinto numa savana etc. como inimigo ou predador mas sim investigar e constatar algo diverso,  de forma tal que isso terá sido determinante para sua sobrevivência?

Nesse caso, a melhor escolha seria "na dúvida, fuja!". Potenciais espécies/presas que escolhessem esperar para descobrir se o vulto se tratava ou não de um predador, com certeza estariam mais sujeitas a baixas. Daí podermos considerá-las como menos adaptadas. Aqui, com certeza o ceticismo seria desvantajoso.
"Houve um tempo em que os anjos perambulavam na terra.
Agora não se acham nem no céu."
__________
Provérbio Iídiche.

"Acerca dos deuses não tenho como saber nem se eles existem nem se eles não
existem, nem qual sua aparência. Muitas coisas impedem meu conhecimento.
Entres elas, o fato de que eles nunca aparecem."
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Offline Sergiomgbr

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #298 Online: 18 de Janeiro de 2012, 15:46:05 »
Para um cro-magnon na savana, era mais vantajoso para sua sobrevivência interpretar um vulto indistinto como um predador ou um inimigo do que adotar uma postura cética ("não sei o que é esse vulto. Vou investigar...") (...)
Mas... mas, e se toda  a humanidade tiver descendido de um Cro-magnon cético que resolvera não interpretar um vulto indistinto numa savana etc. como inimigo ou predador mas sim investigar e constatar algo diverso,  de forma tal que isso terá sido determinante para sua sobrevivência?

Nesse caso, a melhor escolha seria "na dúvida, fuja!". Potenciais espécies/presas que escolhessem esperar para descobrir se o vulto se tratava ou não de um predador, com certeza estariam mais sujeitas a baixas. Daí podermos considerá-las como menos adaptadas. Aqui, com certeza o ceticismo seria desvantajoso.
Não sei não. Um Cro-magnon "MacGyver" seria um cético interessante.

Quanto ao que consta em negrito, parece non sequitur, principalmente se você quis dizer que descenderíamos de espécies que fugissem.
« Última modificação: 18 de Janeiro de 2012, 15:51:54 por sergiomgbr »
Até onde eu sei eu não sei.

Offline West

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Re:Ciência e Fé
« Resposta #299 Online: 18 de Janeiro de 2012, 15:57:10 »
Para um cro-magnon na savana, era mais vantajoso para sua sobrevivência interpretar um vulto indistinto como um predador ou um inimigo do que adotar uma postura cética ("não sei o que é esse vulto. Vou investigar...") (...)
Mas... mas, e se toda  a humanidade tiver descendido de um Cro-magnon cético que resolvera não interpretar um vulto indistinto numa savana etc. como inimigo ou predador mas sim investigar e constatar algo diverso,  de forma tal que isso terá sido determinante para sua sobrevivência?

Nesse caso, a melhor escolha seria "na dúvida, fuja!". Potenciais espécies/presas que escolhessem esperar para descobrir se o vulto se tratava ou não de um predador, com certeza estariam mais sujeitas a baixas. Daí podermos considerá-las como menos adaptadas. Aqui, com certeza o ceticismo seria desvantajoso.
Não sei não. Um Cro-magnon "MacGyver" seria um cético interessante.

Acho que o problema aqui acontece ao restringirmos o termo "ceticismo" ao fato de fugir ou ficar, quando uma coisa não exclui a outra. Mesmo um cro-magno que, de início optasse por fujir, poderia ser considerado cético, já que que a simples escolha de fugir não elimina a capacidade de questionamento que ele possa ter. Pensado por esse lado, acho que não seria legal usar o termo ceticismo nessa situação. 
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