Se você restringir a responsabilidade na legalidade – não é por não existir previsão legal.
Moralmente ele é.
Por essa ótica eu poderia imputar a responsabilidade moral a usuário, pelo assassinato que um traficante cometeria com uma arma que comprou com o dinheiro do tráfico. Mas a questão é, o usuário não comprou a arma, não traficou e não puxou o gatilho, porque responsabilizá-lo pelo crime que não cometeu? É mais ou menso como dizer que o erro do usuário justifica o do traficante, ou o erro do usuário leva o traficante ao erro.
A partir desse argumento, que é falacioso na minha opinião, teríamos que rever todos os conceitos que são determinados como errados por outrem a partir de uma conduta prévia. É o mesmo argumento que os católicos usam para imputar a culpa dos pecados criados por deus e cometidos por outros a todos os Homens. Na minha opinião, a responsabilidade do usuário, tanto moral quanto legal, vai até o momento em que ele paga pela droga ao traficante, a partir disso os erros são cometidos por outras pessoas.
E não adianta dizer que se o usuário não comprasse a droga não haveria tráfico. Aí se configuraria a hipocrisia, porque todos sabemos que se há drogas é porque há usuários, viciados e consumidores de todo tipo e classe social para qualquer tipo de droga, e ele pode ser seu amigo, vizinho, seu irmão, primo, pai, mãe, ou até nós mesmos, então vamos parar de culpar as pessoas pelos erros que elas não cometeram, não são elas as responsáveis pelas mazelas do tráfico de drogas, pelo menos não são os grandes responsáveis.
Gosto de tomar uma latinha cerveja muito de vez em quando, mas não sou culpado pela propaganda maciça das cervejarias que incitam á ingestão de álcool como se isso fosse a coisa mais legal do mundo sem que alertem para o fato que aquilo pode levar à pessoa ao alcolismo. Não aceito que por comprar cerveja e financiar as cervejarias, eu também seja responsável pelo alcoolismo que a propaganda pode gerar, e aposto que ninguém aqui aceitaria esse argumento.