Temma,
Nada contra desvirtuar tópicos, eu só queria entender a foto. Eis meu pitaco, então, mas sem ironias onde um tem que pescar o que o outro diz:
Creio que a desigualdade contribua, não a vejo como essencial, mas junto à impunidade e ausência do estado no que concerne à educação, saúde, moradia, saneamento, a coisa degringola. Em regiões onde o Estado é apenas o nome de um país e o nome de um time de futebol, a solução de problemas é uma questão de bravura, dignidade e coragem, não de justiça. As crianças crescem dessa forma e a questão do mérito, da forma como seus pares o percebem, como “malandrão”, corajoso, resolvido ou covarde, vejo como relevante, pois, muitas vezes, são pessoas assim as instâncias de poder dessas áreas. A evidência anedótica: jovens em geral se pautam por essa perspectiva (de todas as classes), pessoas que desacreditam na justiça resolvem seus problemas no braço, o brasileiro não é o maior seguidor de regras que eu conheço; uma menina, na tomada do Alemão, dizendo que a polícia acabou com a diversão...
Mais, cada um desses fatores influencia a criminalidade para mais ou menos a depender da condição socioeconômica, ou seja, a desigualdade é irrelevante pra quem é abastado, daí o fator determinante seria a impunidade e o “jeitinho”. A evidência anedótica: o congresso nacional...
Agora, creio ser uma esperança vaga montar a estrutura proposta pelo cara do TJ e esperar que os guris a respeitem. Eu preferiria melhorar as prisões e internatos. Vejo as pessoas fazendo propostas, como esse aí do TJ, mas, se algo não me escapou, ninguém sonda o cerne do problema ou, então, a famosa tábula rasa: são jovens, afinal, podemos moldá-los ao invés de puni-los.