Sinceramente,quando escrevi a msg do tópico fiz com um certo trollismo voluntario/involuntario. Pq sabia incoscientemente que chamaria mais atenção do que se colocasse com qualquer outra palavra ali, todos aqui acredito eu, qdo postam em qualquer lugar, gostam que suas postagem promovam discussão(é uma espécie de vaidade, que ideia boa o cara teve), comigo não é diferente.
No filme que citei a Dr Cientista do Filme "O contato" queria conhecer algo extraordinário ao tentar conseguir contato com seres alienígenas,o que ela queria era ver uma patinha do dragão(Pra mim este é um dos princípios do encantamento). E quando viu no filme nem conseguiu saber se aquilo era real ou imaginário. E pra quem viu o filme ela sentiu se mais próximos de alguns religiosos, apartir de então. Acredito que ai deva estar um questionamento de Carl Sagan, sobre qual verdade procuramos? Será que uma civilização que por ventura esteja mil anos luz nos daria uma resposta que gostaríamos de ver e ouvir, ou estaríamos apta para entende-la? Isso me remeteu a uma discussão na antiga STR, perguntaram o que seria uma prova cabal que Deus/ou divindades existem? No tópico em questão ficou bem evidente que não haveria como ter uma prova cabal que Deus existe, pq mesmo que se por exemplo ele visse hj e falasse conosco, como saberíamos que este que nos fala é Deus, poderíamos elaborar hipóteses mil? Poderíamos pensar isto pra Alma por exemplo(coisa que nunca pensei mto)?
Pq toda essa discussão e em rolação,isto tudo pq pra mim existe um cisma entre nós céticos e os religiosos. Temos um certo ar de superioridade, acreditamos que temos uma avaliação melhor da realidade , como se tivéssemos saído do matrix, ou tivessemos vistos por detrás do mundo das sombras de Platão. Igualmente acontece com os religiosos e ficamos sem conseguir discussão entre este 2 mundos. Mtos não conseguem ver que existem coisa boas na religião, ideias interessantes e o pouco que dialogamos com este conhecimento, e quando acontece se dá por um certo distanciamento. Bem são só ideias minhas, podem descer o cacete, Elas são pra isso mesmo.
De fato, confesso que fica bem difícil não acreditar que tenho uma avaliação melhor da realidade ao me comparar com pessoas que acreditam em dogmas sem nenhum fundamento concreto e, para mim, não se trata de "ter saído da matrix". Não tenho formação científica, assim como não tenho dúvidas de que um cientista tenha uma compreensão da realidade e do mundo muito melhor e mais útil do que a minha. Mas, afinal, porque isso me interessaria? Não estou participando de nenhum campeonato de lucidez e nem tenho pretensão de ter a minha existência lembrada como sendo de grande utilidade. Minha vida é voltada para vivenciar o máximo de bem estar, estou sempre negociando comigo mesma, planejando e encontrando meios de viver melhor. E o ateísmo, aliado as minhas experiências pessoais, tem um papel fundamental em me dotar de praticidade, em me livrar de adiamentos, em me fazer aproveitar cada oportunidade e valorizar cada momento.
Quanto a isso, sou absolutamente radical. Realmente não desejo envolvimento com nenhuma religião ou doutrina, que em nada tem a contribuir com o meu desenvolvimento. Não vejo muita validade em ensinamentos religiosos como "amar ao próximo como a ti mesmo". Ok, até são bonitos, mas não me farão amar os vizinhos, os transeuntes da rua, os caixas de bancos ou seja lá quem mais. Sinto respeito por essas pessoas -coisa que em geral, falta bastante no comportamento da maioria dos religiosos- , mas continuarei a amar quem já amo. Por puro interesse literário e um apreço antigo por mitologias, tive algum breve contato com certas religiões, mas logo reparei que as religiões ocidentais atuais tem uma mitologia bem menos rica e interessante do que as crenças mais antigas, então ficou só nisso. Não sinto nenhuma vontade ou necessidade de retomar esse contato.
Algumas das pessoas que mais amo são crentes em alguma coisa, todos sabem que sou atéia e apenas alguns poucos ainda tentam alguma doutrinação ou fazem algum comentário de cunho religioso ou espiritual. Quando acontece, eu apenas sorrio, com um olhar de "tá de sacanagem, né?" e, no máximo, digo logo "já falei pra largar essa cachaça". Não me permito transformar em discussão algo tão subjetivo e por isso mesmo não fico exclamando minhas convicções a cada oportunidade. Se alguma forma de espiritualidade funcionar como gerador de bem estar para alguém, entendo o uso desse recurso. Mas se funcionar como gerador de culpa, medo, angústia, intolerância, violência e ignorância, como acredito que funcione para a maioria, simplesmente não faz sentido algum.
E se o forista Herr Kaleun quer chamar de espiritualidade seja lá o que for o que ele sente diante da beleza, complexidade e imensidão do universo, tudo bem.
Desde que, é claro, não espere ser compreendido por outros foristas ateus.