Cara, acho um saco esse negócio de postar 1.344.890 fontes sendo que 1.344.889 não tem nada a ver com o assunto debatido... para mim isso é puramente desonestidade intelectual.
O sujeito sabe que poucas pessoas terão paciência de checar ponto por ponto e aí coloca um monte de baboseira que não tem nada a ver com o assunto. Ainda bem que existem pessoas com disposição e paciência como o Johnny para checar cada link.
* Determinada fraqueza da "uva sem semente - 19 tipos" quanto a um determinado fungo
O artigo não relaciona a susceptibilidade às doenças fúngicas citadas ao fato da fruta ter ou não ter semente. O artigo cita diversas culturas variadas, a maioria delas COM sementes. O Espíritos pinçou do artigo a parte que lhe interessava, quando ele deu exemplo de uvas sem sementes suscetíveis. Mas em momento algum o artigo relaciona o fato da fruta ter ou não sementes com a maior ou menor susceptibilidade à doença.
* Brasil é contra uso de sementes transgênicas estéreis
Este é um assunto que ainda rende uma certa polêmica. O uso de sementes transgênicas estéreis é um assunto relativamente novo e carece de regulamentação em diversos países, não só o Brasil. Mas me parece muito mais uma resistência ao novo do que qualquer outra coisa. Os transgênicos de soja com resistência a herbicidas quando surgiram causaram uma enorme resistência, mas hoje são amplamente usados.
Tecnologia Terminator ( sementes trangênicas estéreis) - Uma ameaça a soberania alimentar
Artigo totalmente tendencioso, anacrônico e com forte apelo à emoção. Esta tecnologia ainda não está regulamentada. O artigo dá a entender que esta será a única opção no futuro para a agricultura, o que não é verdade. Hoje mesmo já temos variedades das mais variadas culturas milho que não podem ser replantadas, não porque não germinarão, mas porque a produtividade cai drasticamente se as sementes não forem produzidas com cuidado e tecnologia nos cruzamentos e na armazenagem. O produtor empresarial já compra suas sementes todo ano, independente de serem transgênicas. Pequenos produtores e agricultores familiares, se quiserem produzir sua própria semente, tem a opção de usar variedades e sementes que permitem esta produção.
O que vejo em postagens dos oposicionistas às novas tecnologias é um desconhecimento grande de como funciona a agricultura atual e uma visão muito romantizada dela.
A agricultura hoje no Brasil está dividida, a grosso modo, em duas vertentes: grandes produtores, que são mais empresários do que agricultores, que cultivam grandes áreas; e agricultores familiares, que cultivam normalmente pequenas áreas. Nos familiares existem aqueles que vivem da agricultura, vendendo seus produtos, e aqueles que produzem apenas para sua subsistência.
Cada grupo tem necessidades e características diferentes. Para grandes produtores, produzir a própria semente é caro e ineficiente, porque eles precisam de sementes de alto poder germinativo, boa genética e capacidade produtiva. Produzir e manter sementes com estas características não é fácil, requer estudos genéticos, armazenamento em câmaras frias, técnicas de cruzamento entre plantas, e mais recentemente até engenharia genética. É coisa para profissionais. Por isso, grandes produtores em geral todo ano já compram suas sementes.
Médios e pequenos produtores podem comprar suas semente ou optar por produzi-las, mas no geral produzir as próprias sementes ou mudas só vale a pena para agricultores de subsistência, que não tem condições tecnológicas de atingir altas produções e se preocupam unicamente com o baixo custo da semente produzida por eles mesmos.
O agricultor atualmente tem à disposição centenas ou milhares de variedades de culturas para plantio, desenvolvidas por empresas privadas, ou por empresas governamentais, como a EMBRAPA (que faz um excelente trabalho neste sentido) e empresas de extensão rural estaduais.
Portanto, essa conversa de "grandes corporações demoníacas que irão monopolizar todas as sementes do mundo usando os transgênicos" é muito mais alarmismo sem fundamento do que fato real.