Autor Tópico: Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam  (Lida 16969 vezes)

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Offline Cientista

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #75 Online: 30 de Março de 2013, 18:16:34 »
O Cientista ia fazer um estrago por estas bandas...

Oh God....
Já me chamaram por dois de meus nomes. Só falta mais uma vez.


Franky Puxa-Frango, quer que eu faça isso? Então diga, agora: O FE-DE-RAL, ou O TODO-PODEROSO, ou O SUPREMO, qualquer nome ou tratamento que se aplique adequadamente a mim que passo o rodo nesse Mel Gibson filosofista. O efeito colateral é que o rodo vai varrer todo o resto, especialmente esse aí que usa a indução para pregar contra ela mesma. Sabe de quem estou falando, né? É, ele também sabe.

Vai (vou) varrer todo mundo porque...

mas QUAAAAAAAAAAnta baboseira, santo sepulcro do meu senhor Proteus! Que filosofaria braba!

Offline Derfel

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #76 Online: 30 de Março de 2013, 18:23:02 »
Não sei qual o problema com a idéia de uma civilização disparar o processo de expansão do universo.

1. Existe a possibilidade de viagem no tempo? Teoricamente sim.
2. A presença de matéria no campo quântico poderia desestabilizá-lo a ponto de produzir partículas de matéria? Aparentemente sim, e poderia explicar o motivo de haver mais matéria que antimatéria no universo.
3. É possível construir tal máquina do tempo? Hoje, não. Mas nada impede que haja uma civilização que possa fazê-la em um futuro distante e em algum lugar do universo (aqui existe uma petição de princípio: que uma civilização dure tempo suficiente para chegar em tal estágio)
4. Ela estaria disposta a realizar a tarefa de disparar o universo ou saberia que deveria fazer isso? Ela já teria feito no passado, caso contato ela não existiria.

Acho esses argumentos tão bons quanto os seus, com a diferença que não houve a necessidade da metafísica



Offline Derfel

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #77 Online: 30 de Março de 2013, 18:24:42 »
Eu avisei.

Offline O Grande Capanga

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #78 Online: 30 de Março de 2013, 18:41:41 »
Vamos parar de palhaçada. A origem do universo é esta:

<a href="https://www.youtube.com/v/HoqSas2uFKw" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/HoqSas2uFKw</a>

Offline Luiz F.

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #79 Online: 30 de Março de 2013, 21:27:18 »
Lendo tópicos como esse eu me lembro o porquê da minha ojeriza por filosofia...
"Você realmente não entende algo se não consegue explicá-lo para sua avó."
Albert Einstein

Offline EuSouOqueSou

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #80 Online: 30 de Março de 2013, 23:20:43 »
Lendo tópicos como esse eu me lembro o porquê da minha ojeriza por filosofia...

Pelo menos me serviu para enriquecer o meu vocabulário. :D
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline EuSouOqueSou

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #81 Online: 30 de Março de 2013, 23:43:16 »
Citação de: M4dM4x
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Citação de: Enjolras em Hoje às 10:20:46
Vc não entendeu. Elas não surgem do nada (favor notar as aspas), elas se transformam de energia para matéria e vice-versa, conforme vão interagindo com outras partículas elementares e as forças fundamentais (na verdade, o Modelo Padrão mostra que as Forças Nuclear Fraca e Forte estão associadas a algumas partículas).
Pois é, para interagir elas precisam já estar existindo. Sei onde quer chegar, mas você se perdeu em uma questão básica: As reações físicas gastam e geram energia, mas não podem fazer isso sobre si mesmas eternamente. Entropia.

Bem, não sei se são propriamente reações químicas, acho que vc ainda não entendeu. Não há gasto de energia, não uma retirada de energia de um lugar para formar essas partículas. E sobre a Entropia, não há como vc contra-argumentar usando a entropia pq, por lógica, ela seria nula no início do Universo.

Citação de: M4dM4x
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...já havia alguma forma de energia. Não há como dizer como era, a Ciência não tem como explicar isso, então vamos para a filosofia.
A ciência não pode nem dizer que era energia ou qualquer coisa parecida...

Como eu disse, estou apenas filosofando, assim como vc. :)

Citação de: M4dM4x
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Eu estou postulando que essa forma de Energia era (ou é, se ainda existir) diferente de tudo que a Ciência conhece hoje e portanto pode perfeitamente ter estado sempre ali, concentrada naquele ponto onde o Universo começou. Alguma dificuldade em aceitar isso?
Você não está filosofando, pois não tem qualquer evidência/argumento para acreditar que havia uma energia ali e etc...

E pra filosofar precisa de evidências? Cara, vc se embananou todo agora, vc acabou de ferrar a sua própria argumentação. :P

M4d, na boa, vc tá indo muito mal. Talvez pq esteja interagindo com tantos outros foristas que nem consegue acompanhar o raciocínio de cada um, nem consegue sustentar a sua argumentação. Sem falar que já demonstrou não conhecer bem estruturas lógicas, como já mostrou o Agnóstico, nem conhece outros filósofos que já rebateram o argumento cosmológico e nem mesmo está se esforçando para entender o que os outros foristas estão postando, vc mesmo disse que ainda não leu os textos de Bertrand Russel, por exemplo.

E tudo isso porque vc se agarrou ao argumento Kalam como se fosse a última tábua de salvação. Fincou o pé e não arreda. Pra mim o debate estagnou, vou parar por aqui.
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline M4dM4x

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #82 Online: 31 de Março de 2013, 18:08:26 »
Mas a filosofia é a religião. Seu argumento de causa primeiro e a estratégia de usar "tudo que vem a existir" é apenas um disfarce para colocar seu deus no meio.
Não tenho como discutir com alguém que nega a primeira premissa. Você está sendo intelectualmente desonesto, só para não acompanhar o raciocínio. Mesmo eu já tendo defendido a premissa...
Não defendeu a premissa. Sua premissa é uma petição de princípio. Tudo o que vem a existir tem uma causa.. Isso quer dizer que há o grupo "que veio a existir" QVE e o grupo que "não veio a existir". NVE.
Como o grupo NVE só pode ser preenchido por um ente, ele é uma petição de princípio.
Outra coisa, como disse a crítica de Hume e a Falseabilidade de Popper te levam a obrigação de colocar uma evidência refutável para o debate.
Esse tipo de preprosição só pode ser falseado de algo vir a existir do nada. O que é impossível.
É isso que você considera então?
Você pode até tentar encaixar uma causa necessária. O que não pode fazer é extrapolar isso para algo imaterial/espacial e que tem vontade própria. Ou seja, que age por meios sobrenaturais. Isso é petição de princípio. Você simplesmente pulou de um raciocínio de uma seqüência de causa e efeito, para atribuir propriedades a uma entidade que de nenhuma forma advém desse raciocínio.
É só ler o que já digitei antes...
Tal causa, não pode ter sido causada, LOGO SEMPRE EXISTIU!
Tal causa está fora do mundo material/espacial/temporal, afinal ela que causou esse mundo, LOGO É IMATERIAL/NÃO ESPACIAL/ATEMPORAL.
Tal causa de existência eterna não pode ter sido "influenciada" por nada externo, afinal não existe além dela, LOGO VEIO DELA A VONTADE DE CAUSAR O UNIVERSO, ENTÃO TEM VONTADE.
Quanta besteira. Para dizer o mínimo. Prove a existência desse ente ou dessa causa incausada. Voce insiste em usar o raciocínio dos preguiçosos. Se a ciência tivesse seguido por esse caminho, não existiria ciência.
Haha, preguissa eu teria se tivesse parado de responder quando começou a considerar a premissa 1º como falsa.
Pode ser, mas também posso argumentar dizendo que da mesma forma, que a existência de uma interferência sobrenatural não se encaixa em qualquer evidência que temos hoje, nem forçando a barra.
Não preciso de evidência HOJE, a questão é outra.
Ou utilizando uma adaptação do argumento central, "Tudo o que vem a existir tem causas naturais". Logo, se o Universo tem uma causa, essa deve ser natural e não sobrenatural. Isso é suportado por todas as evidências e observações do comportamento da natureza que se fez até agora, por que deveria ser diferente em t=0?
Ângelo não fui irônico. Achei sua tirada genial.  É uma maneira de bater o argumento cosmológico com outro cosmológico, só que ateu.  Achei fabuloso.
Nossa, depois dessa parece que pensaram: "Pronto venci o debate!!!"
Mas sua adaptação é irracional. Tão simples perceber.
Para a causa da existência do universo ser natural você teria que mostrar como é possível uma causa natural existir ANTES DO PRÓPRIO MUNDO NATURAL EXISTIR. É fabuloso mesmo!!!
E você tem que mostrar que existe uma causa sobrenatural.
Mas a cosmologia de Ângelo é bem melhor, é mais específica (continua sendo um argumento ruim, mas o Ângelo o criou como o melhor argumento possível para uma cosmologia, que é tosca por definição). Tudo o que nós vemos hoje tem uma causa natural. Não há porque o universo não a tê-la.
No teu caso, você pode mostrar que ao menos alguma coisa não teve causa natural? Uma apenas?
Outro ponto, no caso da causa natural, existem teorias, equações, previsões feitas acertadamente. O que a causa não causada pode prever.
Deixa eu te dizer: AD HOC.
Eu já provei é só seguir o raciocínio.
O argumento não é ruim, simplesmente não faz sentido algum. Mas se acha melhor que o meu, aí é questão de gosto mesmo.
Citação de: M4dM4x
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Citação de: Enjolras
Vc não entendeu. Elas não surgem do nada (favor notar as aspas), elas se transformam de energia para matéria e vice-versa, conforme vão interagindo com outras partículas elementares e as forças fundamentais (na verdade, o Modelo Padrão mostra que as Forças Nuclear Fraca e Forte estão associadas a algumas partículas).
Pois é, para interagir elas precisam já estar existindo. Sei onde quer chegar, mas você se perdeu em uma questão básica: As reações físicas gastam e geram energia, mas não podem fazer isso sobre si mesmas eternamente. Entropia.
Bem, não sei se são propriamente reações químicas, acho que vc ainda não entendeu. Não há gasto de energia, não uma retirada de energia de um lugar para formar essas partículas. E sobre a Entropia, não há como vc contra-argumentar usando a entropia pq, por lógica, ela seria nula no início do Universo.
Você é que não percebe o que está falando.
Mesmo que aceitássemos um entropia partindo do "zero", a situação seria a mesma. Perceba que o que você diz não faz sentido. Você estabelece que que o universo estava lá "parado". Mas não tem por qualquer via racional supor que ele possa ter estado lá em um estado "inicial" parado. Você é que quer imaginar isso. Esse tipo de afirmação precisaria de evidências.
Citação de: M4dM4x
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...já havia alguma forma de energia. Não há como dizer como era, a Ciência não tem como explicar isso, então vamos para a filosofia.
A ciência não pode nem dizer que era energia ou qualquer coisa parecida...
Citação de: Enjolras
Como eu disse, estou apenas filosofando, assim como vc. :)
Citação de: M4dM4x
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Eu estou postulando que essa forma de Energia era (ou é, se ainda existir) diferente de tudo que a Ciência conhece hoje e portanto pode perfeitamente ter estado sempre ali, concentrada naquele ponto onde o Universo começou. Alguma dificuldade em aceitar isso?
Você não está filosofando, pois não tem qualquer evidência/argumento para acreditar que havia uma energia ali e etc...

Citação de: Enjolras
E pra filosofar precisa de evidências? Cara, vc se embananou todo agora, vc acabou de ferrar a sua própria argumentação. :P
E não é que precisa?! Dá pra discutir com alguém que nem sabe o que é filosofia...
Citação de: Enjolras
M4d, na boa, vc tá indo muito mal. Talvez pq esteja interagindo com tantos outros foristas que nem consegue acompanhar o raciocínio de cada um, nem consegue sustentar a sua argumentação. Sem falar que já demonstrou não conhecer bem estruturas lógicas, como já mostrou o Agnóstico, nem conhece outros filósofos que já rebateram o argumento cosmológico e nem mesmo está se esforçando para entender o que os outros foristas estão postando, vc mesmo disse que ainda não leu os textos de Bertrand Russel, por exemplo.
Muito pelo contrario, perceba que todas as dúvidas estão sendo respondidas e praticamente todos os foristas chegaram ao seguinte ponto:
"Não dá pra saber porque precisaria de muito mais informação empírica do universo" (O que não condiz) e outros estão ou sugerindo teorias sem base alguma ou simplesmente não conseguem nem entender o que eu falei.
Eu sei o que o Russel falou e você ou qualquer outro que tivesse pelo menos feito um pesquisa básica teria visto que Russel tenta falsear a 2º premissa evocando que não podemos tratar o universo como "algo" assim como qualquer coisa dentro "dele". Mas o que ocorre é que as bases da segunda premissa são através de evidências empíricas, teoria do Big Bang, e para considera-lá não preciso supor o universo como "algo", nós demonstramos que ele tem começo de forma cientifica. E utilizamos essa informação.
Citação de: Enjolras
E tudo isso porque vc se agarrou ao argumento Kalam como se fosse a última tábua de salvação. Fincou o pé e não arreda. Pra mim o debate estagnou, vou parar por aqui.
Engraçado é que esse argumento no mundo até agora não teve suas bases abaladas, aqui é que isso não aconteceu mesmo. E até o Dawkins, que pouco sabe de filosofia, admite as conclusões desse argumento.

Não sei qual o problema com a idéia de uma civilização disparar o processo de expansão do universo.
1. Existe a possibilidade de viagem no tempo? Teoricamente sim.
2. A presença de matéria no campo quântico poderia desestabilizá-lo a ponto de produzir partículas de matéria? Aparentemente sim, e poderia explicar o motivo de haver mais matéria que antimatéria no universo.
3. É possível construir tal máquina do tempo? Hoje, não. Mas nada impede que haja uma civilização que possa fazê-la em um futuro distante e em algum lugar do universo (aqui existe uma petição de princípio: que uma civilização dure tempo suficiente para chegar em tal estágio)
4. Ela estaria disposta a realizar a tarefa de disparar o universo ou saberia que deveria fazer isso? Ela já teria feito no passado, caso contato ela não existiria.
Acho esses argumentos tão bons quanto os seus, com a diferença que não houve a necessidade da metafísica
Derfel, não sei como te dizer isso, mas...Parou para pensar que se disser que a viajem não foi no tempo, mas sim por outra dimensão a teoria faria "tanto" sentido como o sua?! Sabe porque? Porque isso ai que você disse é uma estoria criada na sua cabeça. Preciso dizer mais?
« Última modificação: 31 de Março de 2013, 21:32:45 por M4dM4x »
"A loucura é algo raro em indivíduos – mas em grupos, partidos, povos e épocas é a norma".

Offline Geotecton

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #83 Online: 01 de Abril de 2013, 00:10:29 »
O mesmo pode ser dito para a singularidade-mor.
Tenho nada a dizer sobre essa afirmação. Pra afirmar isso ou você não entendeu, ou entendeu e finge que não.

Eu não finjo nada porque não sou nenhum moleque. Então se quiser continuar neste fórum, ao menos demonstre um pouco mais de educação cortês.

Voltando ao assunto. Pouco sabemos sobre a singularidade-mor. Ela pode ter sido "criada" por um ente imaterial (ou dois, ou três, ou...) ou pode sempre ter existido sob um conjunto de leis físicas que simplesmente desconhecemos. Tanto é fato isto, que não há ainda nenhuma teoria que a descreva adequadamente, pois nem a MQ e nem a TGR são aplicáveis para ela.

Então eu afirmo: Você realmente não pode descartar a hipótese "materialista", ainda que seja baseada em informações fragmentadas de um estado de conhecimento científico incipiente, em prol da sua hipótese metafísica.


O efeito será o mesmo se a 'causa incausada' for material respondendo a leis físicas desconhecidas.
No seu mundo imaginário que torna isso possível apenas pelo se querer, o efeito é o mesmo sim.

O meu "mundo imaginário" é a Ciência e as pessoas que nela trabalham com fatos, evidências e - pasme - especulações do mundo natural, incluindo os desdobramentos dos modelos matemáticos das teorias cosmogônicas. Aliás é o mesmo mundo em que todos os principais físicos teóricos e cosmologistas habitam.

A maioria das pessoas chamam-no de 'realidade'.


Aqui há uma petição de princípio, pois não há como afirmar que "não existe além dela", porque poderiam existir duas ou mais "causas eternas". Do contrário, me apresente uma objeção que não seja metafísica.
Há, pode supor até 10 causas, só não tem base alguma pra isso...

Eu não perco o meu sono com isto ou com o seu "ser imaterial e atemporal" semelhante a uma "mente".

Aliás, eu ainda estou esperando que você demonstre como é que uma "mente" pode existir sem substrato material.


Meu caro aluno de filosofia, você sabe tão bem quanto eu que para refutar plenamente a hipótese supra, seria necessário um conhecimento positivo e pleno de toda a Natureza.
Meu caro colega, na verdade para refutar tal "argumento" plenamente basta que eu mostre a impossibilidade lógica de algo que ainda não existe conseguir causar a si mesmo.

Porque o que ele diz é que algo natural (que não poderia existir, não tem como supor isso por qualquer evidência que temos) gerou o mundo natural. Algo que em algum momento não existia cria a si mesmo para só aí existir. Preciso dizer mais?

Exatamente eis o ponto em que discordamos. Você sustenta que o Universo não existia, o que significa dizer que o que é material inexistia, e aí passou a existir. Eu sustento que o que é material (no caso, a singularidade-mor, que era o (este?) Universo "comprimido") pode ter sempre existido para antes (ou "fora", se preferir) do nosso sistema temporal. Ou seja, nunca existiu o "nada ontológico".


Então devemos descartar todas as possibilidades teóricas, que são interpretações dos modelos matemáticos de teorias já bem consolidadas, somente porque ainda não apresentam nenhum elemento conclusivo?
Elas tem seu lugar, mas a limitação de qualquer modelo matemático nesse ponto é clara:
Imagine que neste instante utilizando os recursos que temos em nosso universo fosse produzida uma teoria perfeita que mostra a possibilidade do nosso universo gerar outro universo, para isso foram usados modelos matemáticos e evidências empíricas(to sendo bonzinho). Imaginou?!

Não. Eu não "imaginei nada" porque em momento algum eu afirmei que o "nosso universo gerou outro universo". O que eu venho afirmando desde o início deste diálogo é que não sabemos como era o comportamento físico na singularidade-mor e muito menos se existia algo externo à ela ou "anterior" a ela.

Outro ponto recorrente em minha argumentação é que a teoria do Big Bang, que lhe é tão cara na sustentação do seu argumento metafísico, não lhe permite afirmar que o Universo foi criado e sim que ele se formou pela expansão inflacionária de um "ponto" de densidade infinita, a singularidade-mor. Nada mais.


Ok, eu posso supor algo assim para antes do tempo t=0 do Big Bang? NÃO

Nós não podemos demonstrar nada, no momento, empiricamente. Mas não é irracional fazer especulações tendo como base os diferentes modelos matemáticos disponíveis.


Pois todo substrato físico que temos para formular tais teorias, vem do NOSSO UNIVERSO, COMO NÓS SABEMOS QUE ELE É. Não é possível supor que antes do Big Bang há semelhança.

Possível é.

Só não podemos tratar tal especulação como se fosse uma evidência sólida porque seria anti-científico.


Ou seja, a compreensão positiva plena da Natureza está longe de ocorrer.
Adianta repetir isso não, já mostrei que não precisamos de "compreensão positiva plena da Natureza" para o argumento estar correto.

"Adianta repetir isso sim", porque eu não estou preocupado com o argumento de per si, visto que ele não é científico.


Bela armadilha semântica. Há algum tempo não estamos mais discorrendo sobre o Universo e sim sobre a possibilidade da singularidade-mor ser não-causada e, em essência, sobre a possibilidade do que é material ser sempiterno e não-causado.
Discorrendo?! Onde estão os argumentos pra isso, para essa possibilidade?

Quando foi mencionado que existem lacunas do MCP, representado pelo Big Bang, e que foram a base para elaborar diversas hipóteses cosmogônicas, e que incluem a do 'multiverso', a das 'Supercordas', a 'M', entre outras.


Vocês...

Deixe os demais foristas fora da nossa discussão, caro aluno de filosofia.


é que brincam de semântica, tentado diz que o assunto agora é a "singularidade", sendo que a singularidade é o universo comprimido...

Não, a singularidade-mor não é o "Universo comprimido", a não ser que você demonstre que havia matéria bariônica sob a forma de todas as estruturas cósmicas conhecidas e que as 4 forças já atuavam plenamente lá.
 

E sim, é possível especular cientificamente sobre o "antes" do Big Bang.
Pode especular, só não pode especular fora das limitações físicas possíveis.

Eu nunca faria isto, pois seria negar a minha carreira científica e denegrir a minha integridade ética e intelectual.


Eu não creio em nada, caro arrogante aluno de filosofia.
Se você ao menos tivesse lido as minhas postagens sobre os assuntos correlatos, saberia que eu nunca fechei a questão sobre a existência de deus. Eu apenas opto, hoje, pela explicação materialista em função da minha natureza intelectual.
Você mesmo disse que espera ter uma lei física desconhecida...

Eu devo ter perdido esta parte.

Por favor aponte, exatamente, o trecho no qual eu afirmo textualmente que "espero por uma lei física desconhecida", visto que a maneira como você construiu a sua frase fica claro que você empregou o verbo "esperar" em substituição ao verbo "ansiar".
 

Não tem mesmo?

Você tem conhecimento positivo pleno do Universo ou é apenas uma dedução metafísica eivada com a sua crença pessoal?
Não precisa ser pleno para afirmar isso, temos bases na teoria do big bang para afirmar isso.

Não, não temos porque o Big Bang não trata de "criação" do Universo e sim da sua estruturação e de sua evolução a partir da singularidade-mor.


Se algo mudar agente vê.

Então "agente podemos" começar a ler sobre as lacunas do MCP e constatar que há hipóteses sendo elaboradas para elimina-las. E tais hipóteses, usando as diversas soluções das teorias consolidadas, mostram a possibilidade de situações que hoje soam como "exóticas", incluindo a de múltiplos universos que se formariam e seriam destruídos.


Engraçado esse seu ponto. Quer dizer imagine só alguém só poder fazer afirmações, mesmo já tendo evidências pra isso, só quando souber de TUDO POSSÍVEL sobre o assunto...

Eu quero dizer - e não, não 'imagine'! - que a sua ironia é fútil. Eu não escrevi que não é possível fazer afirmações sobre algo e sim que não é possível fechar a questão sobre um tema em que tivemos acesso a apenas um fragmento amostral e no qual as nossas teorias apontam para uma complexidade que se suponha não existir até recentemente.


Você realmente não entendeu que para refutar a hipótese científica de Universo eterno incausado é necessário um pleno conhecimento do Universo?
Nossa. Essa hipótese não é cientifica. É sua de mais alguns outros. Não tenho como refutar algo que sequer pode ser levado a sério.

Eu apenas usei a palavra "incausado" para contextualizar, porque no meio científico de vanguarda ninguém se preocupa com devaneios metafísicos.


Muda tudo. Se aquilo que é material é sempiterno, ele sempre existiu e com isto fica dispensado um ente imaterial-criador e o argumento cosmológico fica inválido.
Muda tudo né?!

Sim, muda.

Se o que é material é sempiterno, não há necessidade de um ente imaterial-atemporal-criador, embora isto não descarte a possibilidade filosófica da existência de entidades imateriais-atemporais.


Quer dizer, isso já foi dito e rebatido, mas mesmo assim repetem.

Você não "rebateu" nada, se por "rebater" você quis dizer "demonstrar empiricamente".


NÃO TEM COMO A MATÉRIA SEMPRE TER EXISTIDO. Caso o universo/singularidade/matéria/energia/tudo mais, sempre tivesse existido não seria possível estarmos aqui, pois você teria que afirmar que houve um passado eterno antes deste momento, o que não pode existir.

Caro aluno de filosofia.

O dilema que você apontou é um dos motivos pelo qual foram elaboradas muitas hipóteses cosmogônicas nas últimas seis décadas. E todas elas apresentam soluções para este problema e para outros realmente importantes, como a da entropia.


Você pode demonstrar que a singularidade-mor "provem" de algo imaterial, sem usar as premissas metafísicas, incluindo a da categorização?
Mas como eu posso raciocinar do "antes da matéria" até o surgimento dela estipulando de antemão a "matéria".

Eu não perguntei isto e sim como você pode demonstrar que um ente imaterial-atemporal pode "criar" algo material, porque se ele o "criou," só pode ter extraído dele mesmo ou do "nada". Mas como "nada" pode vir do "nada"...


Eu duvido que você possa.
Também duvido, é irracional.

Muito pouca coisa deste tópico não é...

 
Por definição? Você quer dizer por petição de princípio, não?
Nossa. Seria petição se eu PEDISSE que considerasse isso de antemão. Mas essa conclusão é extraída das características obrigatoriamente necessárias da causa primeira. Deduzimos isso!

Não, vocês não "deduziram" nada.

Aristóteles quando elaborou o argumento cosmológico ("o motor imóvel") admitia que podia existir mais de uma entidade atemporal e que o 'mundo' (o que hoje chamamos de Universo) não havia sido criado (era "eterno"), ou seja, a(s) entidade(s) atemporal(is) não tinha(m) a faculdade de criá-lo.

A entidade atemporal se tornou única e a responsável pela 'criação do mundo' somente quando o argumento aristotélico foi resgatado pelo filósofo muçulmano Averróis e posteriormente integrado à cultura filosófica européia na Idade Média, por meio de Tomás de Aquino. Ou seja, os filósofos (ideólogos?) destas religiões reduziram a uma, o número de entidades atemporais (ficou apenas o deus judaico-cristão, é claro) e o dotaram da capacidade de "criação" para poderem manter a "coerência doutrinária" e, aparentemente, a superestrutura de poder das religiões abraâmicas, elaborada sob "muitas mãos" desde a primeira tomada de poder político pelo cristianismo, no século IV da presente era.


As lacunas no Modelo Padrão, que podem indicar uma complexidade física sem precedentes, são ignoradas por você de modo sistemático. Porquê?
Indicam aonde? Temos complexidade aqui, antes do universo surgir já não sei se era complexo ou não.

Então o fato das teorias físicas falharem na explicação das propriedades na singularidade não lhe indica nada?

E você sabe, é claro, que há dúvidas a respeito de aspectos da supersimetria e da isotropia e da homogeneidade do Modelo Cosmológico Padrão.


Perfeito, perfeito.Então como é que você pode afirmar que a sua conclusão é válida, se ela se baseia inteiramente em um processo que não pode ser verificado sem uma base de percepção material (raciocínio)?

Ela é válida pois parte de premissas válidas!
Para não ser valida alguma premissa teria que estar errada. Simples.

Por favor leia com atenção todas as postagens deste segmento.

Vocâ afirmou que a "Realidade objetiva não é o que vejo e toco, é o que é indiferente minha percepção". Mas como se pode aferir isto sem usar os sentidos e a experiência sensível? E o próprio raciocínio lógico depende de um uso pregresso dos sentidos.


Somente se for aceita a premissa de que existe algo além do material.
Não entendi o que quis dizer.

Ignore a frase, porque ela não vai influenciar o resto de nosso diálogo.
« Última modificação: 01 de Abril de 2013, 00:50:14 por Geotecton »
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Offline M4dM4x

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #84 Online: 01 de Abril de 2013, 01:49:23 »
Responderei os pontos mais importantes:

O mesmo pode ser dito para a singularidade-mor.
Tenho nada a dizer sobre essa afirmação. Pra afirmar isso ou você não entendeu, ou entendeu e finge que não.
Eu não finjo nada porque não sou nenhum moleque. Então se quiser continuar neste fórum, ao menos demonstre um pouco mais de educação cortês.

Voltando ao assunto. Pouco sabemos sobre a singularidade-mor. Ela pode ter sido "criada" por um ente imaterial (ou dois, ou três, ou...) ou pode sempre ter existido sob um conjunto de leis físicas que simplesmente desconhecemos. Tanto é fato isto, que não há ainda nenhuma teoria que a descreva adequadamente, pois nem a MQ e nem a TGR são aplicáveis para ela.
Então eu afirmo: Você realmente não pode descartar a hipótese "materialista", ainda que seja baseada em informações fragmentadas de um estado de conhecimento científico incipiente, em prol da sua hipótese metafísica.

Estou sendo cortês, mas beira ao absurdo você insistir em pontos que já demonstrarei serem ilógicos na sua refutação.


Aqui há uma petição de princípio, pois não há como afirmar que "não existe além dela", porque poderiam existir duas ou mais "causas eternas". Do contrário, me apresente uma objeção que não seja metafísica.
Há, pode supor até 10 causas, só não tem base alguma pra isso...
Eu não perco o meu sono com isto ou com o seu "ser imaterial e atemporal" semelhante a uma "mente".

Aliás, eu ainda estou esperando que você demonstre como é que uma "mente" pode existir sem substrato material.

É por esse tipo de pergunta que quando respondo você diz que não sou cortês.

Eu fiz um comparação, com o fato da mente, por definição, não ser material. Não disse que é uma mente como a nossa. Ou seja porque eu deveria demonstrar uma coisa que não afirmei?


Então devemos descartar todas as possibilidades teóricas, que são interpretações dos modelos matemáticos de teorias já bem consolidadas, somente porque ainda não apresentam nenhum elemento conclusivo?
Elas tem seu lugar, mas a limitação de qualquer modelo matemático nesse ponto é clara:

Imagine que neste instante utilizando os recursos que temos em nosso universo fosse produzida uma teoria perfeita que mostra a possibilidade do nosso universo gerar outro universo, para isso foram usados modelos matemáticos e evidências empíricas(to sendo bonzinho). Imaginou?!
Não. Eu não "imaginei nada" porque em momento algum eu afirmei que o "nosso universo gerou outro universo". O que eu venho afirmando desde o início deste diálogo é que não sabemos como era o comportamento físico na singularidade-mor e muito menos se existia algo externo à ela ou "anterior" a ela.

Nem entendeu o que digitei. Eu que fiz um exemplo para mostrar de forma clara que se uma teoria fosse feita hoje mostrando que nosso universo pode gerar outro e assim por diante, ela não poderia supor isso para antes do Big Bang, pois as condições físicas antes do Big Bang não podem ser constatadas. Mas nem isso você entendeu...


Outro ponto recorrente em minha argumentação é que a teoria do Big Bang, que lhe é tão cara na sustentação do seu argumento metafísico, não lhe permite afirmar que o Universo foi criado e sim que ele se formou pela expansão inflacionária de um "ponto" de densidade infinita, a singularidade-mor. Nada mais.

Quem disse que afirmei que foi criado utilizando a teoria do Big Bang? O Big Bang é a evidência de inicio do universo. Além dele temos a constatação lógica da impossibilidade de um passado eterno. Viu como você sequer entendeu o que eu disse?!


Só não podemos tratar tal especulação como se fosse uma evidência sólida porque seria anti-científico.

Anti-cientifico nada, irracional mesmo. Tem nem como começar a pensar nisso utilizando qualquer raciocínio valido que temos.


Não, a singularidade-mor não é o "Universo comprimido", a não ser que você demonstre que havia matéria bariônica sob a forma de todas as estruturas cósmicas conhecidas e que as 4 forças já atuavam plenamente lá. Erro básico de Cosmologia.

Erro básico de interpretação, independente das condições que VOCÊ diz que precisaria para ser considerado "universo" a situação permanece a mesma. Chame de "singularidade-mor" se quiser. Não foge da questão com isso.


Eu nunca faria isto, pois seria negar a minha carreira científica e denegrir a minha integridade ética e intelectual.

Supor que pode existir alguma lei física "antes" do Big Bang, como explicação, sem evidência alguma está contribuindo muito para sua carreira cientifica...


Eu não creio em nada, caro arrogante aluno de filosofia.
Se você ao menos tivesse lido as minhas postagens sobre os assuntos correlatos, saberia que eu nunca fechei a questão sobre a existência de deus. Eu apenas opto, hoje, pela explicação materialista em função da minha natureza intelectual.
Você mesmo disse que espera ter uma lei física desconhecida...
Por favor aponte, exatamente, o trecho no qual eu afirmo textualmente que "espero por uma lei física desconhecida", visto que a maneira como você construiu a sua frase fica claro que você empregou o verbo "esperar" em substituição ao verbo "ansiar".

Não sei exatamente no que vai mudar, mas sendo que não foi isso que quis dizer, o que você quis dizer? Você tem alguma evidência para supor/esperar/ansiar uma propriedade física dessas? Se tem quais são. Se não tem onde errei em usar "esperar" afinal...


Então "agente podemos" começar a ler sobre as lacunas do MCP e constatar que há hipóteses sendo elaboradas para elimina-las. E tais hipóteses, usando as diversas soluções das teorias consolidadas, mostram a possibilidade de situações que hoje soam como "exóticas", incluindo a de múltiplos universos que se formariam e seriam destruídos.

Se a preocupação em argumentar coerentemente fosse igual a preocupação textual...

Exóticas né?! Mas refutar o argumento até agora...


Eu quero dizer - e não, não 'imagine'! - que a sua ironia é fútil. Eu não escrevi que não é possível fazer afirmações sobre algo e sim que não é possível fechar a questão sobre um tema em que tivemos acesso a apenas um fragmento amostral e no qual as nossas teorias apontam para uma complexidade que se suponha não existir até recentemente.

Para fechar essa questão no ponto que eu fecho eu já mostrei que tenho informação suficiente. Você pode esperar o "resto do quadro" se formar completamente para me mostrar onde errei. Porque até agora...


Se o que é material é sempiterno, não há necessidade de um ente imaterial-atemporal-criador, embora isto não descarte a possibilidade filosófica da existência de entidades imateriais-atemporais.

Se ele é eterno, o tempo dele no passado é eterno...O que sabemos que não É pois se fosse não estaríamos aqui hoje. Seria realmente impossível. Se não entendeu eu posso explicar.


Você não "rebateu" nada, se por "rebater" você quis dizer "demonstrar empiricamente".

O que você quer que eu demonstre empiricamente pode ser demonstrado empiricamente? Porque apelar para uma demonstração logicamente impossível é desespero por não ter conseguido refutar o argumento.

Porque você acha/tem certeza que é necessário demonstrar empiricamente, ou você pede isso por você mesmo?


O dilema que você apontou é um dos motivos pelo qual foram elaboradas muitas hipóteses cosmogônicas nas últimas seis décadas. E todas elas apresentam soluções para este problema e para outros realmente importantes, como a da entropia.

Realmente bizarro. Na verdade não tem qualquer teoria que "resolva" essa questão, toda teoria citada por você não trata disso. Mas faz assim, me diz pelo menos 1 onde você encontra uma solução para o passado eterno não ser possível.


Eu não perguntei isto e sim como você pode demonstrar que um ente imaterial-atemporal pode "criar" algo material, porque se ele o "criou," só pode ter extraído dele mesmo ou do "nada". Mas como "nada" pode vir do "nada"...

Não preciso saber. E nem sei. Só sei que as conclusões permanecem as mesmas, não preciso entender o "processo" para valida-lo como existente, ele é existente porque é uma conclusão dedutiva básica.


Muito pouca coisa deste tópico não é...

Nem me fale, já imaginou num fórum cético ver gente considerando algo do nada surgir, viagens no tempo, passado eterno. E por ai vai...


Aristóteles quando elaborou

Qual o argumento que está em voga aqui? É esse por acaso? Se não for qual a questão então?


Então o fato das teorias físicas falharem na explicação das propriedades na singularidade não lhe indica nada?

É esperado não poder fazer suposições válidas fisicamente próximo ao tempo t=0 do Big Bang. Me indica o obvio.


E você sabe, é claro, que há dúvidas a respeito de aspectos da supersimetria e da isotropia e da homogeneidade do Modelo Cosmológico Padrão.
Nem entendi...


Vocâ afirmou que a "Realidade objetiva não é o que vejo e toco, é o que é indiferente minha percepção". Mas como se pode aferir isto sem usar os sentidos e a experiência sensível? E o próprio raciocínio lógico depende de um uso pregresso dos sentidos.

Concluímos através do raciocínio lógico, e mesmo que ela seja pregresso no que ele invalidaria essa afirmação? (Vamos ver se sabe mesmo do que está falando...)



Editado

Caro forista M4dM4x

Eu corrigi os seus quotes para facilitar a compreensão do texto por parte de outros foristas.

Espero que não fique aborrecido com isto.
« Última modificação: 01 de Abril de 2013, 09:01:07 por Geotecton »
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Offline Derfel

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #85 Online: 01 de Abril de 2013, 08:57:44 »


Não sei qual o problema com a idéia de uma civilização disparar o processo de expansão do universo.
1. Existe a possibilidade de viagem no tempo? Teoricamente sim.
2. A presença de matéria no campo quântico poderia desestabilizá-lo a ponto de produzir partículas de matéria? Aparentemente sim, e poderia explicar o motivo de haver mais matéria que antimatéria no universo.
3. É possível construir tal máquina do tempo? Hoje, não. Mas nada impede que haja uma civilização que possa fazê-la em um futuro distante e em algum lugar do universo (aqui existe uma petição de princípio: que uma civilização dure tempo suficiente para chegar em tal estágio)
4. Ela estaria disposta a realizar a tarefa de disparar o universo ou saberia que deveria fazer isso? Ela já teria feito no passado, caso contato ela não existiria.
Acho esses argumentos tão bons quanto os seus, com a diferença que não houve a necessidade da metafísica
Derfel, não sei como te dizer isso, mas...Parou para pensar que se disser que a viajem não foi no tempo, mas sim por outra dimensão a teoria faria "tanto" sentido como o sua?! Sabe porque? Porque isso ai que você disse é uma estoria criada na sua cabeça. Preciso dizer mais?
Também não sei como dizer isso, mas... o tempo É uma dimensão. É uma história de minha imaginação (quem sabe não a desenvolva em um conto?), contudo plausível dentro do conhecimento que temos hoje, mas que um conto da idade do bronze, quandi o conhecimento era muito menor.

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #86 Online: 01 de Abril de 2013, 12:28:05 »


Não sei qual o problema com a idéia de uma civilização disparar o processo de expansão do universo.
1. Existe a possibilidade de viagem no tempo? Teoricamente sim.
2. A presença de matéria no campo quântico poderia desestabilizá-lo a ponto de produzir partículas de matéria? Aparentemente sim, e poderia explicar o motivo de haver mais matéria que antimatéria no universo.
3. É possível construir tal máquina do tempo? Hoje, não. Mas nada impede que haja uma civilização que possa fazê-la em um futuro distante e em algum lugar do universo (aqui existe uma petição de princípio: que uma civilização dure tempo suficiente para chegar em tal estágio)
4. Ela estaria disposta a realizar a tarefa de disparar o universo ou saberia que deveria fazer isso? Ela já teria feito no passado, caso contato ela não existiria.
Acho esses argumentos tão bons quanto os seus, com a diferença que não houve a necessidade da metafísica
Derfel, não sei como te dizer isso, mas...Parou para pensar que se disser que a viajem não foi no tempo, mas sim por outra dimensão a teoria faria "tanto" sentido como o sua?! Sabe porque? Porque isso ai que você disse é uma estoria criada na sua cabeça. Preciso dizer mais?
Também não sei como dizer isso, mas... o tempo É uma dimensão. É uma história de minha imaginação (quem sabe não a desenvolva em um conto?), contudo plausível dentro do conhecimento que temos hoje, mas que um conto da idade do bronze, quandi o conhecimento era muito menor.
Infelizmente não é possível, a não ser na sua mente. Sua "estória" não leva consideração nem o conhecimento que temos hoje nem questões lógicas básicas. E o que eu trato aqui em nada tem haver com era do bronze.
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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #87 Online: 02 de Abril de 2013, 13:01:17 »
Uma mente diferente da nossa quer dizer uma mente com um suporte material diferente (um tipo de cérebro diferente) ou uma mente sem suporte material de todo? (e então sem esse suporte será uma mente?) Ou pura e simplesmente não faz sentido falar de mente, inteligência, propósito... ou outro conceito similar "demasiado humano"? O que temos nós afinal a ver com o suposto criador? Se a mente dele não é semelhante à nossa (embora super) então não é decerto o Deus de que as religiões e os teólogos falam..., ou seja, relativamente a esse criador, os cristãos, muçulmanos, judeus, hindus... são todos de facto ateus, pois não o reconhecem como verdadeiro...
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Offline M4dM4x

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #88 Online: 02 de Abril de 2013, 13:11:45 »
Uma mente diferente da nossa quer dizer uma mente com um suporte material diferente (um tipo de cérebro diferente) ou uma mente sem suporte material de todo? (e então sem esse suporte será uma mente?) Ou pura e simplesmente não faz sentido falar de mente, inteligência, propósito... ou outro conceito similar "demasiado humano"? O que temos nós afinal a ver com o suposto criador? Se a mente dele não é semelhante à nossa (embora super) então não é decerto o Deus de que as religiões e os teólogos falam..., ou seja, relativamente a esse criador, os cristãos, muçulmanos, judeus, hindus... são todos de facto ateus, pois não o reconhecem como verdadeiro...
Acontece que eu simplesmente não defendo que ele tem mente como a nossa ou qualquer uma, só usei como exemplo de algo imaterial por definição. Qual parte disso não entendeu?
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Offline Derfel

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #89 Online: 02 de Abril de 2013, 14:25:53 »
Ou seja, não passa de uma criação pessoal sua... Entendo.

Offline M4dM4x

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #90 Online: 02 de Abril de 2013, 14:28:22 »
Ou seja, não passa de uma criação pessoal sua... Entendo.
Quer dizer que a mente ser imaterial é uma criação pessoal minha? Pois foi a única coisa que afirmei aqui.
É isso?
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Offline Derfel

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #91 Online: 02 de Abril de 2013, 14:28:44 »
Quanto à minha história (estória considero um anglicismo redundante), em que encontra-se em desacordo com o conhecimento atual da física e pelo sistema lógico?

Offline M4dM4x

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #92 Online: 02 de Abril de 2013, 14:40:27 »
Vou entender como uma pergunta séria, apesar de não parecer...
Quanto à minha história (estória considero um anglicismo redundante), em que encontra-se em desacordo com o conhecimento atual da física e pelo sistema lógico?
1. Existe a possibilidade de viagem no tempo? Teoricamente sim.
Cabe a você mostrar as evidências disso, até porque viajar no tempo para o futuro é teoricamente realmente possível. Mas no passado? Mostre isso, ok.

2. A presença de matéria no campo quântico poderia desestabilizá-lo a ponto de produzir partículas de matéria? Aparentemente sim, e poderia explicar o motivo de haver mais matéria que antimatéria no universo.
O que isso influi e o que realmente quer dizer com "produzir matéria"

3. É possível construir tal máquina do tempo? Hoje, não. Mas nada impede que haja uma civilização que possa fazê-la em um futuro distante e em algum lugar do universo (aqui existe uma petição de princípio: que uma civilização dure tempo suficiente para chegar em tal estágio)
Petição de principio e a questão: Como essa civilização voltaria no tempo, antes de existir para começar sua própria existência.

4. Ela estaria disposta a realizar a tarefa de disparar o universo ou saberia que deveria fazer isso? Ela já teria feito no passado, caso contato ela não existiria.
hahaha, precisa mais do que disposição para existir antes de existir

Acho esses argumentos tão bons quanto os seus, com a diferença que não houve a necessidade da metafísica
Nem de metafísica nem de lógica também. Ver isso como algo plausível parece brincadeira.
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Offline Moro

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #93 Online: 02 de Abril de 2013, 16:53:17 »
Derfel, considero também que essas questões de viagem no tempo e universos paralelos são tão ad hocs quanto o argumento de Kalam. A viagem do tempo não (ao passado) não tem sequer sentido prático.

Apenas dá aos crentes uma maneira de dizer "ta vendo, os céticos têm suas crenças".
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


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Offline M4dM4x

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #94 Online: 02 de Abril de 2013, 17:26:23 »
Derfel, considero também que essas questões de viagem no tempo e universos paralelos são tão ad hocs quanto o argumento de Kalam. A viagem do tempo não (ao passado) não tem sequer sentido prático.
Apenas dá aos crentes uma maneira de dizer "ta vendo, os céticos têm suas crenças".
Todos tem sua crenças. A questão é que não preciso dizer nada neste caso, o Derfel mesmo está supondo coisas irracionais. Assim como você anteriormente. É só ler.
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Offline Derfel

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #95 Online: 02 de Abril de 2013, 19:05:36 »
Derfel, considero também que essas questões de viagem no tempo e universos paralelos são tão ad hocs quanto o argumento de Kalam. A viagem do tempo não (ao passado) não tem sequer sentido prático.

Apenas dá aos crentes uma maneira de dizer "ta vendo, os céticos têm suas crenças".
É para mostrar que se pode imaginar várias alternativas de uma forma mais plausível. Porém, tenho uma certa atração pela hipótese do universo oscilatante. Dentro da teoria das cordas ou teoria M, universos estariam sempre se formando quando duas branas se tocam em um hiperespaço.

Offline Moro

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #96 Online: 02 de Abril de 2013, 19:43:43 »
Derfel, considero também que essas questões de viagem no tempo e universos paralelos são tão ad hocs quanto o argumento de Kalam. A viagem do tempo não (ao passado) não tem sequer sentido prático.
Apenas dá aos crentes uma maneira de dizer "ta vendo, os céticos têm suas crenças".
Todos tem sua crenças. A questão é que não preciso dizer nada neste caso, o Derfel mesmo está supondo coisas irracionais. Assim como você anteriormente. É só ler.

o que se eu tivesse propus de irracional? É você que advoga o fantasmão.
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Offline Moro

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #97 Online: 02 de Abril de 2013, 19:46:53 »
Derfel, considero também que essas questões de viagem no tempo e universos paralelos são tão ad hocs quanto o argumento de Kalam. A viagem do tempo não (ao passado) não tem sequer sentido prático.

Apenas dá aos crentes uma maneira de dizer "ta vendo, os céticos têm suas crenças".
É para mostrar que se pode imaginar várias alternativas de uma forma mais plausível. Porém, tenho uma certa atração pela hipótese do universo oscilatante. Dentro da teoria das cordas ou teoria M, universos estariam sempre se formando quando duas branas se tocam em um hiperespaço.

É que dar o nome "teoria" a esses dois é muito otimismo. Proto-hipoteses seria mais adequado.
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Offline Geotecton

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #98 Online: 02 de Abril de 2013, 19:47:39 »
Responderei os pontos mais importantes:

Se possível responda tudo, mesmo que seja para tecer as suas costumeiras críticas ácidas.


O mesmo pode ser dito para a singularidade-mor.
Tenho nada a dizer sobre essa afirmação. Pra afirmar isso ou você não entendeu, ou entendeu e finge que não.
Eu não finjo nada porque não sou nenhum moleque. Então se quiser continuar neste fórum, ao menos demonstre um pouco mais de educação cortês.

Voltando ao assunto. Pouco sabemos sobre a singularidade-mor. Ela pode ter sido "criada" por um ente imaterial (ou dois, ou três, ou...) ou pode sempre ter existido sob um conjunto de leis físicas que simplesmente desconhecemos. Tanto é fato isto, que não há ainda nenhuma teoria que a descreva adequadamente, pois nem a MQ e nem a TGR são aplicáveis para ela.
Então eu afirmo: Você realmente não pode descartar a hipótese "materialista", ainda que seja baseada em informações fragmentadas de um estado de conhecimento científico incipiente, em prol da sua hipótese metafísica.
Estou sendo cortês, mas beira ao absurdo você insistir em pontos que já demonstrarei serem ilógicos na sua refutação.

Ela somente seria ilógica, contrariando o que se conhece empiricamente, se já na singularidade-mor o tempo fosse igual a zero. Mas, na singularidade, o tempo não existe e as nossas teorias científicas não se aplicam lá. Isto pode indicar propriedades físicas que são completamente alheias a nós.

O que há de ilógico nisto, se é a hipótese com que os principais cosmologistas da atualidade trabalham?


Aqui há uma petição de princípio, pois não há como afirmar que "não existe além dela", porque poderiam existir duas ou mais "causas eternas". Do contrário, me apresente uma objeção que não seja metafísica.
Há, pode supor até 10 causas, só não tem base alguma pra isso...
Eu não perco o meu sono com isto ou com o seu "ser imaterial e atemporal" semelhante a uma "mente".

Aliás, eu ainda estou esperando que você demonstre como é que uma "mente" pode existir sem substrato material.
É por esse tipo de pergunta que quando respondo você diz que não sou cortês.

Eu fiz um comparação, com o fato da mente, por definição, não ser material. Não disse que é uma mente como a nossa. Ou seja porque eu deveria demonstrar uma coisa que não afirmei?

Não, meu caro. Eu não pedi para você demonstrar algo que você não afirmou.

Você fez uma analogia entre a imaterialidade transcendental e a da mente humana e eu lembrei-lhe que a mente humana precisa de um substrato material para existir e deixei implícito que a imaterialidade transcendental só existe por definição. 


Então devemos descartar todas as possibilidades teóricas, que são interpretações dos modelos matemáticos de teorias já bem consolidadas, somente porque ainda não apresentam nenhum elemento conclusivo?
Elas tem seu lugar, mas a limitação de qualquer modelo matemático nesse ponto é clara:

Imagine que neste instante utilizando os recursos que temos em nosso universo fosse produzida uma teoria perfeita que mostra a possibilidade do nosso universo gerar outro universo, para isso foram usados modelos matemáticos e evidências empíricas(to sendo bonzinho). Imaginou?!
Não. Eu não "imaginei nada" porque em momento algum eu afirmei que o "nosso universo gerou outro universo". O que eu venho afirmando desde o início deste diálogo é que não sabemos como era o comportamento físico na singularidade-mor e muito menos se existia algo externo à ela ou "anterior" a ela.
Nem entendeu o que digitei. Eu que fiz um exemplo para mostrar de forma clara que se uma teoria fosse feita hoje mostrando que nosso universo pode gerar outro e assim por diante, ela não poderia supor isso para antes do Big Bang, pois as condições físicas antes do Big Bang não podem ser constatadas. Mas nem isso você entendeu...

Certo, entendi.

Mas hipóteses (que tem outro status científico, inferior é claro quando comparadas às das teorias) podem ser elaboradas. E é exatamente isto que os cosmólogos estão fazendo.

Mas, mesmo assim, não invalida o fato que que havia condições físicas que antecederam o Big Bang e que são desconhecidas de nós. Ou você também discorda disto?


Outro ponto recorrente em minha argumentação é que a teoria do Big Bang, que lhe é tão cara na sustentação do seu argumento metafísico, não lhe permite afirmar que o Universo foi criado e sim que ele se formou pela expansão inflacionária de um "ponto" de densidade infinita, a singularidade-mor. Nada mais.
Quem disse que afirmei que foi criado utilizando a teoria do Big Bang? O Big Bang é a evidência de inicio do universo. Além dele temos a constatação lógica da impossibilidade de um passado eterno. Viu como você sequer entendeu o que eu disse?!

Certo. Então o Big Bang é a teoria cujo conjunto de evidências apontam para a evolução e estruturação do (deste?) Universo por meio da expansão inflacionária do "ponto" (singularidade-mor) em que o nosso (espaço-)tempo não existia, segundo a TGR.

Você não escreveu textualmente, certo. Mas usa-o para afirmar que o (este?) Universo foi criado pelo ente imaterial porque antes havia o "nada ontológico" e este não pode gerar nada, logo...


Só não podemos tratar tal especulação como se fosse uma evidência sólida porque seria anti-científico.
Anti-cientifico nada, irracional mesmo. Tem nem como começar a pensar nisso utilizando qualquer raciocínio valido que temos.

Não é o que os cosmologistas afirmam.


Não, a singularidade-mor não é o "Universo comprimido", a não ser que você demonstre que havia matéria bariônica sob a forma de todas as estruturas cósmicas conhecidas e que as 4 forças já atuavam plenamente lá. Erro básico de Cosmologia.
Erro básico de interpretação, independente das condições que VOCÊ diz que precisaria para ser considerado "universo" a situação permanece a mesma. Chame de "singularidade-mor" se quiser. Não foge da questão com isso.

Foge sim. A singularidade-mor representa um "algo material" sob condições físicas desconhecidas pela ciência. Se fosse igual à fração do (deste?) Universo observável, nós conseguiríamos aplicar o atual conhecimento científico atual para melhor entendê-lo.   


Eu nunca faria isto, pois seria negar a minha carreira científica e denegrir a minha integridade ética e intelectual.
Supor que pode existir alguma lei física "antes" do Big Bang, como explicação, sem evidência alguma está contribuindo muito para sua carreira cientifica...

E qual seria a melhor explicação lógico-racional-científica do que hipotetizar condições físicas desconhecidas por nós na singularidade-mor, que afinal antecede o Big Bang?

Não é uma dedução plausível?


Eu não creio em nada, caro arrogante aluno de filosofia.
Se você ao menos tivesse lido as minhas postagens sobre os assuntos correlatos, saberia que eu nunca fechei a questão sobre a existência de deus. Eu apenas opto, hoje, pela explicação materialista em função da minha natureza intelectual.
Você mesmo disse que espera ter uma lei física desconhecida...
Por favor aponte, exatamente, o trecho no qual eu afirmo textualmente que "espero por uma lei física desconhecida", visto que a maneira como você construiu a sua frase fica claro que você empregou o verbo "esperar" em substituição ao verbo "ansiar".
Não sei exatamente no que vai mudar, mas sendo que não foi isso que quis dizer, o que você quis dizer? Você tem alguma evidência para supor/esperar/ansiar uma propriedade física dessas? Se tem quais são. Se não tem onde errei em usar "esperar" afinal...

Sim, tenho. Pode-se chamar de 'a não-aplicabilidade das leis físicas conhecidas na singularidade primordial do MCP e cujo colapso propiciou o Big Bang'. 


Então "agente podemos" começar a ler sobre as lacunas do MCP e constatar que há hipóteses sendo elaboradas para elimina-las. E tais hipóteses, usando as diversas soluções das teorias consolidadas, mostram a possibilidade de situações que hoje soam como "exóticas", incluindo a de múltiplos universos que se formariam e seriam destruídos.
Se a preocupação em argumentar coerentemente fosse igual a preocupação textual...

Exóticas né?! Mas refutar o argumento até agora...

Desculpe, mas esqueci de colocar um emoticon para demonstrar a brincadeira.

Sim, 'exóticas' porque são resultados "estranhos", mas possíveis, provenientes das diferentes soluções das equações.

A refutação ao argumento se dá na sua premissa principal, a de que o "Universo passou a existir". 'Passar a existir' é diferente de 'ser criado intencionalmente do nada por um ente imaterial porque antes havia o nada (ontológico, é claro)'.


Eu quero dizer - e não, não 'imagine'! - que a sua ironia é fútil. Eu não escrevi que não é possível fazer afirmações sobre algo e sim que não é possível fechar a questão sobre um tema em que tivemos acesso a apenas um fragmento amostral e no qual as nossas teorias apontam para uma complexidade que se suponha não existir até recentemente.
Para fechar essa questão no ponto que eu fecho eu já mostrei que tenho informação suficiente.

Se você e os filósofos teístas acham que sim...


Você pode esperar o "resto do quadro" se formar completamente para me mostrar onde errei. Porque até agora...

Até agora você (e os seus colegas teístas) escolheram aquilo que lhes agrada, afirmando que o Big Bang marca "o início do Universo cujo material veio do nada mas provido pelo ente imaterial".

E sim, eu prefiro esperar o "resto do quadro", mesmo que não seja possível completá-lo.


Se o que é material é sempiterno, não há necessidade de um ente imaterial-atemporal-criador, embora isto não descarte a possibilidade filosófica da existência de entidades imateriais-atemporais.
Se ele é eterno, o tempo dele no passado é eterno...O que sabemos que não É pois se fosse não estaríamos aqui hoje. Seria realmente impossível. Se não entendeu eu posso explicar.

Não, não precisa.

Você não aceita que, sendo o tempo uma dimensão, é possível especular sobre a eternidade do que é material mas sem que isto seja uma "marcação temporal" em relação ao nosso tempo. Em outras palavras, as hipóteses do 'Universo Oscilante' e do 'Multiverso' são soluções que não são atingidas pelo "problema do passado eterno".


Você não "rebateu" nada, se por "rebater" você quis dizer "demonstrar empiricamente".
O que você quer que eu demonstre empiricamente pode ser demonstrado empiricamente? Porque apelar para uma demonstração logicamente impossível é desespero por não ter conseguido refutar o argumento.

Porque você acha/tem certeza que é necessário demonstrar empiricamente, ou você pede isso por você mesmo?

Esta parte eu respondo depois porque não lembro mais de todo o contexto.


O dilema que você apontou é um dos motivos pelo qual foram elaboradas muitas hipóteses cosmogônicas nas últimas seis décadas. E todas elas apresentam soluções para este problema e para outros realmente importantes, como a da entropia.

Realmente bizarro. Na verdade não tem qualquer teoria que "resolva" essa questão, toda teoria citada por você não trata disso. Mas faz assim, me diz pelo menos 1 onde você encontra uma solução para o passado eterno não ser possível.

O "problema do passado eterno" ocorre em relação à nossa referência temporal atual e que pode ser contornado por várias das hipóteses que eu já mencionei, incluindo a do 'Universo Oscilante'.


Eu não perguntei isto e sim como você pode demonstrar que um ente imaterial-atemporal pode "criar" algo material, porque se ele o "criou," só pode ter extraído dele mesmo ou do "nada". Mas como "nada" pode vir do "nada"...
Não preciso saber. E nem sei. Só sei que as conclusões permanecem as mesmas, não preciso entender o "processo" para valida-lo como existente, ele é existente porque é uma conclusão dedutiva básica.

Como é que um ser imaterial pode fazer surgir algo material?

Além disto, você mesmo afirmou que "nada" pode vir do "nada". Se o (este?) Universo foi criado, ele certamente não o foi do "nada", porque deste "nada" pode vir. Logo o Universo só pode ter sido extraído do ser imaterial. Mas como, se ele é imaterial? 


Muito pouca coisa deste tópico não é...
Nem me fale, já imaginou num fórum cético ver gente considerando algo do nada surgir, viagens no tempo, passado eterno. E por ai vai...

Você esqueceu de citar seres imaginários imateriais.


Aristóteles quando elaborou
Qual o argumento que está em voga aqui? É esse por acaso? Se não for qual a questão então?

Para mostrar que o argumento Kalam provém dele e que Aristóteles considerava o Universo eterno e que não foi criado por nenhum ser imaterial.


Então o fato das teorias físicas falharem na explicação das propriedades na singularidade não lhe indica nada?
É esperado não poder fazer suposições válidas fisicamente próximo ao tempo t=0 do Big Bang. Me indica o obvio.

O óbvio é mostrar a possibilidade de que na singularidade havia propriedades físicas desconhecidas.


E você sabe, é claro, que há dúvidas a respeito de aspectos da supersimetria e da isotropia e da homogeneidade do Modelo Cosmológico Padrão.
Nem entendi...

Significa que o MCP baseado no Big Bang é incompleto com certeza.

Significa que novos avanços do conhecimento podem mudar a nossa explicação e o nosso entendimento sobre a Natureza.


Vocâ afirmou que a "Realidade objetiva não é o que vejo e toco, é o que é indiferente minha percepção". Mas como se pode aferir isto sem usar os sentidos e a experiência sensível? E o próprio raciocínio lógico depende de um uso pregresso dos sentidos.
Concluímos através do raciocínio lógico, e mesmo que ela seja pregresso no que ele invalidaria essa afirmação? (Vamos ver se sabe mesmo do que está falando...)

O raciocínio, mesmo que lógico, é feito por pessoas com o uso de seus sentidos, ou seja, por entidades materiais vivas capazes de pensar mais "avançadamente". O raciocínio lógico somente pode ser considerado consistente ("descrição da realidade") quando for comparado com algum produto da experiência sensível. Ou não?
« Última modificação: 02 de Abril de 2013, 19:53:07 por Geotecton »
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Offline Moro

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Re:Uma discussão sobre o argumento cosmológico aristotélico e sua variante Kalam
« Resposta #99 Online: 02 de Abril de 2013, 19:56:33 »
filosofia = preguiça e simplismo. Fiz uma sentença de 3 linhas.  Pronto, provei que deus existe.
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

Faisal Saeed Al Mutar


"To claim that someone is not motivated by what they say is motivating them, means you know what motivates them better than they do."

Peter Boghossian

Sacred cows make the best hamburgers

I'm not convinced that faith can move mountains, but I've seen what it can do to skyscrapers."  --William Gascoyne

 

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