Normalmente, debater sobre esse tipo de questão é vazio de utilidade, pura perda de tempo, mas eu estava dando uma lida casual e há equívoco demais por aqui, mais do que o mínimo tolerável para a saúde. Estendo minha mão salvadoooora.
Uma exceção oásica é o forista Donatello van Dijck. Mas, mesmo ele, atem-se mais a uma abordagem economistista para justificar a tecnológica que o devido contrário. Vocês olham para o que está mais em suas interfaces, isso é compreensível, mas isso não serve nem de termômetro para medir os fenômenos que ocorrem no universo das entranhas tecnológicas. Se olhassem um pouquinho, só para cima, nos postes, e lembrarem do que viam antes (se viram, se estavam lá...), já teriam mais informações do que as que podem obter do mercado. Então, reiteradamente..., estendo minha mão salvadora. Oooooooooh...
Só reconhecendo:
../forum/topic=27495.0.html#msg741977Esse post do forista Donatello van Dijck é quase uma obra-prima de exposição de fatos e boa consideração sobre os mesmos. Mas é por demais mercadológico como eu já disse.
É bem verdade um bocado de coisas, por exemplo, tinha quem VIVIA de alugar (e negociar) linhas, um espécie de corretagem telefônica (eu conheço um corretor que trabalhava com isso também e agora ficou só no imobiliário mesmo). Eu, naquele tempo, só tive telefones alugados.
Mas... quando um discurso capitalista vem de ideologia, transfigura-se nela, se transforma em comunismo sem nem o discursador estar ciente disso!
Então...
e tenho dúvidas que era difícil conseguir uma linha em países como EUA, Alemanha, França, etc.. Não entendo também qual a grande diferença na tecnologia de voz fixa que pode ter gerado essa revolução.
Certamente que não entende. Mas devia!
É fato que a detenção e gestão estatal de toda e qualquer produção e esmagadora maior parte de serviços, até de âmbito coletivo, fede. Não há o que discutir para quem não se ilude com fantasias. Mas uma coisa não tem relação com a outra, além da serventia para os discursos dos próprios gestores do Estado arrotarem como "acertaram" em suas "medidas". A própria verdade se torna a mentira falsa deles. É claro que certos serviços de natureza pública, como telefonia, serão sempre piores geridos pelo Estado (mas esses seriam melhores hoje, em relação ao passado sombrio mencionado aqui, ainda que geridos pelo Estado). O que se está esquecendo é que essa tal "vitória" estratégica é posta na conta do Estado, nas pessoas que a empreenderam e empreendem. E tolos caem como patos nesses discursos, debatendo sobre política e economia quando a questão é estritamente tecnológica. E não percebem de jeito nenhum o que fazem!
Vocês sabem sim, detêm informação do porquê disso ter ocorrido. Só não estão fazendo uso do conhecimento que possuem e ficam nessa doença duvidacionista sistemática do medo contaminante. Preciso dizer, mais uma vez, o que produz esse efeito?...
Muita riqueza foi gerada nesse período de tempo. Como se gera riqueza? Eu já tinha dito uma vez que iria comentar sobre isso num tópico passado... Vai um pouco agora. Muita coisa que, simplesmente, não podia ser feita passou a poder ser. Observe-se que isso não é apenas um princípio absoluto. Podía-se fazer aparelhos e implantar redes telefônicas há 100 anos, 50, 30, 20, (10, 5!) mas não como agora. Há o fazer e o como fazer o fazer e o como fazer o como fazer o fazer... Isto é tecnologia (a definição mesmo -- exatamente, não um único termo, mas uma série!). Uma espécie de conformação sinérgica fractal. É preciso estar próximo da tecnologia ela própria e não de discursos economististas para entender. Todos aqui sabem dos avanços da computação, por exemplo, nesse mesmo período, mas estão esquecendo (tenho certeza que sabem disso lá no inconsciente) da devida associação (direta e indireta) entre isso e sistemas de telefonia. Os avanços em microeletrônica nas últimas poucas décadas revolucionaram de tal forma, não só os produtos finais eletrônicos em si, mas toda a potencialidade produtiva de toda indústria, que gerou uma quantidade de riqueza sem precendentes, a maior de toda a história, maior até mesmo que a gerada pelo próprio advendo mais primacial identificável da eletrônica. Não dá para medir isso mercadologicamente porque os valores de mercado são atribuídos artificial-arbitrariamente. Isso só pode ser medido pelo poder que confere. E esse 'poder' não é o substantivo, é o verbo. O mais importante é entender que isso não é um triunfo de ações governamentais privatizadoras, mas do trabalho árduo de empreendedores de toda sorte e dessa mesma, a sorte. Tecnologia abre seu próprio caminho até mesmo para fazer Estados perderem seus "poderes destrutivos". A própria privatização, todo o seu processo, é resultado da evolução dela. É inevitável.
Desculpem, já não estou mais agunetando.