Tal como o investimento das grandes privadas veio em grande parte via BNDES, nenhuma diferença entre estatal e privada nessa questão, e você parece ignorar que elas terão que pagar o BNDES e isso está contabilizado tanto nos lucros atuais, quanto nos futuros, tais como qualquer empresa. E também ignora que o BNDES recebe de volta com juros esse dinheiro.
Não há tolos nas empresas privadas. Se há uma fonte com juros baixíssimos (ao ponto estar próximo ou de haver subsídio), porque não usa-lo?
E aí está uma possível fonte de problemas. O BNDES não tem dinheiro que não venha da emissão de títulos públicos, o que implica em aumento da dívida pública. Enquanto houver um crescimento real, a situação se sustenta mas se não for assim...
E eu não ignoro que o BNDES recebe juros ainda que muito baixos e nem ignoro que o BNDES está exposto a riscos consideráveis de crédito, como foi o recente caso da LBR, no qual foram 'enterrados' cerca de R$ 700 milhões.
Se uma empresa que gera lucro, na mesma proporção que uma privada faria, não significa ser bem gerida, então é difícil saber o que é gerir bem uma empresa.
Talvez você não saiba. Ou faz de conta que não. O que eu quis dizer é que se uma dada empresa estatal fosse gerida pelos mesmos princípios de uma empresa privada, o lucro dela seria consideravelmente maior. Então, mais uma vez, eu afirmo que o fato de uma empresa ter lucro não significa que ela esteja sendo bem gerida.
Ademais, quantos exemplos para gestões fraudulentas, idiossincrasias patronais, má gestão econômica, típicas de empresas privadas você quer que eu relate, para qualquer tipo de empresa, de qualquer tamanho ou qualquer ramo.
Não precisa relatar nenhum, porque conheço vários, possivelmente mais do que você. E em momento algum eu afirmei que as empresas privadas não apresentam problemas.
Mas, e aí reside a diferença fundamental, uma empresa má-gerida ou fraudulenta é eliminada do mercado, mais cedo ou mais tarde, ao passo que nada acontece com uma empresa estatal que, via de regra, se mantem por força de lei ou pela drenagem de recursos do Tesouro Nacional, ou seja, de nós contribuintes, em especial do setor privado.
Só vou ficar com as teles que são os exemplos mais claros dessa parte um tanto podre que também acomete o setor privado e tem potencial tão grande para nos afetar quanto a má gestão pública.
Nenhuma empresa privada mal-gerida causa mais danos para a sociedade do que uma empresa estatal mal-gerida, sendo ambas do mesmo setor.