o que quis dizer foi o seguinte:
Para não abrir ouro tópico.
Questões ambientais se transformam em novas armas na política
Após criar a "Contabilidade Criativa" Governo cria o "Desmatamento Criativo"
As questões do desmatamento amazônico e da estiagem no Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país estão se transformando num verdadeiro paiol de pólvora. Funcionários do INPE, entre eles pesquisadores de alto escalão, denunciaram no último dia 17 de novembro ao DefesaNet a interferência do governo federal nos recém divulgados resultados sobre o desflorestamento da Amazônia.
Segundo as denúncias, o diretor geral do INPE, Leonel Perondi, foi convocado pela Casa Civil a comparecer a Brasília na semana do dia 10 de novembro. Lá, ele teria recebido determinações para ‘amenizar’ dos dados que foram divulgados no dia 28 último para a imprensa. O instituto, por meio de sua assessoria de imprensa, desmentiu qualquer alteração no que foi aferido.
O clima teria ficado tenso e gerou revolta entre os pesquisadores da área de sensoriamento remoto depois de orientações do diretor do instituto para haver uma maquiagem nas informações. Segundo fontes, houve inclusive discussões. “Ele disse que era uma determinação da Casa Civil e o pessoal ficou muito revoltado com esse tipo de interferência”, comentou.
Um dos motivos teria sido de cunho político, para diminuir a enxurrada de criticas que a presidente Dilma Rousseff vinha recebendo pela escolha para o Ministério da Agricultura da senadora e pecuarista, Kátia Abreu, tida pejorativamente como ‘miss desmatamento’ por sua defesa a atividade pecuária na Amazônia e ao plantio de espécies transgênicas.
Ótimo. Se diz que houve uma pressão política para amenizar os dados sobre desmatamento.
Por sua vez, a assessoria do INPE foi pragmática quando questionada sobre possível manipulação dos dados. “Dados do desmatamento são informações técnicas e como tal nem poderiam ser "amenizados".
Ok. Resposta protocolar.
O relatório do INPE diz: “Nos meses de agosto, setembro e outubro de 2014, as áreas de alerta para desmatamento por corte raso e por degradação florestal somaram 1.924 km², conforme registro do DETER, o sistema de detecção em tempo real do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) baseado em satélites de resolução espacial moderada. A operação do DETER é voltada a orientar a fiscalização em campo para coibir o desmatamento ilegal”. Embora mais da metade dessa área foi de corte raso. Ou seja, derrubada de árvores.
Aqui é o estranho, porque se houve pressão política para amenizar os dados (e imagino que sempre haja pressão para isso, em qualquer governo, em qualquer época) parece que não surtiu efeito, já que o relatório não dourou a pílula. Pelo contrário, apresentou um aumento do desmatamento, como pode ser visto nas reportagens abaixo:
Dados do Inpe apontam aumento de 28% no desmatamento da Amazônia
5,8 mil km² de floresta foram destruídos de agosto de 2012 a julho de 2013.
Pará teve maior área desmatada, mas Mato Grosso registrou maior alta.
Do G1, em São Paulo
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Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta quinta-feira (14) apontam que foram desmatados 5.843 km² no período de agosto de 2012 a julho de 2013 na Amazônia Legal, número 27,8% maior que no período anterior, quando foram registrados 4.571 km² de áreas derrubadas. É o equivalente a quase quatro vezes o município de São Paulo. A Amazônia Legal compreende todos os estados da Região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão.
Os dados de desmatamento são do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal), do Inpe, e representam o índice oficial de desmatamento do governo federal. A alta já era esperada porque outro sistema, o Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), um instrumento mais rápido e menos preciso, voltado a gerar alertas para a fisacalização ambiental, vinha registrando um crescimento dos desmates.
2o gráfico desmatamento amazônia 2013 (Foto: 2o gráfico desmatamento amazônia 2013)
Apesar de ter crescido, a taxa de 2013 é a segunda mais baixa da história. O recorde foi em 2012, quando a Amazônia Legal registrou desmatamento de 4.571 km².
Em relação a cada estado, a maior área desmatada foi no Pará, que desmatou 2.379 km², 37% a mais do que em 2012. No entanto, o maior aumento de desmate (52%) ocorreu em Mato Grosso, onde 1.149 km² de floresta foram cortados.
Também foram responsáveis por aumentos o estado de Roraima (49%), com 933 km² de cobertura florestal desmatada; o Maranhão (42%), que talhou 382 km² de floresta; e Rondônia (21%), sendo responsável por 933 km² de desmatamento em 2013. O estado do Amazonas foi o que apresentou menor aumento, de 7%, que representaram 562 km² a menos de floresta.
Por outro lado, três estados da Amazônia brasileira reduziram sua taxa de desmatamento. O Amapá foi o que percentualmente que mais reduziu em relação a 2012, baixando sua área desmatada de 27 km2 para 11 km2. A diferença foi de 59%O Acre reduziu de 305 km2 para 199 km2, o que representou diferença de 35%. E o Tocantins baixou 17% de sua taxa de desmatamento, passando de 52 km2 de desmate em 2012 para 43 km2 em 2013.
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o aumento de alguns estados refletem casos específicos. “O desmatamento voltou de maneira residual em estados como Mato Grosso e Pará”, disse em nota do ministério. “Temos combatido o desmatamento todos os dias. Nunca tivemos menos de mil pessoas envolvidas com as ações de combate ao desmatamento. Temos fiscais em campo que chegaram a trabalhar 60 dias consecutivos”, disse, segundo a nota.
Ao todo, foram registrados 3.921 inquéritos policiais relacionados ao desmatamento na região nesse período, sendo 350 por crimes contra a administração ambiental, 1.663 por crimes contra a flora e 1.908 por conta de mineração ilegal, informou o Ministério do Meio Ambiente.
A fiscalização do desmatamento na Amazônia em 2013 custou R$ 50.567.733, contabilizando os custos de diárias dos funcionários, de aeronaves e de locação de viaturas.
Segundo a agência AFP, Izabella Teixeira convocou uma reunião de emergência para a próxima terça-feira (19) com todos os secretários de Meio Ambiente dos estados amazônicos para pedir explicações e aplicar medidas para reverter a situação.
"O governo brasileiro não vai tolerar e considera inaceitável qualquer aumento do desmatamento ilegal", afirmou a ministra, garantindo que o país seguirá comprometido com a diminuição no desmatamento.
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/dados-do-inpe-apontam-aumento-de-28-no-desmatamento-da-amazonia.html
Inpe detecta aumento do desmate da Amazônia entre agosto e outubro
Sistema de alerta para fiscalização encontrou mais derrubadas que em 2013.
Foram registrados 1924 km² de alertas, 117% a mais que no ano passado.
Do G1, em São Paulo
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Operação Pequiá percorreu mais de 4 mil km na região do vale do Araguaia, verificando indicativos de desmatamento (Foto: Hebert Rondon/Ibama)
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O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou, nesta sexta-feira (28), os dados de desmatamento da Amazônia Legal do sistema Deter para os meses de agosto, setembro e outubro.
No período, foram detectados alertas de desmatamento por corte raso (derrubada total) e por degradação florestal (destruição parcial) que somam 1.924 km², um índice 117% maior que no mesmo trimestre de 2013, quando foram detectados 886 km².
O Inpe ressalta que o Deter é voltado a orientar a fiscalização em campo para coibir o desmatamento ilegal, não para a medição precisa de área, já que é feito com imagens de satélite de resolução moderada e tem sempre uma margem de falsos positivos (veja mais abaixo os diferentes tipos de monitoramento da floresta amazônica).
O Inpe estima que dos dos quase 2 mil km² de alertas, uma área de 856 km² de desmatamento por corte raso, 1.000 km² de áreas sejam de degradação florestal, e 68 km² sejam de falsos positivos.
Mato Grosso foi o estado com mais alertas de desmatamento entre agosto e outubro, com 729,09 km². O Pará foi o segundo, 514,72 km².
Diferenças entre sistemas
Existem diferentes sistemas de monitoramento do desmatamento da Amazônia. Todos eles são feitos por técnicos que observam imagens de satélite seguindo distintas metodologias. O Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real) é produzido mensalmente pelo Inpe e, como é mais rápido, não se destina a medir áreas, mas detectar focos de derrubadas de floresta para que as autoridades sejam acionadas a tempo.
Na quarta-feira, o governo havia apresentado o dado anual de desmatamento, do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal), que indicava redução de 18% entre agosto de 2013 e julho de 2014 em relação ao período anterior.
As informações do Prodes representam o índice oficial de desmatamento do governo federal. Segundo ele, o bioma perdeu 4.848 km² de vegetação em um ano.
Um outro sistema, chamado SAD, é feito pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém, também mensalmente, mas, por ser de uma ONG, não é reconhecido pelo governo. Os números desses três sistemas, por serem gerados com métodos distintos, não podem ser comparados entre si.
Em outubro, a ONG havia divulgado tendência de crescimento no desmate em levantamento independente. Segundo a organização, ficou constatada alta de 191% no desflorestamento em agosto e setembro de 2014, em relação ao bimestre de 2013.
http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/11/inpe-detecta-1924-km-de-desmate-na-amazonia-entre-agosto-e-outubro.html
Ainda que por outro método tenha havido uma redução por outro método de monitoramento, pelo Projeto PRODES:
Projeto Prodes do Inpe estima 4.848 km² de desmatamento na Amazônia em 2014
ComenteEnvie por E-mailCompartilheProjeto Prodes do Inpe estima 4.848 km² de desmatamento na Amazônia em 2014Por Izabela Prates | 9h14, 28 de Novembro de 2014
A estimativa da taxa anual do desmatamento medida pelo PRODES, o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), aponta que foram desmatados 4.848 km² no período de agosto de 2013 a julho de 2014.
Círculos indicam cenas Landsat utilizadas na estimativa do PRODES 2014. Roxo municípios prioritários Projeto Prodes do Inpe estima 4.848 km² de desmatamento na Amazônia em 2014
Círculos indicam cenas Landsat utilizadas na estimativa do PRODES 2014. Roxo - municípios prioritários / Inpe
A taxa estimada em 2014 indica uma redução de 18% em relação ao período anterior – PRODES 2013, em que foram medidos 5.891 km2. O resultado consolidado deve ser apresentado nos próximos meses e pode variar para mais ou para menos 10% do valor estimado.
O PRODES utiliza imagens de satélites da classe Landsat (20 a 30 metros de resolução espacial e taxa de revisita de 16 dias) e computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso.
Entre os dados estão tabelas que apresentam a distribuição da taxa de desmatamento nos estados que compõe a Amazonia Legal, bem como a comparação com a taxa calculada para 2013.
Para gerar esta estimativa, o Inpe analisou 89 imagens do satélite Landsat 8/OLI nas regiões onde foram registrados aproximadamente 93% do desmatamento no período anterior (agosto/2012 a julho/2013) e que também cobriram os 43 municípios prioritários referidos no Decreto Federal 6.321/2007 e atualizado em 2009. A figura ao lado apresenta as localizações das cenas Landsat utilizadas.
O projeto PRODES conta com a colaboração do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e está inserido como ação do MCTI no Grupo Permanente de Trabalho Interministerial (GPTI) para a redução dos índices de desmatamento da Amazônia legal, criado pelo decreto presidencial de 3 de julho de 2005. O GTPI é parte do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), lançado em 15 de março de 2004.
Esse sistema tem demonstrado ser de grande importância para as ações de planejamento de políticas públicas da Amazônia. Além de fornecer dados considerados confiáveis pela comunidade científica nacional e internacional, vem servindo de base para negociações e estabelecimento de metas de redução das emissões de CO2 nas convenções internacionais do clima.
Fonte: Inpe
http://mundogeo.com/blog/2014/11/28/projeto-prodes-do-inpe-estima-4-848-km%C2%B2-de-desmatamento-na-amazonia-em-2014/
No último dia 25 de novembro outro foco de tensão. A previsão para o trimestre de verão dos meses dezembro, janeiro e fevereiro foi concluído e já está a disponível para consulta pública no site do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), órgão do INPE. Para o Sudeste, parte do Sul, Centro-Oeste e, inclusive áreas do Norte do país, não há um prognóstico definitivo sobre as chuvas. O resultado é inconclusivo até o momento.
O Infoclima do Cptec informa: “Chuva - a previsão indica igual probabilidade para as três categorias ( acima, dentro e abaixo do normal). Temperatura - variando de normal a acima da normal climatológica em toda a Região”.
Aqui novamente um informe técnico. Qual o foco de tensão que o texto informa?
O quadro inconclusivo foi desastroso para as autoridades, que já estão se prevenindo para possível levantes sociais.
Aqui o artigo começa a misturar dois assuntos que não possuem necessariamente relação entre si. Dá a entender que o fato do relatório de chuvas ter sido inconclusivo (ressaltando-se até o momento, já que de tempos em tempos é feito novo relatório) faz com que as autoridades já se previnam para levantes sociais que seriam causados pela falta d'água. E quem seriam as autoridades? César Maia, EX-prefeito do Rio que nem trata sobre a água no que ele publicou (e que parece saído das profecias de Nostradamus):
O ex-prefeito do Rio de Janeiro e estudioso político, César Maia, divulgou em seu blog um quadro altamente alarmante para 2015 com a recessão econômica e os escândalos de corrupção governamental:
“As redes sociais se agitarão, e o multiplicador delas será explosivo. Estará criado o clima – objetivo (a crise) e subjetivo (a reação das pessoas). A sinergia alcançará temperatura elevada. As manifestações pontuais voltarão e se multiplicarão e terão efeito cumulativo e sinérgico. O ano calendário político começa em março. Com isso, provavelmente, as grandes manifestações estarão nas ruas no final do semestre.”
Talvez o fato de ter as palavras clima e temperatura tenha confundido o autor do artigo...
Dentro do componente econômico, a escassez de água pode antecipar todo processo. As chuvas que estão caindo, principalmente em São Paulo, não alteraram em nada o quadro gravíssimo dos reservatórios e que tende ao desabastecimento. O Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, está em franco declínio. A demanda por água é muito maior que a reposição que está ocorrendo com as chuvas, consideradas fracas para conseguir recuperar os níveis mínimos das represas.
Um problema que é mais agravante justamente em São Paulo, por um problema estadual e que a população reconhece como de responsabilidade do governo estadual. Então qual a relação disso com o "desmatamento criativo" de que trata o texto?
Soma-se a isso o relatório do cientista Antonio Donato Nobre, integrante do Centro de Ciências do Sistema Terrestre, do INPE/INPA, sobre o Futuro Climático da Amazônia, que revela a gravidade do quadro Amazônico e como isso afeta em cheio o clima no Sudeste e Sul do país, regiões que concentram 72% do PIB brasileiro, além de serem os grandes polos industriais e tecnológicos da América do Sul.
“Com a remoção de 40% da floresta ‘oceano verde’ poderá deflagrar a transição de larga escala para o equilíbrio da savana, liquidando com o tempo até das áreas de florestas que não tenham sido desmatadas. Hoje, a degradação florestal já teria perturbado a floresta remanescente em variados graus, afetando adicionalmente mais de 20% da cobertura original”, salientou o pesquisador sobre o processo de desertificação que pode ser acionado naturalmente caso se mantenha a questão do desmatamento fora das agendas políticas, econômicas e sociais.
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Que é um relatório sobre as mudanças climáticas. O processo de savanização da Amazônia é um processo já bastante conhecido, bem como isso afetaria o regime de chuvas do País. Isso é resultado tanto do desmatamento quanto do aquecimento global, porém, novamente, o que isso tem a ver com "desmatamento criativo"?
Ou seja, é uma notícia sobre uma não notícia.