Nos três poderes da nossa nação tem tanta coisa torta, tem tanto descalabro, uma enormidade de desonestidade, esperteza, ladroagem, desmantelo, cara-de-pau, oportunismo, nepotismo, corrupção, apadrinhamento, privilégio indevido, enfim, ilegalidades sem conta, que um tópico só para esse tipo de comportamento de grande parte das autoridades públicas seria bem oportuno. Por esse motivo, vamos despejar aqui o que formos encontrando por aí.
O que me moveu a criar esse tópico foi a última novidade do Senado Federal em extinguir um artigo raro nos dias de hoje, principalmente no meio político: a ética. A notícia segue mais abaixo. Antes, vou replicar aqui outras notícias igualmente tenebrosas ocorridas de umas semanas pra cá:
Com protestos e indignação nas ruas, o Tribunal de Justiça de São Paulo não teve o menor pudor em, na prática, dobrar o salário de seus desembargadores em 2013.Parlamentares brasileiros têm o 6º salário mais desproporcional do mundoLobby da magistratura pressiona Senado para que juiz corrupto mantenha a aposentadoria ao ser afastado do cargoNegócio da Petrobras trouxe prejuízo de 1 bilhão de dólaresO Brasil descobre as viagens de CabralUma possível tentativa de solução para as mazelas do BrasilE agora, com vocês, a mais nova invenção do Senado Federal!
Vamos acabar com a ética!Lobão Filho retira palavra ‘ética’ do novo código de conduta do Senado
O GLOBO (Email · Facebook · Twitter)
Publicado: 6/08/13 - 12h58
Atualizado: 6/08/13 - 14h30
‘O que é ética para você pode não ser para mim’, diz o político
Texto também rejeita declaração de bens obrigatória de parentes
O senador Lobão Filho (PMDB-MA) Ailton de Freitas / O Globo
RIO — A palavra “ética” foi retirada do possível novo Regimento Interno do Senado Federal, que aguarda apreciação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O código de conduta é jurado por parlamentares na posse de seu cargo. O relator da reforma, o senador Lobão Filho (PMDB-MA), alega que a ética seria relativa. Também foi rejeitada para a proposta a declaração de bens obrigatória por parte de parentes dos senadores, a qual evitaria a transferência de nome do proprietário com o intuito de esconder o patrimônio. Para Lobão, medida seria inconstitucional. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.
— Isso daria margem a interpretações perigosas. O que é ética para você pode não ser para mim. E aí incluir isso iria gerar problema de conflitos ali. A ética é uma coisa muito subjetiva, muito abstrata — justificou o político
Além disso, Lobão Filho não acatou a proposta de emenda a qual determinaria que fossem relatados à Corregedoria do Senado os atos incompatíveis com o decoro parlamentar praticados fora das dependências da Casa Legislativa. Como já previa o texto anterior, foi mantido o entendimento de que a quebra de decoro só deve ser denunciada se ocorrer dentro do prédio do Senado.
A resolução em questão, de nº 93, teve origem em 1970, durante o regime militar. Desde então, o código de conduta interno da Casa nunca havia passado por mudança, apesar de, em 2009, o então senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) ter apresentado a primeira tentativa de alterar as regras do Senado. Contudo, o mandato do tucano terminou antes de o projeto ser votado. Ele concordara com a sugestão do então senador José Nery (PSOL-PA), de incluir, no juramento da posse dos senadores, o compromisso com a ética. Nessa proposta, também havia a afirmação para desempenhar o posto público de forma “honesta”, outro palavra que ficou de fora, mas que Lobão espera poder acrescentar novamente.
O documento que pode mudar o Regimento Interno do Senado já está pronto para ser votado pela CCJ, cujo presidente é o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), do mesmo partido que Lobão Filho. Se o atual conteúdo for aprovado nessa próxima etapa, ele ainda pode seguir para uma comissão temporária especial ou ir direto para o plenário.
http://oglobo.globo.com/pais/lobao-filho-retira-palavra-etica-do-novo-codigo-de-conduta-do-senado-9372131
Enfim, acho que temos um sério problema com relação às pessoas que administram o Brasil, seja em que esfera de poder estejam.