Rapaz, ontem o Cientista sentiu o efeito de um sistema digestivo que já não é mais o que foi. Uns croissants gostosos, gordurosos e potencialmente letais e... Então, não deu para vir ver. Também, eu não pensava em parar para escrever agora, mas vi que está agendada uma parada no fim de semana, que é quando mais me disponibilizo a divertir-me por aqui. Como dei pano pra manga para mim mesmo, não quero adiar muito isso, nem tanto para você (aqui é leveza), mas o mais abaixo, para não ficar pendência. Esticar-me-ei.
Um cara que dirige bêbado e se nega a assoprar o bafômetro jamais terá meu voto.
Bom, aqui, deixando de lado que "jamais" é tempo demais (e o Cientista usa "jamais" pra caramba, hahahahaha...), o problema seria mais exatamente o sujeito dirigir bêbado ou se recusar a soprar aquela estrovenga?
Mas foi só uma frase de efeito, pô...
Que funciona! Porquanto o Cientista usa. hahahahahahahah...
Mas... ...peraí...
Só que... o que, exatamente, confere efeito à frase? A frase em si, ou o "jamais"?... Agora bateu indeterminação...
Vamos esclarecer o seguinte: Um cara que dirige bêbado é um assassino criminoso, não importa se se recusa a soprar o pinto que for. Assassinos criminosos em sociedades civilizadas devem ter suas funções vitais interrompidas. Fica difícil votar em defuntos. Não vivemos num mundo civilizado, mas pode um indivíduo manter-se, pelo menos, 'conscientemente' civilizado pela sua própria independente perspectiva de mundo, sabendo o que deve fazer. Um cinesíforo etilizado não merece é a vida. "Voto"? ...
Voto em branco mas não nele.
Mas o cara é branco! hahahahahahaha... Infame, tá bom...
Eu não sei quais são as aspirações dele...Você quem tá falando...Será mesmo?
Tô cum medo de bulir nesse negoço. Num tô capintando a mensage não... "Branco", "aspirações"... de 'pó' (branco)? ? ? ... "Aspirações" a não ser branco para futuras cotas eleitorais?... Se eu é que tava falando, não sei do que falava... hahahahahaha...
Mas o que me preocupou mesmo foi você não ter se defendido da acusação de megalomania por querer que seu único voto (em) branco decidisse toda a eleição. Perturbador... hahahahahahahahah...
Bom, dá para dizer que eu "pedi por isso". É justo que eu arque.
Discussões político-ideológicas, discuta quem quiser. A esmagadora maior parte é chatice e vazio, e o resultado é só a chatice e o vazio. Um pingo de coisa divertida, por vezes, se pode encontrar aqui e ali, MAS!...
arcanjo Lúcifer,
como é que eu posso explicar melhor. foda-se se o Lula fez uso eleitoral dessa escolha. Dê a interpretação que você quiser. Lula pleiteava a reeleição e considerou que o anúncio da TV digital lhe traria ganhos políticos. Não sou procurador do PT, como disse. O que eu disse é que a Globo se alinhou ao PT nessa época, possivelmente para que fosse aprovado o padrão que lhe favorecia. À época eram três padrões, o americano, o europeu e o japonês. Dentre os prós e contras, o japonês era o mais moderno e permitia o acesso à TV digital por dispositivos móveis, algo que pra época parecia inútil, mas hoje consideramos algo fundamental. O contra é que o padrão japonês era o que exigia equipamentos mais caros pra sua implantação, além de permitir um número menor de canais em sua faixa espectral. Essas últimas duas características tornavam o padrão japonês o mais atrativo pra Globo, afinal, pouquíssimas emissoras poderiam bancar o novo padrão - como de fato aconteceu, e a tão falada TV digital está bem longe de ser implementada por todos os canais, em todo país. O fato de permitir um número menor de canais também é positivo pois significa menos concorrência.
Se a decisão do padrão foi acertada eu não posso dizer. Algo que era impensável à época se tornou muito atrativo, a possibilidade de assistir a TV de um celular. Por outro lado, aumentou a força da Globo, e fechou a oportunidade a novos canais (um dos argumentos usados para a implementação do novo padrão de TV digital)
Meu ponto era mostrar um alinhamento da Globo ao Lula. Se vc quer ignorar todo o aspecto técnico da decisão para dar atenção aos ganhos políticos que a medida trouxe ao Lula, Vá em frente. Pra mim isso é pra lá de idiota, todo político que queira se manter no poder irá ressaltar o que faz de bom. Azar é do FHC que não procurou modernizar o sistema de TV brasileiro. Qualquer padrão escolhido seria melhor que o antigo.
Ou pense que Lula foi um FDP e pronto, não estou realmente nem aí. Não tou aqui pra defender o Lula.
Isso já é ultrapassar o limite!
Não são padrões, são sistemas. O japones não é o único a "permitir recepção móvel". Alegou-se que era o que o fazia com melhor desempenho.
Onde/quando que receber sinal de TV em portáteis "pareceu algo inútil"? Muito antes da digital, tanta tecnologia foi desenvolvida para permitir isso, especialmente como cinescópios de feixes oblíquos e perfis baixíssimos com baixíssimo consumo que permitiram televisores de bolso já à época das TRC, com grande mercado consumidor.
O que se alegou que seria "mais caro" seriam os conversores, não os equipamentos das emissoras, inclusive porque o Japão ofereceria vantagens extras como a famigerada "transferência de tecnologia" (coisa que os japoneses foram exímios em dispensar, na história, vinda voluntariamente das fontes...). Para "baratear os conversores", especialmente nas 'funções superiores' da TV digital (interatividade), uns bobos alegres "criaram" uma "coisa extraordinária" -- ginga. Tudo uma grande bobagem, uma vez que, em pouquíssimo tempo, todos os dispositivos do mundo deverão tender a ser multissistemas a custos baixíssimos, tudo muito mais facilitado que no passado, em sistemas analógicos, uma vez que processamentos digitais flexibilizam hardware imensamente, num tempo em que 'firmware' já deixou de ser 'firm' há muito.
Que estória é essa de "permitir um número menor de canais em sua faixa espectral"? Todos usam os canais convencionais de 6MHz. Na faixa de UHF, são 69 na inferior. Ainda que o 4G atrapalhe alguns, sobram mais de cinquenta (todo aquele bafafá foi besteira de mídia e inéptos para bovo -- mistura de bobo com povo, ignaro e burro -- ver). Não tem nada de "menos concorrência" por conta disso. E onde que "a tão falada TV digital está bem longe de ser implementada por todos os canais, em todo país"? Todas as principais emissoras já transmitem digital. A cobertura está expandindo e as principais cidades já estão cobertas.
Os sistemas físicos não discutem política e não funcionam ideologicamente, ora bolas! Respeitêmo-los!
Olá cientista,
Primeiro, quero agradecer a sua contribuição. Eu respondi ao Arcanjo Lúcifer com o que lembrava sobre a implantação da TV digital. Inclusive a parte ""técnica""(com muitas aspas). Eu não sou dessa área, e posso ter cometido algum deslize, seja pela memória, seja por não dominar o assunto e ter ido na onda de informações erradas que circulavam à época (informações que citavam o interesse da Globo no padrão japonês, diga-se)
Razão pela qual o que circula nos veículos jornalísticos, por ser de tão pouca informatividade, não só especificamente quanto a 'questões técnicas', quanto no geral, dever ser deixado de lado não se tendo o devido crivo. Só ocorre que, quanto a assuntos técnicos, a visibilização da desinformação é mais evidente (para quem tem petrechos para ver); nos 'não técnicos', qualquer interpretação é "válida", servido só a ideologias, conforme o gosto e a conveniência. Tal a realidade. Essa tragédia se estende a outras abordagens normalmente relacionadas a "discussões técnicas" encaminhas por 'comissões' que integram o que de menos proficiente há de especialistas, "especialistas" para dizerem mais o que se quer ouvir por outras partes do que os fatos referentes, tudo isso consumindo recursos e mais os 'recursos sobre os recursos'.
Quanto algumas alegações suas. Vamos lá:
Sobre o alcance da TV digital. Eu moro em Ponta Grossa, numa cidade de 300 mil habitantes, a 100 km de Curitiba. Aqui só temos a Globo digital, enquanto temos várias outras emissoras no sistema antigo (não sei precisar quantas, mas vá la, umas 07 ou 08, acredito). A situação pode ser diferente nas capitais, mas o sistema não foi concebido só para elas.
Não, não foi, o sistema está determinado para substituição total da transmissão analógica nacional em menos de 4 anos d'agora; todos terão que atender. Transmitir em UHF exige unidades de transmissão menos potentes, de menor custo unitário, mais fácil instalação entre outras vantagens, com a contrapartida do alcance mais curto demandando redes mais distribuídas com mais numerosos pontos irradiantes, como nas redes de telefonia celular. Tem, isto, para não anular possibilidade, vestigial relação com o fato de o sinal ser modulado com programação digital, mas com o comportamento propagante do sinal na frequência. A Globo pode ter (tido) maior capacidade de investimento imediato e esbanjado, mas não está fora do alcance da maioria das outras, devendo já ter seus programas de expansão bem elaborados, levando em conta que o público "consumidor" não se encontra na categoria em que se possa dispensar até o último momento o sistema analógico atualmente implantado. Ademais, nas capitais e cidades maiores já se pode, no mínimo, captar o sinal de 1 segmento de todas as maiores emissoras. Com boas antenas bem posicionadas (o mais alto, melhor), a maior parte da população já recebe o sinal digital das maiores emissoras. Diga-se, a propósito, que o sinal a 1 segmento é uma bela porcaria (não deverá ser optado nem pelos espectadores móveis -- e já, ...ou a samsung ou a LG... lançaram no Brasil o primeiro smartphone com receptor de TV digital fullseg; toda a palhaçada da "escolha pelo critério da mobilidade" vai pelo ralo), não competindo com o sinal analógico, o que leva a óbvias conclusões extras. No tempo certo, tudo ocorrerá como deve. A 'sangria desatada' e a desinformação é que são o problema.
Quanto à concorrência, foi o que eu li à época. Vejamos:
ISDB(Integrated Service Digital Broadcasting) é o padrão defendido pelas grandes redes de TV. Elas alegam que essa seria a tecnologia que melhor atenderia aos requisitos de alta definição (mas também com possibilidade de transmissão em definição standard, com qualidade inferior, para permitir a múltipla programação), além da portabilidade e mobilidade em 6 MHz, mesma quantidade do espectro utilizada hoje pelas emissoras.
"Definição standard" é daquelas ótimas...
Quanto a ser melhor no quesito máxima definição, pode (*pode*) ser um fato, devido a certas características específicas do sistema; mas não deve ser, na prática (análise necessária). Já, o restante, é absurdo, visto os outros sistemas também subdividirem a banda, o que é um procedimento regular de tráfego digital, que pode ser 'pacoteado', o que é vantajoso sob muitos aspectos. Os detalhes disso são muito extensos e complicados para abordar aqui. De qualquer forma, a questão da mobilidade como um problema melhor atacado pelo ISDB é nonsense puro. Com a péssima qualidade do 1seg do ISDB, até chuvisco puro de analógica pode ser chamado de recepção. Na prática, até para pegar um bom sinal da porcaria do 1seg, é preciso sinal tão forte que já se está no limite de pegar um fullseg. Suspeito fortissimamente que a única razão do 1seg é sua liberação separada para gravação de conteúdo pelo espectador.
Entretanto, o relatório do CPqD aponta que o conversor para o padrão ISDB seria o mais caro para o consumidor.
Ah, sim... o CPqD... Se servisse para alguma coisa, desenvolveria um sistema de TV digital próprio e não ficaria dando pitacos ineptos.
Está bem visto o que significou o "custo dos conversores". Atualmente, todos os televisores novos já o têm integrados e seu custo no total se dilui e esvai, perdendo qualquer sentido econômico. Os conversores independentes já somem do mercado, muito antes da implantação definitiva. Encontram-se mais para computadores, a preços baixíssimos.
Ao privilegiar a alta definição, o sistema também poderá dificultar a entrada de novos concorrentes (novos canais de TV). Isso porque, para transmitir em alta definição não seria possível dividir a programação, já que esse tipo de transmissão demandaria a utilização de toda a banda de espectro (6 MHz).
Isso é um absurdo total e completo. Com a flexibilidade dos sistemas, tanto de transmissão quanto de recepção, há enorme liberdade para cada emissora transmitir sua programação com o grau de definição que optar, assim como ser recebida conforme. O ISDB já dispõe de todas as características nativas para isto, com o segmento de baixa resolução destinado a ela.
E se eu errei dizendo que só o padrão japonês permitia a TV em dispositivos móveis, noto que, pela matéria da uol, com o padrão europeu seriam as teles seriam responsáveis pela transmissão móvel, algo que iria contra os interesses das redes de TV:
O sistema privilegia a programação múltipla, o que é visto como oportunidade para as ONGs (Organizações não Governamentais) e pelas teles, interessadas em novos canais de conteúdo.
Entretanto, a tecnologia não agrada às grandes redes de TV, pois elas teriam, em tese, que dividir o espaço que ocupam hoje no espectro (6 MHz) com outros produtores de conteúdo, e também o mercado publicitário.
Em tese, esse sistema vincularia a transmissão móvel às redes das teles celulares, já que o sistema demandaria a utilização de uma estrutura em separado para as transmissões destinadas a receptores móveis, o que garantiria a participação dessas empresas no negócio.
fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u105809.shtml
Isso é tão absurdo e sem sentido que é difícil aceitar que estou lendo. Coloca essa tabelinha gráfica aí com as comparações entre períodos de inflação como coisas lógicas e sensatas em comparação. O que teria que ver a estruturação dos fluxos de dados com qualquer regulamentação no setor? O que obrigaria as empresas de TV a ceder espaço em suas concessões para empresas de telefonia só por isso ser possível? No ISDB não é tecnicamente inviável fazer isso, tanto quanto. Se estão falando do uso físico de torres de transmissão, o 4G UHF lançou mão de usar postes de fiação elétrica para implantação, e não houve conflito nisso implicar em vinculação às eletros. Realmente nem sei se estou entendendo exatamente qual a excrecência exposta aqui... É realmente impressionante a desembocadura de esgoto que sai da imprensa...
"Em tese"... Essa é sempre uma das ótimas...
Quanto à TV em portáteis, é uma opinião pessoal. Creio que em 2006 a maioria dos usuários não pensava em ver TV no celular, até porque a tela e a resolução dos celulares mais comuns da época não tornavam isso atrativo. Ainda, se houvesse essa pretensão, era algo secundário(incerteza se as pessoas afinal iriam assistir TV num celular). Hoje eu sei o quanto todos isso é atrativo.
Não tem relação obrigatória com celulares. A convergência de tudo nessa coisa que nem mais deveria ter propriedade em ser chamada de telefone é contingente, incidental para a questão. Muito antes de seu ano marco (2006), vários modelos de televisores portáteis para sinal analógico eram bem populares, muitos já com telas de cristal líquido.
Mas claro, sempre será "uma opinião pessoal" o gosto por qualquer coisa, inclusive assistir TV no coletivo.
ps: Eu não sei nem o que são cinescópios de feixes oblíquos ou esse tal de TRC. E não tenho nenhuma discussões para discutir com você nenhum aspecto técnico desses sistemas de TV. Só tive a informação que as grandes emissoras fizeram lobby junto ao governo pelo padrão japonês.
TRC são as inicias de Tubo de Raios Catódicos, dispositivo que acelera feixes de elétrons a partir de fontes de elétrons (cátodos aquecidos), normalmente bombardeando algum alvo/superfície. Cinescópios são TRC específicos para composição de imagens pela varredura numa tela luminescente pelos impactos dos elétrons (os conhecidos 'tubos de imagem' das já quase totalmente extintas já antigas televisões/monitores/outros visualizadores eletrônicos). Nos cinescópios "normais", os feixes são acelerados perpendicularmente à tela pelo 'canhão' (porção tubular do tubo que contém os elementos de emissão, focalização, aceleração, entre outras funções) de elétrons, o que obriga haver uma distância mínima entre a fonte de elétrons e a tela, para que se possa proceder deflexão (desvio dos feixes de cima abaixo e vice-versa e da direita para esquerda e vice-versa); nos oblíquos, o canhão é posicionado em ângulo com a tela, permitindo que o cinescópio tenha pequena profundidade. Alguns chega(va)m a ser tão finos quanto muitas telas LCD, levando-se em conta a estrutura de iluminação traseira necessária a estas últimas.
Poderiam ter feito lobby por qualquer dos sistemas; poderiam ter escolhido no 'uni duni tê', o que teria a vantagem de menor desperdício de tempo e despesas de consultorias de ineptos. De fato, essas campanhas de "escolhas" já são o próprio lobby, conjugados a tantos outros interesses escusos.
Como se pode ver, as questões político-ideológicas "envolvidas" nisso têm muitos mais implicações e complexidades que se pode ver à vista primeira desarmada, as "questões técnicas" não passando de puro pretexto. Aliás, como toda e qualquer "questão técnica" quando se fala de política e/ou por ideologia.
Para não alongar mais o aranzel, chega.