Autor Tópico: China  (Lida 10880 vezes)

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Offline EuSouOqueSou

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Re:China
« Resposta #50 Online: 28 de Janeiro de 2015, 18:42:41 »
Como eu disse antes, aquela merda de pais nunca sera' um potencia mundial. Todo bonus tem seu onus, cedo ou tarde a China tera o onus de seu "impressionante" crescimento economico.

http://9gag.com/gag/aby3Z1b
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Moro

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Re:China
« Resposta #51 Online: 28 de Janeiro de 2015, 18:47:35 »
acho que facilmente poderiam fazer as mesmas fotos no Brasil

Bom, mas nunca seremos potência também
“If an ideology is peaceful, we will see its extremists and literalists as the most peaceful people on earth, that's called common sense.”

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Offline Sergiomgbr

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Re:China
« Resposta #52 Online: 28 de Janeiro de 2015, 18:56:42 »
Acho que a China já é uma potência. E em pouco tempo vai tá fazendo chinices...
Até onde eu sei eu não sei.

Offline EuSouOqueSou

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Re:China
« Resposta #53 Online: 28 de Janeiro de 2015, 19:00:02 »
acho que facilmente poderiam fazer as mesmas fotos no Brasil

Bom, mas nunca seremos potência também

Sei nao, a poluicao la e' absurdamente grande. Sobre o Brasil, o que esperar de um povo que nao consegue nem organizar uma fila?
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Jack Carver

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Re:China
« Resposta #54 Online: 01 de Março de 2015, 13:23:23 »
China dá "grande salto em frente" no mercado global de ouro
http://br.sputniknews.com/mundo/20150301/297975.html


"China usou mais concreto em 3 anos do que os EUA em um século"

http://www.tecmundo.com.br/engenharia/75349-bill-gates-china-usou-concreto-3-anos-eua-em-seculo.htm
« Última modificação: 02 de Março de 2015, 19:09:12 por Jack Carver »
O Brasil é um país de sabotadores profissionais.

“Dêem-me controle sobre o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis. - Mayer Amschel Rothschild

Offline Lorentz

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Re:China
« Resposta #55 Online: 23 de Maio de 2016, 13:03:31 »
Um texto bem humorado do meiobit:

Citar
Quem diria, trolls profissionais são os moderadores da China

A internet chinesa não é nem de longe tão libertária quanto a ocidental, mas ela também não é tão restrita quanto se pensa. Se lembrarmos que o país possui uma gigantesca comunidade de jogadores online, que majoritariamente utilizam PCs (os consoles de mesa foram liberados há pouquíssimo tempo) a gente rapidinho deixa de associar o País do Meio com nações mais retrógradas no que tange à informação. Não que eles não aprontem, claro.

Só que a China ainda é socialista no papel (mas há muito tempo deixou o Maoísmo de lado) e como ele não é bagunça, é preciso manter a pose. No que tange à internet é comum lembrar do Escudo Dourado, o grande e famigerado firewall da República Popular que barra e filtra a maior parte dos sites estrangeiros, mas este é um aspecto. Do lado de dentro a rede ainda funciona como se deveria, com seus serviços e soluções próprias e claro, humanos são humanos em todo lugar e querem as mesmas coisas. Nada demais, só trivialidades como liberdade de expressão e coisas do tipo.

O monitoramento da internet na China é constante, mas com mais da metade da população online não dá para verificar tudo, barrar todo e qualquer conteúdo compartilhado. Os censores preferem se concentrar nos assuntos mais bombásticos e atomizá-los antes que viralizem, apagando-os postagens controversas junto aos provedores ou em casos extremos partem para monitorar indivíduos suspeitos bem de perto. Já controlar toda a massa demandaria muito tempo, esforço e dinheiro.

Foi assim que a cúpula chinesa entendeu que não é preciso censurar e monitorar todo mundo, a boa tática da confusão e desinformação funciona melhor nesse caso.

Para isso Pequim conta com um braço extra chamado Wu Mao Dang, ou “Partido dos 50 Centavos” (algumas traduções se referem ao órgão como um Exército). Estes nada mais são do que uma gigantesca gangue de trolls profissionais, que são pagos pelo Partido Comunista para entupir a internet de postagens, comentários, sites e blogs enaltecendo o governo e o socialismo. Dessa forma trabalha-se com massificação de informação de modo a moldar o pensamento geral da população, disseminando toneladas de fatos e dados pró-China para sufocar qualquer tipo de discurso dissonante.

O nome do partido vem do suposto pagamento reservado a esses trolls, que seria de 50 centavos de yuan por postagem. Não se sabe entretanto o valor atualizado hoje, que pode variar. Seus membros entretanto (que são chamados de “gerentes de opinião pública”) não são qualquer tipo de usuário de internet, eles são treinados dentro da doutrina comunista e instruídos a sempre fazerem postagens puxando a sardinha para o lado do partido,

Agora, estudos recentes (cuidado, PDF) indicam que ao contrário do que originalmente se pensava, a grande maioria dos posts do Partido dos 50 Centavos não são voltados para doutrinação ou propaganda, e sim para causar confusão. Uma vez que um assunto considerado espinhoso pelo governo começa a ganhar proeminência, os “gerentes de opinião” bombardeiam a área de comentários com links, postagens e opiniões controversas ou contraditórias com o intuito de desviar o assunto do tema da postagem original.

Os pesquisadores Gary King, Jennifer Pan e Margaret E. Roberts em seu estudo conjunto envolvendo as universidades de Harvard, Stanford e da Califórnia analisaram não só os conteúdos das mensagens como também e-mails vazados do Escritório de Propaganda na Internet do distrito de Zhanggong, na cidade de Ganzhou, província de Jiangxi (a 1,75 mil km de Pequim, um pouco menos que a distância entre São Paulo, SP e Palmas, TO). Extrapolando as informações analisadas, os autores do artigo chegaram ao número aproximado de 488 MILHÕES de postagens por ano, que seria o tanto de blablablá que o partido publica para desviar a atenção da população do que realmente importa.

Este é um bom exemplo de que mais do que a censura, a velha tática de causar confusão e desinformação ainda funciona muito bem e é até compreensível a China adotar este método, já que 700 milhões de cidadãos conectados não é pouca coisa mesmo.

Aí eu pergunto pra vocês, qual o partido do Brasil que paga militantes para espalharem desinformação e propaganda do governo pela internet?
"Amy, technology isn't intrinsically good or bad. It's all in how you use it, like the death ray." - Professor Hubert J. Farnsworth

Offline Gigaview

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Re:China
« Resposta #56 Online: 23 de Maio de 2016, 23:30:04 »
Vou dar a dica. Paga com bitmortadela.
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Pavlov probably thought about feeding his dogs every time someone rang a bell.

Offline Geotecton

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Re:China
« Resposta #57 Online: 24 de Maio de 2016, 10:57:36 »
Foto USGS


Offline JJ

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Re:China
« Resposta #59 Online: 17 de Junho de 2016, 08:57:35 »
04 de novembro, 2002 - Publicado às 12h33 GMT

'China não tem mais nada de comunista', diz historiador Bussche: 'Comunismo na China é só de fachada'


Silvia Salek, enviada especial a Pequim

Depois de duas décadas de reformas econômicas, o comunismo na China é apenas de fachada; nem mesmo os integrantes do Partido Comunista acreditam na filosofia implantada no país após a revolução de 1949, liderada por Mao Tsé-tung.

A opinião é do historiador e pesquisador da Universidade de Pequim, Eric Vanden Bussche, um brasileiro que vive há cinco anos na China e, fluente em mandarim, sabe como poucos do que está falando.

Para ele, apesar de as reformas terem transformado a economia chinesa, o país ainda não está preparado para a democracia.

Nesta entrevista, ele diz ainda que, ao contrário da China, o Brasil será o eterno país do futuro por causa do conformismo da população com o subdesenvolvimento.


BBC – A visão que se tem da China no Brasil reflete a realidade na sua opinião?

Eric Vanden Bussche – Não. O brasileiro tem uma visão muito maniqueísta da China. Por um lado, vêem a China como um país de cultura milenar e filosofia rica. Têm uma certa admiração pela cultura chinesa. Por outro lado, os meios de comunicação mostram a China como um país que reprime os direitos e as liberdades da população. As duas visões estão completamente distantes da realidade atual do país.


BBC – Não é um exagero dizer que a visão está completamente distante da realidade?

Eric Vanden Bussche – Em primeiro lugar, não podemos dizer que a China é um país totalitário. Ela vem se abrindo econômica e politicamente. Hoje, por exemplo, não há mais o culto à personalidade. Isso foi abolido por Deng Xiaoping . Muitas estátuas de Mao Tsé-tung foram retiradas das ruas por exemplo. Outra mudança significativa é que os líderes não podem mais se perpetuar no poder. Há na constituição um artigo que impede que os líderes sejam reeleitos por mais de dois mandatos para o mesmo posto. É por isso que o presidente Jiang Zemin vai deixar a presidência provavelmente no início do ano que vem.


BBC – Mas isso não é suficiente para dizer que o governo chinês não seja autoritário.

Eric Vanden Bussche – Obviamente, há um certo controle, mas temos que aprender a relativizar nossas críticas. Veja o exemplo dos Estados Unidos, que tanto criticam a China nesse quesito. O controle nos aeroportos e nos prédios públicos é enorme. Se você critica o governo americano, é acusado de ser antipatriota. Para falar a verdade, eu sinto ter mais liberdade de expressão aqui do que nos Estados Unidos atualmente.


BBC – Será que não é porque você está falando coisas positivas sobre a China?

Eric Vanden Bussche – De maneira nenhuma. Minha visão sobre a China é bem variada. Só é vista como positiva porque não é altamente negativa como nos países ocidentais. Nos Estados Unidos, a paranóia impera. Se você fizer alguma brincadeira, alguma piada com o tema do terrorismo, pode ser preso. Essa questão de liberdade de expressão é relativa. Acusam a China de controlar a imprensa. De fato, existe um controle claro do governo. Já nos países ocidentais, esse controle não é claro e serve aos interesses das classes dominantes.

BBC – O senhor acha que os Estados Unidos e os países ocidentais estão errados em exigir mais democracia da China?

Eric Vanden Bussche – A verdade é que a China ainda não está preparada para a democracia. Isso é um consenso entre as lideranças políticas e entre a população chinesa. A China nunca teve tradição democrática. As coisas sempre foram impostas de cima para baixo e o povo se acostumou a isso. Por exemplo: só na China é que foi possível um movimento como a Revolução Cultural, em que intelectuais eram mandados para campos de trabalho forçado, uns denunciavam os outros. Por que funcionou? Porque foi imposta pelo presidente Mao e a população acatou a ordem dele. Estava acostumada a isso.


BBC – O senhor está dizendo que por causa dessa falta de costume, é possível que os chineses nunca tenham uma democracia?

Eric Vanden Bussche – É possível, mas minha opinião é que esse processo de democratização vá ser lento. As mudanças gradativas foram a fórmula de sucesso da China. Por que mudar isso agora? Só para agradar os ocidentais? Deng Xiaoping, por exemplo, dizia que as instituições chinesas precisam ser reformadas e previu que a população chinesa estaria preparada para eleições presidenciais em 2049. É um prazo bem longo para os nossos padrões, mas já existem hoje eleições diretas para cargos administrativos de pequenas cidades por exemplo. Além disso, há um esforço maior do Partido Comunista em integrar membros que não são do partido na administração local.

BBC – O que explica essa falta de preparo para a democracia do povo chinês?

Eric Vanden Bussche – A China é um país com uma diversidade inacreditável, embora, os ocidentais vejam a China como um país homogêneo. São 56 etnias, 93% da população pertence a maioria Han, mas o restante tem suas próprias culturas. E dentro da etnia Han, existem grandes diferenças no Norte, no Sul, no Leste e no Oeste do país. O elemento de coesão sempre foi a figura do imperador, a burocracia do império. Eu acredito que, por isso, a China sempre tenha sido um país hierarquizado.


Confúcio prega isso nas relações entre as pessoas, na família, na sociedade. Desde criança, o chinês aprende isso. Evidentemente, hoje, a China tem mais contato com o mundo e os jovens têm uma concepção mais aberta em relação à ordem social. Há um longo caminho a percorrer. Mas mesmo a democracia terá que ter características chinesas.


BBC – Da forma que o senhor fala, parece que existe um risco na democracia. Que risco seria esse para os chineses?

Eric Vanden Bussche – Se a democracia fosse instaurada hoje na China, o país viveria um caos ainda maior do que o vivido pela União Soviética. O país correria sério risco de desestruturação territorial. A minoria tibetana e a minoria muçulmana têm raízes culturais muito fortes e elevado grau de concentração em certas áreas. Uma vez que a China ficasse democrática, a separação seria quase inevitável neste momento. Além disso, o chinês não está maduro o suficiente, não tem a noção de cidadania que permeia as democracias ocidentais. Para que a democracia funcione, precisa haver consciência de deveres e direitos políticos. Isso não existe aqui.

BBC – O governo está preparando a população de alguma maneira para isso?

Eric Vanden Bussche – O governo está aos poucos criando um sistema jurídico mais estável. A melhor forma de preparar a população seria alicerçar as instituições político-jurídicas do país, criar mais transparência e eliminar a corrupção. Isso está sendo feito, mas a passos de tartaruga porque há várias facções rivais dentro do Partido Comunista que querem Chinas diferentes.

BBC – Que facções são essas?

Eric Vanden Bussche – O primeiro-ministro, Zhu Rondji, por exemplo, não cumprirá um segundo mandato porque foi um pouco longe demais no combate à corrupção. Alguns amigos pessoais de Jiang Zemin acabaram sendo envolvidos nessa caça aos corruptos e isso teria deixado o presidente insatisfeito. Não que Jiang Zemin seja corrupto, mas há grupos no governo que não querem mudanças drásticas.


BBC – O senhor está dizendo que não querem mudanças porque se beneficiam da corrupção?

Eric Vanden Bussche – Não há provas sobre ninguém, e quando há essa pessoa é punida. Mas há denúncias, por exemplo, contra o presidente do Congresso, Li Peng.


BBC – Será que se alguma coisa contra ele fosse comprovada, ele poderia ser punido mesmo sendo o segundo homem mais poderoso na política chinesa?

Eric Vanden Bussche – Sem sombra de dúvida. Um ex-prefeito de Pequim foi condenado à morte por exemplo. Ninguém está imune a isso. A corrupção é um problema endêmico do regime político chinês. Se não for controlada, pode acabar destruindo as instituições como um câncer. Freqüentemente, integrantes do governo são condenados à morte. Mesmo a corrupção passiva é punida severamente.


BBC – Falamos muito da visão do governo chinês como se não houvesse divisões, mas qual é a disputa de poder interna que existe na cúpula do governo?

Eric Vanden Bussche – Li Peng representa uma facção conservadora, mais atrelada à economia planificada, é a favor de obras faraônicas. Zhu Rondji representa o oposto, gostaria de acelerar as mudanças econômicas e de certa forma políticas. Já Jiang Zemin é um líder que subiu por sempre estar em cima do muro e sempre saber se aliar à facção vencedora. Ele deve continuar a ter uma enorme influência nos círculos militares mesmo após deixar o cargo de presidente.


BBC – A sucessão de Jiang Zemin é cercada de mistério, mas quem deve substituí-lo no posto de presidente na sua opinião?

Eric Vanden Bussche – O vice-presidente Hu Jintao é o mais cotado. Ele é uma das figuras do governo que tem maior carisma. Ele não mudará o curso das reformas, mas talvez possa haver uma maior abertura política com o Hu Jintao. Ele não é tão burocrático quanto o Jiang Zemin, é muito mais jovem e representa uma nova geração de líderes. Ele é uma figura que age nos bastidores, tem muito mais consciência da necessidade de reformas e tem muito mais iniciativa. Enquanto Jiang Zemin é uma figura mais passiva, o Hu Jintao é oposto, toma iniciativa muito maior. Ele não cresceu durante o período pré-revolucionário, não está atrelado àquela ideologia política.


BBC – Os chineses discutem muito o legado que será deixado pelos atuais líderes. Na sua opinião, que legado deixa Jiang Zemin?

Eric Vanden Bussche – O grande objetivo dele era reunificar a China. Hong Kong voltou às mãos da China em 1997, Macau, em 1999. O problema é Taiwan. Jiang Zemin não vai conseguir reincorporar Taiwan, e isso certamente impede que ele deixe um legado que possa ser comparado ao de seus antecessores, da primeira e da segunda geração. Ele é visto como alguém que simplesmente continuou a obra de Deng Xiaoping.


BBC – O senhor vê alguma possibilidade de Taiwan voltar para a China?

Eric Vanden Bussche – Eu acredito que eventualmente haverá uma reunificação. A maior parte da população de Taiwan não quer porque, neste momento, a situação atual é mais vantajosa para eles. Não precisam se submeter ao regime de Pequim, e isso não atrapalha em nada a integração econômica dos dois. As duas economias se completam, têm relação simbiótica.


BBC – Mas o senhor acha então que essa reunificação será pacífica?

Eric Vanden Bussche – Eu acredito que continuará havendo fricções entre os dois, que serão causadas, em grande parte, pelos Estados Unidos, que usam Taiwan como forma de pressionar a China e de conseguir certas concessões. Mas as duas economias estão criando uma dependência tão grande que será inevitável uma reunificação no futuro. Não acho que será necessário esperar a democratização, mas o povo de Taiwan terá que se sentir seguro. É muito possível que uma guerra não seja necessária.


BBC – O senhor citou a influência dos Estados Unidos na questão de Taiwan. Antes, o problema era o comunismo. Qual o problema agora?

Eric Vanden Bussche – Os americanos vêem a China como ameaça à sua hegemonia no Pacífico, isso é óbvio. Entretanto, a postura varia de governo para governo. Os democratas tendem a enxergar essa relação como uma parceria estratégica. A era Clinton pensava que, para harmonizar as diferenças, era preciso integrar os países nas instituições internacionais. A entrada da China para a Organização Mundial do Comércio era um dos grandes objetivos da administração Clinton.


A China teria que jogar conforme as regras do jogo e isso acabaria beneficiando os Estados Unidos. Agora, com a mudança de governo, a fricção entre a China e os Estados Unidos tende a aumentar. A política de Bush é oposta à da era Clinton. Querem excluir os países que não têm os mesmos princípios democráticos e de livre comércio, embora os Estados Unidos sejam protecionistas. A China deixa de ser um parceiro e passa ser um competidor.


BBC– O senhor diz que a entrada da China para a OMC beneficia os Estados Unidos. Está beneficiando a China?

Eric Vanden Bussche – No curto prazo, acho que não será benéfica. Toda mudança produz um certo desgaste inicial. Mas no longo prazo, tenderá a ganhar muito com isso. Mas tudo vai depender de como a China vai preparar as instituições para isso. Se a China começar a modernizar a agricultura, melhorar as instituições jurídicas e melhorar o gerenciamento das estatais, só tende a ganhar.


BBC – Falando em estatais, o governo está tendo sucesso nos processos de privatização parcial que tem feito?

Eric Vanden Bussche – Desde de 1996, o governo chinês vem tentando melhorar as estatais. Muita gente tem sido demitida, estão fechando as portas de empresas que não são produtivas, estão limitando empréstimos que são usados para maquiar contabilidades, estão exigindo mais transparência na divulgação dos dados publicados por empresas. Muita coisa está sendo feita, mas a China é um país enorme, é difícil saber se esse processo está sendo feito de forma ampla e profunda. Se essas mudanças forem apenas vitrine, só poderemos descobrir daqui a dois ou três anos.



BBC – Qual está sendo o impacto dessas demissões em massa sobre a sociedade?
Eric Vanden Bussche – O desemprego está aumentando muito. As diferenças sociais estão aumentando. O governo chinês vai ter que criar mecanismos para absorver essa mão-de-obra que é extremamente desqualificada e que não sobrevive à competição para evitar problemas sociais.


BBC – Mas quando a gente olha os números da economia chinesa, o crescimento é tão grande que dá a impressão de que essas pessoas vão acabar sendo absorvidas, ainda que em trabalhos de mais baixo nível.

Eric Vanden Bussche – As estatísticas chinesas não são muito confiáveis, principalmente, por culpa do governo local. O governo federal estabelece certas metas. Cada província tem que plantar 10 toneladas de um produto por exemplo. As prefeituras muitas vezes distorcem os números para não terem problemas em atingir as metas do governo central. O índice de crescimento é inflado. Mas o fato é que continua crescendo, talvez não a 7% ao ano, mas a 4%. Ainda assim é um número constante e superior ao da maioria dos países.


BBC – Como os chineses vêem os países ocidentais?

Eric Vanden Bussche – Os chineses têm uma grande curiosidade, mas a mentalidade hoje já não é a mesma de 10 anos atrás. Até 1989, por exemplo, muitos jovens eram partidários da democracia e acreditavam que os Estados Unidos eram uma espécie de paraíso onde o nível de vida era mais alto, havia liberdade de expressão. Isso mudou porque a mentalidade dos jovens também mudou. A maioria dos chineses não enxergam mais os Estados Unidos como o modelo ideal. Embora muitos queiram ir se especializar nesses países, a maioria volta.


A China cresceu, eles acreditam que podem ter mais oportunidades de trabalho aqui do que lá. Além disso, existe um certo sentimento antiamericano. Acham que os Estados Unidos sempre tentam interferir na política interna do país. Esse sentimento começou a ganhar espaço em 1989 quando a embaixada chinesa na Iugoslávia foi atingida em um bombardeio da OTAN.


BBC – O que ainda há de comunista na China?

Eric Vanden Bussche – Não há mais nada de comunista na China. A China diz que seu regime é um socialismo com características chinesas. Entretanto, as relações de trabalho – e a economia como um todo– abandonaram os dogmas socialistas e hoje a economia chinesa se aproxima muito mais de uma economia capitalista do que de uma economia planificada. Obviamente, ainda há certas diretrizes formuladas pelo governo central, mas não têm o impacto que tinham há 20, 30 anos.


Além disso, hoje nem mesmo os próprios integrantes do Partido Comunista acreditam no comunismo, embora passem por treinamento ideológico, tenham que assistir a cursos de teoria marxista, socialismo científico, estão lá porque é uma obrigação. Os próprios professores que lecionam não acreditam mais nisso, chegam a falar abertamente que não acreditam nos ideais comunistas.


BBC – Qual a grande preocupação do chinês hoje?

Eric Vanden Bussche – A grande preocupação da população é econômica e não política. O nível de vida está aumentando, mas há pessoas que serão excluídas desse processo. O medo do desemprego preocupa muito mais do que a liberdade de expressão. E acredite se quiser, há grande liberdade de expressão na China. Na universidade de Pequim, assim que cheguei, um professor entrou na sala de aula e a primeira coisa que disse foi que toda aquela história de teoria marxista era uma besteira. É verdade que, em certos assuntos, não se pode criticar o governo como Taiwan , os movimentos separatistas, a alta cúpula do partido, e o Falun Gong. Fora isso, o chinês pode falar sobre qualquer coisa.


BBC – De alguma forma sua compreensão maior da China ajudou o senhor a compreender melhor o Brasil?

Eric Vanden Bussche – Sem sombra de dúvida. A China é o exemplo do país subdesenvolvido que está caminhando para frente. O Brasil é a antítese da China. Tem riquezas naturais, mas caminha para trás. Hoje, o Brasil ainda é mais desenvolvido do que a China, apesar de ter uma economia menor. Daqui a 10 anos, será o contrário. Grande parte desse fenômeno se deve à mentalidade do povo brasileiro em relação ao subdesenvolvimento.

Eu acredito que o brasileiro é conformado com o subdesenvolvimento, não se esforça para superá-lo. Os chineses não se conformam, se esforçam muito mais, acreditam que podem melhorar. Qualquer universidade da China, num sábado à noite, está repleta de estudantes nas aulas de aula estudando. No Brasil, sexta-feira à tarde já tem pouca gente. Está todo mundo nos bailes. Há um abismo entre as mentalidades. O Brasil será o eterno país do futuro enquanto a população não mudar sua mentalidade.


http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2002/021103_ericbuschefinal.shtml




Offline JJ

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Re:China
« Resposta #60 Online: 17 de Junho de 2016, 09:05:56 »
A entrevista já tem alguns anos, mas é com um brasileiro que é historiador e pesquisador da Universidade de Pequim,  me pareceu que ele conhece bem do assunto.

No final da entrevista ele faz uma observação interessante numa comparação entre o Brasil e a China, certamente que há vários aspectos que emperram o progresso e o enriquecimento do Brasil,  uns mais e outros menos importantes,  dentre estes acho que ele tem razão ao apontar um certo conformismo com o subdesenvolvimento no Brasil,  e acrescento que este conformismo certamente tem a ver com a mentalidade estatista que impera no Brasil, a qual leva muitos brasileiros a pensarem que o governo deve ser o agente principal no desenvolvimento do país.



« Última modificação: 17 de Junho de 2016, 09:23:19 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:China
« Resposta #61 Online: 23 de Junho de 2016, 12:55:46 »
<a href="https://www.youtube.com/v/t487ILVf87k" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/t487ILVf87k</a>

<a href="https://www.youtube.com/v/fZwEDa9TrfE" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/fZwEDa9TrfE</a>

Offline EuSouOqueSou

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Re:China
« Resposta #62 Online: 13 de Outubro de 2017, 20:14:57 »
Citar
The Economist elege o homem mais poderoso do mundo (e sugere ter muito cuidado)
http://www.infomoney.com.br/mercados/politica/noticia/7014565/the-economist-elege-homem-mais-poderoso-mundo-sugere-ter-muito

Xi Jinping, presidente da China, é destacado como líder mundial em um momento de vácuo de poder nos EUA, com o alerta: "não espere que ele mude a China, ou o mundo, para melhor"

Não é de hoje que a ascensão da China no cenário mundial vem sendo foco de analistas políticos e de mercado, com muitos deles apontando que, em breve, o país pode substituir os EUA como líder global.

Nesta semana, foi a vez da revista britânica The Economist destacar essa ascensão em sua matéria de capa, ao eleger o presidente chinês, Xi Jinping, como o homem mais poderoso do mundo. A revista aponta que ele tem mais influência do que o atual presidente dos EUA, Donald Trump, sugerindo ainda que o mundo deve ser cauteloso sobre se essa nova liderança será boa: "não espere que Xi mude a China, ou o mundo, para melhor", apontou.

A publicação inicia seu texto destacando que os presidentes americanos costumam elogiar seus colegas chineses e que Trump não foge à regra. "O Washington Post o cita dizendo que o líder atual da China é 'provavelmente o mais poderoso' que o país já teve em um século", diz a Economist. Contudo, o americano poderia ir além e dizer: "Xi Jinping é o líder mais poderoso do mundo", sugere.

Conforme destaca a revista, Xi Jinping vem ganhando musculatura no cenário internacional, impulsionado pelo fato de que os EUA, mesmo ainda sendo o país mais poderoso do mundo, tem um presidente fraco internamente e menos efetivo no exterior do que qualquer um de seus antecessores recentes.

O presidente do "maior estado autoritário do mundo", ao contrário, caminha a passos muitos confiantes no exterior, enquanto o seu controle sobre a China é maior na comparação com qualquer líder que o país teve antes de Mao Tsé-Tung (que governou o país desde 1949 até 1976), ressalta a Economist. Mas há um contraste: enquanto a China de Mao era caótica e miseravelmente pobre, Xi é o líder do motor do crescimento global.[/color]



Para a revista, a sua influência em breve estará completa, com o congresso quinquenal do PCC (Partido Comunista da China), que acontecerá em 18 de outubro, sendo este o primeiro presidido por Xi. "Seus 2.300 delegados vão reverenciá-lo. Observadores mais céticos podem perguntar se Xi usará seu poder extraordinário para o bem ou para o mal", alerta a publicação.

Sua influência no exterior se estende uma vez que, em suas inúmeras viagens ao exterior, ele se apresenta como apóstolo da paz e da amizade, uma voz da razão em um mundo confuso e perturbado. "Os erros de Trump tornaram isso muito mais fácil. Em janeiro, em Davos, Xi prometeu à elite mundial que encabeçaria a globalização, o livre comércio e o acordo de Paris sobre as mudanças climáticas. Os que o ouviram ficaram encantados e aliviados. Pelo menos, eles pensaram, um grande líder estava disposto a defender o que era certo, mesmo que Trump (então presidente eleito) não o fizesse", aponta a revista.

As palavras de Xi são atendidas em parte porque a China tem o maior estoque de moeda estrangeira do mundo para apoiá-lo. Com centenas de bilhões de dólares, ele vai ao exterior (incluindo o Brasil) para investir em vias férreas, portos, estações de energia e outras construções que ajudarão diversas regiões do mundo a prosperar. "Esse é o tipo de liderança que os EUA não mostraram desde os dias do pós-guerra com o Plano Marshall na Europa Ocidental (que foi consideravelmente menor)", compara a Economist.

Os esforços para um poderio militar sem precedentes no exterior sob a gestão Xi  também são destacados. Este ano, ele abriu a primeira base militar estrangeira do país, em Djibouti, e e enviou a marinha chinesa para manobras cada vez mais distantes. A China diz que nunca invadirá outros países para impor sua vontade (além de Taiwan, que não considera um país). O país afirma, segundo a Economist, que os esforços de construção de base são para apoiar missões de manutenção da paz, anti-pirataria e humanitária. Quanto às ilhas artificiais com pistas militares que estão sendo construídas no Mar da China Meridional, estas são puramente com viés defensivo, diz o país.

Cautela com Xi

A Economist traça um paralelo de Xi com outro presidente, o russo Vladimir Putin. Ao contrário dele, Xi não é um perturbador global que procura subverter a democracia e desestabilizar o Ocidente. "Ainda assim, ele é muito tolerante com o fascínio do seu aliado, Coreia do Norte, com armas nucleares. E alguns dos comportamentos militares da China alarmam seus vizinhos, não só o Sudeste Asiático, mas também a Índia e o Japão", afirma.

Já em casa, os instintos de Xi são pelo menos tão 'iliberais' quanto os de seu homólogo russo, afirma a revista. "Ele acredita que mesmo uma pequena permissividade política poderia levar não apenas à sua própria destruição, mas a de seu regime. O destino da União Soviética o assombra, e essa insegurança tem consequências", afirma, apontando que ele desconfia do rápido crescimento da classe média chinesa e de movimentos da sociedade civil que nasceram recentemente.

"Ele parece determinado a apertar o controle sobre a sociedade chinesa e, não menos importante, aumentar os poderes de vigilância do Estado e manter as rédeas da economia com seu partido. Tudo isso tornará a China menos rica do que deveria ser, assim como um lugar mais sufocante para viver. Os abusos dos direitos humanos cresceram sob o comando de Xi, com apenas um murmúrio de queixa de outros líderes mundiais", aponta a publicação.

Os liberais uma vez lamentaram os "dez anos perdidos" da reforma sob o antecessor de Xi, Hu Jintao. Esses dez anos se tornaram 15 e podem exceder os 20, afirma a publicação. Contudo, alguns observadores otimistas argumentam que ainda não vimos o verdadeiro Xi: o congresso do partido comunista chinês o ajudará a consolidar seu poder e, depois disso, ele iniciará as reformas sociais e econômicas com seriedade. Porém, a revista reforça o alerta apontando ainda ser alarmante para aqueles que acreditam que todos os líderes têm uma data de vencimento a consideração de que Xi está relutante em deixar o poder em 2022.

"Xi pode pensar que a concentração de poder sobre 1,4 billhão de pessoas nas mãos de um homem é o 'novo normal' da política chinesa. Mas não é normal: é perigoso. Ninguém deveria ter muito poder", avalia, apontando que esta é uma receita para arbitrariedade tanto interna quanto externamente. Isso é especialmente preocupante em um momento em que os EUA de Trump estão recuando e criando um vácuo de poder. "O mundo não quer um estado isolacionista dos Estados Unidos ou uma ditadura na China. Infelizmente, pode chegar a ambos", conclui a publicação.

Criaram um monstro e agora não sabem o que fazer com ele. Deveriam ter invadido aquela merda quando teve aquele Massacre da Praça da Paz Celestial. Aproveitava e levava a Coreia do Norte pro saco junto. Como diz o Arcanjo, é nisso que dá deixar o serviço pela metade :P
« Última modificação: 13 de Outubro de 2017, 20:21:09 por EuSouOqueSou »
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline EuSouOqueSou

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Re:China
« Resposta #63 Online: 13 de Outubro de 2017, 20:19:46 »
Confesso que mordi minha lingua em relação a China :(

A China nunca vai ser uma superpotencia, nunca. A China e' mais fragmentada culturalmente do que imaginamos, o governo investe em mega-infra-estruturas que nao atendem a ninguem (cidades e shoppings fantasmas). O crescimento economico impressionante se deve a forma como o governo e as multinacionais lidam com isso, estao cagando para o povo (ja ouviram falar da cidade que pinta uma montanha de verde ao inves de reflorestar?). E' tipo uma nova forma de colonizacao. E' uma nacao condenada a servir de polo industrial.

Eu já acho o contrário: a China tem (e sempre teve) uma tendência a ser a maior potência econômica do globo, desde a antiguidade, devido principalmente ao tamanho absurdo de sua população. Ao longo da história, fatores puramente políticos* tiraram temporariamente a China do seu lugar natural, que é ser a maior potência econômica do planeta.


*Cito dois exemplos: o desmantelamento de sua frota e fechamento ao exterior ocorridos a partir do século XV (idiossincracia de uma dinastia) e o comunismo em meados do século XX. Hoje a China não é fechada e nem comunista, o que a faz ter o seu ritmo "normal" de crescimento econômico.


Off Topic: O fato da China ser um grande território unificado sob um mando único e incontestável tem suas vantagens e desvantagens. Jared Diamond explica isso no seu famoso Armas, Germes e Aço. Grandes territórios unificados permitem aos países a organização e financiamento de grandes obras (isso foi mais importante no passado, quando não havia grandes corporações privadas para assumir esse papel), entretanto, se um grande território estiver sob mando único, aparecem 2 efeitos colaterais que podem prejudicar o avanço do país:

1- As decisões estúpidas e idiossincráticas de governantes causam mais impacto, de forma generalizada e geralmente mais duradoura.

2- A ausência de competições ou ameaças externas significantes não estimula o desenvolvimento técnico e nem "pune" o país que optar por manter técnicas ou "tradições" obsoletas. Na Europa, se um país decidisse banir as armas de fogo ou proibir/não investir em frotas marítimas, pagava o preço relativamente rápido. Na China isso não aconteceu até bem mais tarde (século XIX), quando as canhoneiras britânicas vieram cobrar a fatura.



Cara, cadê o DDV?
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Gauss

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Re:China
« Resposta #64 Online: 14 de Outubro de 2017, 08:44:38 »
Xi está aumentando seus poderes nas Forças Armadas também.
Citação de: Gauss
Bolsonaro é um falastrão conservador e ignorante. Atualmente teria 8% das intenções de votos, ou seja, é o Enéas 2.0. As possibilidades desse ser chegar a presidência são baixíssimas, ele só faz muito barulho mesmo, nada mais que isso. Não tem nenhum apoio popular forte, somente de adolescentes desinformados e velhos com memória curta que acham que a ditadura foi boa só porque "tinha menos crime". Teria que acontecer uma merda muito grande para ele chegar lá.

Offline Geotecton

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Re:China
« Resposta #65 Online: 14 de Outubro de 2017, 09:36:29 »
Eu mantenho o mesmo que escrevi a poucos anos: No meu entender a China implodirá sob as suas próprias contradições.

Pode levar 10 ou 100 anos.
Foto USGS

Offline EuSouOqueSou

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Re:China
« Resposta #66 Online: 14 de Outubro de 2017, 10:52:28 »
Xi está aumentando seus poderes nas Forças Armadas também.
...

Igual ao Maduro, o modus operandi desse povo e o mesmo, oh raça.

Eu mantenho o mesmo que escrevi a poucos anos: No meu entender a China implodirá sob as suas próprias contradições.

Pode levar 10 ou 100 anos.

Seria o mesmo que dizer "Roma vai cair um dia". Sua escala de tempo é um pouco diferente da nossa :P

---------------------------------------------------------------------------------------------

O que me deixa mais preocupado é a China está buscando independência dos investimentos internacionais. Agora ela é que está investindo em outros países, o que dará a ela uma certa blindagem contra sanções econômicas.
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Geotecton

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Re:China
« Resposta #67 Online: 14 de Outubro de 2017, 13:40:44 »
Xi está aumentando seus poderes nas Forças Armadas também.
...

Igual ao Maduro, o modus operandi desse povo e o mesmo, oh raça.

Eu mantenho o mesmo que escrevi a poucos anos: No meu entender a China implodirá sob as suas próprias contradições.

Pode levar 10 ou 100 anos.

Seria o mesmo que dizer "Roma vai cair um dia". Sua escala de tempo é um pouco diferente da nossa :P
[...]

Em 1979 eu afirmei que a URSS estava a caminho de uma implosão. Menos de 13 anos depois ela não mais existia.


O que me deixa mais preocupado é a China está buscando independência dos investimentos internacionais. Agora ela é que está investindo em outros países, o que dará a ela uma certa blindagem contra sanções econômicas.

Basta cada país 'nacionalizar' os investimentos e dar 'adiós' aos chineses.
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Offline EuSouOqueSou

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Re:China
« Resposta #68 Online: 20 de Outubro de 2017, 14:22:55 »
O que me deixa mais preocupado é a China está buscando independência dos investimentos internacionais. Agora ela é que está investindo em outros países, o que dará a ela uma certa blindagem contra sanções econômicas.

Basta cada país 'nacionalizar' os investimentos e dar 'adiós' aos chineses.
[/quote]

Sabemos que isso não vai acontecer.

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Citar
No 1o ano de Barack Obama na presidência (2009), o deficit orçamentário americano de colou para mais de 12% do PIB ... e os chineses generosamente compraram pelo menos $20bi em letras do Tesouro americano por mês.

...

Se os chineses parassem de comprar a dívida americana, eles poderiam precipitar um colapso do dólar e ... destruir $2,5 trilhoes em reservas esrangeiras que a China acumulara...

... representa uma nova forma de "destruição mútua assegurada" - uma versão financeira do equilíbrio nuclear durante a Guerra Fria.

...

Harold James, historiador da Princeton... observou crises financeiras traumáticas envolvem uma nova gografia de poder... a capacidade de fornecer novo crédito se traduzirá em poder político.
O Mundo Soma-Zero - G.Rachman, 2010

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Nos comentários de um artigo do Rachman (2008) vi o argumento de que o chineses deveriam fortalecer a economia interna, com projetos de infra-estrutura e ajuda a massiva população rural. O motivo é não há mercado externo grande o suficiente para consumir a produção chinesa, a não ser os EUA. Complementando, outro comentário lembrou os países árabes que ganharam dinheiro com o pretóleo e hj gastam o mesmo dinheiro no mundo ocidental.

Como todo mundo sabe, a China é um regime totalitário e provavelmente não vai investir em melhorias para população sob o risco de ver seu regime político se fragmentar. Então resta ganhar dinheiro investindo no resto do mundo. Me pergunto se isso será sustentável, ou a China sucumbirá como pontuou o DDV citando Jared Diamond.
« Última modificação: 20 de Outubro de 2017, 14:26:22 por EuSouOqueSou »
Qualquer sistema de pensamento pode ser racional, pois basta que as suas conclusões não contrariem as suas premissas.

Mas isto não significa que este sistema de pensamento tenha correspondência com a realidade objetiva, sendo este o motivo pelo qual o conhecimento científico ser reconhecido como a única forma do homem estudar, explicar e compreender a Natureza.

Offline Muad'Dib

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Re:China
« Resposta #69 Online: 22 de Janeiro de 2018, 08:13:03 »
Enquanto a bolha chinesa não estoura...

https://www.washingtonpost.com/opinions/chinas-breathtaking-transformation-into-a-scientific-superpower/2018/01/21/03f883e6-fd44-11e7-8f66-2df0b94bb98a_story.html?hpid=hp_no-name_opinion-card-e%3Ahomepage%2Fstory&utm_term=.99e07120d5a7

Enquanto o Trump e os republicanos tentam desesperadamente acabar com essa promiscuidade que é o conhecimento a China dá outro salto em direção ao futuro. Ela consegue manter seu status quo particular e se modernizar ao mesmo tempo.

Nós ainda vamos viver sob uma visão de mundo bem parecida com a chinesa. A não ser, é claro, que a União Européia consiga se firmar como contraponto.

Offline Pagão

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Re:China
« Resposta #70 Online: 30 de Janeiro de 2018, 17:54:17 »
Nós ainda vamos viver sob uma visão de mundo bem parecida com a chinesa. A não ser, é claro, que a União Européia consiga se firmar como contraponto.

Essa da União Europeia contraponto... É melhor esperar sentado... ::)
Nenhuma argumentação racional exerce efeitos racionais sobre um indivíduo que não deseje adotar uma atitude racional. - K.Popper

Offline JJ

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Re:China
« Resposta #71 Online: 02 de Abril de 2018, 09:29:28 »

Maranhão recebe investimentos chineses


O estado do Maranhão recebe investimentos chineses volumosos em pelo menos três grandes projetos: refinaria,
siderúrgica e porto.


No Maranhão, qualquer esperança de investimento bilionário sempre foi motivo para expectativa e comemoração. A desinformação do povo, a sina inconsequente por votos e a carência estruturante que atravessa o estado há séculos transformaram anúncios de projetos (ainda que no papel), ou simples lançamentos de pedras fundamentais, em eventos determinantes, que mais se pareciam inaugurações e não projeções.


Hoje, porém, vive-se um paradoxo. Estamos prestes a presenciar a invasão de uma onda chinesa, que se alastra pelo Brasil e escolheu o Maranhão como terceiro destino mais importante do país para aportar recursos. Mas governo do estado mantém tudo na mais
absoluta descrição e cautela.

Investimentos esses que integram o plano de internacionalização comercial chinês e prevê construções de mega empreendimentos mundo afora. Por aqui, visitas de técnicos chineses tornou-se uma constante. Por dois bons motivos: uma refinaria e uma siderúrgica. Ambas localizadas em Bacabeira, região metropolitana de São Luís. Os projetos estão avançados. Vários documentos e acordos foram assinados. Porém, eis o paradoxo: o governo atual evita alardear aquele que talvez seja o momento comercial mais importante da história do Maranhão.

Por quê? A resposta é simples: o trauma da Refinaria Premium, o trágico projeto da Petrobras – na época lançado com pompa por Lula, Dilma, Roseana, Sarney e Lobão – que gerou prejuízos incalculáveis para a cadeia econômica de Bacabeira. Soma-se a ele frustrações mais antigas, como o Polo Têxtil de Rosário. Agora, segundo apostam setores do governo, uma nova refinaria estaria por vir, com formalização prevista até abril e início de obras para o mesmo ano.


O governador Flávio Dino, em conversa com jornalistas na última semana, disse estar otimista quanto aos projetos. Elogiou o vice governador, Carlos Brandão, que coordena as negociações, e se mostrou cauteloso.“Não lançarei pedra fundamental. Quero ver o início das obras”, enfatiza. Ele disse que, entre o sim e não, apostaria todas as suas fichas de que os empreendimentos irão vingar.
Mas deixou claro que evitará utilizar o boa nova como moeda política em ano eleitoral


Em conversa com a reportagem, o vice-governador, que iniciou há dois anos as negociações com os chineses sobre a nova refinaria em Bacabeira e também a siderúrgica, demonstra a mesma cautela, com mais otimismo.“A gente tem cautela porque no passado não foi bom. Divulgaram muito, em vésperas de campanha, na iminência de levar boa notícia à população e nada aconteceu”, relembra.


Para ele,“mesmo um projeto bem estruturado, reunindo algumas das maiores empresas do ramo”, pode ser atingido por influências macroeconômicas externas.“Imagina se, lá na frente, a China decide suspender seus investimentos?”, comenta. Uma frustração, sem dúvida, que o maranhense não quer mais.


O vice-governador reforça, porém, que o pessimismo é apenas um exercício de imaginação e que todas as fichas estão apostadas no fechamento do acordo, previsto para abril.“O horizonte está nos mostrando que não vai ter problema. Primeiro, porque nós precisamos da matéria-prima, do combustível. A China não demonstra crise pela frente, ainda permanece com uma política de investimentos muito agressiva. E no Irã (um dos parceiros do consórcio) o petróleo não acabará tão cedo.




Restante no link:


https://oimparcial.com.br/negocios/2017/12/maranhao-recebe-investimentos-chineses/

Offline JJ

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Re:China
« Resposta #72 Online: 25 de Junho de 2018, 09:06:31 »
Pátria e Partido: como Xi Jinping se tornou o homem mais poderoso da China


Presidente chinês viu sua admissão ao Partido Comunista ser negada sete vezes

Hoje é visto por especialistas como o "novo imperador vermelho"


MACARENA VIDAL LIY



Sete vezes a resposta foi "não". O jovem Xi Jinping, enviado durante a Revolução Cultural para se reeducar em uma aldeia no norte da China, queria se juntar ao Partido Comunista. A resposta foi sempre a mesma: impossível. Seu pai, Xi Zhongxun, antigo herói da Revolução, tinha caído em desgraça e manchado o nome da família. O futuro presidente só conseguiu na oitava vez, em 1974, depois de persuadir um jovem líder local a respaldar sua candidatura com um café da manhã com ovos fritos. Como contou, essa experiência foi como nascer de novo. "Tornou-se mais vermelho do que a cor vermelha", disse um de seus amigos da época a um diplomata dos Estados Unidos.


Hoje, Xi Jinping é indiscutivelmente o homem mais poderoso da China desde a época de Mao Tsé-Tung. Um líder que, reconhecido e sem limites ao seu mandato, promete marcar época. E sua gestão ainda tem como guia o princípio que adotou naqueles anos setenta: "O Partido, o Governo, o Exército, a sociedade, a educação, o norte, o sul, o leste e o oeste: o Partido está acima tudo".

A sessão anual do Congresso Nacional do Povo, o Legislativo chinês, encerrou-se esta semana após uma quinzena de trabalhos equivalente, na prática, a uma longa coroação do homem a quem alguns especialistas chamam de "o novo imperador vermelho".


Os legisladores aprovaram uma reforma constitucional que permite a ele permanecer no cargo pelo tempo que desejar e converter sua ideologia em parte da lei chinesa. Uma reforma das estruturas governamentais que dão maior poder ao Partido Comunista. Nomeações de conselheiros absolutamente leais aos postos-chave que o cercam. Um novo poder, a Comissão Nacional de Supervisão, situada na hierarquia de comando no mesmo nível do Governo ou do Supremo Tribunal. Todas realizações impensáveis para seus antecessores imediatos e que colocam nas mãos de Xi um poder colossal.


Seus defensores — e dentro da China são muitos — afirmam que são mudanças necessárias. Seu acúmulo de poder, diz a analista Yangmei Xie, da consultoria Gavekal Economics, "não é mera politicagem em benefício próprio", mas "visa tornar a autoridade central mais eficiente e mais capaz de executar sua visão". O líder chinês, explica Xie, atua movido por "uma visão estratégica de longo prazo": levar a China a uma posição de grandeza global. É, segundo o mantra repetido várias vezes nos discursos oficiais, "o sonho chinês do rejuvenescimento da nação".


Outros especialistas sustentam uma visão menos otimista. A concentração de poder aumenta a possibilidade de que sejam tomadas decisões erradas que os líderes de nível inferior não possam ou não se atrevam a corrigir. A eliminação do prazo de permanência no poder pode dar lugar a um processo de sucessão caótico.


"Essas reformas romperam o legado político de Deng Xiaoping", afirma o comentarista político Wu Qiang. "Ele quer estabelecer um Novo Maoísmo, que também tem um componente nacionalista. Sua chamada reforma visa a construção da Grande Nação da China, um Estado-nação. Um Estado, uma nação, um Partido e um líder. É o caminho percorrido pela Espanha de Franco nos anos trinta."


Há ainda muita distância entre o fundador da "Nova China" e Xi Jinping, e a dinâmica sociedade chinesa atual, mais próspera e conectada com o mundo exterior, é muito diferente daquela da Revolução Cultural. Mas vem surgindo o que parece ser um crescente culto à sua personalidade: "Grande Líder do Povo"; "Guia do Povo"; "Núcleo do Partido"; "Timoneiro da nação". É assim que hoje em dia a mídia estatal e altos funcionários o exaltam. Em qualquer cidade da China, as ruas estão repletas de cartazes com seu nome e slogans.


Poucos previam esse rumo dos acontecimentos quando Xi foi nomeado secretário do partido, presidente da Comissão Militar Central e chefe de Estado entre novembro de 2012 e março de 2013. Os analistas ocidentais antecipavam na época que Xi seria um líder relativamente fraco, ou se revelaria um reformista como seu pai, ideólogo do milagre econômico de Shenzhen. Nenhuma das duas ideias se tornou verdadeira.


Ao longo de seus primeiros cinco anos de mandato, gradualmente, este "príncipe" filho de uma das grandes famílias do regime comunista soube ir acumulando uma a uma as rédeas do poder.


A campanha maciça contra a corrupção foi um de seus grandes instrumentos, o que lhe permitiu purgar seus inimigos políticos e desmantelar grandes facções de poder. O ex-chefe do serviço de segurança interna, Zhou Yongkang, foi um dos primeiros "tigres" (membros do alto escalão) a cair. Seguiram-se a ele os principais líderes militares, governadores e reguladores econômicos.


A lei tornou-se outro instrumento para aumentar o controle sobre a sociedade civil: advogados de direitos humanos, feministas, blogueiros loquazes e ativistas trabalhistas foram presos e, em muitos casos, condenados a anos de prisão. Jornalistas, acadêmicos e representantes culturais foram instruídos a manter uma adesão estrita: "o sobrenome de vocês deve ser Partido”, disse Xi em uma visita à sede dos principais meios de comunicação estatais em 2016.


Além da força, também apelou para o épico. Seu lema do "Sonho Chinês" envolve uma poderosa "narrativa moral", que afirma que após um século de abusos por parte do Ocidente, o Partido Comunista está fazendo justiça e, "finalmente, a China será restaurada como uma nação poderosa" no mundo, explica Kerry Brown, diretor do Centro Lau de Estudos Chineses da London School of Economics.


A luta contra a corrupção e o discurso otimista lhe renderam uma popularidade muito forte na China, onde o padrão de vida continua a melhorar e o cidadão comum — ao contrário da Europa — tem a convicção de que amanhã será ainda melhor do que hoje. "A maioria das pessoas vive do jeito que quer", explica Brown, "a política as aborrece e, finalmente, veem um líder aceito no exterior. Elas gostam da aura que agora envolve a China”.


No entanto, até mesmo entre os cidadãos que se declaram fervorosos apoiadores, o fato de os termos de seu mandato terem sido eliminados gera incredulidade. Afinal, Deng instituiu esses limites para evitar a repetição dos excessos do maoísmo e a possibilidade de um líder perpétuo. Xu, funcionário administrativo de 34 anos, dá de ombros. "Eu não quero ver um velho se perpetuar no poder, é claro. Mas se Xi precisa de mais tempo para consertar os problemas do país, e se consertá-los, por que não deixar que faça isso?”


Pequim 25 MAR 2018 - 18:21   CEST


https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/23/internacional/1521802117_966121.html



« Última modificação: 25 de Junho de 2018, 09:15:32 por JJ »

Offline JJ

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Re:China
« Resposta #73 Online: 25 de Junho de 2018, 09:35:33 »
[...]

A China certamente não se opõe a desnuclearização da península coreana,  mas, com relação a unificação, a posição é oposta, a China não tem nenhum interesse no fim do regime da Coréia do Norte, pois a CN serve como um Estado tampão, de modo que não haja tropas adversárias próximas a sua fronteira naquela região.


Eu sempre fico perplexo com essas declarações de civis brasileiros sobre quais são (reais) as intenções de um estado gigante e consideravelmente fechado como a China.

Bem... estou certo da paciência com que lerá esse meu post, caso trate-se de um espião profissional passando o tempo abrindo o jogo aqui nesse fórum internético.



O  espião "profissa"  está fazendo o seu papel,  e agora  traz mais informações:   


 :hihi:



Zeitgeist: Por que a China precisa da Coreia do Norte



Pequeno país comunista é um estado tampão no ponto mais vulnerável da fronteira da China e eleva a dependência dos EUA dos chineses. Confira na coluna Zeitgeist, por Alexandre Schossler.



A declaração do presidenciável republicano Donald Trump sobre as tropas americanas estacionadas na Coreia do Sul – sugerindo que Seul pague pela proteção – e os reiterados testes nucleares da Coreia do Norte chamam a atenção para uma das construções geopolíticas mais peculiares do pós-Guerra: a divisão da Península Coreana em dois estados, popularmente conhecidos como Coreia do Norte e Coreia do Sul.


Essa divisão é um resultado direto da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial e deu fim ao domínio japonês na península. Em 1910, o Japão havia anexado a então Coreia, dando a ela o status de província. Com a derrota do Japão na guerra, Estados Unidos e União Soviética assumiram a administração do território coreano e o dividiram entre si, dando origem aos dois atuais estados do norte e do sul.


Em 1950, o norte invadiu o sul para tentar impor a reunificação da península, sem sucesso. Ao contrário, o conflito de três anos daí resultante, a Guerra da Coreia, acabou sedimentando a divisão entre o norte comunista, já sob a esfera de influência da China, e o sul capitalista, aliado dos EUA. Sem grandes mudanças, essa é a situação que perdura até hoje.


Um pilar essencial para a manutenção desse status quo são os interesses da China. Muitos analistas consideram a Coreia do Norte um estado tampão, cuja existência impede que a China tenha fronteira com um país capitalista e aliado dos Estados Unidos, onde estão estacionados 28 mil soldados americanos.


A favor dessa visão está a tese de que a China tem seu ponto mais vulnerável na fronteira com a Península da Coreia. Por outros lugares, esse país de dimensão continental é difícil de ser atacado, com montanhas, florestas, desertos e a Sibéria oferecendo proteções naturais. Como aponta o especialista em geopolítica George Friedman, um dos poucos locais onde a China é vulnerável é o Rio Yalu, que separa o país da Coreia do Norte.


Assim, é do total interesse da China que a Coreia do Norte continue sendo exatamente o que ela é - um regime comunista, inimigo dos EUA - e que a reunificação da Península da Coreia nunca ocorra.


Friedman, porém, vai um pouco além na sua análise da importância geopolítica da Coreia do Norte para a China: segundo ele, a existência desse pequeno país comunista, com suas obsessões nucleares, eleva a dependência que os EUA têm da China – pois só a China sabe lidar com essa ameaça incontrolável (aos olhos dos EUA). Assim, enquanto existir a Coreia do Norte e seu programa nuclear, os Estados Unidos vão precisar da China para controlar o perigo e evitar um conflito.


Nos últimos anos, porém, o governo da China deu sinais de que anda perdendo a paciência com a Coreia do Norte e seu jogo nuclear. No início de março, os chineses concordaram com sanções mais duras ao regime em Pyongyang pelo Conselho de Segurança da ONU – mas não tão duras que arrisquem a estabilidade do regime no pequeno país vizinho.


Publicada às segundas-feiras, a coluna Zeitgeist oferece informações de fundo com o objetivo de contextualizar temas da atualidade, permitindo ao leitor uma compreensão mais aprofundada das notícias.


Ata 06.06.2016

Autoria Alexandre Schossler

Palavras-chave Zeitgeist

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« Última modificação: 25 de Junho de 2018, 09:50:25 por JJ »

Offline Buckaroo Banzai

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Re:China
« Resposta #74 Online: 04 de Agosto de 2018, 20:27:32 »
<a href="https://www.youtube.com/v/zQV_DKQkT8o" target="_blank" class="new_win">https://www.youtube.com/v/zQV_DKQkT8o</a>

 

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