Bom, quanto a outros estudos já citei aqui no fórum também um da FIOCRUZ feito com adolescentes no Recife em que o padrão de violência feminina contra os meninos em casais de namorados em escolas públicas era gritantemente superior, novamente tanto quando se falava de agressões leves quanto pesadas.
Acho essas coisas muito "suspeitas", ou, no mínimo, mais complicadas do que apenas a contagem das coisas pode sugerir.
O que acho que deve ocorrer é algo como, uma pequena distorção por mulheres/meninas "poderem" tipicamente ser mais abusadas do que um homem/menino de porte físico proporcional -- em termos claros, um cara mais fraco nem sonha em provocar ou começar a agredir um cara mais forte, enquanto que as mulheres "se beneficiam" do valor cultural de ser particularmente errado bater em mulheres, mesmo que revidando (mais do que nos "mais fracos", embora isso também não seja exatamente visto com bons olhos).
Uma frase de
Warren Farrell ilustra isso muito bem:
"A maior fraqueza dos homens é sua fachada de força; a maior força das mulheres é sua fachada de fraqueza."
- "The weakness of men is the facade of strength; the strength of women is the facade of weakness."
"Se beneficiam", ou podem ficar algo mais "sem noção", de forma que podem talvez ter (estatisticamente, não em nível individual/universal) mais chance de iniciarem agressões mais leves (começando por verbais/provocações), o que por sua vez também deve acabar em parte dos casos motivando revide desproporcionalmente mais pesado, em nível que muito mais raramente ocorrerá partindo da mulher.
Eu não sei se existem dados que avaliem qual gênero seja responsável pelas agressões mais severas, mas sei que os estudos disponíveis geralmente ignoram o fato de mulheres compensarem a falta de força física com o uso de objetos como armas, ou mesmo, armas propriamente ditas (como facas). Ignora-se também, por exemplo, a violência por procuração, quando um homem é agredido por outro homem a mando de uma mulher.
Mas não sei bem qual é a relevância disso. Só me surpreenderia se a coisa fosse tal que os casos mais graves de agressão fossem iguais dos dois lados, ou tendo as mulheres como as agressoras mais violentas.
Isso não me surpreenderia nem um pouco, levando-se em conta os tipos de violência geralmente ignorados, como a violência por procuração por exemplo, ou o fato dos homens geralmente não reagirem por acharem de forma geral, errado baterem em uma mulher, mesmo que para se defenderem ou revidarem a uma agressão iniciada por uma mulher.
Nesse contexto de "refutações do feminismo pelos MRAs" a coisa ainda fica com aquele leve odor de "mulher tem é que apanhar mesmo", ou qualquer outra coisa mais ou menos nessa linha.
Isso só acontece entre os mais radicais. E vale lembrar, que no feminismo também é comum comentários feitos por feministas que aprovam agressões contra homens, simplesmente pelo fato de serem homens. não me importo em admitir que esta atitude representa uma parcela radical do movimento, e não o movimento como um todo, e digo o mesmo sobre os MRAs.
Em tempo, admito que pode haver exageros, também ideologicamente motivados, nas análises de agressão por homens.
No documentário que sugeri, as opiniões ou acusações feitas por mulheres são supervalorizadas simplesmente pelo fato de serem oriundas de mulheres, enquanto as acusações ou opiniões masculinas, menosprezadas simplesmente pelo fato de serem oriundas de homens. Crimes cometidos por mulheres são ignorados ou minimizados, enquanto o oposto é feito em relação aos homens. Há gravações em áudios de agentes da lei agindo exatamente desta forma, e testemunhas de fontes independentes que atestam tais comportamentos. O documentário é claro ao demonstrar a total injustiça e desigualdade de tratamento prestados pela máquina estatal na Argentina, em relação a casos de conflitos familiares envolvendo um homem e uma mulher.
De qualquer forma, acho que talvez possa haver necessidade de alguma assimetria legal razoável, motivada por coisas como a mulher ser geralmente mais frágil e mais comumente dependente do homem.
Na minha opinião isso é inconstitucional, perante a lei todos deveriam serem tratados igualmente, independente de gênero, e as particularidades possivelmente existentes, examinadas caso a caso, e não generalizadas em relação ao gênero.
Idealmente talvez os dispositivos legais enxergariam isso de diretamente e mesmo o "inverso", quando ocorrer, em vez de se orientar por generalizações.
Não entendi.
Abraços!