Autor Tópico: Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.  (Lida 31840 vezes)

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #300 Online: 05 de Março de 2015, 17:08:17 »
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Eu continuaria perguntando: o que é considerado violência por eles e por elas nao, e vice-versa? Um tropeço é um empurrão? Um tapa, ou uma agressão verbal são mais esquecidos/não contabilizados mais frequentemente por eles ou por elas? Em resumo, eles mentem/omitem mais ou manipulam mais, ou elas?
Daí que eu falei da beleza/cuidado incomum da metologia usada. Ao questionar sobre vitimização e perpetração e tabelarem os resultados lado a lado eles respondem cada uma das suas colocações. As suas perguntas são boas, são ótimas, e elas foram consideradas na metodologia afim de que estas possíveis variáveis aparecessem no resultado se fossem relevante :)
Continuo querendo saber mais. Desta vez, da tal acurácia da pesquisa, dos métodos, do humor de quem entrevistou o quanto há de interpretatividade, etc. .
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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #301 Online: 05 de Março de 2015, 17:12:16 »
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Eu continuaria perguntando: o que é considerado violência por eles e por elas nao, e vice-versa? Um tropeço é um empurrão? Um tapa, ou uma agressão verbal são mais esquecidos/não contabilizados mais frequentemente por eles ou por elas? Em resumo, eles mentem/omitem mais ou manipulam mais, ou elas?
Daí que eu falei da beleza/cuidado incomum da metologia usada. Ao questionar sobre vitimização e perpetração e tabelarem os resultados lado a lado eles respondem cada uma das suas colocações. As suas perguntas são boas, são ótimas, e elas foram consideradas na metodologia afim de que estas possíveis variáveis aparecessem no resultado se fossem relevante :)
Continuo querendo saber mais. Desta vez, da tal acurácia da pesquisa, dos métodos, do humor de quem entrevistou o quanto há de interpretatividade, etc. .
Também, se alguém disponibiliza dados diferentes, se há outras estatísticas levando a outros contextos/relativizando tudo... Mais coisas, enfim.
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Offline Donatello

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #302 Online: 05 de Março de 2015, 18:44:46 »
Bom, quanto a outros estudos já citei aqui no fórum também um da FIOCRUZ feito com adolescentes no Recife em que o padrão de violência feminina contra os meninos em casais de namorados em escolas públicas era gritantemente superior, novamente tanto quando se falava de agressões leves quanto pesadas.

Na mesma pesquisa os autores sentiram a necessidade (surgida durante os estudos) de acrescentar a investigação dos padrões de violência pai/mãe >>> filhos e, novamente, as mulheres apareceram como muito prevalentes agressoras nos três tipos de agressões considerados (verbal, física leve e física pesada).

Já citei também uma lista de centenas de artigos de diversas universidades do mundo com resultados parecidos e uma revisão feita pela mesma FIOCRUZ com estudos sobre padrão de violência em casais adolescentes ao redor do planeta.

Hoje estou num mal dia, bronquite, alergia, problemas gástricos plantão de 24 horas. Além do mais estou no computador do trabalho que é cheio de limitações de rede. Além do mais estou me evitando de me delongar nestas discussões numa fase da minha vida que definitivamente tem outras prioridades antes de debater infinitamente e circularmente (vide as oito fucking paginas que se gastou para convencer aos rapazes lá atrás que 2 mais 2 dava 4) em foruns de internet. Então não vou repesquisar os links todos do que estou citando aqui, mas num melhor momento, talvez ainda hoja mais de noite, eu vejo se faço isso.

Quanto aos questionarios desta pesquisa da UNIFESP se não me engano foram formulados para serem o mais impessoais possiveis, as perguntas estavam impressas e foram respondidas isoladamente e de maneira não identificada a não ser pelo gênero.
« Última modificação: 05 de Março de 2015, 18:57:29 por Donatello van Dijck »

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #303 Online: 05 de Março de 2015, 19:02:27 »
Bom, quanto a outros estudos já citei aqui no fórum também um da FIOCRUZ feito com adolescentes no Recife em que o padrão de violência feminina contra os meninos em casais de namorados em escolas públicas era gritantemente superior, novamente tanto quando se falava de agressões leves quanto pesadas.

Na mesma pesquisa os autores sentiram a necessidade (surgida durante os estudos) de acrescentar a investigação dos padrões de violência pai/mãe >>> filhos e, novamente, as mulheres apareceram como muito prevalentes agressoras nos três tipos de agressões considerados (verbal, física leve e física pesada).

Já citei também uma lista de centenas de artigos de diversas universidades do mundo com resultados parecidos e uma revisão feita pela mesma FIOCRUZ com estudos sobre padrão de violência em casais adolescentes ao redor do planeta.

Hoje estou num mal dia, bronquite, alergia, problemas gástricos plantão de 24 horas. Além do mais estou no computador do trabalho que é cheio de limitações de rede. Além do mais estou me evitando de me delongar nestas discussões numa fase da minha vida que definitivamente tem outras prioridades antes de debater infinitamente e circularmente em foruns de internet.

Pois é. Quer mesmo brincar disso?


Quanto aos questionarios desta pesquisa da UNIFESP se não me engano foram formulados para serem o mais impessoais possiveis, as perguntas estavam impressas e foram respondidas isoladamente e de maneira não identificada a não ser pelo gênero.
Gostaria de saber se levam em conta certas idiossincrasias masculinas, por exemplo,repito,  de manipular a condução de relacionamento em que fatalmente a mulher se torne violenta, sem a devida racionalização disso por parte delas, se há jogos violentos em que o homem naturalmente por razões psicobiológicas se sobressaia, cabendo à mulher certa isenção de culpabilidade até pela sua própria condição de gênero... Como disse, isso pode ser alongado bastante. Posso até dizer: corte uma cabeça da Hidra e surgirão mais duas.  :twisted:
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Offline Donatello

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #304 Online: 05 de Março de 2015, 20:29:50 »
Caralho, meus últimos textos estão quase ilegíveis de tantos erros de grafia, concordância... :o

Só lembrando, eu não considero sequer esta discussão toda sobre se na verdade homens são 60% mais vítimas ou 65% mais agressores que mulheres em agressões conjugais como algo relevante. Isso só ganha relevância quando é usado como argumento para embasar leis desigualitárias. Na verdade para mim tanto faria se 99% das mulheres fossem mais agressoras que os homens, se 90% dos homicídios conjugais fossem causados, o que eu espero que um dia ocorra é que cada caso seja julgado com base nas mesmas leis e seguindo os mesmos princípios independente do gênero que "geralmente" é culpado.

No mais, acho que o fim do seu último post só mostra que você apenas quer brincar de sofismar neste tópico.

Offline Sergiomgbr

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #305 Online: 05 de Março de 2015, 20:42:43 »
Caralho, meus últimos textos estão quase ilegíveis de tantos erros de grafia, concordância... :o

Só lembrando, eu não considero sequer esta discussão toda sobre se na verdade homens são 60% mais vítimas ou 65% mais agressores que mulheres em agressões conjugais como algo relevante. Isso só ganha relevância quando é usado como argumento para embasar leis desigualitárias. Na verdade para mim tanto faria se 99% das mulheres fossem mais agressoras que os homens, se 90% dos homicídios conjugais fossem causados, o que eu espero que um dia ocorra é que cada caso seja julgado com base nas mesmas leis e seguindo os mesmos princípios independente do gênero que "geralmente" é culpado.

No mais, acho que o fim do seu último post só mostra que você apenas quer brincar de sofismar neste tópico
.
Não quero, minha desconfiança é simplesmente essa. Mas gostaria de te admoestar que pareces estar mais engajado em refutar meu argumento, quanto mais supões esse tipo de desconfiança que evidenciaste acima.
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Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #306 Online: 05 de Março de 2015, 20:44:57 »
Caralho, meus últimos textos estão quase ilegíveis de tantos erros de grafia, concordância... :o

Só lembrando, eu não considero sequer esta discussão toda sobre se na verdade homens são 60% mais vítimas ou 65% mais agressores que mulheres em agressões conjugais como algo relevante. Isso só ganha relevância quando é usado como argumento para embasar leis desigualitárias. Na verdade para mim tanto faria se 99% das mulheres fossem mais agressoras que os homens, se 90% dos homicídios conjugais fossem causados, o que eu espero que um dia ocorra é que cada caso seja julgado com base nas mesmas leis e seguindo os mesmos princípios independente do gênero que "geralmente" é culpado.

No mais, acho que o fim do seu último post só mostra que você apenas quer brincar de sofismar neste tópico.
Concordo plenamente, nos dois casos.  :hihi:
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
"E, não menos que saber, duvidar me agrada."

Dante, Inferno, XI, 93; cit. p/ Montaigne, Os ensaios, Uma seleção, I, XXV, p. 93; org. de M. A. Screech, trad. de Rosa Freire D'aguiar

Offline Sergiomgbr

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #307 Online: 05 de Março de 2015, 20:53:27 »
Caralho, meus últimos textos estão quase ilegíveis de tantos erros de grafia, concordância... :o

Só lembrando, eu não considero sequer esta discussão toda sobre se na verdade homens são 60% mais vítimas ou 65% mais agressores que mulheres em agressões conjugais como algo relevante. Isso só ganha relevância quando é usado como argumento para embasar leis desigualitárias. Na verdade para mim tanto faria se 99% das mulheres fossem mais agressoras que os homens, se 90% dos homicídios conjugais fossem causados, o que eu espero que um dia ocorra é que cada caso seja julgado com base nas mesmas leis e seguindo os mesmos princípios independente do gênero que "geralmente" é culpado.

No mais, acho que o fim do seu último post só mostra que você apenas quer brincar de sofismar neste tópico
.
Não quero, minha desconfiança é simplesmente essa. Mas gostaria de te admoestar que pareces estar mais engajado em refutar meu argumento, quanto mais supões esse tipo de desconfiança que evidenciaste acima.
Aliás, viste o smiley? Então, como se sofismeia  ao mesmo tempo em que se demonstra claramente a intenção de brincar? O Skeptikós poderia lançar uma luz sobre a questão...
« Última modificação: 05 de Março de 2015, 20:55:42 por Sergiomgbr »
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Offline Buckaroo Banzai

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #308 Online: 13 de Março de 2015, 16:59:30 »
Bom, quanto a outros estudos já citei aqui no fórum também um da FIOCRUZ feito com adolescentes no Recife em que o padrão de violência feminina contra os meninos em casais de namorados em escolas públicas era gritantemente superior, novamente tanto quando se falava de agressões leves quanto pesadas.

Acho essas coisas muito "suspeitas", ou, no mínimo, mais complicadas do que apenas a contagem das coisas pode sugerir.

O que acho que deve ocorrer é algo como, uma pequena distorção por mulheres/meninas "poderem" tipicamente ser mais abusadas do que um homem/menino de porte físico proporcional -- em termos claros, um cara mais fraco nem sonha em provocar ou começar a agredir um cara mais forte, enquanto que as mulheres "se beneficiam" do valor cultural de ser particularmente errado bater em mulheres, mesmo que revidando (mais do que nos "mais fracos", embora isso também não seja exatamente visto com bons olhos). "Se beneficiam", ou podem ficar algo mais "sem noção", de forma que podem talvez ter (estatisticamente, não em nível individual/universal) mais chance de iniciarem agressões mais leves (começando por verbais/provocações), o que por sua vez também deve acabar em parte dos casos motivando revide desproporcionalmente mais pesado, em nível que muito mais raramente ocorrerá partindo da mulher.


Mas não sei bem qual é a relevância disso. Só me surpreenderia se a coisa fosse tal que os casos mais graves de agressão fossem iguais dos dois lados, ou tendo as mulheres como as agressoras mais violentas.

Nesse contexto de "refutações do feminismo pelos MRAs" a coisa ainda fica com aquele leve odor de "mulher tem é que apanhar mesmo", ou qualquer outra coisa mais ou menos nessa linha.

Em tempo, admito que pode haver exageros, também ideologicamente motivados, nas análises de agressão por homens.

De qualquer forma, acho que talvez possa haver necessidade de alguma assimetria legal razoável, motivada por coisas como a mulher ser geralmente mais frágil e mais comumente dependente do homem. Idealmente talvez os dispositivos legais enxergariam isso de diretamente e mesmo o "inverso", quando ocorrer, em vez de se orientar por generalizações.



Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #309 Online: 13 de Março de 2015, 20:12:49 »
Bom, quanto a outros estudos já citei aqui no fórum também um da FIOCRUZ feito com adolescentes no Recife em que o padrão de violência feminina contra os meninos em casais de namorados em escolas públicas era gritantemente superior, novamente tanto quando se falava de agressões leves quanto pesadas.

Acho essas coisas muito "suspeitas", ou, no mínimo, mais complicadas do que apenas a contagem das coisas pode sugerir.

O que acho que deve ocorrer é algo como, uma pequena distorção por mulheres/meninas "poderem" tipicamente ser mais abusadas do que um homem/menino de porte físico proporcional -- em termos claros, um cara mais fraco nem sonha em provocar ou começar a agredir um cara mais forte, enquanto que as mulheres "se beneficiam" do valor cultural de ser particularmente errado bater em mulheres, mesmo que revidando (mais do que nos "mais fracos", embora isso também não seja exatamente visto com bons olhos).
Uma frase de Warren Farrell ilustra isso muito bem:
Citação de: Warren Farrell, The Myth of Male Power, Simon and Schuster, 1st Ed., 1993; 2nd Ed., Berkely, 2000. Página 13.
"A maior fraqueza dos homens é sua fachada de força; a maior força das mulheres é sua fachada de fraqueza."
- "The weakness of men is the facade of strength; the strength of women is the facade of weakness."

"Se beneficiam", ou podem ficar algo mais "sem noção", de forma que podem talvez ter (estatisticamente, não em nível individual/universal) mais chance de iniciarem agressões mais leves (começando por verbais/provocações), o que por sua vez também deve acabar em parte dos casos motivando revide desproporcionalmente mais pesado, em nível que muito mais raramente ocorrerá partindo da mulher.
Eu não sei se existem dados que avaliem qual gênero seja responsável pelas agressões mais severas, mas sei que os estudos disponíveis geralmente ignoram o fato de mulheres compensarem a falta de força física com o uso de objetos como armas, ou mesmo, armas propriamente ditas (como facas). Ignora-se também, por exemplo, a violência por procuração, quando um homem é agredido por outro homem a mando de uma mulher.

Mas não sei bem qual é a relevância disso. Só me surpreenderia se a coisa fosse tal que os casos mais graves de agressão fossem iguais dos dois lados, ou tendo as mulheres como as agressoras mais violentas.
Isso não me surpreenderia nem um pouco, levando-se em conta os tipos de violência geralmente ignorados, como a violência por procuração por exemplo, ou o fato dos homens geralmente não reagirem por acharem de forma geral, errado baterem em uma mulher, mesmo que para se defenderem ou revidarem a uma agressão iniciada por uma mulher.

Nesse contexto de "refutações do feminismo pelos MRAs" a coisa ainda fica com aquele leve odor de "mulher tem é que apanhar mesmo", ou qualquer outra coisa mais ou menos nessa linha.
Isso só acontece entre os mais radicais. E vale lembrar, que no feminismo também é comum comentários feitos por feministas que aprovam agressões contra homens, simplesmente pelo fato de serem homens. não me importo em admitir que esta atitude representa uma parcela radical do movimento, e não o movimento como um todo, e digo o mesmo sobre os MRAs.

Em tempo, admito que pode haver exageros, também ideologicamente motivados, nas análises de agressão por homens.
No documentário que sugeri, as opiniões ou acusações feitas por mulheres são supervalorizadas simplesmente pelo fato de serem oriundas de mulheres, enquanto as acusações ou opiniões masculinas, menosprezadas simplesmente pelo fato de serem oriundas de homens. Crimes cometidos por mulheres são ignorados ou minimizados, enquanto o oposto é feito em relação aos homens. Há gravações em áudios de agentes da lei agindo exatamente desta forma, e testemunhas de fontes independentes que atestam tais comportamentos. O documentário é claro ao demonstrar a total injustiça e desigualdade de tratamento prestados pela máquina estatal na Argentina, em relação a casos de conflitos familiares envolvendo um homem e uma mulher.

De qualquer forma, acho que talvez possa haver necessidade de alguma assimetria legal razoável, motivada por coisas como a mulher ser geralmente mais frágil e mais comumente dependente do homem.
Na minha opinião isso é inconstitucional, perante a lei todos deveriam serem tratados igualmente, independente de gênero, e as particularidades possivelmente existentes, examinadas caso a caso, e não generalizadas em relação ao gênero.

Idealmente talvez os dispositivos legais enxergariam isso de diretamente e mesmo o "inverso", quando ocorrer, em vez de se orientar por generalizações.
Não entendi.

Abraços!
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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #310 Online: 13 de Março de 2015, 20:34:38 »

De qualquer forma, acho que talvez possa haver necessidade de alguma assimetria legal razoável, motivada por coisas como a mulher ser geralmente mais frágil e mais comumente dependente do homem.
Na minha opinião isso é inconstitucional, perante a lei todos deveriam serem tratados igualmente, independente de gênero, e as particularidades possivelmente existentes, examinadas caso a caso, e não generalizadas em relação ao gênero.


Acatar que todos são iguais perante a lei é aceitar como iguais as pessoas nas suas diferenças. De gênero, principalmente.
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Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #311 Online: 14 de Março de 2015, 10:54:43 »

De qualquer forma, acho que talvez possa haver necessidade de alguma assimetria legal razoável, motivada por coisas como a mulher ser geralmente mais frágil e mais comumente dependente do homem.
Na minha opinião isso é inconstitucional, perante a lei todos deveriam serem tratados igualmente, independente de gênero, e as particularidades possivelmente existentes, examinadas caso a caso, e não generalizadas em relação ao gênero.


Acatar que todos são iguais perante a lei é aceitar como iguais as pessoas nas suas diferenças. De gênero, principalmente.

Citação de: CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, TÍTULO II - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS - CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

Fonte

Não preciso dizer mais nada né?
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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #312 Online: 14 de Março de 2015, 13:00:21 »
Buck, sem condições de me alongar... Nos dois estudos que citei as mulheres aparecem como maiores perpetradoras das violências mais graves em cinco critérios distintos.

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #313 Online: 14 de Março de 2015, 13:32:02 »

De qualquer forma, acho que talvez possa haver necessidade de alguma assimetria legal razoável, motivada por coisas como a mulher ser geralmente mais frágil e mais comumente dependente do homem.
Na minha opinião isso é inconstitucional, perante a lei todos deveriam serem tratados igualmente, independente de gênero, e as particularidades possivelmente existentes, examinadas caso a caso, e não generalizadas em relação ao gênero.


Acatar que todos são iguais perante a lei é aceitar como iguais as pessoas nas suas diferenças. De gênero, principalmente.

Citação de: CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988, TÍTULO II - DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS - CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (...)

I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

Fonte

Não preciso dizer mais nada né?
Precisa dizer que a mulher tem direito à maternidade por que é mulher, mas pera aí, a igualdade perante a lei, ora ora ora, tá errando por não conceder o mesmo direito ao homem de ir lá e fazer sua cesárea, caso queira. A mulher tem direito de fazer o exame Papanicolau, mas essa constituição tá sendo desobedecida por que o homem não é contemplado com o mesmo direito!
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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #314 Online: 14 de Março de 2015, 14:04:18 »
Depois reclama quando é acusado de sofismar não no sentido original mas popular da palavra... Ta que pariu! :o Sim, mulheres tem mais direito de engravidarem que homens assim como negros tem mais direito a pegar sol sem se preocupar com câncer que brancos ( que por sua vez tem mais direitos a não se preocuparem com carência de vitamina d ) mas alguém ai alem do Sergio seria sofismatico ( e não sofista como ele pretende ser) a ponto de usar estas diferenças como justificativa para uma eventual legislação que punisse menos gravemente homicídios cometidos por negros? (Juca é isento de responder)

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #315 Online: 14 de Março de 2015, 15:54:54 »
Depois reclama quando é acusado de sofismar não no sentido original mas popular da palavra... Ta que pariu! :o Sim, mulheres tem mais direito de engravidarem que homens assim como negros tem mais direito a pegar sol sem se preocupar com câncer que brancos ( que por sua vez tem mais direitos a não se preocuparem com carência de vitamina d ) mas alguém ai alem do Sergio seria sofismatico ( e não sofista como ele pretende ser) a ponto de usar estas diferenças como justificativa para uma eventual legislação que punisse menos gravemente homicídios cometidos por negros? (Juca é isento de responder)
O post está aí, acima, bastante claro, sem muita margem para interpretações espúrias, bem no sentido, se tanto, de um sofismo virtuoso, onde a compreensão do que está escrito só leva ao leitor fazer reflexões, bem distante, portanto da intenção que poderia ser apontada como um sofisma pejorativo, onde a manipulação dos argumentos levam a alguma confusão sobre o conteúdo.

O homem e a mulher tem evidentes diferenças biológicas e psicológicas. Nem a mão esquerda de um mesmo indivíduo tem a mesma destreza que a direita, quiçá entre indivíduos diferentes e ainda por cima, de sexos diferentes. A lei quando prevê igualdade indistinta de sexo(gênero) já identifica de modo tácito que o que está em jogo é outorgar a indivíduos obviamente diferentes o  mesmo alcance em direitos e deveres exatamente pelas diferenças incontornáveis aí explícitas. É um tremendo atestado de boçalidade apostar no contrário.
« Última modificação: 14 de Março de 2015, 15:57:30 por Sergiomgbr »
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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #316 Online: 14 de Março de 2015, 18:33:04 »
Depois reclama quando é acusado de sofismar não no sentido original mas popular da palavra... Ta que pariu! :o Sim, mulheres tem mais direito de engravidarem

Não, os homens não teriam direitos(contextuais) de engravidarem, mas por engravidarem, se fosse o caso.

que homens assim como negros tem mais direito a pegar sol sem se preocupar com câncer que brancos ( que por sua vez tem mais direitos a não se preocuparem com carência de vitamina d ) mas alguém ai alem do Sergio seria sofismatico ( e não sofista como ele pretende ser) a ponto de usar estas diferenças como justificativa para uma eventual legislação que punisse menos gravemente homicídios cometidos por negros? (Juca é isento de responder)
Se não fosse um tremendo non sequitur, tenho certeza que até era cogitável.
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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #317 Online: 15 de Março de 2015, 07:55:36 »
É que você não quis afundar muito no oceano dos seus próprios sofismas, caro, e esqueceu que vitamina D está envolvida na síntese de testosterona que por sua vez está envolvida no padrão de agressividade e desenvolvimento de força física, o que por sua vez já poderia "justificar" um tratamento desigual, até preventivo por parte dos Estado... e olha que mundo bonito seria se baixassem uma lei que dissesse que os descendentes brasileiros de escandinavos tivessem que passar por medidas preventivas antiviolência por conta de seus estatisticamente altíssimos níveis de testosterona enquanto os homens asiáticos seriam beneficiados com leis mais brandas por terem um padrão hormonal muito mais feminino (além de terem menos testosterona têm mais estrogênio) http://press.endocrine.org/doi/full/10.1210/jc.2005-1643. Não seria liiiiindo? Não seria totalmente com sequitur? Einh? Einh? Einh?

Tenho certeza que usando este tipo de informação e embarcando no mundo de sofismas para o qual você nos quer levar, onde mulheres merecem ter penas mais brandas por menstruarem uma vez por mês, poderíamos chegar a algo bem "cogitável"... ::) Mas como eu já disse, estou com pouco tempo pra estes joguinhos :P


« Última modificação: 15 de Março de 2015, 08:02:36 por Donatello van Dijck »

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #318 Online: 15 de Março de 2015, 15:47:17 »
Depois reclama quando é acusado de sofismar não no sentido original mas popular da palavra... Ta que pariu! :o Sim, mulheres tem mais direito de engravidarem que homens assim como negros tem mais direito a pegar sol sem se preocupar com câncer que brancos ( que por sua vez tem mais direitos a não se preocuparem com carência de vitamina d ) mas alguém ai alem do Sergio seria sofismatico ( e não sofista como ele pretende ser) a ponto de usar estas diferenças como justificativa para uma eventual legislação que punisse menos gravemente homicídios cometidos por negros? (Juca é isento de responder)
O post está aí, acima, bastante claro, sem muita margem para interpretações espúrias, bem no sentido, se tanto, de um sofismo virtuoso, onde a compreensão do que está escrito só leva ao leitor fazer reflexões, bem distante, portanto da intenção que poderia ser apontada como um sofisma pejorativo, onde a manipulação dos argumentos levam a alguma confusão sobre o conteúdo.

O homem e a mulher tem evidentes diferenças biológicas e psicológicas. Nem a mão esquerda de um mesmo indivíduo tem a mesma destreza que a direita, quiçá entre indivíduos diferentes e ainda por cima, de sexos diferentes. A lei quando prevê igualdade indistinta de sexo(gênero) já identifica de modo tácito que o que está em jogo é outorgar a indivíduos obviamente diferentes o  mesmo alcance em direitos e deveres exatamente pelas diferenças incontornáveis aí explícitas. É um tremendo atestado de boçalidade apostar no contrário.
Segundo Aristóteles, "Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade."

É com base nesta ideia que grupos militantes que afirmam lutar pelos direitos de minorias justificam a necessidade de medidas como as das ações afirmativas ou tipificações de homicídio especificas para grupos de minoria vitimados por pessoas não pertencentes a este grupo. Já Aristóteles, aquele quem primeiro desenvolveu uma teoria em defesa desta ideia, a usou por exemplo para justificar a escravidão.

É como dizem, é muito conveniente definir a medida de justiça (relativa ao invés de absoluta e aplicável a todos igualmente) quando é você o dono da régua. Num período da antiguidade, foram os gregos, assim como Aristóteles, os donos da régua, que mediram como justo escravizar todos os povos não gregos por eles dominados, por que não gregos nasciam para serem escravizados. Hoje, me parece ser estes auto-declarados representantes de minorias, que usam esta mesma ideia extremamente relativa e subjetiva,  para defender todo tipo de injustiça, bem como a implantação de medidas políticas inconstitucionais, tais como o sistema de cotas, o feminícidio e outras mais.

Abraços!
"Che non men che saper dubbiar m'aggrada."
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Offline _tiago

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #319 Online: 15 de Março de 2015, 22:09:34 »
No entanto acho sensato concordarmos que ser acusado de ter praticado estupro é muito mais grave do que ser acusado de muitos outros crimes, pela forma extremamente negativa como a sociedade encara um estuprador.

E ainda por cima, mesmo quando inocentado, fica sempre a sensação de injustiça. Após provado falsa a acusação de uma mulher, o Estado por ele mesmo não processa nenhuma falsa acusadora, é preciso que a vítima da falsa acusação entre com um processo. E o Estado em geral pende para a não condenação de falsas acusadoras, usando a desculpa já levantada acima, de não condenar falsas acusadoras com medo de que isso desencoraje vítimas verdadeiras a prestarem queixa. Com isso no entanto se tem o efeito colateral de mais e mais mulheres se sentirem encorajadas a fazerem falsas acusações, já que tem a impunidade garantida caso sejam descobertas.

Abraços!

Meu caro, vocë simplesmente está generalizando um caso que é um pouco mais complicado que isso. Ser acusado de um crime tëm inúmeras consequências não necessariamente relacionados ao crime pelo qual a pessoa é acusada. Desconheço estatísticas a respeito. Não dá pra ficarmos só nos argumentos.

Não sei como funciona o processo penal nesse caso, acho que vc se engana. Vc tem certeza do que afirma, de que uma acusação falsa depende da "vítima", de que ela tem que correr atrás da justiça para tanto?

Muita suposição... Chega! :)

Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #320 Online: 16 de Março de 2015, 14:57:54 »
Não depende da vítima, uma falsa acusação pode dar em processo, mas não é o Estado que abre o processo, e sim a vítima da falsa acusação, mas acho que o Diego pode esclarecer isso, pois de fato eu não tenho certeza.
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Offline Diegojaf

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #321 Online: 16 de Março de 2015, 15:20:05 »
Não depende da vítima, uma falsa acusação pode dar em processo, mas não é o Estado que abre o processo, e sim a vítima da falsa acusação, mas acho que o Diego pode esclarecer isso, pois de fato eu não tenho certeza.

"Falsa acusação" ou calúnia (art. 138 do CP) como é o caso que vocês estão tratando aqui, é crime de ação penal privada, que depende da representação da vitima ou de pessoa legítima para representá-la (no caso de menor, inimputável, falecido, etc)

No entanto, a conduta de denunciação caluniosa (art. 339 CP) e de comunicação falsa de crime ou de contravenção (art. 340) são de de natureza pública incondicionada, por ser o agente passivo (vítima) a justiça.

No caso da conduta do art. 339, ela se consuma quando há a instauração formal de uma investigação (Portaria de IP, abertura de sindicância, etc). A conduta do art. 340 é aquela em que o autor é descoberto (ou se entrega) antes que ocorra a formalização do procedimento.

O exemplo da segunda é aquele em que uma pessoa liga para a polícia noticiando um crime mais grave para ser atendida mais rápido. Enquanto a conduta do art. 339 exige a figura de uma pessoa inocente como suposta autora do crime (não admitindo neste caso, contravenções penais), a conduta do art. 340 se aplica às duas formas de infração: crime ou contravenção.

Ambas as condutas só admitem a figura dolosa, devendo o autor ter conhecimento quanto à inocência da pessoa ou sobre a inexistência do fato típico que é denunciado.
« Última modificação: 16 de Março de 2015, 15:23:58 por Diegojaf »
"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." - Rui Barbosa

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Offline Skeptikós

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #322 Online: 16 de Março de 2015, 15:27:14 »
Não depende da vítima, uma falsa acusação pode dar em processo, mas não é o Estado que abre o processo, e sim a vítima da falsa acusação, mas acho que o Diego pode esclarecer isso, pois de fato eu não tenho certeza.

"Falsa acusação" ou calúnia (art. 138 do CP) como é o caso que vocês estão tratando aqui, é crime de ação penal privada, que depende da representação da vitima ou de pessoa legítima para representá-la (no caso de menor, inimputável, falecido, etc)

No entanto, a conduta de denunciação caluniosa (art. 339 CP) e de comunicação falsa de crime ou de contravenção (art. 340) são de de natureza pública incondicionada, por ser o agente passivo (vítima) a justiça.

No caso da conduta do art. 339, ela se consuma quando há a instauração formal de uma investigação (Portaria de IP, abertura de sindicância, etc). A conduta do art. 340 é aquela em que o autor é descoberto (ou se entrega) antes que ocorra a formalização do procedimento.

O exemplo da segunda é aquele em que uma pessoa liga para a polícia noticiando um crime mais grave para ser atendida mais rápido. Enquanto a conduta do art. 339 exige a figura de uma pessoa inocente como suposta autora do crime (não admitindo neste caso, contravenções penais), a conduta do art. 340 se aplica às duas formas de infração: crime ou contravenção.

Ambas as condutas só admitem a figura dolosa, devendo o autor ter conhecimento quanto à inocência da pessoa ou sobre a inexistência do fato típico que é denunciado.
Perfeita explicação, muito obrigado por nos esclarecer esta dúvida!

 :ok:
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Offline Moro

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #323 Online: 18 de Março de 2015, 21:53:45 »
Porra Diego quando você vira Juiz ou começa a exercer a advocacia?
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Offline Diegojaf

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Re:Fraudes e manipulações em estatísticas de violência doméstica contra mulheres.
« Resposta #324 Online: 18 de Março de 2015, 22:57:31 »
Quando abrir concurso, espero... :P
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